― Que tal eu usar meu charme para conquista-la? Será que iria colar? – Perguntou, vendo seu rosto refletivo no vidro da mesa da sala.

― Tsukiyomi, minha amiga nunca iria se impressionar com alguém pela beleza, disso posso apostar. – Falou a baixinha de cabelos ondulados, sentada no sofá.

― Haha, Mashiro-san,  você vai negar, que se visse o Nadehiko sem camisa ou qualquer coisa do gênero, que não vou falar, por que te respeito mas voltando ao assunto, você não iria se encantar? – Kukai ria, enquanto mastigava a maça em sua mão.

― O- O que você quis dizer com isso? E- eu nunca... – Olhou para Nadehiko parado na sua frente e corou. – Eu em hipótese alguma... Iria me encantar, ou algo assim... – Os garotos riram com a timidez da garota.

― Hum... Se é assim vamos provar isso, Nadehiko tira a camisa ai. – Falou debochando da garota que pôs as mãos em frente aos olhos.

― Deixe-a em paz! – Defendeu-a.

― Tá bom, chega! O assunto não é sobre a anãzinha e sim da amiga dela... Diga-me o que ela gosta. – Ikuto falou, apoiando sua cabeça sobre os braços, já estava cansado de ouvir tantas besteiras, fugindo do que realmente queria ouvir.

― Obrigada pela compreensão, Tsukiyomi. – Falou sarcástica.

― Diga-me o que sua amiga gosta!

― Bom, ela gosta do Tadase e mais o que... – Cruzou seus braços e pôs seus dedos sobre o queixo, o que sua amiga mais gostava, fazia tempo que sua amiga não se divertia, pois as únicas coisas que passavam na sua cabeça era “Tadase”.

― Argh! Eu não quero saber que ela gosta do imbecil do meu primo. O que você acha que pode a fazer gostar de mim? Era isso que eu queria saber.

― Ela não gosta de alguém por beleza, por que o amor dela é cego, só assim para gostar daquele lá...

― Vejo que tem bom gosto. – Riu Ikuto.

― Alguém te deu permissão para me interromper? Continuando a sua pergunta... É bem provável que para ela gostar de você, ela tem que te conhecer melhor, ela gosta de sinceridade, de companheirismo e de afeto, mas você não aparenta ter nenhuma destas qualidades... Desista!

― Você acha que vou desistir tão facilmente? Eu não desisto de nada, se for preciso lutar para conquistar o que e quero, eu vou lutar.

― Então aprenda a não ser que nem um animal, vai que você consiga, né?  Milagres acontecem- Foi em direção à porta. -... Só não ponham meu nome nisso tudo, por que estou fazendo isso, apenas para o bem de Amu, eu não quero traía. Tenho que ir, tchau. – Fechou a porta atrás de si.

                                                              O.o.O.o.O

― Prestem bem atenção, faremos um trabalho em grupo... – A professora anunciou, ajeitando algumas folhas e cadernos em sua mesa.

― Vamos fazer juntos? – Todos os alunos perguntavam entre si, interrompendo a professora.

― Silencio! – A turma calou-se. – Ninguém integrante do grupo ira escolher em qual ficar, será sorteio, amanhã o faremos e decidiremos com quem todos irão fazer. – O sinal tocou e antes da professora libera-los, todos já estavam fora da sala.

― Amu! Espere! – Gritou correndo tentando alcança-la, quando a mesma parou. – Não precisa caminhar tão rapidamente, não esta havendo nenhum incêndio por aqui.

― Estou só caminhando, não é problema meu você caminhar tão devagar. – Respondeu.  Parecia irritada.

― Por que esta tão ignorante? – Perguntou.

― Rima, cá entre nós, você não precisa que eu diga mesmo, né? Já se esqueceu de ontem?

― Não, não me esqueci, mas eu te avisei ontem.

― Nossa, avisou tão bem que eu fui parar na diretoria. – Revirou os olhos, que estavam inchadas de tanto chorar e continuou a andar nos corredores já vazios.

― Ninguém mandou ser curiosa demais. – Bufou a outra.

― Você não quis me contar, cadê aquela minha amiga que contava até os segredos mais guardados? Que me revelava tudo? Hein?

―Eu não posso contar. – Olhou para baixo.

― O que é? Você não confia mais em mim? – Olhou para os olhos de sua amiga que lhe encarava séria, como Rima havia se tornado assim? Por que havia mudado, de antes sua personalidade engraçada e seu jeito protetor, para agora esta garota fria, que a ela não revelava mais nada?

― Não é que eu não confie em você, mas é algo que... – Apertou a mão. – É algo que ninguém pode saber.

― E tem haver comigo?

― Não posso dizer. Desculpe Amu!

― Se você não confia mais em mim, não fale mais comigo, prefiro andar sozinha, do que com gente falsa. – Deu de ombros e fechou violentamente seus olhos, por que em tão pouco tempo, tudo estava mudando?  Mesmo que tivesse que fingir-se grossa, seria a melhor maneira para deixar de se magoar.

― O- O que? Você não me considera mais sua amiga? Você não é assim, por que esta tão braba?...

― VOCÊ TAMBÉM NÃO ERA ASSIM! Mesmo que sinta dor em deixar de ser sua amiga, será melhor, do que conviver com uma pessoa que não mantém confiança alguma em mim, sempre calada e me escondendo tudo.

― Poxa! Eu não posso contar algo, é segredo, eu prometi, e nunca volto atrás com minha palavra. Você me acha falsa por cumprir com minha palavra?

― Cumpra então sua palavra! Mesmo assim eu não vou voltar atrás, se quer assim, que seja... Tchau! – Aquilo estava mexendo consigo, por que estava sendo tão duro tudo agora? Tudo havia mudado e seus sentimentos estavam no mesmo caminho, já não eram mais os mesmos de antigamente.

Já saindo do prédio, começara a caminhar ao portão principal.

“Eu não posso contar”

Aff! Parece que não tenho sorte mesmo.

Chegou à pracinha próxima a sua casa e sentou-se no balanço vermelho e observou tudo a sua volta, tudo havia mudado. Quando pequena, visitava com frequência aquele lugar, mas com o tempo deixara de habita-lo. Antes aquilo sempre era o local onde tirava todas as complicações de sua mente... Aquilo antes era um lugar mágico, ao qual se sentia a heroína, mas agora era somente um lugar ao qual se fazia lembrar os melhores momentos, ao qual a preocupação era somente ao qual dos brinquedos escolher.

― Por que não tem como voltar no tempo? – Perguntou para si.