Can we whisper? escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 11
Capitulo 10 — Casualidade x Amor.


Notas iniciais do capítulo

Okay, eu demorei pra postar - mais do que deveria -, eu sei, eu sei, but... eu não estava encontrando tempo porque as minhas provas começaram e eu sou péssima em administrar tempo. Sério isso, tenho que aprender. Bem... espero que gostem, eu gosto desse capítulo, sei lá... é que ele é legal e é isso ai. Beijos.



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Charlie ligara três vezes para mim naquele dia, perguntando como eu estava e se eu estava dormindo direito, se o quarto era legal e se eu tinha uma cama de casal somente para mim. Ele estava exigindo demais, no entanto disse sim para todas essas perguntas, ocultando a parte de que alguém houvera me feito companhia na cama de casal.

Para mim, isso não era uma coisa que se informasse para um pai. Ele iria percebendo, devagar.

— O que você quer fazer hoje? — Indagou Edward assim que terminamos de tomar o café-da-manhã que eu havia feito. Eu sorri maliciosamente para ele, fazendo-o rir, já imaginando que idéias se passavam por minha cabeça. — O que eu fiz com você? Céus! — Ele riu. — Nós vamos sair, não vamos ficar trancado dentro do quarto o dia inteiro. Hoje é sábado, Bella.

— Não me importo de ficar trancada dentro de um quarto o sábado todo. — Murmurei de mau gosto. E então eu suspirei, mordendo meus lábios hesitantemente. — Tudo bem, para onde vamos?

— Temos a noite inteira ainda. E as noites dos outros três ou quatro dias. E quando conseguimos escapar. — Ele me lembrou, sorrindo. — Chefe Swan vai desconfiar se não sairmos para nenhum lugar, porque eu o disse que iríamos sair um pouco, talvez conhecer outra cidade ou para um dos castelos e também eu tenho um lugar para te mostrar.

Eu me animei com a idéia de termos a noite inteira para fazer qualquer coisa, e os outros dias… parecia tudo perfeito para mim. Minha amostra grátis no paraíso.

— Que lugar? — Eu me entusiasmei. Era legal conhecer lugares novos, principalmente os quais Edward sempre me levava.

— Você vai ver quando chegarmos lá. — Edward sorriu com a minha carranca, terminando de tirar os pratos da mesa.

Eu me ofereci para lavá-los, mas ele se negou a deixar que eu fizesse mais alguma coisa, já que eu já havia feito coisas o bastante para uma visitante. Pelo que parecia aqui em Glastonbury não era educado da parte das pessoas que recebiam um visitante, deixarem que eles fizessem alguma coisa dentro da casa, mas quando Edward falou aquilo para mim tive a impressão que aquilo era mentira.

Anticoncepcional Eu fiquei agradecida por lembrar-me daquilo, mesmo sabendo que cedo ou tarde eu iria perceber que estava esquecendo algo. Era assim que eu funcionava, eram raras as vezes que eu esquecia alguma coisa.

Mesmo estando um tempo frio e eu não precisar, tomei um banho quente. Quase que instantaneamente meus ombros relaxaram e eu suspirei com a ótima sensação que aquilo me causava — não sendo a melhor depois da noite de ontem, com certeza. Mas eu evitava pensar sobre isso porque eu sempre acabava com as bochechas coradas e parecendo uma idiota.

De alguma forma, eu… bom, estava me iludindo demais. Era lógico que Edward fora perfeito, que ele é perfeito, mas o termo “algo escondido” ainda habitava minha mente, e com ela vinha à memória que os sentimentos aqui, nesse caso, não eram garantidos. Não eram para ser, afinal, e quando terminasse eu teria de esquecer-me sobre tudo que passamos.

Eu não era boa com relacionamentos à distância — e eu tinha plena certeza que o que ele sentia por mim não era suficiente o bastante para que pudesse agüentar todos esses anos longes, todos esses anos em um lugar infestado de mulheres muito melhores do que eu. E eu o entendia, afinal… Edward era um homem, e eu era uma garota. Somente.

