Can we whisper? escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 13
Capítulo 12 — Vice-versa.


Notas iniciais do capítulo

Bom... eu adoro esse capítulo. Ele faz parte do meu doc favorito e espero que também gostem. Sério. Beijos.



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A pergunta que quase todo mundo me faz todo santo dia é: “Como você está Bells?” Eu estava bem, sim, obrigada por sua preocupação que certamente é motivada em alguma curiosidade desnecessária de sua cabeça inferior. Obrigada pela atenção mesmo assim, mas eu não queria que ninguém me perguntasse como eu estava sendo que era óbvio que eu estava bem.

Para a maioria, na verdade. Mas para a minoria que abrangia somente Riley, Rose e Alice — sim, a irmã de Edward que tinha voltado da França e estava estudando na minha escola — eu estava… normal. Não como antes, com todos aqueles sorrisos para oferecer, mas, todavia bem em sua maioria.

Minha vida não podia acabar só porque ele havia ido embora fazer sua faculdade em Nottingham. Ele havia significado alguma coisa para mim, claro que havia, no entanto minha vida deveria seguir-se e não morrer. Eu não era assim, afinal. Eu era persistente e também tinha que ajudar Renée a qual estava prestes a entrar em uma depressão que o médico já havia me precavido.

Eram problemas demais para que eu pudesse focar-me nos meus.

Escola infernal. Alice preocupada. Edward… Renée depressiva. Charlie atencioso e por fim, contudo o pior de todos: Riley cricri. Tudo isso fazia parte da lista que eu tinha que me preocupar para em seguida pensar sobre como estava me fazendo mal ficar longe de Edward e todos aqueles sorrisos tortos.

Falar ao telefone não era o bastante e desgastava bastante o que havia se tornado tão rapidamente uma paixão e amizade ao mesmo tempo. Eu o percebia mais distante a cada ligação diária e no final da semana eu parei de ligar, com um medo repentino que pudesse estar atrapalhando em seus estudos.

Ele não ligou, mas no outro dia que percebeu minha ausência me indagou o porquê daquilo. Inseguros, nós éramos inseguros e não, não era uma coisa bonitinha ou fofa de se ver e muito menos escutar. Nós brigamos naquele dia e passamos mais de uma semana sem nos falarmos.

Orgulhosos também. Olha que bom. Era a combinação perfeita. Inseguros e orgulhosos.

Quando ele ligou sua voz parecia agourenta e eu logo fiquei em estado de alerta, alarmada por causa disso e “pronta” para que a má notícia viesse. E realmente veio. Se eu pensava que faltava algo para que me quebrasse e esse algo não fosse acontecer muito rapidamente, aquilo foi de certo a mira perfeita para que isso acontecesse.

Rápido e frívolo. Foi assim.

— Uma garota me beijou. — Lembro que a voz dele estava hesitante, como se eu estivesse de frente a ele e estivesse com as mãos fechadas em punho. — E eu não a afastei.

Respirei fundo, passando a língua pelos lábios e praticando o que Alice me ensinara dias atrás, quando eu explodi de raiva. Taciturnidade. Sabe o que é isso? Paciência, passividade e coisas as quais me eram escassas até semanas antes. Eu comecei a praticar nas pequenas coisas e me tornara um pouco melhor a respeito disso, mas não tanto a chegar a ser boa.

Trinquei meus dentes e a voz saiu por eles.

— Que bom. — Eu murmurei.

Eu sabia, sabia que isso iria acontecer, no entanto não me preparara para isso antes de receber a notícia que acabara com meu dia. Ele havia me dito que voltaria; que daria um jeito de isso que nós tínhamos não morrer. Edward havia me dito que quando voltasse ficaríamos juntos, e eu acreditara como a perfeita idiota que sou.

— Ela se chama Amber…

— Eu não preciso saber desses detalhes, tudo bem? Não preciso saber se você a levou para cama logo em seguida ou qualquer coisa do tipo, eu só quero que você, Edward, que… que — minha voz se embolou com as lágrimas que prenderam minha voz. — Acabe de uma vez com tudo isso.

Ele suspirou.

— Podemos tentar outra vez.

— Eu não perdoo traição, sinto muito. Você já sabe disso. — Eu disse, sentindo minha respiração tremer juntamente com as minhas mãos. Prender as lágrimas enquanto tentava manter a minha voz uniforme não era bem o meu ponto forte, na verdade, poderia ser considerado um dos fracos.

— Não foi uma traição. Só foi um beijo.

