Morning Light escrita por Dani


Capítulo 16
XIV - The Special Editions


Notas iniciais do capítulo

OLÁ TRIBUTOS! Como estão? Mil desculpas pela demora, mas resolvi como acabar com essas demoras e vocês podem me ajudar lendo as notas finais. Mas aqui está o capítulo em que outros personagens estão de volta nessa segunda parte. Dedico esse capítulo a minhas lindas leitoras: Loreline Potter e Marina Carpinelli, que foram tão fofas em seus reviews que não consegui escolher o melhor review do cap, espero que gostem desse fofas *-* Espero que gostem!



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Não me movo, não falo. Tudo que faço é respirar.


Meu pai, após uma conversa simpática com Dean, deixa o cômodo logo após deixar aquela bomba ali.


Fiquei dormindo por dias e agora que estou acordada, dou de cara com esses enormes arranhões em meus braços, até mesmo alguns pequenos cortes nas partes mais altas deles. Não havia os visto. Eles estavam na parte interna de meus braços.


Não havia os visto, mas meu pai os notou e me mostrou que ele tinha exatamente os mesmo machucados. Alguns eram, assustadoramente, nos mesmos locais. Eram muito semelhantes.


– Como é acordar uma semana depois? – Dean senta-se do meu lado calmo. Não faz ideia do que eu acabei de presenciar. – Deve ser assustador.


– Uma semana toda a qual não me lembro de nada. – confirmo.


Ele toma seu café da manhã sem notar que mal toco no meu prato quando saio do recinto.


Quero apenas ficar sozinha em meu quarto. Tentando analisar as feridas, mas não posso.


Um fluxo de pessoas entra em meu caminho, com malas, gritos sobre as horas e muitos olhares de raiva.


Algo verde e baixo se move sorrateiramente até mim e puxa minha mão com força.


– Octavia. – digo percebendo que quero abraçá-la. Sinto saudades de suas euforias e broncas, já que não sou exatamente delicada como ela acha que eu deveria ser. Mas ela me puxa e continua andando rápido, tão frenética como as outras pessoas. – O que está acontecendo?


– Estamos uma semana atrasados. Uma semana. Você entende o que uma semana significa na viagem mais importante de Panem? – ela fala e seus cabelos hoje estão de um rosa muito intenso, sua boca está sem cor, mas seus olhinhos inundados por glitter.


– Significa uma semana. – digo para irritá-la.


Ela revira seus olhinhos me enfiando dentro de um quarto amontoado de roupas e pessoas estranhas: os estilistas. E não apenas os meus, mas vários.


– Nossa chegada aos Distritos Carreiristas está atrasada e a Capital... Nem me fale da Capital. Louix deve estar uma pilha de nervos.


Louix. Pela primeira vez ela cita o nome de nosso presidente. Na verdade, pela primeira vez em toda a viagem ouço seu nome. Acho que ainda não tinha me dado conta que em algumas semanas o conhecerei.

– Ele não deve estar morrendo, porque nosso encontro demorará um pouco mais. Ele não ficaria ansioso para conhecer uma... Adolescente. – digo e ela me olha feio, quase chocada.


– Você é tão ingênua quanto sua mãe era. – ela me conta. – Primrose, a Capital nunca esteve tão ansiosa para conhecer alguém como você. Seus pais os fizeram esperar 16 anos.


Ela tenta fazer 16 com as mãozinhas gorduchas, mas desiste ao ver que começo a rir.


Chillies e Mylo, meus estilistas, começam a me despir e mal tenho tempo de sentir vergonha já que massageiam minha pele, puxam meu cabelo, pintam meu rosto e minhas unhas, e me fazem parecer bastante diferente de como realmente me sinto. Pareço bela, saudável, quase contente. Por dentro estou uma bagunça.


– É simples. Faça contato visual, acene, mande beijinhos se quiser. – Octavia diz me puxando novamente entre várias pessoas muito bem vestidas para uma simples embarcação no trem. – Panem está preocupada com você. Precisam saber que você está bem.


Mas isso é uma mentira. Eles não precisam saber que estou bem, eles querem apenas ver se estou na melhor ou na pior. Não acho que eles realmente queiram saber algo que nem mesmo eu sei.


Quando saio do hotel minha visão é uma memória distante. Tudo que vejo são flashes, de todos os lados. Meus olhos doem, mas eu fico sorrindo ainda que cega e aceno. E ouço gritos que me assustam, mas uma mão segura em meu braço e seguimos.


– Não olhe para as câmeras. – ele diz.


