Se Essa Rua Fosse Minha escrita por Bah_Yuh


Capítulo 1
Se essa rua fosse minha - capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olhando no ff.net eu encontrei essa fanfic minha de dois anos atras.
Espero que gostem, pois pelo que me lembro, fiz com muito carinho!



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A noite era bela, cheia de pontos luminosos no céu, que se destacavam ainda mais por estar tudo escuro durante a madrugada. Uma lua cheia banhava a aldeia em que vivia, que estava traquilizadoramente calma.

Se essa rua
Se essa rua fosse minha

Sua cabeça era apoiada na mão direita, enquanto o cotovelo o sustentava na batente da janela. Seu pijama azul claro era tão discreto quanto os lençóis brancos nos quais estava sentado.

As luzes que normalmente iluminavam o local estavam apagadas, deixando em função do banhado de prata iluminar as lágrimas tão profundas que despendiam dos olhos claros e expressivos.

Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Só pra ver
Só pra ver meu bem passa

Ao fundo um som de piano, que sabia estar vindo da casa ao lado. A sonoridade só o fazia chorar mais, pensando nos erros que cometeu, que comete e que ainda ira cometer. A rua era escura e mal trapilha... Sua vontade era mandar ladrilhá-la, somente para ver seu bem passar. Mas sabia, era impossível.

Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão

Se espremesse seus olhinhos azuis, conseguia ver ao longe uma casa em estilo tradicional, de uma nobre família, uma casa que mais parecia estar no meio de um bosque, que sabia que se fosse denominado, seria solidão...

Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração

Seu olhar se volta para o céu, vendo a esfera pálida, contornada pela escuridão, e era simplesmente impossível não se lembrar do seu anjo, que roubou seu coração.

Sua mão esquerda apertou os lençóis brancos, fazendo-os ficarem ainda mais amassados do que já estava, mas isso não importava, pois a perfeição, a arrumação não estava mais ao seu lado.

Estava tudo acabado e o estado era irreversível. Por quanto tempo quis paz, silêncio? Muito ao certo; se era assim, por que sentia aquele aperto do coração ao se lembra do bronzeado da pele, ou do simples cheiro salgado?

Se eu roubei
Se eu roubei teu coração

Ainda se lembrava dos modos desleixados, da voz estridente a acusá-lo de sedução, de ilusão, por roubar um coração. A melodiosa voz ainda soava em seus ouvidos em forma de gritos bem afinados.

Tu roubaste
Tu roubaste o meu também

Como se sentia quente ao fechar os olhos e visualizar a cor azul, azul do mar, azul do ser que conseguiu o consumar! Com esforço quase sobre humano conseguiu fazer seus lábios finos fazerem o contorno de um sorriso.

Desde quando o ódio passara a ser amor? Não sabia, a única coisa que era certa era que o resgate foi mal sucedido, que ele pegou o objeto errado, roubando o coração do ladrão, o seu coração.

Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Foi porque

O bem daquele de quem roubou o coração era o que mais lhe importava, e para manter aquele coração protegido seu sacrifício seria bem vindo.

Ouvia o bip do aparelho ao seu lado, e podia perceber, mesmo que remotamente, que cada vez estava mais lento. Lágrimas começaram a banhar seus orbes negros, de que tanto se orgulhara no passado.

Queria voltar, mas não podia. Nunca deixá-lo-ia descobrir o sacrifício que fez por ele. Era melhor seu bem pensar que tinha o abandonado do que saber que quem mais prezava tinha sofrido por si, que estava morrendo por si...

Só porque te quero bem


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
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