Bushwell Plaza, no estudio do iCarly. 1h13mins.

PV Sam P.

Ainda estávamos deitados. Eu estava deitada em cima do braço do Nerd, a mão dele estava mexendo, sem parar, nos meus cabelos. Não disse nada, pois se eu fizesse algum esforço, eu iria cair de sono. Era melhor poupar energia para colocar o pijama. Com esse pensamento, eu sorri. Huuum... Vou para de ser mentirosa! Eu não tirei, pois estava gostando. Ate me acalmava.

A única coisa que não estava gostando e já estava me estressando, era a Carly e a Wendy! Elas estavam voltando o filme para a cena final. Já era a quinquagésima primeira que elas repetiram o mesmo movimento... Eu não aguentava mais ouvir as mesmas falas. Era cansativo e muito chato.

Olhei para o Benson. Reparei que ele estava com expressão de sono. Ele percebeu o meu olhar, me olhou também.

– Vamos lá em casa? – Ele perguntou. Afirmei com a cabeça.

– Esta morta de sono?! – Ele mais afirmou do que perguntou, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. Eu confirmei de novo, apenas com a cabeça, com os olhos fechados.

– Coitadinha. – Nerd atrevido passou a mão no meu rosto, contornado a volta do meu rosto. Senti a respiração dele perto do meu rosto e abri os olhos. Vi o rosto dele muito próximo do meu, nossos olhares se cruzaram. “Vi” a nossa briga interna. O rosto dele estava cada vez se aproximando do meu. Por que ele esta fazendo isso?! Porque agora isso? Agi rápido, me afastei dele e me levantei. E na mesma hora, Shane me chamou.

– Sam, vem aqui! Por favor! – Fiz a volta por fora dos colchões. Shane estava olhando, maliciosamente, para aonde eu estava deitada. Acho que entendi. Ele queria provocar a Wendy. Ele me deu um espaço, sentei no colchão.

– O que foi? – Após perguntar, eu bocejei. Ele sentou, ficou na minha frente.

– Eu te pergunto. Por que você não veio deitar comigo? Preciso tanto da tua ajuda.

– Por que você não chamou a Wendy para deitar contigo?! Era o momento certo!

– Mas acho que ela não quer... – Ele disse fazendo biquinho.

– Estou vendo que ela não quer nenhum pouco... Agora me explica porque ela esta olhando para cá, o tempo inteiro? – Olhei na direção da Wendy. Ela estava em pé, conversando com a Carly e com Freddie.

– Se for assim, então alguém está também interessado. Freddie não para de olhar para cá. – Eu só balancei a cabeça negativamente. Nada vê o que ele esta dizendo... Hã?! Será?!

Olhei, novamente, para o grupinho em pé. Eles estavam perto da porta, conversando. A Wendy e Nerd estavam tentando disfarçar os olhares, mas não conseguiam.

– Nada vê. Mas nos não estamos falando sobre isso, estamos falando sobre você e da Wendy. E sim, ela esta afim de você.

– Então, por que ela não demostrar que esta interessa? Porque ela não vem aqui?

– Já disse, você não convidou ela. Algumas garotas gostam de ver primeiro o interesse de vocês, gostam quando vocês dão o primeiro passo. Se eu fosse você, iria ate ela, a agarraria... – Me ajoelhei e o abracei.

– Vamos Sam! – A voz do nerd chamou a minha atenção. Parei de abraçar o Shane e vi o nerd encostado na porta. – Sam!

– Já vai, Benson. – Disse olhando para ele. Virei-me de novo para o Shane. – E daria o maior beijão nela. – Concluindo a frase, beijei a bochecha. Ele sorriu para mim. – É hora de agir, bebezinho. – Disse, me levantando. Pisquei para ele, ele riu. Caminhei ate a porta. O rosto do Freddonho estava pior do que nunca.

– Vamos Nerd. – Ele me deu passagem e fechou a porta. – Porque esta com essa cara?

– É a única que tenho. – Ele falou, caminhando na minha frente. Peguei no ombro dele, o fiz parar e me olhar nos olhos.

– Não, não é. Essa esta bem pior! – Disse sorrindo. – O que houve, Garotinho da Net?

– Não aconteceu nada. – Ele disse, olhando para cima da minha cabeça.

– Uhum... Estou vendo... Nem consegue me encarar. Posso fazer outra pergunta? – Quando eu disse, ele abaixou os olhos para os meus.

