– Como você pode ser assim Sophie? – Daniel me perguntou olhando tão profundamente dentro dos olhos.

– Assim como? – perguntei. Ele passou os braços pela minha cintura, e ficou me olhando. E eu fiquei observando sua beleza.

– Ah Sophie, você é perfeitamente linda, mas quando abre a boca menina. – disse ele rindo, ai que ódio, comecei a estapeá-lo.

Desprevenida, ele me roubou um beijo, o melhor beijo que podia ter tido.

Ele segurou minha cabeça com uma mão de cada lado, e me beijava intensamente, dessa vez eu passei meus braços em sua cintura. E cada vez mais aquele beijo era melhor, eu não sabia como, mas era especial, muito especial.

– Qual é seu problema? – perguntei voltando a estapeá-lo.

– Qual é o seu problema? – Dan perguntou me abraçando. – Você me da o melhor beijo da minha vida e me bate, quem esta com problemas aqui? – perguntou novamente rindo.

– Idiota.

– Marrenta. – disse ele beijando minha testa.

Ficamos abraçados por vários minutos, estava tão bom.

– Sophie, você nem almoçou direito, vamos lá em casa comer alguma coisa. – disse ele desfazendo o abraço, mas ficou bem perto ainda.

– Esta tudo bem, perdi a fome naquela casa. – disse me lembrando da casa do Gustavo.

– Vamos, não quero você puro osso. – disse rindo.

– Como tem coragem, olha minhas banhas saindo da bermuda. – disse indignada.

– Você tem um corpo lindo Sô. – e ele voltou a me abraçar.

– Mentiroso, nem vou ficar falando dessas coisas de mulherzinha. – disse fazendo bico.

– Mas você é mulherzinha. – disse passando a mão em meus cabelos.

– Não irrita.

– Você tem um cabelo bonito. – o senti da uma cheirada. – E muito cheiroso também.

– Obrigada, seu sovaco também é cheiroso. – disse rindo.

– Como? – perguntou intrigado.

– Qual é, com o meu tamanho eu só sirvo para ser perfume para vocês grandões.

– Fica de boa baixinha. – disse ele ainda abraçado a mim.

– Ah você me ama Dan. – disse o olhando

– É pode ser. – disse sorrindo e me dando um selinho.

– Idiota.

– Marrentinha.

Continuamos abraçados, curtindo a vista do Parque, e do chafariz, ali agarradinhos.

O tempo passou tão rápido.

– Sô esta na hora de irmos para casa! Nossos pais devem estar preocupados.

– Garanto que os meus nem lembram de mim. – disse cabisbaixa.

– Lembram sim, talvez eles estejam ocupados demais.

– Para lembrarem de uma filha. – disse. Afundei minha cabeça mais ainda em seu peito

– Vamos. – disse autoritário.

– Vamos. – disse meio relutante.

Andamos pelo parque de mãos dadas, e ficamos nos beijando a cada palavra fofinha que ele falava, ou a cada xingamento que eu dava.

Saímos do parque, e soltamos nossas mãos, caso passasse alguém que nós conhecíamos.

– Me leva de cavalinho, to com preguiça de andar. – disse fazendo biquinho.

– Não, você pesa uma tonelada.

– Se fosse a Raquelzinha você levava né? – perguntei e me arrependi da resposta

– É levava sim. – disse sem dar importância.

– Grosso.

Ele se virou para mim rindo e me pegou no colo.

– Não quero mais. – disse me debatendo.

– Para de ser mimada Sophie. – disse ele autoritário que deu até medo. Parei de me debater na hora. – Besta você acha mesmo que eu não levaria você?

– Acho.

– Idiota. – ele me xingou.

Mas que droga de vida! Eu não acredito que tinha que encontrar esse cafajeste logo agora, pedi para o Daniel para colocar no chão e ele colocou. Sorte que aquele traste não viu.

E o pior é que ele estava com aquela loira boneca de vodu.

Sim, sim, isso mesmo que você pensando, e o cachorro estava abraçado a ela, como se fossem namorados. Cachorro ordinário.

– Eu não estou acreditando... – sussurrei.

Dan passou o braço por meu ombro e disse no meu ouvido.

– Eu não vou aceitar isso.

Gustavo tinha nos visto e vinha em nossa direção.

– O que esta fazendo com a minha namorada? – perguntou olhando com raiva para o Dan, e a bonequinha do capeta já estava ao seu lado.

– Sua namorada? SUA NAMORADA? – gritou o Dan.

Segurei em sua mão, temendo que ele descesse a porrada no Gustavo.

– É SIM MINHA NAMORADA. – disse o Gustavo peitando o Daniel.

– Não é o que me parece. – disse o Dan olhando para a Larissa.

– E o que você tem o isso? – perguntou o Gustavo. – Eu não tenho que te dar satisfação.

Me enfiei no meio dos dois.

– Mas tem que dar satisfação a mim, e alias não somos mais nada, não acha? – perguntou com deboche olhando para a criada de macumbeira.

– Como pode achar isso? Você me aceitou e agora não me quer? EU NÃO ACEITO ISSO.

– E EU NÃO ACEITO SER TRAÍDA NO PRIMEIRO DIA DE NAMORO. ALIAS ENQUANTO A GENTE FICAVA. – gritei com ele também. – Vem Dan, vamos embora. – disse pegando em sua mão e saindo do caminho dos dois.

– ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM. NÃO VAI.

Mostrei meu dedo do meio e fomos embora.

– Educadinha você em? – disse ele depois de um tempo.

– Cara, como pode? O primeiro cara que eu beijei e que eu gostei me traiu, não é que não tivéssemos alguma coisa, mas é sei lá, é que eu gostei dele, daquele retardado cafajeste. – disse sentida.

Ele me parou, e me abraçou tão forte.

– Vai ficar tudo bem, você é especial, estamos juntos nessa. – disse acariciando meu cabelo.

– Você é um fofo. - disse.

– Eu sei.

– Idiota.

– Eu sei também. – disse ele rindo. – Sabe Sophizinha, eu já estive do seu lado, já fui traído, e quando você chegou naquela escola, você me confortou, tirou a ideia do meu pai de me casar com a Raquel, você é incrível. – disse ele sorrindo.

– Me beija. – disse.

– É uma ordem? – perguntou desafiadoramente.

– Sim. – disse.

– Isso me excita. – disse rindo.

– Me beija logo retardado.

E assim finalmente aquele beijo aconteceu. Delicioso como sempre. Eu amo o jeito que me beija, é tão carinhoso e tão voraz.

– Você é foda Daniel. – disse extasiada.

– Obrigado pelo carinho. – disse rindo de mim.

– Não ri de mim Daniel. – disse brava.

– Você fica linda bravinha.·.

– Para de melosidade. – disse e começamos a andar abraçados em direção a nossa casas.