E mais um dia dessa minha rotina corrida.Mais uma vez estou fazendo o mesmo caminho até o escritório. Mais uma reunião. Isso era um saco. Eu só aguentava por que eu amo cantar. E como amo cantar. E se é que eu aguento, pra falar a verdade. Eu sou a dita "menina-problema" desse mundo. Já me envolvi com drogas, bebidas, e já cheguei até a me auto-mutilar. Não há nada que eu me arrependa. Eu até gostava. Me fazia fugir dos problemas. Tudo isso e eu nem me apresentei. Meu nome é Maddie Payne, mas eu prefiro que me chamem de Mad. Tenho 17 anos, e estou prestes a receber uma "notícia-bomba" dos meus empresários. Eu odiava quando eles faziam isso. Odiava mesmo. Mas o dever me chama. Eu gostava de chamar isso de "dever". Meus pais dizem que eles e os empresários sabem o que é melhor pra mim. Eu até gostaria de pensar assim.

Durante todo esse caminho em silêncio, chegamos até o escritório. Essa curiosidade sobre o que eles iriam fazer comigo dessa vez estava me matando. Entrei na sala rodeada pelos meus pais, empresários e todas essas coisas. Somente ao passar os olhos eu já o avistei.

— O que ele faz aqui? — Falei apontando pra ele com cara de nojo.

— Negócios, querida. Negócios. — Meu pai me respondeu.

Justin Bieber. O garoto que eu mais odiava nesse mundo e meus pais sabiam. "Negócios". Claro, sempre é isso.

— Vocês podem falar logo? Eu tô atrasada. — Falei, mentindo claro,eu não estava atrasada pra ir a lugar nenhum.

— Atrasada pra ir aonde? — Minha mãe perguntou.

— Ela vai ir comprar drogas. — Justin respondeu, rindo.

— O que eu vou ou não fazer não te interessa, Bieber. — Respondi.

— Parem os dois! — Gritou o diretor da gravadora. — Eu tenho um comunicado sério a fazer. — Continuou.

Fizemos que sim com a cabeça e então ele prosseguiu.

— Maddie, você e Justin vão ser namorados a partir de hoje. Podem ir ensaiando, por que isso não vai acabar logo. — Ele disse.

— Ha-ha-ha. Sabiam que hoje não é dia primeiro de abril, né? — Perguntei. — E essa e a parte onde as câmeras escondidas vem e alguém fala "Pegadinha de celebridade". Ha-ha-ha. 

Todos continuaram sérios, só Justin que ria do que eu tinha acabado de falar.

— Não é dia primeiro de abril e isso é sério. Reunião encerrada. — Dr. Williams falou e se retirou da sala. Todos se retiraram. Só sobrou eu, ali, olhando pro nada, tentando processar todas as informações que eu tinha recebido. Isso não podia ser verdade. Eu podia namorar com qualquer um, menos com o Bieber. Álias, ele não está com a Gomez? 

Enfim, isso tinha que parar. Eu não podia ficar aqui olhando pro nada fingindo que nada aconteceu. Eu ia ter que aguentar o Bieber por negócios. E pior, ia demorar pro nosso "relacionamento" terminar. Bem, eu ia ter que fazer um esforço e olhar pra cara desse metido todos os dias. Sai da sala e encontrei ele sentado em uma das cadeiras que tinham fora da sala. E então ele me encarou. Percebi a beleza de seus olhos e eu parecia estar em um transe.

— Estava usando drogas lá dentro, né? — Ele perguntou.

— Olha, eu sei que isso não é uma coisa normal pra "namoradas" falarem para "namorados", mas vai tomar no cu. — Respondi e senti os olhos dele se arregalarem.

— Nossa, tá bom então. — Ele disse e se levantou, então me estendeu a mão. — Vamos, namorada? — Ele disse, rindo. Era agora que esse inferno começava realmente. Minha vida ia se tornar um total inferno. Tudo por causa desses "negócios".