– Nem se eu quisesse.


Entrando no trem tudo está como antes. Ele está lotado e me pergunto se alguém do 8 resolveu se juntar a nós.


– Está muito bela. – Lucca me diz. – Parece bem. Está bem?


Pergunto-me o porquê dele ser a primeira pessoa que parece questionar aquilo.


– Não sei. – respondo honesta.


Ele me olha, mas não expressa nada. Mas nem tem tempo.


Riley vem correndo e me dá um abraço na cintura. Finn está ali perto também. Ele está com uma roupa formal e parece tão crescido que quase sinto que estou perdendo meu irmãozinho.


– Não desapareça assim. – Lori chega perto e fica quieta de início, mas me dá um abraço tímido.


Meus pais me cumprimentam, cada um me dá um beijo na cabeça. Dean está no canto mexendo em algum material em que ele encosta os dedos bem rápidos na tela e um velho está ao seu lado. E há muitas pessoas com roupas estranhas e elegantes.


Sento-me no sofá.


– Filha do Tordo, teve uma semana tumultuada. – a ruiva ri da própria piada. Admito que Vênus está deslumbrante, mas nunca admitiria isso em voz alta.


– Faz tempo que não te vejo. – digo. – Mesmo antes desta semana.


Ela dá de ombros.


– Eu odeio isso, mas tenho passado muito tempo em meu quarto. – ela me conta.


– Se odeia, porque o faz?


– Everdeen, você parece muito inocente. – ela me fala apontando para meus olhos, como se eles fossem tão maduros quanto os de uma criança. – Mas coisas estranhas estão acontecendo em Panem, e isso não é de agora. Faz um tempo.


– Coisas estranhas? – pergunto.


– Estranhas e perigosas. – ela me diz.


Olho para a garota e por mais que haja uma atmosfera nada amigável entre nós, algo me diz que ela não está mentindo. Ela realmente está sumida e talvez tenha um motivo por trás disso. Algo além do fato de Lori e Lucca não a suportarem. Alguém como ela não se esconde de confusão, ela parece mais alguém que fica no auge da confusão. E que se diverte com isso.


– Esteja atenta. – ela me diz e sai assim que Annelys senta-se ao nosso lado e a encara de um modo engraçado.


– Área limpa. – ela me diz com os olhinhos arregalados.


– Área limpa. – confirmo. – Porque o trem está tão tumultuado? – digo quando levo uma cotovelada nas costelas já que há muitas pessoas espremidas no sofá.


– Após seu pequeno incidente a Cavalaria de Panem se juntou a nós. – ela me conta.


Agora a vez de arregalar os olhos é minha.


Toda pessoa que vive em Panem é acostumada com os Pacificadores. São homens trajados de branco e armados, mas que pelas leis de Louix, precisam resolver as coisas pelo diálogo antes de usarem a violência, o que não é bem assim. E há a segunda parte militarizada de Panem: a Cavalaria.


A Cavalaria é formada por jovens e fortes cavaleiros conhecidos por toda a Panem, mas pouco vistos. Os Cavaleiros de Panem são conhecidos pela cordialidade. Aos 12 anos vários meninos são recrutados e treinados no Distrito 2 até que completem 19 anos e possam ser membros oficiais da Cavalaria. Estão sempre em eventos em que se envolva o presidente de Panem e nenhum outro. Mas agora estão aqui.


Os Cavaleiros são educados, suas vestes são elegantes e, diferentes das armas modernas dos Pacificadores, eles usam espadas. E cavalos, é claro.


Seus cavalos são criados no Distrito 10, mas sempre que algum Cavaleiro se oficializa, um cavalo é levado para si no 2. Sei disso tudo porque no fim do ano sempre há as Cerimônias de Oficialização. E também porque os Cavaleiros costumam ser muito atraentes, ou seja, é totalmente compreensível o brilho maroto que há em seus olhinhos.


– Quem diria que a Cavalaria se juntaria a nós. – Lori aperta-se do nosso lado. – O Pequeno Tordo nos trouxe alguns benefícios. – nós três rimos em uníssono, e, vários rapazes trajados elegantemente, nos cumprimentam uma vez e outra.


Levanto-me andando a procura de meus aposentos enquanto Lori e Annelys separam os Cavaleiros por seu nível de beleza, e mesmo que seja uma brincadeira fútil, é divertida. Eu participaria se não estivesse tão cansada.


– Primrose? – ouço uma voz e não a reconheço. Viro-me rápido para visualizar seu dono.


