Acordei com uma puta ressaca. Minha cabeça insistia em latejar e parecia que ia explodir. Meu mau humor estava no máximo então decidi apenas ir para a Ala Hospitalar e pegar um remédio com a Madame Pomfrey. Passaria o dia deitada na cama e apenas sairia nas refeições, exceto no café da manhã que, por minha cabeça estar em um estado horrivel, fez com que o meu apetite sumisse. A unica coisa que eu pensava era em água. Pra vocês que não sabem, depois de uma noite tomando alcool, o corpo pede por um pouco de água pura. Fui até a minha jarra que estava no quarto e a sequei em menos de 5 minutos.

Meu dia seria assim, cama o dia todo. Até que eu me sentisse melhor.

***

Natal! Ahhh, como eu amo essa época. Na minha opinião, é a melhor do ano ao lado do Halloween. Eu estava terminando de colocar o essencial para passar o Natal na toca! Meu humor estava lindissimo hoje, quem aparecesse na minha frente ganharia um abraço. Ok, mentira. Mas eu estava bem pelo simples fato de ver as pessoas sorrindo ao ver suas familias, sorrindo ao contarem o que fariam no Natal.

"Mione, nós já estamos prontos, você vai demorar?"- Gina bateu na porta do meu quarto, afinal ela já sabia a senha.

"Não. Pode me esperar lá no Salão Principal, em alguns minutos eu desço."- Eu respondi e fechei minha mala peguei meu casaco de neve, minhas luvas e minha touca. Gina desceu e eu arrumei minha cama em dois minutos e fechei meu quarto. Olhei para a porta do Malfoy e ela estava fechada.

Desde a festa não nos falamos mais, o que já aconteceu á um mes e meio. Confesso que senti falta de ver ele me chamando de "sangue-ruim" ou "amiga do testa-rachada". Senti falta do seu perfume, do seu corpo no meu, dos seus cabelos entre meus dedos, do seu beijo... Ok, Hermione. Foco!

Desci para o salão principal e Gina, Ron e Harry estavam a minha espera.

"Dia"- Comprimentei sorrindo.

"Dia"- Eles disseram em unissono.

"O trem vai sair daqui em meia hora. Acho que devemos ir para pegar alguma cabine vazia."- Ron disse e assim seguimos caminhando com ele até as carruagens que nos levaria ao trem.

***

A viajem foi cansativa. Porém não me importei muito com isso, afinal estava feliz!

"Olá, sra.Weasley. Estou feliz em vê-la"- Eu comprimentei.

"Hermione, querida. Estou feliz em vê-la também."- Ela me deu um beijo e comprimentou os outros filhos e Harry enquanto eu comprimentava o sr. Weasley.

Depois de vários beijos, seguimos para o carro da familia que foi ampliado magicamente. Seguimos por uma viagem enquanto contavamos as novidades da escola.

"Arthur foi promovido!"- Sra. Weasley falava animada. "Ele está ganhando um aumento de pelo menos 1000 galeões por mês!"- Nós sorrimos e Ron começou a fazer planos para o Natal.

Chegamos logo na toca e levamos nossas pequenas mochilas para os quartos. Cada um tomou um banho e depois descemos para a sala simples da familía.

Nos reunimos em perto da lareira para aquecer nossos corpos. Foi ai que o assunto chato começou. Voldemort.

"Draco Malfoy é um Comensal da Morte!"- Harry dizia.

"Harry, você não tem certeza disso! Ninguém tem certeza do que viu."- Eu disse.

"Mas Hermione, por que todas aquelas pessoas estavam lá? Tinha uma razão! É um ritual! Você sabe o que eu ouvi na cabine deles. Agora ele é um deles."- Ele alegava.

"Harry, ele por acaso disse com todas as palavras ' eu sou um comensal da morte' ?"- Arthur pediu e Harry não respondeu. "Então nada está provado! Eu não vejo motivos para ter um menino de 16 anos como seu aliado. Ele seria inútil, comparado aos outros comensais."

"Voldemort está castigando Malfoy por que seu pai fracassou na fuga do Ministério! Ele seria útil sim, imagina quantas informações ele conseguiria com um comensal dentro da escola.”- Ficamos em silêncio por um tempo até que a sra. Weasley nos chamou para comer.

A tarde de neve passou rápida, pois assisti á um mini jogo de quadribol dos Weasley. Também escrevi uma carta aos meus pais e pedi a coruja de Harry emprestada para encaminhá-la.

P.O.V Draco Malfoy.

“Merda.”- Eu chutei o armário. Eu estava á meses lidando com essa velharia e ela nem ao menos deu um sinal de funcionamento.

Eu precisava que esse armário ficasse pronto, até antes do fim do ano letivo. Mas como iria consertá-lo¿ Já havia tentado milhões de coisas e nenhuma delas estava fazendo com que essa tranqueira ficasse em pleno funcionamento.

P.O.V Hermione Granger.

Depois de vários brindes á família com direitos a dancinhas do Sr. Weasley e uma partida de Snap-Explosivo histórica entre os gêmeos, decidimos que era hora de nos deitar.

Fiz minha higiene e deitei na cama. Mas não consegui dormir.

