Can we whisper? escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 4
Capítulo 03 — Frágil.




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A chuva havia nos pegado no meio do caminho, e em vez de pararmos para esperá-la passar ou pelo menos estiar, Edward puxou-me pelo braço que não estava ralado e correu, já que não faltava tanto para que chegássemos à casa de minha mãe. Eu corei, mesmo naquela situação. As pessoas que passavam nos fitando, nem sempre era de um modo acolhedor ou normal. Havia uma censura secreta em seus olhos que eu nunca iria entender.

Era quase impossível acompanhar os passos rápidos de Edward, mas eu de algum modo consegui fazê-lo sem cair ou tropeçar em algo. A chuva não deu trégua, e eu estava mais que ensopada quando entrei na varanda da minha casa juntamente com ele.

— Seu pai vai me matar de qualquer jeito. — Ele disse tirando o capuz de minha cabeça, e ajeitando meus cabelos para que estes mesmo não estivessem jogados contra o meu rosto. Seus dedos conseqüentemente passaram por meu rosto, fazendo-me estremecer e baixar os olhos por isso, com vergonha.

— Você que não quis parar em uma loja qualquer. — Tentei falar alguma coisa para me impedir de parecer patético o quanto eu era retraída e boba.

— Ainda estaríamos lá. — Ele murmurou.

Eu assenti e tirei as chaves extras que eu tinha do bolso de minha calça jeans, agradecida a mim mesma por ela ainda estar lá e eu não a ter perdido enquanto corria feito uma doida pelo meio da rua. Com certeza os moradores não iriam ter uma boa primeira impressão de mim — mesmo eu não ligando muito para eles, e sim para as pessoas que iriam querer ter amizade comigo.

— Abre você. — Eu disse sem ar.

Era normal. Arritmia cardíaca era uma coisa a qual eu tinha aprendido a me acostumar com o passar dos tempos — mas não a gostar, certamente.

— Está tudo bem? — Ele indagou, fitando as tantas chaves que tinham no chaveiro.

— A maior, redonda. — Murmurei. — E sim, eu estou bem.

Sentei-me em uma das cadeiras, esperando que aquilo passasse o mais rápido possível. Edward desistiu das chaves, jogando-as no chão e sentando-se na cadeira que tinha a minha frente, fitando-me preocupadamente.

— Eu estou bem. — Lhe garanti. Em um instante passava ou eu me acostumava.

— Você tem que parar com isso.

Eu assenti, mesmo sabendo que não pararia.

— Precisa de ajuda? — Ele indagou quando eu cambaleei ao me levantar.

Neguei com o rosto, abaixando-me e pegando as chaves que estavam no chão. Quando abri a porta de casa, não tinha ninguém na sala e eu quase suspirei aliviada por isso ao saber que ninguém escutara minha conversa com Edward. As risadas vinham da sala de jantar, mas antes disso passei no quarto onde ficavam as coisas higiênicas para pegar duas toalhas.

— Quer uma toalha? — Indaguei.

Edward assentiu e eu a joguei para ele.

— Ah! Vocês finalmente chegaram. — Fora a voz de minha mãe que me interrompeu enquanto eu enxugava meus cabelos. — Onde você estava Isabella? — Ela indagou, pressionando os olhos em minha direção, de maneira raivosa. — E ainda chega toda molhada em casa! Você vai gripar.

— A chuva me pegou no meio do caminho.

— Onde você estava? — Renée insistiu.

Olhei para Edward, tentando ver em sua expressão se era tolerável que eu falasse aquilo para ela, ou se ele queria que ninguém soubesse sobre nosso passeio. Eu não consegui entender, por isso mordi meus lábios enquanto abaixava meus olhos e fitava meu tênis cheio de lama, e provavelmente inutilizável agora — se o lavasse, eu tinha certeza que a estrutura branca dele ainda ficaria manchada.

— Foi culpa minha, Senhora Swan. — Edward se pronunciou. Corei ao perceber que todo mundo na sala de jantar haviam ficado calados, atentos discretamente a nossa conversa. — Eu encontrei a Bella na rua, e como ela estava sem nada para fazer, perguntei se ela queria conhecer um dos vários castelos que têm por aqui perto. Por isso nos atrasamos. — Ele respondeu.

