Ei, Quer Ser Meu Amigo? escrita por LuMartins


Capítulo 82
Capítulo 82


Notas iniciais do capítulo

oooooooooooi, bom? ♥



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Sinceramente, mesmo, mesmo, eu estava querendo é morrer, que tipo de pessoa tem coragem de ser cantor? Loucos, apenas loucos.

(N/A: Só os loucos sabem. ♫).

Se manda autora, eu ainda estou aqui com cara de tacho na frente dessas lindas pessoas, com as quais olham para mim como seu eu fosse uma alien, e sim neste exato momento eu percebo que já deveria sair dali, a menos que eu queria dar mais um show, só é claramente que não, levantei e quase voei para a minha carteira, que bom, era a primeira, assim não precisava encarar todo mundo.

Ao longo das apresentações, fui me acalmando, eles colocavam música junto e cantavam ou até mesmo utilizavam do Data Show para poderem passar os vídeos.

Algumas eram bem engraçadas, mas uma me chamou totalmente a atenção, era a Fabiana, ela cantava lindamente, tinha a voz suave, calma e ainda fazia capela. Sinceramente, estava fudido.

Ela cantou Disappear do Evanescence, e ficou lindo mesmo.

Mas logo após veio o ogro do seu namorado, Lucas. Aquela criatura era incrivelmente retardada, perdão Fabi.

Do nada ele começou:


“Sou o demo, demoro”...

Demoro mais abalo...

“Humildemente tocando o terror”.


Todos começaram a rir, e a professora o olhou brava, mas algum santo jogou o estojo pegando bem no rosto deles, quando olhamos pra ver quem era, a Fabi fazia cara de santa, que com certeza demonstrava que foi ela quem jogou.

– Eu pensei que a música fosse em inglês não meu amigo? – perguntou a professora irônica.

– Calma professora, eu estava apenas aquecendo minha linda voz, até acho um desperdício usá-la desse jeito. – Lucas se fez de arrogado.

– Canta logo moleque. – Dona Lu, a professora, falou impaciente arrancando várias risadas da sala.

– Tá professora linda, eu queria chamar um amigão pra a gente fazer um dueto, Dan vem aqui gostoso.

Tudo bem, até eu fiquei surpresa, mas bom né.

Eles colocaram um vídeo de fundo, e logo eu reconheci, minha vontade era gritar, e acho que a da Fabi também.

Logo começou a música, e sim era Snuff do Slipknot. Era a canção mais linda deles.

Os dois lindos fizeram um dueto, e espera estou com falta de ar.

Bom, no meio da música, o Luc dava algumas olhadas para mim, não levei em consideração, porém o Daniel também percebeu, e alguma coisa estava para me dizer que isso não iria acabar bem.


[...]


Todos se apresentaram, e foi escolhida a Fabiana para cantar para escola, a garota quase enfartou, e bom eu comemorei pra caramba, tadinha dela.

Na hora do intervalo, corri para o banheiro, fiz minhas necessidades, e fui procurar o Daniel. Mas alguém me surpreendeu segurando minha mão. Eu conhecia aquele toque e conhecia muito bem aquele perfume.

Senti um arrepio estranho e um frio na barriga, não é era bom, nenhum pouco bom.

Eu olhei para ele e senti compaixão, e naquele momento acho que não estava com tanta raiva, com muitas coisas passando em minha vida, não poderia sentir raiva.

E sim era o Gustavo, parecia que ele andava dormindo mal, muitas olheiras, e estava bastante magro também.

– Oi, eu posso falar com você? – perguntou temeroso, apenas assenti, e olhei em volta em busca do Daniel, logo eu o vi, parecia estar em uma batalha verbal com o Lucas.

– Eu... Como posso começar cara? – ele fazia essas perguntas mais para ele do que para mim. – Eu sinto sua falta. – completou sem mais delongas.

– Você quis assim. – retruquei seca.

– Não faz assim Sophie, você não é assim... - ele quase implorava.

– Quer que eu faça o que? Jogue-me em seus braços? Ou quer que eu me faça de iludida? – perguntei irônica.