— Porcaria. — Resmunguei.

Afastei esses pensamentos e suspirei, bloqueando-os por pelo menos esses quatro dias que eu passaria aqui, com ele. Quando pequena eu sempre afastava os pensamentos ruins com a desculpa que… as preocupações demorariam muito tempo para que viessem ocorrer, mas agora estava tudo em cima da hora. Hoje já era Fevereiro e ele ia em Março. Talvez antes, eu procurava não saber tanto sobre isso.

Vesti uma roupa normal que eu sempre usava. Uma bota de frio, uma calça jeans escura e colada porque eu não gostava de ficar levantando-a, e uma blusa fina por debaixo dos dois casacos que eu usei. Não era muito arrumado, no entanto não chegava a ser tão “roupa de casa”

— Está pronta? — Indagou Edward, assim que eu desci as escadas.

Ele também parecia estranho, como se estivesse acabado de levar um choque. Franzi meu cenho, tentando afastar aquela depressão para longe de mim e aproximando-me dele, ajeitando a gola de seu casaco. Seus olhos acompanharam meu rosto enquanto por três segundos enquanto eu abaixava sua gola.

— O que houve?

— Nada. — Era mentira, obviamente tinha acontecido algo que ele não queria me contar. Mas eu não entendia… eu só havia ficado uns minutos lá em cima, não tinha nada de errado quando eu me retirei.

Será que tinha sido algo que eu falara?

— Na verdade, aconteceu algo sim. — Ele murmurou, bufando e olhando em meus olhos de uma maneira que chegava a ser torturada. Engoli em seco e mordi meus lábios com força, estando irremediavelmente nervosa. — Vou ter que ir mais cedo para Nottingham. Na ultima semana de fevereiro, em vez de dia 10 de março.

Eu assenti, piscando e tentando não mostrar o quanto eu havia ficado magoada com aquilo. Mas eu não tinha o direito, ele não fazia porque queria, não era? Deve ter ocorrido algo na Faculdade que apressou isso, deve ter sido… ele não tinha culpa. Desde o começo ele houvera me avisado que isso era errado.

— Bella. — Edward me chamou, puxando meu rosto para que ele pudesse ver meus ridículos olhos marejados. — Não fica assim, por favor. — E então envolveu seus braços ao meu redor, abraçando-me carinhosamente. — Se eu pudesse, ficaria aqui com você.

Não solucei, não chorei e não funguei. Controlei-me para que não parecesse uma idiota na frente dele, eu não podia dar uma de garota apaixonada que estava magoada porque seu amor estava indo embora para outro estado. Era ridículo, eu não era uma garota apaixonada… eu era jactanciosa o bastante para não ser isso.

— Vamos sair ou não? — Indaguei, afastando-me.

Edward me fitou por alguns instantes, parecendo com raiva.

— Por que você é tão sem sentimentos? — Perguntou ele com a voz apertada de ódio.

— Ter algo escondido não significa isso? Ser algo totalmente casual… sem sentimentos para que depois… ninguém se machuque.  — Tudo bem, eu não pensava assim na maioria do tempo e sabia que estava argumentando errado. Mas, de novo, eu não queria parecer idiota ao me declarar apaixonada por ele. Sentimentos ferravam tudo.  

— Está chamando o que fizemos ontem de casualidade? — Indagou de novo, centrando-se somente naquilo que eu falara.

— Tudo bem então… carinho, talvez? Não é o que você está pensando, Edward. — Murmurei, sem me encolher, tomando cuidado para não começar a gritar que o que havíamos feito ontem a noite era sim o que ele estava pensando. Ontem à noite fizemos amor.

— É sim. — Insistiu ele. — Aliás, eu… estou parecendo aquele Tom de 500 Dias com Ela nesse exato momento, mas ferre-se. Se não foi amor o que fizemos ontem, por que você sussurrou que me amava enquanto dormia? — Agora ele tinha se aproximado o bastante para que seu hálito batesse de leve em meu rosto enquanto eu o fitava incrédula.