— Está tudo bem. — Disse ela, gentil.

Eu corei e olhei para a minha mãe, tentando entender se sua expressão era favorável ou não. Não era. Ela estava fingindo enquanto sorria levemente para ele, voltando seus olhos falsos para mim. Eu sabia que mais tarde teria que responder várias perguntas, e prometer que ficaria longe de Edward, porque ela ainda não o conhecia direito.

Era sempre assim, afinal. Quem minha mãe não conhecesse direito não podia ser meu amigo.

— Vou tomar banho, estou sem fome, mãe. — Murmurei.

Edward me fuzilou com os olhos, mas não comentou nada.

— Você não comeu nada essa manhã, Isabella. — Renée disse severa. — Claro que vai comer, e não seja mal-educada com os nossos visitantes. Não faça essa desfeita comigo.

Riley também estava lá, junto com sua namorada modelo e sua mãe. Eu fiz questão de ignorar o lugar vazio ao seu lado, indo para o lado de Rosalie, tendo Edward ao meu lado, junto de sua mãe. Sem jeito, pedi desculpas pelo atraso e tentei comer alguma coisa sem achar que talvez estivesse cometendo um crime por tal ato.

Estava com uma “cara” ótima, no entanto eu comia sem vontade. Era sério quando eu dizia que estava sem fome — eu não a possuia, ou talvez já estivesse acostumada a sentir a dor de um estômago vazio. Tornava-se uma coisa normal ao passar do tempo, e quando a pessoa via fazia parte de sua rotina passar dois ou três dias sem comer.

Eu pedi licença da mesa assim que terminei de “almoçar”, com a desculpa que as roupas molhadas estavam incomodando-me. Descobri antes de sair que a casa de Edward e seus pais eram a do lado, e eu quase odiei ao perceber que a frase “eu terei tempo para isso” que ele havia me dito esta manhã fazia sentido agora. Eu só esperava que ele desistisse fácil de mim, já não podia agüentar saber que ele tinha consciência sobre minha bulimia.

Vergonha, claro.

Edward, assim como eu, foi para sua casa trocar de roupa e a parte ruim disso tudo era que ele voltaria, porque seus pais haviam pedido. Eu quase bufei por isso, contudo apenas levantei-me da mesa e fui para o meu quarto, o observando pela minha janela. Ele correu da chuva, e entrou no jardim de sua casa apressadamente, balançando seu rosto ao entrar na varanda.

Eu não podia negar que ele era lindo e irritante ao mesmo tempo, e era exatamente por isso que eu deveria manter-me longe dele. Ele não deveria ser preso, afinal, isso com toda certeza o afetaria na hora de encontrar um emprego para médico em algum dos hospitais.

Tomei banho e assim que terminei, vomitei. Não que eu tivesse forçado, ao passar do tempo eu nem precisei colocar os dedos na boca —de qualquer jeito eles ainda continuavam diferentes dos outros, e ficariam por um bom tempo. Edward tinha razão — eu percebi ao me sentar desanimada em cima da tampa de bacia — eu tinha mesmo que parar com isso, mas não queria falar para a mamãe nem para ninguém que eu tinha voltado a ter aquilo.

Escovei meus dentes por quase sete vezes até estar com um hálito bom. Vesti-me, jogando-me na cama, quase com preguiça de levantar da mesma para ir até lá embaixo e fingir sorrisos. Se eu não fosse minha mãe ficaria irritada pelo resto do ano, e me botaria de castigo como estava fazendo esses dias por eu não ser como ela queria.

Eu tinha que ser mais feminina, eu tinha que deixar meu cabelo solto, eu tinha que parar de usar tênis e começar a aprender a andar de salto. Eu tinha que usar saia e vestido no frio, eu tinha que pintar minhas unhas de alguma cor clara. Enfim, eu tinha que ser uma cópia de minha irmã, sendo que não me agradava nem um pouco ser daquele modo.

