P.O.V. James Potter

Saí da sala de aula, já agradecendo pela falta de metade da sala. A maioria de meus colegas de sala misteriosamente nem haviam entrado. Haviam ido a algum lugar que eu não sabia aonde era. A aula foi mais tranquila, mais produtiva, sem Sirius e Remus, mas o que eu não daria para estar com eles agora?

Eu estava indo para a minha próxima aula, quando começo a ouvir alguns gritos desesperados. Não pensei duas vezes, percorri o colégio inteiro procurando o causador do som.

O som aumentava, e cheguei a um ponto em que tive de correr com os ouvidos tampados.

Finalmente avistei. Uma multidão de alunos gritava e pulava junto, como se estivessem assistindo a um show do Beatles depois da morte. Juntei-me a eles, e fui empurrando a todos até chegar até a frente.

Não havia Beatles coisa nenhuma, muito menos a morte em pessoa. Não vi nada de incomum do jardim do colégio, apenas homens vestidos de preto, que cobriam alguém. Provavelmente um desordeiro que todos querem matar.

Se bem que ninguém estiver com cara de bravo... Cara de bravo. Logo avistei alguém bravo. Corri até Sirius, que estava com os braços cruzados.

– Black, o que está acontecendo?

– O que está acontecendo? O que está acontecendo? O que acontece é que esses seguranças malucos e homossexuais sem amor próprio não nos deixam falar nem tocar ou estuprar a Lílian Evans!

– Quem é Lílian Evans? Mais uma vadia sua?

– Como assim quem é "a" Lily Evans? Ela só é a cantora mais gata e sexy da história da música POP internacional, e a nova aluna de Hogwarts High School. E você pergunta por que todos estão tão animados? Você é um viado, James... - Ele gritou. Juro que eu senti medo e vergonha dele nesse momento.

Não iria perder meu tempo com uma cantora mundialmente famosa... Isso não me acrescenta em nada.

Saí do meio da multidão e fui em direção a um canto mais isolado do jardim, atrás de palco de apresentações, aonde ninguém nunca vai. É quase um esconderijo meu. Fiquei lá... Lendo.

P.O.V. Lílian Evans

Eu já estava cheia disso. Garotos suados correndo para me pegar, me tocando e sujando com seus corpos imundos.

Os seguranças incompetentes mal me davam atenção. Eu tinha de fazer alguma coisa, tinha de fugir.

Olhei para todos os lados, e encontrei um jardim livre, pronto para uma boa corrida. Arranquei meus saltos dos pés e os joguei para os adolescentes, que se distraíram fácil com isso. Fugir é tão fácil para mim...

Enquanto eles corriam em direção ao sapato, eu consegui fugir para o jardim, e me enfiei atrás de um palco antigo.

– O que faz aqui? - Uma voz masculina me assustou, vinda de trás de mim.

– Ah! Que susto, garoto! - Coloquei a mão no peito, me acalmando. - Eu estou fugindo de fãs malucos, e você? O que faz aqui escondido?

– Exatamente. Escondido. Eu estava fugindo de uma multidão enfurecida lá fora, e... Ah. Era a sua multidão. - Ele revirou os olhos, dando pouca importância para quem eu sou.

– Como assim? Você não me conhece? Não mesmo? Nunca me viu em jornais, revistas, televisão, rádio...? Nada?

– Não, fiquei sabendo quem você é apenas hoje. Um amigo meu me disse... E para ser sincero... Eu não ligo para quem você é nem para o que faz. Para mim você é só mais uma garota metida e esnobe.

Fiquei sem fala no momento. Eu nunca fui tratada assim, e estava acostumada a ver todos me amando e iludindo. Porque seria diferente aqui e com ele?

– Quem você pensa que é para não me amar? Hein?

– Está se ouvindo? Uma garota normal não falaria isso. Nunca. Você se acha demais, pensa que todos te amam e que eu devo te amar. Saiba que comigo. Não.

– Eu sou Lily Evans, e ninguém fala assim comigo.!

– E eu sou James Potter, e costumo mandar uma real nos outros, e você realmente precisa de uma dose de realidade. Se toca, ninguém te ama de verdade, é só... O que você representa.

– Ah, eu mereço... Você não sabe nada da minha vida. Escutou? Nada.