– Não sabia que esse negócio de paixão doía tanto assim... – disse ele pensativo.

– Deveria ter olhado nos meus olhos e então saberia. – respondi ríspida.

Ele segurou em meu rosto, e olhou em meus olhos. Senti como se tivesse gelo em minha barriga, era um sentimento tão ruim, pude ver que estava tão triste, que me apertou o coração.

– Por favor, Sophie, não estou pedindo para voltar, eu só quero sua companhia, eu só preciso do seu jeitinho. – ao chegar no final da frase sua voz era quase um sussurro. Ele passou seus dedos longos pela minha bochecha, quando alguém diz:

– Sophie, eu queria falar com você, na calma. – tá, por essa eu também não esperava.

Qual é a desse povo, resolveu falar comigo tudo hoje.

– Tudo bem, depois nos falamos Gustavo. – Olhei para ele séria, porém um sorriso brotou dos meus lábios involuntários. – Vamos.

Sentamos em um dos bancos que tinha lá no pátio, porém poucas pessoas passavam por lá. Faltava um bom tanto para acabar o intervalo e eu queria que ele acabasse logo.

– Diz Raquel.

– Eu não vou mentir, não gosto de você, nunca fui com a sua cara, porém fiquei sabendo o que você pediu para o Daniel fazer, não vou envenenar sua cabeça, mesmo por que eu sei que o Daniel já deve ter contado que nós nos beijamos... – ela parou por um instante e eu absorvia com atenção. – Então, eu vim dizer que eu desisti do Daniel, eu o amo, mas ele não é para mim.

– Como ele não é para você? – perguntei.

– Ele não me quer mais, eu não soube valorizar todo amor que ele tinha por mim, o encanto acabou. – disse ela com amargura.

– Mas...

– Sem mais Sophie, eu não fui e nunca seria como você, você é incrível... – e uma lágrima caiu de seus olhos, sem pensar levantei a minha mão e a sequei. – Não sinta pena de mim, eu pedi por isso.

– Eu não tenho pena de você Raquel, nunca tive você é forte, linda, e tem uma personalidade forte, você não se permite gostar das pessoas, se pudesse, você entenderia. – disse.

– Eu não posso, eu estou acima de tudo e de todos. – Raquel disse com o nariz empinado.

– Esse foi um dos motivos pelos quais o Daniel se desencantou. – quando disse aquilo para ela seus olhos brilharam e eu achei que ela fosse ter uma crise de choro logo ali, na frente da escola que passava sem se importar conosco. – Pensa comigo Raquel, você não era assim, lembra como você era antes. – ela apenas disse que não com a cabeça, eu teria que ser malvada com ela – Eu tenho dinheiro, muito dinheiro, aliás, eu sou muito mais rica que você, tenho tudo que você sonha em ter, eu faço parte de uma das famílias mais ricas desse país, mas o que adianta, o que isso vai mudar em minha vida? – perguntei, me lembrando de todas as vezes que eu tinha ficado sozinha, quando descobri que a minha mãe estava morta. Segurei as mãos dela entre as minhas. – Olhe para mim Raquel.

Ela parecia envergonhada, pois não queria me olhar. – Olhe para mim Raquel. – Aos poucos ela foi me olhando nos olhos.

– Presta bem atenção no que eu vou te dizer, espero que mude depois disso, eu descobri há pouco tempo que minha vó é uma faxineira, e que minha mãe morreu. – falei com a voz embargada, e nos olhos dela passou como se fosse dor. – Descobri que quem eu mais confiava mentia para mim, o primeiro cara que eu gostei me traiu, mas eu tive pessoas ao meu lado que me abraçou e não saíram do meu lado, e aonde estava todo o dinheiro nisso? Onde? – fazia essa pergunta para ela, e esperava que ela me respondesse. – Onde Raquel? Vale a pena mesmo perde todos os seus amigos, o cara que você gosta e ficar sozinha? Com pessoas falsas ao seu redor? Vale a pena mesmo? – perguntei.