Foi por isso que eu comecei a vomitar. Há mais ou menos dois anos, o casamento de meus pais entrou em crise e eles brigavam todo santo dia, descontando no final do dia em mim, já que Rosalie era bonita demais para que recebesse uma advertência. Eles reclamavam comigo mesmo eu não tendo feito nada, era simplesmente por eu quase não sair de casa. “Seja magra como sua irmã, Isabella” “Coma menos como sua irmã, Isabella!” — era constante.

Algumas pessoas da minha escola falavam que se cortavam, e eu nunca tinha entendido o porquê disso, até certa data. Como era o previsto, eu era fraca demais para me cortar, e não consegui. “Seja magra como sua irmã, Isabella” — foi o que me veio à cabeça enquanto eu chorava no banheiro. Então a idéia foi crescendo tão rápido quanto um câncer do pior tipo em minha cabeça, e quando eu vi já possuia à maldita Bulimia.

— Bella. — Riley bateu de leve em minha porta. — Que se ferre, eu vou entrar. — Resmungou quando eu não respondi nada.

Eu pensei que fosse brincadeira, no entanto logo senti o ar gelado entrando em contato com o ar quente e confortável do meu aquecedor. Estremeci e me levantei, lhe fitando raivosamente. Ele fechou a porta atrás de si, caminhando até que estivesse perto de minha cama, abaixando-se para tentar fitar meus olhos daquele modo idiota.

— O que você quer? — Eu indaguei, afastando-me e indo para a outra ponta da cama.

— Não posso conversar com você? Sabe, como nos velhos tempos…

— Agora não, minha mãe está me esperando para não fazer desfeita com os convidados. — Eu disse, levantando-me.

Por incrível que pareça, ele teve cara-de-pau o bastante para puxar minha mão de volta para a cama e colar seus lábios nos meus. Poderia ter sido bom antigamente quando ele ainda não namorava, no entanto agora foi nojento e eu sequer fiz questão de fechar os olhos, somente bati em seu ombro com meu pulso fechado fortemente.

— Como você é idiota, céus! — Exclamei corando enquanto passava minha mão sobre meus lábios, limpando tudo dele que estava ali. — Riley, é melhor você esperar uma semana até voltar a falar comigo, ok? Se não quiser levar outro murro.

Levantei-me rapidamente de minha cama, fechando a porta com força ao passar por ela. Eu tive vontade de voltar ao meu quarto quando vi todo mundo conversando de maneira animada no sofá, mas somente desci, indo para a cozinha e sentando-me a pequena mesa que tinha lá, encostando minha cabeça em meus braços.

Eu estava com sono, e não podia esperar a hora de eles irem embora. Não que eles não fossem legais, e super educados, só que… minha mãe não percebia que eu não gostava de lugares onde tinha muitas pessoas, forçando-me a ficar. Minha cabeça latejou e eu me levantei de novo para pegar um remédio qualquer que tinha dentro de uma das gavetas do armário.

Observei mais uma vez todo mundo conversando alegremente, e coloquei o remédio em cima da mesa antes de encher um copo de água. Quando tomei, sentei-me de novo na mesa, abaixando minha cabeça e suspirando. Claro que não passaria agora, não era tão rápido afinal, só passaria quando o remédio se dissolvesse em meu estômago.

Riley se sentou a minha frente, falando alguma coisa que eu não entendi.

— Bella! — Me chamou.

— Oi — murmurei.

— Eu estava pensando comigo, e… eu acho que é melhor você começar a se tratar, porque olhe… você não está bem. Isso todo mundo pode perceber… e é melhor você admitir do que… eles descobrirem por si próprios.

— O que eu tenho não é uma doença. — Eu disse raivosa. Pressionei meus olhos quando minha vista se embaçou e continuei lhe olhando com raiva. — E você não tem que se meter em minha vida, ok? Lembra do que eu falei em meu quarto? Pois bem, pode começar a executá-lo a partir de agora, porque eu não quero te ver na minha frente.

— O que está acontecendo com você? — Riley indagou.

— Eu que o pergunto. — Murmurei e cruzei meus braços. — Passou dois meses longe de mim e… mudou tanto — Pressionei meus olhos de novo.