Olho o homem dos olhos cinzentos sem me lembrar de seu nome.


– Gale. – ele me diz.


– Desculpe-me Gale, mal nos conhecemos e bem... Aquilo aconteceu.


Seu sorriso é contido.


– Eu sei que mal nos conhecemos, mas... – ele parece ter que fazer um pequeno esforço para falar tudo o que quer. Como se tivesse decorado um texto e as palavras sumissem de sua cabeça. – Se precisar de alguma ajuda, eu posso ajudar.


Dou um sorriso incerto sem saber como reagir.


– Sua mãe é muito importante para mim. Faço qualquer coisa por ela. – ele diz com certa tristeza. – Você me lembra muito ela. – ele diz meio perdido, com um pequeno sorriso. – Mas nem todos serão bons com você, é um mundo perigoso.


Percebo que essa não é a primeira vez que ouço coisa parecida hoje.


– Porque todos continuam dizendo isso? – pergunto tão irritada quanto uma criança que não teve tempo o suficiente brincando.


– Porque seus pais te esconderam coisa demais. – ele diz. – Você não deveria ter vivido todos os anos no 12 sem saber de nada. Assim que sua mãe me contou, eu mal soube o que dizer. Vontade de chamá-los de nomes não me faltou.


– Chamar quem? – digo rindo do jeito que ele falou.


– Seus pais. – paro de rir. – Eles escolheram te criar assim. Haymitch também queria te proteger, mas foi errado. Me diz o que você sabe dos Jogos? Ou da Rebelião? Ou de como as pessoas desse país podem ser cruéis?


Engulo o nó que se forma em minha garganta e por um momento penso que cairei em lágrimas.


– Nada. – digo.


Ele põe as mãos em meus ombros, protetor, mas tudo que sinto é medo. Medo, medo e mais medo, que vai se acumulando e me controlo para não chorar.


– Não os ouça. Você não pode ficar às cegas por tanto tempo.


Ele diz e se vai, mas mal ouvi suas últimas palavras.


Continuo andando pelos corredores do trem meio perdida no começo. Mas então meus pés tomam rumo e marcho destemida na direção de meu quarto, mas à dois passos da porta mudo completamente de rumo. Em uma briga interna do que fazer, acabo batendo na última porta de um dos corredores.


Um Lucca que está descalço, com uma toalha nos ombros e apenas vestindo calças escuras abre a porta.


Não me importo com sua seminudez. Entro no quarto e sento-me na beirada de sua cama.


– Você me disse que sabe muito sobre os Dias Escuros. – começo dizendo e ele se senta do meu lado, me olhando preocupado, quando começo a passar as mãos com força em meu rosto tirando toda aquela maldita maquiagem. – Eu não sei de nada. Mas preciso saber.


Ele mexe a cabeça concordando.


– Me conte tudo. – digo.


– Eu posso fazer melhor. – ele diz se dirigindo para um armário baixo no canto de seu quarto. Ao abrir o armário, vejo enormes caixas e ele as encara por um tempo, procurando especialmente uma. Ele pega a caixa que procurava e coloca na cama. – Posso te mostrar.


Revira cuidadosamente, sem desorganizar nada, nas caixinhas que há lá dentro.


Pega duas caixas douradas.


– Não sou um grande fã dos Jogos, mas se fosse, estas seriam minhas edições preferidas. – ele diz e me joga a septuagésima quarta e quinta edições. – Você tem certeza?


“Não. Não. Não.” Meu cérebro grita.


– Sim. – meus lábios dizem.






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Notas finais do capítulo

PRIMEIRO: Sobre os atrasos com cap decidi uma coisa, postarei semanalmente no MESMO dia e mais ou menos no MESMO horário. Então quero que vocês, meus leitores fiéis, escolham o dia que vocês querem que eu poste. Faço isso para que 1)vocês saibam quando terá capítulos novos, assim leiam sempre os novos e mandem reviews *-*
2)Para que eu tenha uma prazo e assim não fique atrasando. Assim como uma série tem dia fixo, ML também terá. As opções de dia são: Segunda, Quarta ou Sexta e o horários entre as 13/14hrs da tarde OU 20/21hrs da noite. Então coloquem no review o DIA e o HORÁRIO que preferem. Aviso no próximo capítulo quais foram os mais pedidos.
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SEGUNDO: Quem tiver um tempinho por favor dê uma lida na minha nova ONE-CLATO: Born to die *-* e deixe um comentário dizendo o que achou.
MELLARKISSES FROM DISTRICT 2 ♥