Acho que disse isso cedo demais, porque assim que eu atravessei a porta me deparei com a pior cena do mundo. Rony e Lilá no canto da parede, de frente a porta (frente à Mulher Gorda) pareciam uma pessoa só, de tão grudados que estavam. Não aguentei nem um segundo ali e sai correndo para a biblioteca, como sempre.

O amor é uma droga. Harry tem razão, eu não vou conseguir superar o Rony. O que eu estou dizendo? É claro que vou superar aquela idiota. Eu TENHO que superar aquele idiota.

Estar na biblioteca é tão bom! É o melhor lugar do mundo, pelo menos para mim.
Peguei o maior livro de lá e comecei a ler. Mais que DROGA. A porcaria do livro era a merda de um romance. Calma, calma, calma. Respira. Respira. Pronto, estou bem.
Acho que a biblioteca não é tão boa assim. Vou da uma volta pelos terrenos de Hogwarts.
E claro, vou para o segundo melhor lugar de Hogwarts, ou seja, a margem do lago.
O lago é tão magnífico... E infelizmente, as lembranças de quando Harry, Rony e eu víamos para cá surgiram na minha cabeça. Aquele tempo de inocência era tão bom. Quando eu só via ele como meu amigo. E depois das lembranças vieram as lágrimas. Como eu odeio chorar! É como se você mostrasse suas fraquezas ao mundo.

Foi quando eu senti que tinha alguém do meu lado. Mas, como eu não escutei alguém chegando? Devia ser o Harry...
– Harry, já falei que estou bem... Eu já sabia que o Rony e a Lilá iam voltar, só preciso de um tempo para pensar... E eu ainda não desisti de superar e achar outro alguém. – Mas quando olhei não era o Harry.
– Não me confunda com o “Santo Potter”.
Ele estava me oferecendo um lenço, eu aceitei... Não iria ficar chorando perto dele.
– O que está fazendo aqui, Malfoy?
– Não te ensinaram a agradecer, não?
– Obrigado e agora responda!
– Eu não te devo explicação, mas para você não pensar que eu estava lhe seguindo ou alguma coisa assim... É que eu estava vindo pra cá, quando te vi ia da meia volta, mas vi que você estava chorando e... Deus, eu odeio ver mulher chorando.
– Nossa... Draco Malfoy com um lado sentimental? Nunca imaginei! Peraí... Você não vai contar pra todo mundo, né? Por favor, diga que não!
– Contar que você estava chorando no lago, porque seu amado Rony voltou com a tal da Lilá? Talvez.
– Talvez?
– É, talvez... Se você fizer uma coisa pra mim... Aí, eu não contarei.
– Que coisa, Malfoy?
– Ir ao baile comigo.

Nessa hora, juro que meu queixo caiu. Como assim? Como assim o Draco Malfoy me convidando pro baile? Sabe aquele menino que sempre me odiou por eu ser trouxa e... Ah, claro por eu ser a melhor amiga de Harry Potter, ou seja, o pior inimigo dele.

– Malfoy, você está bem? Se pelo menos você fosse feio e não tivesse nenhuma menina que quisesse ir com você eu talvez entendesse esse seu pedido, mas não... Metade das meninas da escola dariam a vida para ir no baile com o Draco Malfoy. Então, qual é a verdade por baixo desse pedido?
– A coisa é simples, Granger... Eu estou cansado dessas “meninas que dariam a vida por mim” me perturbando, então se eu disser que tenho uma acompanhante elas me deixarão em paz. E chega de perguntas, Granger... Se não, eu contarei a todos o que eu presenciei aqui.

E sem mais nem menos ele me deu as costas e saiu.
Tá bom... tá bom... Alguém pode, por favor, me explicar o que aconteceu aqui? Porque eu não entendi nada. Olhando pelo lado bom: Agora, eu tenho um acompanhante para o baile!