Pus minha mão em minha cabeça quando ela latejou, e engoli em seco. Estava doendo demais para uma simples dor de cabeça, e talvez isso devesse ser o que eu pagava por ter a Mia — uma das várias coisas que eu ainda tinha que pagar. Quando abri meus olhos de novo, Riley não estava mais lá, o que restava era só uma sombra borrada dele.

— Você está bem? — Ele indagou.

Eu neguei com o rosto.

— Merda, Bella! — Ele vociferou, e fora a última coisa que eu escutara antes de minha vista ficar completamente escura e eu desmaiar.

...

Eu preferia ter morrido a passar a vergonha de desmaiar e ser levada para um hospital. Isso, de fato, não era surpresa para ninguém isso, mas eu só tive oportunidade de demonstrar isso quando acordei em uma cama de hospital confortável demais. Tinha algo em meu nariz, e algo preso a meu dedo que me impedia de dar movimentos bruscos.

Fechei meus olhos e abri novamente, clareando minha visão. Era um hospital, e pelo visto ele era bom demais a ponto de mamãe reclamar comigo assim que eu me acordasse. Se fosse Rose, ela não reclamaria, eu tinha certeza. Ela faria tudo por ela, não importando quando custasse de seu bolso. Um dia, eu me lembrava da mamãe ter falado que para a Rosalie, ela daria até seu salário todo, e por mim ela ficara em silêncio.

Eu já estava acostumada com toda aquela displicência ao meu respeito, no entanto ao pensar isso meus olhos se encheram de lágrimas as quais foram veementes ignoradas.

— Sério, Bella, não comece a chorar, por favor. — Eu não tinha percebido, mas tinha uma pessoa sentada na poltrona do outro lado do quarto. Edward. Perguntei-me o que ele estava fazendo aqui, e se seus pais não haviam reclamado com ele por causa disso. — Eu não sei… o que fazer. — Admitiu envergonhado.

— O que está fazendo aqui? — Sussurrei quando ele se aproximou da cama.

— Sua mãe e seu pai estão falando com um médico, sua irmã está em casa, pois não gosta de hospitais — Ele revirou os olhos. — E Riley não pôde vim porque Agnes não deixou, então… Charlie pediu para que eu ficasse aqui, se não houvesse nenhum problema.

— Eles…? — Indaguei.

— Sim, eles sabem sobre sua Bulimia.

Merda. — Sibilei.

Ele colocou as mãos dentro de seus bolsos e suspirou, olhando para outro lado.

— Como você está? — Perguntou.

Ferrada, minha mãe vai me matar quando perceber que eu já estou acordada. Não só por ter… inventado de desmaiar e vir para um hospital, mas também por eu ainda ter… isso. Ela pensava que eu já tinha ficado curada. — Disparei, sentindo-me ridícula.

— Ela se sente culpada, Bella. — Ele me informou levemente.

Eu o ignorei, sentindo meus olhos começarem a marejar de novo. Eu odiava que alguém se sentisse culpada por alguma coisa que era somente minha culpa, era como se eu não só estragasse a minha vida, como de outra pessoa também. Nessas horas, minha vontade só era de fugir para algum lugar e não causar nenhum problema — mesmo sabendo que não poderia executar meu desejo, já que eu provavelmente dormiria na rua.

Suspirei, e prensei meus lábios, olhando para outro lado.

— Então… por que não me conta o que te levou a ter Bulimia? — Indagou, quando viu que eu estava começando a chorar de novo.

— Não acho que isso seja um assunto legal para se conversar. Por que você não me fala o porquê de estar sendo tão… está sendo assim comigo sendo que mal me conhece? Esse sim é um assunto legal e que eu certamente não ficaria depressiva ao falar.

— Eu não estou sendo assim com você. Estou sendo normal. — Ele disse, mas seu tom de voz declarou que tudo que ele dissera era mentira. Ele bufou e passou a mão pelos cabelos curtos e baixos, olhando-me quase de um modo furioso. — Você é… interessante. E não, antes que você fale “espero que isso seja uma coisa boa” eu lhe digo que não é e acabou de perguntas sobre mim por hoje.