Aquela fala foi o que acendeu a maior raiva que eu já havia sentido em minha vida dentro de mim e eu levantei-me, ficando sentada na cama enquanto trincava meus dentes com força e pressionava meu celular no ouvido com uma pressão exagerada demais. Como ele tinha coragem de falar para mim que fora somente um beijo?

— Só? Só? — Indaguei, agora gritando enquanto jogava a primeira coisa que eu vi na minha frente na parede, espatifando o prato onde se encontrava a pizza de antes. — Você a queria, Edward, não me faça de idiota! Se você beija a garota é porque você quer algo… você sente algo por ela.

— Bella eu não…

Meu coração batia em disparada enquanto as enxurradas de palavras despejavam toda raiva que eu possuia dentro de mim de uma forma involuntária. Eu nem sabia de que pedaço de minha mente estava vindo, só sabia que eu estava gritando e quase arrancava meus cabelos com uma mão.

— Não, não venha me dizer que não pensou no que estava fazendo, porque eu tenho certeza que eu passei por sua cabeça e você em sua mente murmurou um “ferre-se a idiota nem vai ligar” Olha, se você quer saber mesmo… eu percebi, percebi mesmo o quanto você pareceu distante nas últimas três semanas.

Eu não fazia esforço para soltar o ar que as minhas palavras apressadas comiam, por isso logo estava ofegante, soluçando ao mesmo tempo em que arfava. Um silêncio agonizante se instalou do outro lado da linha e por um momento perguntei-me se ele desligara.

— Lembro que uma amiga me falou antes que os homens não amavam alguém de verdade, e se tivesse uma exceção essa só seria sua mãe. Lembro de ter argumentado os vários motivos pelos quais eles tinham sim, eles amavam. Mas ela insistiu e eu também. Quão bobinha eu era, eu estava somente no primeiro ano de ensino médio e não tinha nem vivido metade da porcaria de vida que iria encontrar pela frente.

— Você está generalizando demais, Bella.

— Eu também falei isso para ela. Eu falei que nem todos eram daquele jeito que ela estava dizendo, mas no final… agora, eles são mesmo. Os homens ficam com uma garota e… sabe, quando se enjoam ou encontram outra mais bonita ou que tenham algo que a outra não tinha, lhe escolhe. É involuntário… vocês nem percebem os pequenos detalhes que provam isso que eu estou dizendo isso.

— Espera…

— Edward — Eu sussurrei, tentando me acalmar. Em vão. — Perceba isso, perceba o que eu estou dizendo para você. Você vai ver que a minha amiga e eu estamos certas, é sempre assim. E olhe, se você não vai fazer eu mesma faço. Nesse exato momento nós não temos mais nada que nos ligue, mais nada que te prenda a mim ou vice versa. Você está livre para ficar com a garota e você e eu esqueceremos de que um dia tivemos algo escondido que no final virou público e para todo mundo ver. Você se esquecerá de tudo que um dia eu te falei, esquecerá que um dia nós namoramos ou algo assim.

Mordi meus lábios com força para parar o soluço de explícita tristeza que queria escapar de minha garganta, entregando-me mais do que eu já estava fazendo.

— E vice-versa. — Ele murmurou.

— Sim, vice-versa. — Concordei, apesar de ser mentira.

Eu não tinha tanta capacidade quanto parecia para esquecer as coisas que me marcaram e me lembraria mesmo que não quisesse.

— Então… Adeus.

— Tchau, Edward.

Isabella Swan. — Sua voz, cortês como se estivesse se despedindo de um completo estranho. Sendo que eu não era… eu não era estranha para ele.  

O celular provavelmente deve ter se quebrado quando eu o joguei na parede assim que ele murmurou isso, no entanto não liguei tanto com isso e sim com o tanto de cortes que tinha na minha mão por apertar um dos pedaços de vidro do prato quebrado. Sangue. Isso não era nada bom e eu nem havia percebido quando eu tinha pegado o pedaço.

Eu poderia me matar e nem saber.

Eu o perdera. Nós nos perdemos, para ser sincera. Grunhi de raiva por causa disso e andei até a cozinha com o rosto coberto de lágrimas, enfiando minha mão dentro da água gelada, sentindo o ardor e a dor com os dentes trincados. Mão esquerda, ainda bem, isso não me atrapalharia na escola ou algo assim.

Tinha alguns que eram fundos, fazendo-me ter consciência que deixaria marcas depois, no entanto tudo que eu menos estava me importando era isso.

— Bells? — Riley também adquiriu a mania de me chamar do meu apelido ridículo de Forks.

