POV Annabeth:

– O que, pelos deuses, é você?

Como se eu não estivesse confusa e desorientada o suficiente, o cara simplesmente envelhece 2 anos em 2 segundos, na minha frente!

Eu precisava reorganizar as minhas ideias, como já estávamos bem próximos da área dos chalés, corri até o meu antes que pudesse ouvir uma resposta para aquela pergunta, no meio do caminho esbarrei com um Stoll que me perguntou alguma coisa, nem escutei direito, só continuei correndo, cheguei no chalé 6, e só então percebi que ainda não tinha parado de chorar, fui ao banheiro e lavei o rosto, os meus irmãos não podiam me ver naquele estado por nada, depois peguei alguns esquemas de prédios e comecei a montar sistemas de prevenção a terremotos, aquilo sempre me ajudava a reorganizar as ideias cálculos e cálculos, nada melhor pra colocar a cabeça no lugar, alguns irmãos meus chegaram e me chamaram para ir montar estratégias pro próximo caça bandeiras, mas eu realmente precisava de um tempo sozinha, depois de umas duas horas fazendo contas e reorganizando pilares e ideias, eu já tinha uma boa ideia de o que fazer com relação ao novato no dia seguinte, e então, apesar de ainda serem nove horas, tomei um banho e fui dormir.

POV Der:

É fato, eu preciso aprender a controlar esses poderes, agora eu estou no meio de um lugar gigantesco, sem a menor ideia de o que fazer ou ainda pra onde ir. Já estava voltando pra casa azul quando um garoto chegou correndo e me segurou, me virei para ver, ele tinha uns 18 anos também era magro e um pouco mais baixo que eu e parecia muito um elfo.

– O que você fez com ela? – Ele perguntou nervoso enquanto levantava um dedo ameaçador.

– Nada, quer dizer, eu sou novo aqui, e ela estava me mostrando o acampamento, até que lembrou do namorado e começou a chorar eu tentei ajudar mas ela se assustou com a minha idade. – Eu disse tudo junto rapidamente, não que eu estivesse com medo dele, mas não queria que pensasse que eu tinha machucado ela ou algo do tipo.

– Ah, isso explica tudo, ela anda muito mal desde que o Percy desapareceu – ele me analisou – mas não é a toa que ela se assustou com a sua idade, você já era pra estar morto – ele deu uma gargalhada – vem, eu vou te mostrar o resto do acampamento.

POV Ófion:

Depois de uma longa noite na caverna, me levantei com o corpo dolorido, coisa a qual eu não havia me acostumado ainda, fui em direção a saída da caverna, minha esposa ainda dormia estirada no chão, que situação indigna para dois deuses...

Lá fora o sol se levantava preguiçosamente desafiando um horizonte desértico pontilhado de pequenos arbustos e colinas, era uma bela paisagem, o golem nos dissera ontem que aquele era o deserto de nevada, e que passaríamos por outro daqueles aglomerados “cidades” como ele disse, ontem a noite nos a tínhamos contornado, mas hoje pela manha eu podia ver claramente o seu tamanho, e era colossal, Las Vegas se estendia longamente por entre duas montanhas, margeando um lago, no meio do deserto, uma afronta a ordem das coisas, hahaha, realmente, eu tenho que rever meus conceitos.

O golem, até agora parado de pé em um canto, se aproximou assustado com as minha risadas.

– Deseja algo mestre? – Pensei um pouco, seria bom saber o que mais encontraríamos nesta viagem.

– Sim, diga-me o que veremos no caminho

– Passaremos por toda a extensão da maior civilização ocidental, mostrarei tudo o que os humanos conseguiram fazer até hoje. – É, essa viagem vai ser longa...

Eurínome se levantou, acordada pela minha conversa, e se aproximou.

– Partimos agora?

Peguei o pequeno golem e nos pusemos a correr por entre os arbustos secos na direçao contraria a cidade.

POV Apolo:

Depois de despachar Der para um tour pelo acampamento, fui em direção ao interior da casa grande seguido por Quíron, Dionísio não parecia muito disposto a se levantar, mas depois de alguns olhares impacientes ele veio, fomos em direção a sala central, a redecoraçao que Dionísio fizera era medonha, Quíron me olhava impaciente.

– Bem, acho que se ele não é um herói, você me deve explicações não é mesmo? – Ele não parecia estar brincando, suas sobrancelhas grossas formavam um arco de incompreensão sobre seus olhos enquanto ele passava a mão nervosamente pela barba.

– Quíron, eu também não sei muito sobre ele, só sei que as próprias moiras me disseram para acompanha-lo até aqui. – Tentei acalma-lo, o que teria funcionado se Dionísio não interferisse.

– Não é só isso, ele também não sabe quem é, o que é, pra que serve, contra indicações, como usar seus poderes, o que o mundo é, enfim esse Délcio não sabe de nada, mesmo sendo, provavelmente o ser mais poderoso que você verá. – Quíron me olhou intrigado.

– Como assim as próprias moiras te avisaram? E quanto à mãe dele? O que ele faz aqui se é tão poderoso? – Nota mental: as vinhas nunca mais verão o sol.

– Ah, bem, as moiras me mandaram até o monte Parnaso, onde eu recebi uma mensagem da mãe dele, e uma profecia sobre ele.

– Pelos deuses! Uma profecia no próprio monte Parnaso! Não bastasse ser anunciado pelas próprias moiras. – Ele me olhava surpreso, enquanto Dionísio se divertia com a situação. Nota mental²: Dionísio nunca mais verá a luz do sol.

– É por ai mesmo, só que como Dionísio já disse, o garoto não sabe nada.

– Apolo, um ser tão poderoso assim pode ser uma ameaça no acampamento, e quanto aos heróis? – Quíron perguntou reassumindo aquela expressão séria.

– Ele não será incomodo, afinal, não sabe usar os poderes ainda.

– E quem é a mãe dele? E que profecia é essa? – Coitado, a resposta à essa pergunta destruiria aquela seriedade e calma por completo.