Estrela em Decadência

O homem puxou-a para si, expressando naquele beijo o que suas palavras, tão bravamente proferidas semanas antes, não eram capazes de exprimir. As lágrimas regavam seu jardim de ilusões, agora pisoteado e estragado por aquela que teria seu coração amargo e tolo pela eternidade. Naquele ato eles expressavam o que todos podiam falar sobre, mas apenas eles sentiam. O maldito sentimento que o faz entregar-se. Que o salva. Mas que estava matando-os.

Olhando uma última vez nos os olhos azuis e gélidos, insanos, buscando o calor de outrora, ele dera meia volta. Não sem antes ouvir o riso daquela que tivera dele o que ninguém mais teria. O riso de alguém que esnoba o presente oferecido, e o castiga. Ao caminhar, ele sabia que seu coração jamais consertar-se-ia novamente. E seria para sempre dela.

Eu te amo.

As palavras nunca ditas saíram como um grito mudo, um apelo para que ela o buscasse, o tomasse como seu mais uma vez. Mas aquelas palavras, que ele agora chora tão desesperadamente, não surtem efeito. Embora esquecesse, ainda morria. Lentamente. O amor de Sirius não foi o bastante para salvar Bella.

Só restava a ele o esquecimento de uma estrela em decadência.

Obliviate.