REGRA #10

Utilize a técnica de estimulo intermitente: Um dia dê-lhe corda e toda a atenção do mundo e no seguinte nenhuma, assim de forma alternada. Atenção-Indiferença. Não siga um ritmo com isso.

10 de agosto, 1998

Querido diário,

Um novo garoto chegou na escola. Não é como todos os outro meninos, com sorrisos ampliados e vozes entusiasmadas. Ele chegou como um pequeno anjo de olhar terno e verdes olhos. Quando eu vi minha barriguinha começou a doer-me.

Acho que gosto dele. Só espero poder ser seu amigo.

3 de setembro, 2008

É patético que com meus vinte anos continue escrevendo nessa porcaria. Mas eu encontrei com o livro e sinto que é uma boa forma de desabafar.

Gerard me faz mal. Seus olhos, seu sorriso, sua voz...

Essa maldita forma que tem de me dar amor. Não somos namorados nem nada disso. Somos melhores amigos, mas talvez eu precise de algo mais. Ele estava me ignorando por dias, e por fim consegui ir com ele ao cinema.

Iremos a ultima sessão e nos sentaremos ao final da sala, esperando que as luzes se apaguem e poder nos acariciar e beijarmos.

Espero ansioso pela noite.

6 de setembro, 2008

Gerard me deu dois dias maravilhosos e depois simplesmente desapareceu. Não respondeu á minhas chamadas; na universidade foi quando voltei a vê-lo. E a verdade é que esta situação começa a me cansar.

Eu gosto. Fico encantando. ME deixa louco, e creio definitivamente que o amo, mas não posso esperar por ele, para que só quando sinta vontade me procure.

O preciso já, agora! Para mim e para sempre. E o conseguirei tão claro como me chamo Frank Anthony Thomas Iero Junior.

8 de setembro, 2008

Eu disse! Me sinto feliz, emocionado, e outro adjetivos que certamente ainda não inventaram.

Foi durante um show. Estávamos em um concurso de banda na universidade e Gerard cantava aquela primeira música que compôs. As vezes meu melhor amigo se aproximava de mim insinuante e roçava nossos lábios, mas apesar da atitude intermitente de Gee apenas me olhava ao cantar. Supus, então, que era minha oportunidade e tomando pela bochecha fiz com que girasse o rosto, sem importar-me que tivesse que cantar. Eu deixei que minha guitarra ficasse pendurada e sem soltar sua rosada e úmida bochecha beijei seus lábios com paixão, deixando sair minha língua para juntar-se a sua.

O publico ficou louco, e pouco nos importou terminar a musica.

-Quero que fique comigo e seja meu namorado. –Disse agitado separando-me um pouco. –Que diz?

-Já estava na hora. –Sorriu-me e logo beijou novamente meus lábios envoltos em uma onda de paixão.

Ao final da competição tinha um namorado e um troféu.

END

REGRA #11

Nunca mantenha o comportamento previsível e sempre amável, tens que ser imprevisível e mudar as coisas.

-Vamos Gerard, precisamos da maldita amostra.

-Não. –Negou passionalmente com a cabeça. –Odeio as agulhas!

-E porque diabos escolheu esta carreira? –O garoto havia se desesperado. Paciência e carinho lhe sobravam cada vez que via aquele rosto tão inocente e rosado. Mas essa atitude de seu parceiro de laboratório começava a desesperar-lhe. Muito rápido. Rápido demais...

-Eu lamento. -Sussurrou com lagrimas nos olhos observando a seringa pousada sobre a mesa. -Me desculpe Frankie...

-Não importa. -O garoto mais baixo começou a tirar o jaleco e subir a manga branca da camisa, parte de seu uniforme diário. -Faça você.

Gerard observou o braço de Iero. A ferida estava mais que amostra. Cada sessão, duas vezes por semana seu companheiro era o "paciente". Duas vezes pela semana Gerard obtinha cinco milímetros desse sangue... A marca estava presente. Um ponto vermelho, justo debaixo da dobra.

E tudo ocorreu como sempre. Gerard extraiu a amostra e prosseguiram a realizar sua contagem de plaquetas.

x-x-x-x

-Frankie... Me desculpe. -A mesma cena. Uma semana depois.

-Já basta Gerard Way! -Gee olhou seu amigo com surpresa. Frankie sempre havia sido amável, doce e compreensivo com ele e sua fobia por agulhas. -Eu me cansei das tuas lamentações! Sabia que teria que estar em contato com agulhas, então não me venha com sua infantilidade e coloque seu braço!

Os lábios tremeram. Gerard arregalou seus olhos, mas automaticamente fez o que seu companheiro lhe pediu. O sangue correu através da seringa e os cinco milímetros estavam prontos para serem analisados. A pratica de hoje: Determinação da hemoglobina.

Quando a classe terminou Gerard Way se encontrava em baixo de uma arvore com o braço dobrado e o olhar perdido. Algo se colocou entre seus olhos e o pasto do outro lado do jardim. Frank se ajoelhou em frente a ele vendo-o com olhos tristes.