Virei para o outro lado, escondendo o rosto e as lágrimas, e esperei até os gritos dos fãns cessarem, para eu poder sair. Eles não cessaram. Continuaram agoniando meus ouvidos. Não sei como o James conseguia ler com aquele barulho.

– Quando acha que eles vão embora? - Perguntei quebrando o silêncio. Ele pareceu não entender a pergunta. - Os fãs. Quando acha que eles vão desistir e ir dormir? Já está escurecendo.

– Não sei semana que vem, eu acho. - Ele sorriu sarcástico. - Mas para mim não é problema. A qualquer momento eu posso sair daqui, ir para meu quarto, pôr um fone de ouvido e dormir, tranquilo. Isso porque eu sou uma pessoa normal.

– Você é patético. - Resmunguei, e pude ouvir os suspiros dele.

– Sabe de uma coisa? Eu poderia te ajudar.

– Como e por quê? - Perguntei dura.

– Eu sou uma pessoa muito legal, e gosto de ajudar os outros. - Sorriu. E que sorriso. Perdi o fôlego só de me imaginar beijando-o. Para, Lily. Você tem atores, cantores, famosos, celebridades. Não pode pensar isso de um simples... Estudante. - Além do mais... Eu divido o quarto com dois idiotas que estão te esperando na outra quadra, e dormirei sozinho por um tempo...

– Está me chamando para ir para a cama, Sr. Potter? - Perguntei esperançosa.

– Não. Estou dizendo que você pode ir se esconder lá, telefonar para alguém, e mandar um helicóptero vir te buscar. Ou coisa do tipo.

– Ah. Tudo bem então, vamos lá.

Ele se levantou, e me deu a mão para ajudar-me a levantar. Fomos devagar até o outro lado, e assim que ele acenou para mim eu entendi: Tínhamos de correr!

Eu juro que nunca corri tão rápido em toda minha vida, e não entendo como ninguém nos viu.

Começou a chover, e nós continuávamos correndo. Eu estava quase chorando. Para meu cabelo ficar lindo daquele jeito demorou duas horas. Duas longas horas sentadas em uma cadeira de couro que causava formigamentos em minha bunda.

Chegamos a um quarto pequeno, com três camas de casal, três armários enormes, uma mesa de computador com um notebook e uma suíte. Aconchegante, no geral.

– Se quiser pode ir tomar banho no banheiro, depois eu vou. - Ele disse, e se jogou na segunda cama.

– Obrigada. - Falei, e entrei no banheiro.

Assim que entrei só me faltou gritar. Meu cabelo estava muito bagunçado. Eu estava horrível!

Entrei depressa na banheira e mergulhei, lavando o cabelo. Eu sei que me arrependeria disso, mas pior não poderia ficar. Meus cabelos ruivos são muito lisos, ao natural, e todas as ondas que demoro em fazer, se desmancham.

Após alguns mergulhos e de lavar o cabelo com xampu e condicionador, eu saí, e reparei que não tinha roupas para vestir.

– Droga. - Murmurei.

Avistei então uma camisa masculina presa em um cabide. Peguei-a e vesti por cima do sutiã. Depois peguei o meu cinto preto e enrolei na cintura, para delinear meu corpo.

Sequei por um tempo o meu cabelo na toalha, e finalmente eu sai do banheiro. De imediato James olhou para mim, e ficou encarando.

– Nem uma palavra sobre meu cabelo. - Falei fria, me sentando na cama. - Nem sobre a camisa. Apropósito é sua?

– É sim, mas ficou bem em você... E o cabelo... Eu gostei. Melhor do que aquela produção toda que você deve fazer para shows e turnês...

Sorri tímida, e me levantei. Fiquei de frente a ele, e virei de costas.

– Meu sutiã está me incomodando um pouco... Está úmido. Pode desabotoar para mim, por favor?

Levantei meu cabelo e o prendi em um coque. Ele veio e me ajudou. Quando virei-me para agradecer parei um segundo. Fiquei admirando seus olho$s, seu rosto, seu corpo, cabelo. Ele é tão lindo.

Sem querer me desequilibrei, e caí sobre seu corpo, e nós dois acabamos deitados na cama, eu sobre seu corpo e ele segurando minha cintura.