Neguei com o rosto, sem conseguir falar nada.

— Eu não falo enquanto durmo. — Sussurrei.

— Você deve não saber, mas fala sim. Eu pensei que você estava acordada quando me chamou sussurrando, mas não. Você não estava e… completou que me amava logo em seguida. — Edward observou meu rosto incrédulo por alguns instantes, quebrando toda a raiva que eu sabia que ele estava ao colocar uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. — Foi amor o que fizemos ontem.

— Você acha que foi, mas não foi.

Eu o empurrei, sentindo-me humilhada e um lixo por ser tão desprezível com ele ao mesmo tempo, entretanto ignorei o que era sensato de fazer e subi às escadas em disparada, trancando-me no quarto o qual me foi designado. Era… uma atitude idiota, eu sabia, mas não queria parecer… apaixonada.

E não pareceria.

Eu não era muito boa com meus sentimentos, nunca seria, na verdade. Dentro de mim, crescia uma agonia quando percebia que estava deixando-os transparecer a pessoa destinada a tê-los, porque eu… eu não queria que eles soubessem afinal isso era uma fraqueza para mim. As pessoas normalmente me machucavam através deles, mesmo que não soubesse disso.

Eu passei o dia e à tarde todinha trancada dentro do quarto, de vez em quando chorando ou não. Às vezes eu percebia uma sombra de frente a minha porta, hesitante, e então ela ia embora, desistindo de falar comigo ou perguntar se eu precisava de algo.

A luz pareceu voltar a minha cabeça quando eu percebi — agora sem raiva — que o que eu estava fazendo com Edward, talvez viesse a machucá-lo com meu egoísmo. Eram nove horas da noite e eu estava atrasada para pedir desculpas, ou tentar amenizar a besteira que eu havia feito ao falar coisas que só se preocupavam comigo, com o meu bem-estar.

Mordi meus lábios e apertei minhas mãos umas contra as outras quando parei de frente a porta de seu quarto, pensando em voltar e esperar até amanhã. Talvez isso o desse tempo de ficar com menos raiva de mim, de minha besteira e infantilidade. Era o que eu gostaria que fizessem comigo porque, apesar de ser derretida, minha raiva mais profunda demorava mais de um mês para passar.

— Desculpa! — Sussurrei quando ele abriu a porta de seu quarto.

— Bella… — Ele tentou falar.

Avaliei seus olhos e estes mesmos pareciam extremamente ternos e calmos, sem quebrar a passividade que Edward possuia automaticamente. Suas mãos estavam dentro do casaco por causa do frio, no entanto ele tirou uma para passá-las por seu cabelo curto e rasteiro, mas que deixava seu rosto perfeito.

— Eu…

— Não, eu entendo que se você quiser que eu vá para a minha casa e nunca mais voltar a lhe procurar, eu entendo. Mesmo, Edward… só me desculpe, ou tente pelo menos. Eu não queria lhe machucar. E sim, sim, o que fizemos não foi algo casual, foi amor. Amor. — Admiti sentindo meus olhos marejar com a possibilidade de ele estar tão chateado comigo a ponto de não quer me ver mais em sua frente.

Seus braços se abriram para mim, e eu sem hesitar pulei nele, entrelaçando minhas pernas em sua cintura enquanto o abraçava com toda a força que eu possuia dentro de mim, e deixava algumas lágrimas cair por saber que eu estivera tão perto de perdê-lo e estragar esses últimos dias que ele estava aqui em Somerset.

— Prometo que amanhã não serei tão desprezível e vamos ao lugar onde deveríamos ter ido hoje, prometo. — Sussurrei.

— Não precisa prometer nada, Bella. — Ele disse.

Tive vontade de dizer que lhe amava naquele momento, no entanto apenas prensei meus lábios com força e encostei meu queixo em seu ombro, beijando-lhe de maneira carinhosa e delicada o pescoço. Queria que ele soubesse que eu o amo apenas por aquele singelo beijo, sem precisar de palavras ou qualquer outra coisa. Mas obviamente não era possível que aquilo acontecesse.