Não olhei para cima, não queria que ele me visse chorando, mas internamente perguntava-me o que ele fazia aqui já que eu estava sozinha antes.

— O que aconteceu com a sua mão? — Ele perguntou.

— Vidros. Cacos de vidros. — Sussurrei agradecendo por meu cabelo estar solto.

— E com você… o que aconteceu com você?

Eu balancei minha cabeça. A dor em minha mão diminuiu, entretanto ainda continuava doendo o bastante para que eu tivesse que trincar meus dentes.

— Eu mereço um pouco de consideração, não acha? — Indagou.

— Não briga comigo. — Sussurrei apesar de sua voz ser baixa e calma.

Pela camada de cabelo a qual eu deixava sobre meu ombro, dava para ver que ele sorrira de leve e pegara um pano qualquer. Como se eu fosse de porcelana, ele pegou minha mão machucada e a colocara, apertando-a de modo delicado, com medo de me machucar ou qualquer outra coisa.

Eu o abracei com força antes mesmo de minha mão estar enxuta e ele retribuiu, cambaleando para trás e se encostando a uma parede para que tivesse onde me apoiar. Pela primeira vez eu deixei que alguém sem ser Edward ficasse comigo enquanto eu chorava por tanto tempo quanto estava o fazendo.

Era doloroso demais para que eu pudesse raciocinar no que estava fazendo. Riley apenas ficou lá, sem falar ou perguntar algo, deixou-me ensopar sua camisa de lágrimas, e era bem provável que ele ficasse com sua audição afetada por causa de meus soluços altos e agudos. Eu era uma merda mesmo, precisava de alguém para que pudesse enfrentar um termino de um namoro.

Isso não era saudável. Isso não era normal. Eu tinha que parar enquanto ainda era tempo.

Sofrer por alguém… que estava longe de mim era mais fácil. Eu não teria que vê-lo por algum tempo e esperava que esse mesmo tempo fosse o suficiente para que já tivesse superado a paixonite infantil o qual tinha sentido por ele. O normal e o saudável era isso e eu me esforçaria para conseguir alcançá-los.

Passei a mão boa pelas costas de Riley, o agradecendo enquanto me separava sem mais palavras.

— Obrigada. — Sussurrei.

Ele deu de ombros e pegou meu pulso, examinando a gravidade dos ferimentos de minha mão. Eu tive a impressão que não foram muitos, mas agora observando pela luz forte da cozinha, poderia imaginar que tinha e doíam mais do que apareciam.

— Você tem algo contra o hospital nesse caso? Não vamos nos demorar tanto lá, Bells. — Perguntou.

— Pode ser.

E na verdade, não nos demoramos. Por incrível que pareça tudo parecia estar conspirando contra mim quando eu cheguei ao mesmo, sendo Carlisle Cullen a me atender, sorrindo amistosamente. Então Edward ainda não o havia contado a grande novidade, afinal. Talvez esquecimento, raiva ou falta de vontade mesmo.

Não me importava os motivos dele.

— Como se cortou, Senhorita Swan? — Indagou franzindo seu cenho.

Eu sorri para deixar a mentira mais convincente.

— Me esqueci que tinha um prato quebrado em minha mão. — Dei de ombros como se fosse à coisa mais normal do mundo. — Isso sempre acontece, eu sou muito distraída.

Ele assentiu, mas pelo seu olhar eu sabia que ele não houvera acreditado em nenhuma de minhas palavras anteriores e esforçadas. Seria tão mais fácil se minhas mentiras soassem convincentes, isso talvez o impedisse de comentar algo assim enquanto jantava com a sua família. Isso chegaria a ouvidos de Edward e ele acharia que eu era uma pessoa com faculdades mentais alteradas.

Que se ferrasse o que ele pensasse de mim, eu não queria mais pensar nele por hoje. Claro que isso era meio — senão completamente — impossível de se realizar. Eu, apesar de não gostar da idéia, iria chorar a noite toda como era de praxe e previsível que eu fizesse, eu me conhecia o bastante para saber sobre isso.

Fraca. Isso só mostrava o óbvio.

Eu fui para a casa de Renée com Riley e tentei parecer normal para não deixá-la tão deprimida quanto ela estava esses dias, só que isso não serviu para nada. Ela descobriu o que acontecera e deixou que eu chorasse em seu ombro como quando eu era criança e caia de algum lugar ou alguém brigava comigo.

Quem sabe, talvez, eu ainda não amadurecera e só estava tendo uma reação reflexa e normal para uma criança de 3 anos? Isso chegava a ser certo.

