The Heroes escrita por Maya


Capítulo 31
Imperdoável...




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- Já estamos chegando... - Sussurrou Nick, logo depois acionando o comunicador. - Pessoal, estão todos prontos?

- Eu sempre estive pronto - respondeu Reisuke.

- Mal posso esperar para chegarmos lá - disse Tõketsu.

- Alguém acerela a velocidade dessa joça! - Exclamou Mast.

- Estou nervosa, mas... Pronta para qualquer coisa! - Respondeu Yue.

- Ótimo, ótimo! - Disse Nick, com um sorriso. - E você, Naomi?

A garota suspirou e abriu os olhos antes de responder:

- Venha o que vier, irei encarar tudo!

- É assim que se fala! Preparando para pousar em 2 minutos.

- Vamos logo com isso! Meus Espectrons estão começando a borbulhar! - Exclamou Reisuke.

Depois de dois minutos, as naves pousaram dentro da base e todos saíram. No começo era apenas um grande corredor, que eles atravessaram com um pouco de pressa, até encontrarem uma grande porta. A abriram e logo se viram em um local escuro, mas, mesmo com calçados, podiam sentir que o chão era gelado. Depois de alguns minutos em silêncio, alguém surgiu das sombras e socou Nick, que cambaleou para o lado. Olhou para o lado e viu o homem de 21 anos, esguio, 1,79 de altura, cabelos castanhos escuros crespos, olhos azuis, que vestia uma camisa branca 

- Há quanto tempo, Nick!

- Então é você mesmo, Erick...

- Só isso?! Achei que ficaria mais feliz em me ver, maninho!

Nick encarou o irmão mais velho por um momento e se virou aos amigos.

- Ele é meu oponente, podem ir.

- Podem até ir, mas... A próxima porta não será aberta. Se o Nick vencer, ela abrirá para vocês; se perder, ficarão presos aqui. De qualquer forma você terão que esperar o final da luta.

- Vão - ordenou o mais velho do grupo. - Eu posso cuidar dele sozinho, estejam prontos para continuar.

Todos assentiram e atravessaram a imensa porta de metal, deixando Nick sozinho com seu irmão.

- Imagino que queira saber o que aconteceu, certo?

- Certo.

- Vamos fazer assim: se você me pegar, eu te conto tudo!

O rapaz concordou. Erick fez as sombras do local se expandirem e se escondeu nelas. Seu irmão deu uma risada debochada.

- Está subestimando seu maninho.

Depois, criou dois pilares de gelo, um em cada lado, e socou os dois, fazendo uma parte deles se tornar água e se espalhar pela sala. Após isso, junto as mãos e a água se transformou em gelo novamente. Seu irmão apareceu, completamente molhado.

- Eu te peguei, agora conte!

- Maninho... Se quer mesmo saber o que aconteceu naquele dia, primeiro me diga sobre o acidente.

- Pra quê?! Você sabe o que aconteceu!

- Você quer saber a verdade ou não?!

Nick o encarou por um tempo e abaixou a cabeça, começando a se lembrar do que aconteceu naquela madrugada, há dez anos atrás...

...

Nick acordou assustado. Deu um fraco grito enquanto se sentava num impulso. Estava suando e seu coração continuava batendo acelerado. Olhou em seu redor e suspirou de alívio. Era apenas um pesadelo. Olhou para a janela e viu seu irmão dois anos mais velho, Erick, brincando com uma bola. Se levantou da cama e, antes de sair do quarto, olhou no relógio: 01:30 da madrugada.

Desceu as escadas calmamente esfregando um pouco os olhos para acordar. Assim que abriu a porta de casa, Erick deixou a bola de lado e se voltou para o irmão caçula.

- O que você está fazendo acordado, Nick?

- Tive um pesadelo e vi você aqui fora. E você?

- Não estava conseguindo dormir - respondeu o irmão mais velho, chutando a bola para o seu maninho. 

- Você já vai pra cama tarde e ainda não consegue dormir? - Nick riu antes mesmo do irmão responder. Passou a bola para o mesmo novamente.

- Ha ha ha, palhaço - Erick recebeu a bola e a chutou para mais longe do irmão. - Quero ver você fazendo piadas enquanto tenta receber meus passes.

- Fácil! - Dito isso, Nick correu até a bola e devolveu ao mais velho. 

- Uau, você é tão bom quanto eu.

- Nossa, então eu devo ser muito ruim.

- Hunf, fique sabendo que eu te fiz um grande elogio - Assim, Erick chutou a bola mais forte e mais longe que antes.

- Ei! - O outro garoto correu e chutou a esfera o mais forte possível. Já ia continuar reclamando, mas viu que a bola havia ido para a rua. - Opa...

- Parabéns, gênio. Agora você vai buscar!

O mais novo bufou e, sem outras alternativas, atravessou o portão da casa e foi pegar a bola, que tinha caído na rua. Seu irmão saiu da casa e ficou encostado no muro.

Nick foi até o meio da rua para pegar o objeto, mas não viu quando um carro passava por ali. O motorista devia estar com sono, fechava os olhos lentamente e os abria de repente. Certo momento fechou os olhos e não os abriu. Mesmo que o veículo estivesse flutuando sobre a rua, ele começou a cair até começar a derrapar pela rua, indo na direção do garoto.

- Cuidado Nick!!! 