— Summer. — Ele riu.

Eu apenas assenti, rindo junto com ele, sentindo-me incrivelmente culpada por ter feito aquele perrengue de manhã. Agora que eu estava sem raiva, eu me perguntava o que diabos existiam em minha cabeça no exato momento cujo eu neguei que o que havíamos feito fora amor. Medo, talvez? Vergonha de assumir?

Nada disso justificava ou era bom o bastante.

Como eu não havia comido nada o dia todo, ele me forçou a comer algo assim que eu soltei minhas pernas de sua cintura, olhando-lhe nos olhos para saber se eu estava perdoada. Pelo que parecia, eu estava e esperava que o que seus olhos mostravam fosse verdade porque eu não queria saber que tinha estragado essa maratona com Edward.

E eu claramente, iria escapar e vir para cá mais vezes quando os quatro dias restantes acabarem. Eu ainda tinha alguns dias — no mínimo 20 — para aproveitar enquanto ele ainda estava aqui em Somerset.

E então a culpa me assaltou de novo enquanto Edward e eu estávamos enrolados em uma manta, abraçados em cima do sofá depois de ter jantado. Mas não era a culpa pelo que eu havia feito essa manhã — embora essa ainda me acusasse freqüentemente — era a culpa que eu já havia me esquecido que existira. Uma cuja eu já estava acostumada. Há quatro anos, na verdade.

Eu e Edward jantamos lasanha de caixa. Era tudo tão bom, tão saboroso que eu me senti empanturrada logo após ter me dado por satisfeita. A culpa por ter comido algo tão gorduroso me invadiu enquanto eu refletia sobre isso. Apesar de isso ser escasso esses dias, eu me sentia… uma comilona e tinha vontade de nunca mais comer em minha vida para compensar isso.

— Edward? — Eu o chamei, de leve. Ele era a única pessoa que eu sabia que me escutaria e tentaria me ajudar. E às vezes ele ajudava em somente escutar, sem falar nada, abraçando-me logo em seguida. — Estou me sentindo culpada. — Admiti, escondendo meu rosto em seu ombro.

Fazia tanto tempo que eu não sentia aquilo, tanto tempo que eu estava reagindo sem problemas com o tratamento contra Bulimia. Mas, afinal, eu não poderia passar invicta contra isso.

— Eu quero vomitar. — Minha voz foi baixa e eu quase sibilava.

Como se uma luz tivesse acendido na mente de Edward, seus braços se tornaram mais fortes ao meu redor, parecendo que estivesse me prendendo lá.

— Você não precisa. — Sussurrou ele. — E eu não sei o que falar. Que estudante de medicina deplorável eu sou. — Dramatizou com o intuito de me fazer rir.

Eu balancei minha cabeça, negando enquanto prensava meus lábios em seu ombro, esperando que a roupa de frio fosse fina o bastante para que ele sentisse.

— Não fala nada então. Só fica aqui por agora. — Pedi, cerrando meus olhos para que as lágrimas não caíssem do mesmo, entregando minha fraqueza extrema.

Essa era a reação que eu sempre tinha quando pensava que estava a poucos dias de ficar longe de Edward. E provavelmente tudo isso ir por água abaixo por causa da distância a qual sempre matava o relacionamento de pessoas como eu. Inseguras ao extremo.

Edward somente assentiu e depois de um tempo consegui afastar aqueles pensamentos de minha mente, ficando com os olhos normais de novo, sem ser marejados. Eu quase podia sentir a comida se revirando em meu estômago, no entanto sendo impedida pelos vários remédios que eu tomava para conseguir não vomitar quando tinha vontade.

Era horrível, e pelos minutos os quais fiquei agarrada com ele no sofá, só fiz cerrar os dentes, tentando concentrar-me no que cujo passava na tevê, nas pessoas felizes e normais as quais não estavam se recuperando de uma Bulimia. Se eu pudesse evitar ter considerado ter aquilo, eu o faria sem pensar duas vezes.

