O recado de Voldemort foi ouvido por todos.

Eu não precisava ver todos os corpos pra saber que muitos amigos meus morreram.

Eu vi o momento em que Tonks e Lupin morreram, eu não precisava de ninguém pra saber dos detalhes. Eu não queria.

Jorge e eu estávamos felizes.

— Mais uma vez sobrevivemos – falou ele pegando minha mão e me puxando do chão onde eu estava sentado.

Passei o braço ao redor do ombro de meu clone e sorri pra ele.

— Vivos, clone menos bonito que eu, estamos vivos – agora nós dois dávamos gargalhadas.

Senti um frio na barriga. Me virei e paralisei.

Ainda havia um Comensal da Morte no castelo, e ele olhava pra mim.

Quando ele aparatou, passou do meu lado. Me abaixei por precaução, e apenas ouvi o som.

Ele se chocou contra uma das paredes do castelo. Os destroços vieram pra cima de mim.

Jorge estava a dois metros de distancia de mim. Ele não poderia se machucar.

— Jorge, sai daí – gritei pra ele.

O burro, aparentemente, não me entendeu. Corri até ele. Nesse momento, caiu uma imensa pedra no local em que estive dois segundos antes.

E agora, iria cair uma outra pedra da mesma parede onde estou com Jorge.

Pensamento rápido. Salvar o clone menos bonito que eu.

Empurrei Jorge rapidamente, e ouvi ele se chocar contra o chão rochoso.

— Fred, não, sai daí! – Gritou ele. Tarde demais.

A pedra caiu em cima de mim. Cai no chão e bati a cabeça.

— Fred – disse Jorge correndo até mim. Ele se ajoelhou e passou a mão em meu rosto. – Fica aqui. Eu te amo, cara. Você precisa de ajuda, não pode morrer.

— Jorge, cara, clone, eu escolhi te salvar. Não preciso de ajuda, agora acabou.

Ele se debruçou sobre mim e chorou. Nem mesmo quando ele perdeu a orelha chorou. Ele fez piada naquele momento, mas agora quando merece piada, ele me dá lagrimas.

— Jorge, você fala pro papai, pra mamãe e pro resto dos Weasleys que amo eles?

— Falo sim, Fred – disse ele entre soluços. – Não vá, por favor...

— Diga ao Harry, a Mione e ao Rony que "to" contando com eles para vencer e derrotar o titio Vold.

Jorge tentou sorrir, mas sua tentativa foi um fracasso.

— Eu sinto muito Jorge – eu disse. – Te amo cara. Vê se não acaba com as Gemialidades Weasleys.

Ele assentiu.

— Eu sinto muito por isso, você devia ter deixado que eu morresse.

— Não, cara, eu nunca deixaria isso.

Senti minha visão ficar turva.

Eu sentia muito por não ficar pra ajudar eles. Eu sentia muito.

— Boa noite cara – disse Jorge.

A pedra em cima de mim não existia mais, mas do mesmo jeito, eu não sentia meu corpo.

— Adeus – disse pra ele.

Fechei meus olhos. Minha respiração foi falhando e meu coração parou de bater.

Parei de ouvir os esforços de Jorge pra tentar me salvar. Afinal, não havia mais o que ser salvo.

Morri.

Simples assim. Triste assim.