— Ele não sabe o que está perdendo, Bells. — Escutei Riley murmurando enquanto acariciava meus cabelos com o lado exterior de sua mão.

Renée concordou, beijando minha testa.

Não — murmurei em minha mente, mordendo minha língua para não falar isso em voz alta e acabar passando de idiota. —, ele sabe sim o que está perdendo, ele sabe muito bem. Um encosto. Ele está perdendo um encosto. Um homem, afinal, não pode passar tanto tempo sem sexo, e logo na universidade onde tinha mulheres, não garotas como eu.

Eu estava começando a concordar com mais naturalidade que tudo só passara de sexo para Edward. E ele só fora paciente comigo porque queria levar para a cama uma garota de 16 anos virgem, que confiava nele o bastante para se entregar. Enxergando isso de outro ponto de vista, percebia que isso não poderia ser mais patético quanto estava sendo. Usada, isso que eu fora.

— Está tudo bem. — Riley disse, abraçando-me de lado e me guiando até seu novo carro para me levar para casa. — Eu estou aqui. — Ele acrescentou fazendo-me rir de leve, abraçando-o também com um braço em sua cintura.

Minha mão enfaixada latejou e eu a levantei como se estivesse quebrada. Carlisle falara que não demoraria tanto para parar de doer, mas eu deveria tomar um remédio para dor todo dia até completar duas semanas. Pelo visto, tinha sido algo bastante profundo ou doloroso para ter que tomar remédio por duas semanas, e eu tentava não pensar tanto isso.

— Eu sei que você está bobão. — Revirei meus olhos.

— Bellinha! — Alice gritou de sua casa assim que Riley descolou seus lábios dos meus cabelos.

Assim que percebeu que tinha minha atenção parou de correr para tentar me alcançar e começou a andar como se fosse uma pessoa normal do mundo sendo que não era. Tentei sorrir para ela, mas seus olhos atentos dissecavam minha expressão para baixo eu sabia antes de ela me perguntar se Edward tinha a ver com isso, que ela sabia do que havia acontecido.

Às vezes me assustava o fato de ela parecer intuir as coisas naturalmente.

— Foi Edward, não foi? — Perguntou lançando um olhar cauteloso para Riley que estava atrás de mim, ainda com os braços ao redor de meu ombro.

Olhei para baixo e tentei escapar disso gaguejando.

— Foi, Alice. — Riley disse, poupando-me. Agarrei sua cintura com mais força, o agradecendo de um modo singelo e que eu tinha certeza que ele notaria.

Ela suspirou e não falou nada do tipo “eu sabia”, mas pelo seu olhar repreensivo eu sabia que ela queria falar. Eu estava tão mal assim para que não pudesse ouvir uma simples verdade? Eu achava que não. Para não causar nenhuma confusão eu não comentei nada e apenas mordi meus lábios, hesitante.

— Como você está Bells? — Indagou Alice, com a voz baixa.

— Bem. — Suspirei. — Aliás, não é por causa disso que eu vou morrer, é claro.

Alice e Riley sorriram abraçando-me ao mesmo tempo.

— Você vai para a escola amanhã? — Perguntou ela, tentando afastar-nos daquele assunto depressivo.

Eu assenti.

Charlie que já estava acostumado com meu desastre nem perguntou sobre o que havia acontecido com a minha mão, apenas perguntou o porquê de meu rosto estar inchado como se eu tivesse passado a tarde toda chorando. Eu respondi, com toda a sinceridade que eu possuia dentro de mim, que de fato eu havia chorado. Mas não a tarde inteira.

Meu namoro com Edward havia acabado; eu acabara. Isso o havia deixado com raiva e ele falara que eu não namoraria ninguém até ter dezoito anos, e eu havia concordado. Eu não estava interessada em procurar outro namorado quando ainda… lembrava de Edward. Não queria me machucar mais do que já havia.

A notícia boa era que de noite eu não chorara nem uma lágrima porque havia dormido tão rápido que eu nem me lembrava se tinha me despedido de Riley ou não. A notícia ruim era que eu chorara ao acordar, lembrando-me do dia anterior e tendo as provas que não tinha sido um sonho ou qualquer outra coisa.

Minha mão doía, assim como minha cabeça, no entanto não usei isso de desculpa para faltar à aula hoje.

Os dias se passaram tediosos e eu percebi que a grande maioria das pessoas estava tentando me animar, tirar a expressão de mosca morta — assim como Alice dizia — de meu rosto e me fazer voltar a sorrir como antes. Inalcançável, porém eles não pareciam pensar a mesma coisa ao disputar um concurso de piada. Os idealizadores disso? Alice e Riley, como sempre.