Não por outra pessoa, por mim.

— Tenho que ligar para Charlie. — Lembrei-me abruptamente. — Já volto ok? Não se mexa. — Ordenei sorrindo de leve para ele que assentiu, sorrindo como se estivesse acatando uma ordem de um comandante.

Mas Edward se mexeu. Seguiu-me até a cozinha, puxando uma cadeira para sentar-se e me observar discando o numero da casa de meu pai. Mordi meus lábios, com medo de ter interrompido algo entre eles, no entanto como ele atendeu ao telefone rápido, presumi que eu não tinha empatado nada.

Ainda bem.

— Oi, pai, eu só liguei para avisar que… — Parei de falar quando senti de novo as mãos de Edward em minha cintura, puxando-me para ele. Seus lábios alcançaram a minha orelha, mordiscando-a levemente enquanto sussurrava que eu continuasse falando. — Desculpe-me. — Arfei, tentando fazer minha voz ser algo mais que um sussurro.

— Você está resfriada, Bells?

— É isso mesmo! — Concordei apressada, obviamente mentindo. — Não sei por que, deve ser algo com o clima muito frio. Enfim, só liguei porque o senhor pediu para que eu ligasse assim que fosse dormir. E eu estou cansada agora porque eu fui a diversos lugares hoje, sendo assim eu já vou dormir, está certo?

Edward riu sussurrante em meu ouvido, deslizando suas mãos por meu braço.

— Que pena. Você está cansada. — Ele afastou os cabelos de meu pescoço, abaixando meu casaco para que ele pudesse beijar aquela parte. E assim que o fez, mordi meus lábios, contendo um gemido agoniado e exasperado de sair.

— O quê? Para onde você foi hoje? — Perguntou meu pai.

— Castelos. Um que eu não tinha ido. — Menti, sentindo-me péssima por estar agindo assim com ele. Isso logo passou quando Edward beijou meu pescoço, passando sua língua até meu queixo.

Ele trocou nossas posições, rapidamente pegando-me nos braços e colocando-me sentada em cima da mesa, encaixando-se em minhas pernas e alcançando com seus lábios minhas bochechas, pescoço e colo.

— Termine logo isso daí, Bella. — Ele murmurou.

Eu assenti, mordendo meus lábios com força de novo para reprimir um gemido.

— Então tudo bem. — Charlie disse lento. — Vou deixar você ir dormir. E amanhã, o que você vai fazer? — Indagou.

Eu quase bufei, revirando meus olhos.

— Não sei… Edward quem sabe. — Assim que mencionei seu nome ele soltou outro riso sarcástico, dando um chupão cujo deixaria uma marca em mim por ser pálida ao extremo. — E ele está assistindo televisão agora. Ai pai, eu vou dormir, tudo bem? Diga a Sue que lhe mandei um beijo.

— Tudo bem, Bells, tchau.

Deixei meu celular em cima do balcão enquanto sorria maliciosamente para Edward, entrelaçando minhas pernas em sua cintura, puxando-o para mim. Não ficamos, afinal, muito tempo ali e ele já estava me deitando em sua cama quando tirava de qualquer jeito um dos vários e incômodos casacos que eu vestia.

Apesar de tudo, foi calmo. Edward me ensinara coisas novas e eu gostei, gostei de ele ter tido a paciência de me ensinar como retribuir seus toques em mim, e ele parecia orgulhoso por ter sido o primeiro a me ensinar tal coisa. Era quase irônico isso tendo em vista que eu quem deveria estar me sentindo assim.

Não teve toda a hesitação que teve antes, quando ele ainda tinha medo de me machucar ou algo assim, mesmo não o fazendo em nenhum momento da noite anterior.

