No começo eu recusei almoçar na casa de Percy, mas ele insistiu bastante, que acabei aceitando. Acabei descobrindo que no fundo, ele queria era que eu cuidasse da Lana, enquanto ele cozinhasse.

Eu não vou mentir, adorei cuidar de Lana por esse pouco tempo, além do mais, era um treino para quando eu tiver o meu próprio bebê. Por falar em bebês, me sinto a maior tapada de todos, caramba, o que eu tinha na cabeça quando pensei em vir pra cá? Eu só tenho vinte quatro, poderia esperar um pouco e pensar melhor sobre o assunto, mas não, cabeça dura como meu pai. Justo isso eu tinha que ter puxado dele?

Espero que quando eu tenha meus filhos, eles não herdem isso de mim... Imagina se eu tivesse que discutir com algum deles? Seria terrível.

-Annie? – Percy me chama da cozinha, tirando o foco da minha discussão interna para o ambiente em que me localizava. A sala totalmente bagunçada de Percy.

-Oi?- Perguntei, em resposta, com os olhos arregalados para a enorme bagunça que aquele pequeno bebê conseguiu fazer em instantes. De novo, eu talvez, devesse ter pensado um pouco mais a respeito. – Algum problema Percy?- Perguntei, já que não tive resposta.

-Naah, nada. É só que ficou muito silencio aí na sala e eu pensei ter ouvido a porta abrir, e queria saber se vocês ainda estavam aí...- Se explicou, e depois soltou uma risada muito, mas muito fofa.

-Sim, a gente tá bem aqui...- Falei olhando para os lados procurando Lana. Espera ele disse porta abrindo? Olhei em direção da porta, e droga, ela estava mesmo aberta.

Sai correndo para o hall do nosso andar. Ela é só um bebê, não pode ter ido longe. Meu coração começou a palpitar, de nervosismo. Eu nunca serei uma boa mãe, afinal, em menos de meia hora, perdi um bebê...

Senti meus olhos começarem a lacrimejar, e decidi pensar para onde ela pode ter ido. Pela escada de incêndio não, é muito pesada para alguém da idade dela. Pelo elevador? Muito menos, ela não tem altura para apertar o botão, a não ser que... Não, ninguém que saísse do elevador, deixaria um bebê entrar sozinho. Espero.

Não era possível ela ter sumido, ela não tinha pra onde ir. E pensando bem, nem como abrir a porta. Enquanto tentava entender o que estava acontecendo, senti uma leve brisa atingir meu rosto, e meu sangue gelar...

Olhei para a janela do hall aberta... baixa o suficiente para... Não, acalme-se Annabeth. Ela não caiu da janela. Ela não pode ter caído. Nesse momento meu desespero era palpável, e as lagrimas rolavam soltas pelo meu rosto.

Me aproximei da janela, e dei uma espiadinha, e logo mais lagrimas começaram a sair. Pro meu alívio não tinha nada lá em baixo. Pensei comigo mesma, e conclui que só tinha um lugar onde ela poderia estar:  Dentro do apartamento. Voltei correndo, mas parei na porta, dei meia volta e voltei para fechar a janela, apenas para garantir, sabe...

Entrei na sala de Percy, e ela me parecia ainda mais bagunçada que antes. Isso só podia significar uma coisa, ela ainda estava aqui. Soltei o ar, que nem mesmo sabia estar segurando. Fechei a porta, e decidi procura-la.

Passei pela mesinha de centro, e o sofá, e ouvi um barulho bem baixinho. Um sorriso surgiu no meu rosto. Era uma risadinha. Me apoiei de joelhos no sofá, e espiei atrás do sofá, e ali estava Lana, deitada e sorrindo pra mim, exibindo seu único e pequeno dentinho. Aquilo me fez sorrir.

-Não faz mais isso, Lana. – Falei, ainda sorrido. Meu corpo parecia extasiado de alívio.

-Fazer o que? – Percy perguntou. Virei apenas o pescoço, para responde-lo, esperando que ele estivesse olhando para meu rosto... mas ele estava olhando para outro lugar. Senti meu rosto ficar vermelho, e quando ele percebeu que eu havia o pego em flagrante, corou também. Ele estava olhando para a...

Minha bunda.