Quando eles desceram Brian e os pais já haviam ido.

Era tarde, mais basicamente todos os convidados permaneciam na festa. Formou-se uma rodinha da turma da escola e ali ficaram conversando. Bert chamou Gerard para dentro da casa discretamente e ambos foram, fazendo que – quase – ninguém notassem a ausência dos mesmos.

–É sobre Brian – disse Gerard – não, é?

–Gerard... Ele vai voltar pra cidade.

–Puta que pariu – Gerard praticamente gritou.

–Ele... Sei lá, vai que ele não... Vai fazer nada, pode ser paranoia sua!

–Bert – Way caçoou – Brian guarda todo meu passado, todas as coisas que eu fiz e... Senhor, ele vai perseguir Frank e eu sei disso!

–Converse com o Frank, então.

–Conversar o que? As coisas que eu fazia? O que eu fiz com o próprio Brian? Ele vai... Se decepcionar e ...

–Ele te ama e conhece o verdadeiro Gerard, vai te perdoar, sem dúvidas.

–Não é a hora, ainda.

Bert suspirou e pos as mãos nos ombros do amigo.

–Força.

–Obrigado, mas sinceramente acho que preciso de sorte – disse num suspiro

–Está com medo de perdê-lo, não é? – Bert disse baixinho, confortando.

–Estou e muito! Minha sorte é que ele está aqui, ele mora comigo e eu posso controlar o que ele faz. Brian tem essa perseguição por mim e ele vai querer contar tudo pro Frank, se não, inventar mais coisas, é claro.

–Gerard, o que ele pode contar pro Frank de tão ruim assim? Tudo passado, tudo...

–Eu sei Bert, eu sei. As besteiras, Frank pode até absorve-las, mas as traições! Ele não vai ficar em paz com isso.

–Explique que é passado.

–Bert, nem eu acreditaria! Até eu ficaria alerta e desconfiado.

–Frank vai entender, conte a ele. Acredita em mim! É melhor do que Brian persegui-lo e contar e inventar mais coisas.

–Acho melhor esperar – Gerard disse de cabeça baixa, se xingando por dentro por todos os erros e todas as besteiras. Queria Frank ali, pra sempre, mas pra isso ele precisava de compreensão e perdão, coisas que em seu ponto de vista seriam muito difíceis.