Fui e me esforcei para eu ser carinhosa, talvez lembrar-me de ser paciente e esperar até quando ele quisesse, mesmo que isso me agoniasse. E eu o beijei tanto quanto pude, o acariciando e admitindo meus dedos trêmulos enquanto executava tal ato. Ele sempre sorria torto para mim, pegando minha mão que por várias vezes estava em sua bochecha, fixando-a lá, fazendo a tremedeira parar. Enfim, tentei mostrar que eu sentia algo por ele; que era algo especial para mim e que eu não estava pronta para deixá-lo ir.

Eu tinha certeza que ele notara a ultima parte porque e sussurrara isso para ele, recebendo um “eu também, minha Bella” incrivelmente verdadeiro. Era perceptível que nenhum de nós dois queríamos nos separar tão cedo, mas eu tentaria fazer com que esses dias, os últimos, valessem à pena. Eu seria eu, sem esconder nada.

De novo tive vontade de dizer que o amava, no entanto apenas pressionei meus lábios com força um contra os outros e tirei essa idéia da minha cabeça. Era muito cedo e ele acharia que era uma mentira contada por uma menina de 16 anos cuja não tinha a mínima idéia do que é, verdadeiramente, amor.

Sendo que eu tinha. Eu o amava.

— Um mês! — Murmuramos ao mesmo tempo, lembrando-nos.

Rimos e eu escondi meu rosto em seu peito.

— Faz um mês que nos conhecemos. — Lembrei, sorrindo.

— Eu tenho uma coisa para você. — Edward disse após uma longa pausa para me olhar. — É para que você se lembre de mim quando… quando eu não estiver.

Eu me encolhi de frio quando ele saiu da cama para pegar a tal coisa, mesmo eu estando vestida com sua camisa. Talvez ainda faltasse que eu me acostumasse com o clima de Glastonbury, porém eu não precisei me encolher mais ainda quando Edward aumentou o aquecedor e sentou-se na cama.

Levantei-me para ficar ao seu lado e ele sorriu de novo, olhando-me enquanto tirava algo comprido de uma caixinha negra — no escuro não dava para ver direito a cor. Pela luz mínima que entrava pela janela transparente a qual não teve as cortinas fechadas corretamente, percebi que era um cordão de prata com um castelo pequeno, mas detalhado no final dele.

Era lindo e delicado. A combinação perfeita. Os detalhes… tudo.

— Você gostou? — Perguntou quando tudo que eu fiz fora sorrir para ele.

— Tenha certeza que lembrará você. — Eu disse, ainda sorrindo de maneira larga e explicitamente contente. ― É… perfeito. 

Aproximei-me dele, apoiando-me nos meus tornozelos para alcançar seus lábios e beijá-lo. Bom, essa era a parte de Edward que eu não me imaginava em abstinência. O beijo, somente o dele. E como ele o terminava, beijando-me por última vez dançando suas mãos por minha cintura, em uma simples carícia.

— Eu… Eu… — Gaguejei corando. — Obrigada pelo cordão, realmente não precisava, eu me lembraria de você em qualquer ocasião. Mesmo, Edward.

Fiquei agradecida por ele não desconfiar de eu ter gaguejado no começo de minha sentença, por isso me aproximei dele de novo e me encaixei em seu colo, ainda ereta para que ele colocasse o colocar em mim assim como ele estava tentando. Eu ri de leve e o tentei ajudar, mas Edward afastou minhas mãos gentilmente.

Quando ele finalmente conseguiu colocar, seus lábios beijaram minha testa.

— Quero que se lembre de mim, Bella. Eu vou voltar e ficaremos juntos. — Garantiu.

Olhei-lhe por alguns longos segundos, sorrindo e beijando-lhe mais uma vez.

Bom, de qualquer jeito, aquele era um tiro no escuro. Aquela promessa era verdadeira por agora, mas e depois? As coisas mudavam drasticamente ao passar do tempo, as pessoas mudavam, no entanto enquanto eu tentava não acreditar nas palavras anteriores de Edward, mais eu ansiava para que fosse verdade. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e é isso ai. Comentem, indiquem, essas coisas todas. Desculpem se tem algum erro perdido por ai, às vezes ele se esconde de mim kkk ♥ beijos.