O Berschutzer mais novo arregalou os olhos ao ver o carro se aproximando. Queria sair dali, mas seu corpo estava paralisado de medo. O motorista finalmente acordou. Ao perceber o que estava acontecendo, tentou mudar a direção desesperadamente, em vão. Já o garoto de cabelos crespos, vendo que não adiantava nada gritar, correu o mais rápido que pôde e empurrou para o lado. O peso do carro foi direto para seu corpo, e um baque foi ouvido. Nick continuava caído no chão enquanto observava a cena com os olhos arregalados de medo.

- E-Erick...? - O coração da criança batia muito rápido. Não conseguia raciocinar direito, a cena à sua frente o fazia pensar em várias coisas. Se levantou lentamente e viu seus pais saindo da casa e indo direto até o filho mais velho. Ele ainda tremia e as lágrimas escorriam descontroladamente. Viu seu pai correndo para dentro da casa, provavelmente foi ligar para a ambulância. Mas sua mãe continuava chorando enquanto chamava pelo filho desacordado. - Mãe... Ele...

- Nick... O que aconteceu aqui...?

- Foi culpa minha... Desculpa...

A ambulância chegou, levando Erick e o motorista, que também havia se machucado no acidente.

- Nós vamos depois - disse o homem da casa. - Nick, fique aqui e descanse.

- Não! Eu não vou conseguir dormir! Eu quero ir também!

- Meu filho, você é ainda é pequeno... - Sua mãe tentou o consolar. - Não teve culpa de nada, foi um acidente... Não precisa ir...

- E não pode! Fique aí, nós não vamos demorar muito.

- Não, pai! Eu vou!

- Fica aqui! Nós não podemos levar uma criança!!

- Eu vou.

Pai e filho se encaram por longos segundos. O rosto do garoto não era mais o de uma criança, e sim de uma pessoa determinada. Suspirou, deu um breve olhar para a esposa e abriu a porta de trás do carro.

- Vamos logo.

- Sério, pai?

- Entra!

O garoto sorriu e entrou no automóvel. Sei pai assumiu o volante e dirigiu até o hospital com pressa. Chegando lá, procuraram saber sobre Erick e foram informados que ele estava em cirurgia, tendo que esperar do lado de fora.

Uma hora depois, o médico saiu da sala.

- E então?! - Perguntou a mãe, nervosa.

Eu... Eu sinto muito mesmo. Não conseguimos salvar seu filho...

A mulher precisou ser segurada pelo marido para não cair para trás. Ambos estavam com os corações apertados, tentando processar aquela informação. Nick, por sua vez, permanecia de cabeça baixa, chorando descontroladamente, com apenas um pensamento: "A culpa foi minha..."

...

- Agora, conte o que realmente aconteceu.

- Ok, maninho. Que bom que você ainda se lembra tão bem daquele dia...

- Conta logo!

- Calma! Bem, no hospital...

...

Erick não sabia muito bem onde estava. Era um local completamente roxo escuro, sem nenhum vestígio de saída. Mesmo assim, andou em qualquer direção, até encontrar uma gosma negra flutuando no ar. Aproximou-se, receoso, e tomou um susto ao ver uma mão negra sair de lá.

Erick Beschutzer...

- Quem é você?! - Indagou um assustado garoto. - E como sabe meu nome?!

Eu sou o poder supremo, a chave para verdadeiro caos no mundo, aquele que lhe libertará de todas suas agonias e o levará para um mundo em que o ódio domina. Eu sou as Trevas. Venha comigo e eu lhe darei tudo o que você deseja.

- O que eu desejo...  - Levantou sua mão e a direcionou até ela. - Conceda.

Apertou a mão negra e as Trevas o envolveram. Um sorriso sádico surgiu em seu rosto e sentiu todos seus ferimentos serem curados, os pensamentos malignos invadindo sua mente. A vida do menino de 11 anos acabara de mudar.

Os médicos viram o garoto abrir os olhos e comemoraram; conseguiram salvá-lo. Mas a alegria durou pouco.

- Vocês não conseguiram me salvar e eu estou morto, o corpo não poderá ser liberado. É isso o que vocês dirão aos meus pais. Ficou claro?

Ninguém entendeu nada. Pensaram que o baque do carro poderia ter afetado sua mente, mas o garoto logo se levantou, vestiu suas roupas e mandou um olhar ameaçador à eles, pulando a janela em seguida. Um médico tomou coragem e saiu para passar a mentira aos pais do menino.

...

Então... - Começou Nick. - Você quase causou um enfarte nos meus pais, fez eu me sentir culpado por anos... Por ambição?!

- Ei, eles são meus pais também!

- Não. Você não merece o nome Beschutzer - seu ódio podia causar medo se fosse outra pessoa no lugar de Erick. -  E eu vou te fazer pagar por tudo o que fez! Apareça: Armadura dos Dragões Lendários!!

A armadura de Nick apareceu: uma armadura medieval prateada com os símbolos de dragões sagrados espalhados por ela e com um desenho de asas nas costas. Na frente, o símbolo: quatro dragões se cruzando e mais um torno deles.

Tente! Apareça: Armadura do Ninja!!

A armadura de Erick apareceu: uma roupa negra ninja, com o símbolo de uma shuriken de cinco pontas no meio.

- Seu maninho vai te ensinar muita coisa agora...


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