O alarme tocou fazendo Frank despertar irritado. Ontem, dormira tarde, e já era cedo. As coisas pioraram quando ele percebeu que Gerard não estava em sua cama. O menor desceu as escadas em silencio, supondo que Way estivesse na cozinha fazendo uma de suas artimanhas, ele ouviu a voz do maior.

-Mas enfim, estou muito feliz com ele – Gerard dizia

-Gerard, é tão surreal. – Frank reconheceu a voz de Ray em viva-voz. Aquilo seria errado, mas não faria mal, faria? Iero se escondeu de baixo da escada e permaneceu ouvindo

-Muito mesmo.

-Bert falou que você está realmente apaixonado, mas vamos lá, vocês se odeiam. Lembra da vez que você disse que namoraria com ele pra começar a descobrir coisas? Pra contar pra todo mundo, começar a destruir o coração dele...

Frank sentiu um facada, bem profunda por sinal. Gerard havia dito aquilo? Quando? À quanto tempo? O menor mordeu o lábio, e esperou pela resposta de Gerard.

-Ah Ray – Gerard começou a rir – Nossa, a quanto tempo eu disse isso?

-Não faz muito tempo, não. O mundo da voltas.

Gerard continuava a rir, o que para Frank soou como um sorriso ruim. Será? Será mesmo que Gerard estaria disposto a fingir tanto assim?

Porque não? Não seria impossível, sem dúvidas, pois foram anos de ódio, anos de mentiras. Porque, necessariamente agora ele havia virado santo?

-Nem tantas assim. – Way respondeu

Aquilo foi a gota d’agua. Então significa que nada havia mudado bruscamente. Eles deslizaram de ódio á amor, em dias, e isso não era muito. Talvez nada tivesse mudado

Frank subiu as escadas no mesmo silencio que descera a mesma e se trancou no banheiro.

O menor ligou o chuveiro e desabou a chorar no box. Mentiras, mentiras e mais mentiras. Ele já devia esperar isso do Gerard, não é mesmo? Qual é, ele era o Gerard.

Foram a shows, fizeram promessas de perfeição, compartilharam sentimentos, quem lhe garantia que tudo aquilo era enrolação, atuação?

Gerard merecia um oscar.

-Me trancar aqui não vai resolver nada. – pensou alto.

Frank se vestiu, relaxou um pouco. Pos roupas na mochila, em vez de material escolar. Desceu silenciosamente e pegou as chaves de sua casa. Certa vez Donna lhe disse que Linda deixou uma cópia que ficaria guardada na caixinha da mesa de centro da sala.