– Não Sophie... – ela parou de falar e olhou para um ponto longe, segui os seus olhos e parei no Daniel que ainda discutia com o Lucas, mas dessa vez parecia que eles estavam se divertindo. – Só que eu não tenho mais chances.

– A esperança é a última que morre. – falei como se eu tivesse inventado aquela frase. Eu sorri e ela me acompanhou.

– Agora entendo por que todos gostam de você...

– Você também pode gostar, deixamos tudo no passado nós duas erramos, e eu estou disposta a mudar e ter você como minha amiga. Aceita? – perguntei estendendo a mão.

Ela ficou pensativa e bem temerosa, eu sabia que era difícil para ela, mas ela tinha que tentar.

– Eu aceito. – Raquel segurou a minha mão sorrindo.

Nós levantamos e eu segurei a sua mão. Fomos andando assim de mãos dadas até onde o grupo estava, agora estavam o Daniel, o Lucas, a Fabiana, a Nathaly e o Elliot. Todos olharam assustados para a gente, e eu comecei a rir deles.

– Qual é a piada? – perguntei.

– Vocês estão zoando a nossa cara? – Daniel parecia perplexo.

– Eu resolvi mudar... Estou disposta e eu quero pedir desculpa a todos.

Agora sim todos estavam com os queixos caídos.

Bom, eles se costumaram com a ideia rápido, mas ela ainda se sentia desconfortável, e ficou um pouco introspectiva, até que as meninas começaram a falar de maquiagem e tudo, ela se enturmou.

Aproveitei os últimos minutinhos do intervalo e liguei para a Jane, ainda estava preocupada com ela.

– Alô Jane? Está tudo bem?

– Não, acho que vou enlouquecer. – disse ela com a voz embargada.

Quando fui respondê-la bateu o sino da escola.

– Vai estudar Sophie, não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. – disse ela suspirando fundo.

– Não, ainda tem um tempinho – insisti.

– Eu ouvi o sino Sophie, vai logo. – disse ela e assim desligou na minha cara.

Também quem não ouviria aquele sino ensurdecedor, porém eu fiquei super preocupada com ela, não tinha como não ficar.

Todos se levantaram para irem para sala, e eu estava perdida em pensamentos, quando sinto uma mão tocando a minha, não era o Daniel, nem o Gustavo, muito menos o Lucas, mas sim era a Raquel, não entendi muito bem o porquê.

– Eu disse que queria mudar, o que aconteceu? – perguntou sorrindo, agora eu entendia o que o porquê o Daniel era apaixonado por ela. Mas eu ainda não podia confiar nela, algo me dizia para não confiar.

– Nada, está tudo bem, ou pelo menos vai ficar. – disse sorrindo.

Fomos assim para a sala, mal conversei com o Daniel, precisava pelo menos sentir o abraço dele.

Estávamos tendo aula de Literatura, era a que eu mais gostava, porém eu não tinha interesse, não conseguia me concentrar, olhei para a trás e encontrei os olhos do Daniel, parecia que compartilhávamos os mesmos sentimentos, estávamos preocupados e com medo.

Apenas deitei minha cabeça sobre os meus braços e assisti às aulas passarem, fiquei praticamente assim até o horário de ir embora.

Quando sai da escola, vi que o motorista do meu pai me esperava na frente do colégio, então segui até ele. Ao chegar perto dele, automaticamente ele abriu a porta para mim, dizendo:

– Senhorita.

Quase toda escola olhava para nós, também ele estava todo de terno com uma SUV preta nada modesta.

– O que o senhor faz aqui? – perguntei docemente para ele.

– O senhor Anthony pediu para que eu viesse te buscar, pois ele vai fazer uma viagem e precisava falar com você antes.

Apenas assenti em confirmação e eu entrei no carro.

Logo recebi uma mensagem de texto no celular:


“Ei, nem tempo mais para mim? E me diz o que anda aprontando com a Raquel?”

Dan


Apenas li e nem respondi, guardei o celular e esperei chegar em casa.

Ao passar pela porta me deparo com meu pai com algumas malas sentado no sofá da sala.

– Para onde você pensa que vai? – perguntei autoritária.



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Notas finais do capítulo

Sorry?