– Se eu disser que não, você vai perguntar mesmo assim. – Era o primeiro meio sorriso dele nessa conversa.

– Você esta com ciúmes? De mim? – Ele me olhando, apático, não acreditando no que eu tinha pronunciado em voz alta. Comecei a caminhar na direção do quarto da Carly, não ouvir nenhum passo atrás de mim. Por ser orgulhosa, não virei para ver.

Ele estava com ciúmes. Os olhos dele disseram isso. Aquilo me deixou muito confusa. Será que ele... Será que eu estou... Vamos tirar esses pensamentos da cabeça. Mas existe essa possibilidade, isso existe. Nessa semana, eu descubro.

Entrei o quarto da Carly, vi que estava todo bagunçado, a cama sem colchão, os lençóis atirando em cima dos sofás, almofadas no chão, etc. Peguei a minha mochila e desci as escadas.

Passei e vi o Benson sentado no sofá, ele percebeu a minha presença, mas não disse nada. E eu também. Esta fazendo joguinho, não é?! Não preciso de você mesmo... Só preciso de uma camiseta e mais nada. O plano é ir ate o guarda roupa, achar uma camisa menos nerd, tomar banho, no banheiro do quarto dele.

Quando estava saindo do apartamento da Carly, Nerd se levantou do sofá e caminhou ate onde eu estava. Parei e virei para olhar para ele.

– Talvez esteja mesmo... – Ele disse com a voz fraca.

– Mas eu não entendo o por que... – Quando falei, nos caminhando para fora do apartamento. Ele fechou a porta e eu abri a porta do apartamento dele e entrei. Fui em direção ao quarto dele. Deixei a minha mochila em cima da cama dele e liguei o micro system, deixei tocar Mad do Ne-Yo. Caminhei ate o guarda roupa do nerd. Abri todas as portas e gavetas do guarda roupa e da cômoda dele.

– Eu também não entendo. – Ele falou entrando no quarto. – Como eu iria sentir ciúmes de uma pessoa que não é minha?

Eu ouvi certo? Ou estou com problema na audição? A única coisa mais inteligente que consegui pronunciar foi um “Hum!”. Ficou naquele silêncio constrangedor. Na verdade, não estava silêncio, musica do Ne-yo estava tocando.

“Oh, baby, I know sometimes. It's gonna rain (It's gonna rain). But baby, can we make up now. Cause I can't sleep through the pain. (Can’t sleep through the pain)”

(Tradução: Oh, baby, eu sei, às vezes. Vai chover (Vai chuva). Mas baby, nós podemos fazer atéagora. Porque eu não consigo dormir com a dor. (Não consigo dormir com a dor).)

– Você falou que não gostava dessa musica...

– Não! Não foi isso que eu disse. Eu disse que era deprimente para aquele momento. Estávamos uma festa.

– Mas parecia...

– Às vezes as aparências enganam.

– Estou aprendendo isso. Mas, agora, a única aparência que me importa é das minhas roupas. Dá para você para de bagunçar?!

– Me deixa pensar... Não! Não dá. – Sorri. Soqueei as em algumas blusas, fiz uma bola de camisetas e atirei outras em cima da cama. Virei para olhar o Freddie e sorri.

– Saaaaaaam! – Nerd olhou para cima e respirou fundo. Quando me olhou de novo, havia um sorriso maléfico. Aquilo me assustou. – Sabe Sam?! Depois de tantos anos de convivência, eu aprendi uma coisa com você. Nada fica impune... Nem você.

– O que você esta querendo dizer com isso?

– Estou querendo dizer que não vou arrumar essa bagunça. – Ele sorriu novamente. – Vai ser você, na semana que vem.

– Você vai me fazer de escrava? – Disse

– Bingo!

– Aham... Nem que a vaca tussa! Vamos para com esse papinho furado e vê logo uma camiseta para mim... Já que não quer que bagunce mais.

– Puckett, vê logo o que você quer, para eu poder pegar meu pijama. – Peguei uma camiseta listrada azul com roxo e minha mochila, entrei no banheiro e fechei a porta. – Vai tomar banho?

– Por que acha que entrei no banheiro? Dã!

– Mas eu ia...

– Agora espera! – Gritei do outro lado da porta. Ele rugiu, eu apenas sorri.