Eu assenti assustada com sua ferocidade. Edward voltou a se sentar onde estava anteriormente e ele não olhou em minha direção de novo, pelo menos eu achava, não tinha certeza, pois estava com as bochechas coradas e os olhos baixos em minhas mãos. Foi assim por algum tempo até uma enfermeira entrar com o meu café-da-manhã e querer me humilhar, dando-o em minha boca.

Eu a interrompi antes que ela pudesse fazer aquilo, falando que podia muito bem comer sozinha. Eu não contava que ela fosse ficar no quarto até eu terminar aquela papa, por isso foi mais demorada que o normal para comer aquilo. Ao terminar, ela me deu uns três remédios, desejou que eu ficasse bem logo e saiu do quarto.

— Você sabe em que dia eu tenho alta?

— Antes de o mês acabar, de certo. — Deu de ombros como se não fosse grande coisa, sendo que era! O mês ainda estava no começo. — O médico disse que se você continuasse com aquilo por mais alguns meses, não agüentaria por muito tempo. Você vai para psicólogos, psiquiatras, nutricionistas e tudo que sua mãe poder arrumar para você, talvez isso… ajude-te a se recuperar mais rápido. — Ele disse.

— Eu não queria dar problema para ninguém.  — Sussurrei.

Edward sorriu amargamente, balançando seu rosto em um sinal negativo. Eu parei de o olhar antes que ele voltasse a olhar para cima e corei por alguma coisa cuja eu não sabia sobre o que era. Era extremamente patético isso, e eu tinha que parar de fazer aquilo toda vez que Edward estava no mesmo lugar o qual eu estava.

Tentei entender o que aquela negação significou, mas não tive sucesso e tudo que eu pensei foi absurdo e sem-sentido.

Edward foi embora de noite, e aquilo foi… estranho, de fato. Tanto eu e ele hesitamos antes de acenar, dando tchau, como se… eu ainda não entendia em minha mente, mas era como se eu estivesse esperando que ele viesse aqui e me abraçasse como pessoas normais faziam quando se despediam um dos outros. Era insensato aquilo, e eu logo tratei de me repreender em minha mente.

O que eu estava pensando, afinal? Merda, só pode!

— Bells — Charlie sussurrou.

— Oi, pai. — Sorri tortamente para ele. — Desculpe-me por isso.

— Bella, você não tem nada que se desculpar, eu que tenho… eu que tenho. Eu fui tão… distraído quando se tratava de você. — Mesmo sendo incomuns pedidos de desculpas vindos de Charlie, aquele me pareceu mais verdadeiro do que todos os outros de outras pessoas que eu já havia recebido.

Ele me abraçou de forma cautelosa, como se eu fosse feita de porcelana.

— Sua mãe ficou em casa com a Rose. — Ele disse.

— Por que ela não veio me ver? — Indaguei, com os olhos começando a marejar. — A Rose pode ficar sozinha por algumas horas, e eu não me importava se ela me deixasse dormir sozinha aqui! Somente uma visita, que merdas custavam? — Perguntei furiosa.

— Ela disse que estava se sentindo mal, então…

— Não, a mamãe não quer me ver. — Eu o interrompi, percebendo tudo se encaixar na medida em que meu racicionio ia ficando acelerado. . — E, por favor, pai, se o senhor presa a minha sanidade, não diga que não é. — Limpei com a minha mão livre uma lágrima que caiu do meu olho direito e suspirei.

— Se isso te consola… você ainda é minha Bella frágil ao extremo. — Charlie disse sorrindo, enquanto passava sua mão por meu rosto, em uma carícia calma.

Eu assenti, pressionando meus lábios para que as lágrimas não caíssem de meus olhos, afinal elas demonstravam tudo que eu não queria nesse momento: o quanto eu queria que minha mãe soubesse que aquela displicência dela doía em mim, doía muito na verdade. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e queria que aqueles que não mandam review, mandasse, pois sinceramente estou ficando desanimada com o andamento disso daqui. Beijos.