Clove

O quarto de Cato era muito bonito - e tinha uma cama de casal. Ele me colocou na cama  e tirou a camisa que Ziggi e Toroty nos haviam dado para o treinamento. Os músculos de Cato tomaram conta de meus olhos, seu peitoral bem definido e seus braços enormes.

- Você quer ir tomar banho primeiro? - ele me perguntou fazendo com que eu voltasse para a realidade.

- Tanto faz, mas se você quiser eu posso ir primeiro - falei me levantando e indo em direção ao banheiro - posso deixar a porta aberta?

- Tanto faz, mas se você quiser... - ele me imitou rindo.

Voltei minha atenção ao banheiro, era muito bonito e continha chuveiro e pia muito modernos. Comecei a tirar minha camiseta e lembrei dos toques de Cato. Ao começar a tirar a calça, o desconforto veio. Eu, que só tinha 14 anos, estava tomando banho no quarto de um cara o qual eu estava apaixonada há - tecnicamente - dois dias. Eu acho que Cato is pensar nisso e não ia entrar quando eu estivesse no banho. Percebi que estava errada no momento em que eu, totalmente nua, me vi olhando para Cato enquanto me enrolava numa toalha rapidamente. Tinha certeza de que ele tinha conseguido enxengar minha bunda ou coisa assim. Senti meu rosto ficar vermelho enquanto ele assobiava.

- Não precisa se preocupar - ele disse - eu não vi nada, pode entrar no chuveiro, não vou espiar.

Eu confiava nele, então, deixei a toalha cair e entrei no chuveiro. Aquele painel todo moderno me confundia, mas apertei o botão mais óbvio que podia ser o da água quente - um que continha um "Q" maiúsculo.  A água tomou conta de meu corpo e eu relaxei, por um momento esquecendo que estava no quarto de Cato. Depois de um bom tempo lavando meu cabelo e corpo, desliguei o chuveiro e me sequei, enfim lembrando que não tinha trazido roupa nenhuma. Saí do banheiro na esperança de poder pegar um dos pijamas de Cato e foi nesse momento que ele me agarrou por trás quase me derrubando no chão.

- Cato! Que susto! - rio enquanto ele me beija - vou pegar um pijama seu, ok?

- Pode pegar o que quiser - ele sorriu - prometo tomar um banho rápido e voltar a ser todo seu - ele piscou se dirigindo ao banheiro e eu ao closet. Peguei um pijama confortável e azul de Cato. Me joguei na cama, era estranha a sensação de estar de cueca e não de calcinha. Eu ri. 

Exatamente 10 minutos depois de ter entrado no banheiro, Cato berrou meu nome.  Levantei-me e lentamente andei até a porta, não esperando a cena seguinte. Cato. Totalmente nu. Com seu coleguinha para fora.

- CATO! - foi a única coisa que consegui dizer antes de tapar o olho com a mão.

- Me desculpa! Ah meu Deus! Eu ia te pedir aonde tem uma toalha! - ele respondeu tão desesperado quanto eu.

- É só apertar no botão! - falei enquanto ia me dirigindo a porta, com os olhos ainda fechados, me batendo na pia - Eu, eu vou te esperar no quarto!

E fechei a porta. É, era grande. Me joguei na cama rindo da cena, mas ainda um pouco constrangida, eu realmente não sabia o que ia acontecer mais tarde.

Cato

Me senti uma sardinha dentro da lata quando Clove entrou no banheiro. Ela tinha visto o João - sim, eu dei um nome para ele. Saí do banheiro com a toalha enrolada na cintura, sorri para Clove que estava na cama e me dirigi ao closet. Depois de totalmente vestido me joguei na cama com Clove. Nós entramos debaixo das cobertas e eu acariciei os cabelos dela.

- Cato - ela sussurrou meu nome com delicadeza - eu preciso te perguntar uma coisa.

- O que quiser - respondi beijando a testa dela.

- Você realmente gosta de mim? Ou me ama? Ou sou só... mais uma para você?

- Clove. Eu te amo de verdade. Amo bem antes de termos chegado aqui. Amo você desde a vez em que você foi visitar seu pai e eu estava ajudando o meu, e você quase caiu no cimento e eu te ajudei. Eu era um piazinho bobo que ficava te olhando o dia inteiro na escola e agora, agora estamos aqui.

- Eu também te amo Cato - ela ainda estava desconfortável - e eu... eu quero... fazer aquilo com você antes de morrer, mas... eu tenho apenas 14 anos, sabe?

- Shii - tapei os lábios dela com o dedo - primeiramente, nunca mais diga que você vai morrer e segundo, eu te amo, não precisamos fazer aquilo para provarmos isso. Agora, feche os olhos e durma. Teremos um dia longo amanhã.

E assim, mexendo naqueles lindos cabelos pretos de Clove, eu adormeci junto a ela. Desejando que ninguém nos atrapalhasse de manhã. Nem mesmo Lisa, Nijah ou qualquer autoridade. Erámos eu e ela agora. E eu queria aproveitar esse momento.