Eles não saiam de meu pé um dia sequer e eu não achava isso uma coisa ruim. Eu estava começando a ser um pouco plausível e paciente quando se tratavam daqueles dois, principalmente com Alice que me parecia frágil demais com a sua pequena estatura e com aqueles cabelos pretos que caiam lisos até seu ombro.

E Riley… Riley era um caso a parte o qual eu sempre deixava para pensar depois, quando eu me acostumasse com o quanto ele estava presente agora. Um dia ele me admitiu que talvez estivesse retraído pelo quanto eu estava ficando com Edward, deixando-o de lado e para segundo plano. Tudo que eu fiz foi o abraçar e sussurrar um pedido de desculpas por tudo.

Eu me sentia tão envergonhada pelo que eu estava deixando passar ao ficar e gastar todo o meu tempo com Edward que não sabia nem como olhar na cara de Riley quando ele havia me dito aquilo, mas ele não ligou e me fez voltar a agir normalmente como antes.

O colar de castelo que ele me dera continuava em meu pescoço. Não como antes. Com todos aqueles significados, mas sim porque eu o achava bonitinho e gostava do quanto era detalhado. Não estava enganando a mim mesma pensando sobre isso desse modo, apenas expondo a simples realidade.

Eu gostava dos detalhes, da forma de castelo medieval que ele possuia, não de outras coisas.

— Vamos sair hoje de noite? — Perguntou Riley abrindo a porta de meu quarto sem bater encontrando-me com as mãos dentro do cabelo e fitando o livro.

Ele pediu desculpas com os olhos quando eu o fuzilei.

— Só se me ajudar na lição de trigonometria. — Sorri de leve para ele. — Que tal, hã? É uma boa troca.

Riley sorriu para mim, sentando-se ao meu lado e me forçando a sentar direito na cama já que ele parecia indisposto a dar aula a uma pessoa que estava quase caindo de sono pela noite mal dormida anterior. Eu sabia que se passaram dois meses que eu e Edward tínhamos terminado o que quer que fosse, mas os pesadelos continuavam.

Logo quando eu já estava o superando. Ou eu achava que estava. Tanto fazia naquele momento, só sabia que eu estava pensando nele cada vez menos já que estavam entretendo-me da melhor maneira possível e que um dia pudessem pensar.

Eu sempre fui orgulhosa quando se tratava de traição e todo mundo que me conhece sabe disso, e eu posso até sofrer no começo por causa da mesma, mas logo em seguida estava fitando a pessoa com uma arrogância maior que o normal para mim. Eu odiava traições, mentiras ou qualquer coisa desse tipo, aliás, quem gostava?

Riley não era o melhor professor do mundo. Nunca seria se fosse visto com as suas gracinhas que me faziam dar um murro em seu braço com raiva, mas sem ele eu claramente não conseguiria entender metade do assunto de Trigonometria. Ele era bom, ótimo na verdade nisso e eu comecei a ficar com raiva quando ele disse que iria fazer alguma faculdade que envolvesse isso.

— Calma, eu não vou fazê-la muito longe daqui. — Ele me tranqüilizou com a voz taciturna, parecendo falar com um bebê assustado. — Não vou deixar você. Nunca. — Garantiu-me.

Eu assenti e não falei nada enquanto olhava para baixo e mordia meus lábios. Promessas nunca são verdadeiras, mas de algum modo eu podia confiar nas de Riley, independente de tudo que acontecesse. Percebendo a ocasião apropriada ele me abraçou delicadamente, cauteloso para eu não achar que ele estava se aproveitando.

Essa idéia chegou à minha cabeça alguns dias atrás quando eu percebi que Riley não estava sendo como antes que me agarrava a qualquer hora. Não que eu quisesse isso, mas era como se o meu Riley não estivesse aqui como antes. Eu não falei nada, é claro, mas eu estava menos hesitante quando se tratava dele, não estava o afastando quando, de repente, ele me dava algum abraço mais forte que o normal.

Eu tentava mostrá-lo que não tinha nenhum problema assim como ele me trouxera de volta quando eu me retraí de vergonha.

— Às sete? — Perguntou antes de sair de meu quarto.

— Sim, às sete. 


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Notas finais do capítulo

Awwwwwww, Belley. Quem me conhece sabe que eu sou louca pelo Riley/ Xavier Samuel, ou seja... Enfim, vocês acham que acontece alguma coisa entre eles? Porque, sabe, ela meio que sentia algo por ele antes, será que isso pode reviver? Logo logo posto o outro capítulo ♥ comentem!