-Me desculpe... -Pegou com cuidado o braço e beijou o lugar onde a agulha havia perfurado, pela primeira vez, a pele de seu lindo companheiro.

Gerard sorriu e assentiu perdoando-o. Afinal de contas jamais poderia estar chateado com Frankie. Este emocionado por ter conseguido o perdão de seu amado Gee segurou feliz o rosto do de cabelos longos para beijar lhe os lábios superficial e rapidamente.

Way se separou assustado.

-Frankie... O que... Que esta fazendo?

-Cale-se Gerard Way e beije-me! Eu estava desejando isso a muito tempo. Você não? -Gerard estava paralisado. Observando absorto o rosto serio de seu melhor amigo, e sem poder responder diante do tom duro que o outro usou ao falar. -Me beije!

Frank voltou a se aproximar. Seus lábios voltaram a fazer contato em um encontro mais profundo e úmido que o anterior. Esta vez Frank teve o prazer de conhecer a língua de Gee, já que este havia aberto docemente sua boca fazendo o convite mudo.

Se separaram ofegante com as bochechas rosadas e um intenso brilho irradiando de suas pupilas.

-Te amo Gee... -Falou com a mesma voz doce de sempre. Gee sorriu.

-Eu também. -Se abraçou ao seu pescoço sendo correspondido em seguida. -Mas não volte a tirar meu sangue.

Frankie riu e beijo sua bochecha.

END

REGRA #12

Use o mistério (mas não seja misterioso). Todos nós nos atraímos por mistério, é bom usá-lo.

Com uma perfeita sincronia o relógio marca as nove em ponto e ele já se encontrava aqui. No bar onde trabalho, na barulhenta cidade de Nova York. Pede sempre o mesmo, e novamente passa a beber sua bebida, sozinho, e olhando-me fixamente.

Isto eu apenas notei graças a Jeph, o barman, e nesse mesmo instante me pus a observar o misterioso cliente. Sempre vestido de preto em combinação com seu cabelo que chegava a sua bochecha. A pele era pálida e me aparentava ter uma textura suave. Mas, o mais perturbador, certamente, eram seus olhos. Duas grandes esmeraldas com flashes em marrom. Sempre frios e calculistas.

Levou-se assim uma semana. Este é o dia nove de sua visita e agora não posso me concentrar em alguém que não seja ele. Jamais o entendi. Estou certo de que morreria de vergonha apesar das tentativas do meu melhor amigo, Andrew, para que eu fale com ele. Disse que eu gosto dele, fiquei sem conseguir respirar. Eu, gostar de um ser como ele? Impossível!

x-x-x-x

Fui ao banheiro. Meu chefe me gritou sete vezes essa noite, estou certo de que isso é um desafio, mas vou passar por isso. Estou no banheiro molhando o rosto e tentando pensar em coisas desagradáveis que ajudem a desmanchar minha ereção. Sim senhoras e senhores, Frank Iero esta tento uma ereção vendo seu cliente e imaginando-o! Claro, em situações não muito sãs. Por exemplo, seus lábios sobre meu pescoço, suas mãos sobre minhas costas e meu corpo arqueando-se de prazer ao seu toque...

Bem, não acredito que pensar nisso me ajude. Suspiro com resignação e cubro meu rosto com as mãos até que outras mãos me segurem pela cintura.

Viro, retiro as mãos do rosto e o vejo. Só dois segundos, porque em um instante se encontra me beijando. Sim, beijando-me! E me sinto desfalecer... Beija tão bem!

Agora se encarrega de beijar meu pescoço e é o cumprimento de um sonho.

-Delicioso... -Sussurra em um tom rouco que me faz gemer.

-Como se chamas? -Posso falar apenas. Oprimido por estas mãos fortes que agora se encarregam de acariciar com agressividade meu traseiro. Ele só sorri e pra mim isso é mais que suficiente. -Te falarei então, sorriso... -Ele voltou a sorrir.

Mas que equivocado foi esse nome! Para ele, o nome mais certo para si seria "prazer". Minha ereção golpeava contra a fria parede, mas não me importava ao sentir a sua golpear esse ponto mágico no meu interior.

Cheguei á um incrível e asfixiante orgasmo com "sorriso" atrás de mim. Escutei seu longo gemido e senti encostar-se contra minhas costas.

-Gerard. -Murmurou antes de beijar minha nuca. -Meu nome é Gerard.

-Muito prazer. -Sorri tentando recuperar o ar. -Gerard sorriso de prazer...

x-x-x-x

E com a mecânica pontualidade cada sexta-feira meu "sorriso" aparece atrás da porta as nove em ponto. Pede seu drink e meia hora mais tarde a entrada do banheiro de cavalheiros se ocupa. Poderíamos fazê-lo em outro lugar, mas é uma tradição, e não penso em rompê-la.

-E então tu serás: Frankie Gemidos Deliciosos...

END