Draco não podia ser um Comensal, ele ainda não tinha a marca negra ou eu ainda não havia visto. Ele poderia ter usado feitiços que á escondessem. Mas por que Voldemort insistia em ter ele em seu grupo¿ O que ele queria que Draco fizesse que ele mesmo não podia fazer¿ Por que escolher um bruxo com tão pouca experiência¿

Essas perguntas flutuavam na minha cabeça e me impediam de relaxar. 2:56 da madrugada. Peguei meu casaco de inverno, uma pantufa

Desci para tomar uma água. Cuidei para não pisar forte nos degraus.

Peguei um copo cuidadosamente e fui até a torneira e enchi-o. Olhei para trás e Harry estava me olhando, encostado na mesa de jantar.

“Puxa, que susto Harry!”- Eu sorri.

“Desculpe, não queria assustá-la.”- Ele respondeu. “Mas preciso conversar com você.”- Ele advertiu.

“Tudo bem.”- Tomei um gole de água e nos sentamos na mesa.

“Lembra quando te mandei uma carta quando você estava no Brasil¿”- Ele perguntou.

“Sim.”- Afirmei.

“Lembra que eu havia dito que estava tendo uns sonhos com Voldemort¿”

“Sim.”- Eu nem lembrava mais disso.

“Então... Em um deles, ele falou o seu nome.”- Ele falou baixo.

“O que¿”- Eu disse incrédula.

Flashback on.

“Mas milorde, é muito arriscado. Nunca conseguiríamos entrar lá. Tem muitos feitiços de proteção.”- Uma mulher com os cabelos armados e um olhar rude falava baixo.

“Cale a boca. Quem decide isso sou eu, Belatriz.”- Ele a chutou, fazendo com que a mulher caísse para o lado e soltasse um fraco gemido. “Peço para que não se meta e apenas me obedeça. Eu sei o que estou fazendo e sei que ele encontrara um jeito.”- O homem com fendas no lugar do nariz e olhos vermelhos advetiu.

“Meu milorde, ele é incompetente...”- Ela dizia, ainda baixo. “O senhor não acha que ele irá fracassar¿ Não acha que precisa de alguém com mais...”- Ela ficou em pé, diante do homem. “Experiência¿”- Ela terminou.

“Não, ele não irá fracassar. Ele não pode!”- O homem afirmou. “Agora saia da minha frente.”- Ele a fuzilou com os olhos e ela, após um reverencia exagerada, saiu as pressas do lugar.

“E o que eu vou fazer com você¿”- Ele falava sozinho agora. “Preciso tanto do que você tem... Mas como conseguir¿”- Ele andava de um lado para o outro, com sua cobra em volta do pescoço. “O que eu preciso para ter você em minhas mãos, Granger¿”- Ele sorriu.

Harry acordou suado. Sua cicatriz ardia terrivelmente. Mas ele só estava preocupado com uma coisa. O que Voldemort queria de Hermione¿.

Flashback off.

“Harry... Eu sei o que ele quer de mim.”- Harry me olhou esperando que eu continuasse, mas não falei nada.

“O que ele quer¿”- Ele pediu e eu estendi os braços e ele me abraçou.

Eu chorei. Chorei por que se ele conseguisse o que queria, a guerra estaria ganha. Ele saberia quais passos seguir e não cometeria nenhum erro.

“Eu... eu tenho um poder, Harry. Um poder crucial para a batalha.”- Contei tudo que Minerva havia dito e tudo que eu e Gina havíamos lido.

“Isso significa...¿”- Harry pedia no mesmo instante em que acariciava meus cabelos.

“Que se ele roubar o poder de mim, através de algum tipo de ritual ou magia negra, e depois praticar e descobrir tudo que ele é capaz de fazer, ele saberá quem irá vencer a guerra. Ele poderá ver o futuro e assim não cometer erros.”- Eu chorava por que o mundo bruxo estava nas minhas costas também, não só nas do Harry. “Gina e eu estamos tentando amenizar isso, para que eu consiga controlar caso ele tente penetrar na minha mente e me manipular.”- Contei a história de Draco.

“Você quer dizer que ajudou o Malfoy¿”- Harry pediu incrédulo. “Por que¿”

“Por que eu amo ele, Harry. Eu não quero admitir, mas eu o amo.”- Eu o abracei mais forte e ele beijou o topo da minha cabeça.

“Tudo bem. Amanha falaremos disso, ok¿”- Ele olhou nos meus ollhos. “Eu não vou deixar nada acontecer com você.”- Harry disse e eu sorri.

“Obrigada.”

Ouvimos um barulho e nos soltamos. Era Rony.

“Hã, é... Que estão fazendo aqui¿”- Ele pediu sonolento.

“Depois eu conto”- Harry disse. “Agora preciso falar com vocês.”

Nos sentamos na mesa e Harry começou.

“Dumbledore está me mostrando algumas coisas sobre o passado de Voldemort. Algumas lembranças...”- Ele contou os detalhes de tudo.

“Eu preciso que vocês dois me ajudem á conseguir descobrir o que o professor Horácio disse ao Tom naquela noite.”- Ele pediu.

“Não consigo pensar em nada agora, Harry”- Ron disse, bocejando logo em seguida. Ele estava com tanto sono que nem percebeu minha cara de choro.

“Nem eu, mas prometo que acharemos uma solução”- Eu assegurei.

“Precisamos dormir, amanha voltarem a Hogwarts logo depois do almoço.”- Rony disse e assim subimos em direção aos quartos silenciosamente.

Mas uma pergunta insistia em pairar na minha mente.

“Será que Voldemort conseguiria roubar o poder de mim¿”