PDV Edward

Não sei como consegui me controlar para que Emmett me contasse toda a história, eu estava para dar um soco nele, mas aguentei firme enquanto o ouvia.

-Olha Edward, você sabe que geralmente eu não faria algo assim, ela é sua irmã e tudo, mas primeiro, eu não a obriguei a nada. A culpa não é inteiramente minha. E depois, você sempre soube que rolava um clima entre a gente. – Falou ele.

-NÃO. EU NUNCA SOUBE NADA DISSO. O QUE EU SABIA ERA QUE NÓS SEMPRE FOMOS AMIGOS. – Disse ainda nervoso.

Imaginar Emmett com Alice era simplesmente algo que eu não conseguia fazer. Ele, eu e Jazz éramos os maiores pegadores da região, não se muda de uma hora para outra assim, e sei que ele diz que não é nada sério, mas terei que ver Alice sonhando com ele todos os dias e ficando arrasada quando descobrir que ele está saindo pra festas e pegando todas.

-Cara, quem você pensa que foi o primeiro cara com quem a sua irmã ficou? – Perguntou Jazz. – Até eu que não conheço vocês há tanto tempo sei da história e percebo o clima que rola entre eles.

-Cala a boca, viado. Tá piorando a situação. – Emmett jogou uma almofada com força na direção de Jasper.

-Porque vocês nunca me disseram nada? – Perguntei.

-Porque nós tínhamos medo da sua reação. Achei que ficaria um clima meio estranho entre a gente. – Falou ele.

-É, acho que você tinha razão. – Falei. – Mas sinceramente, vou tentar fazer de tudo para que isso não nos afete mais do que deveria. Não quero perder meu melhor amigo. Mas se você fizer alguma coisa pra magoar a Alice, tenho pena de você. – Conclui sério.

-Cara, tu sabe que eu te amo né?

-Sai dessa cara, sou muita areia pro seu caminhãozinho. – Falei entrando na brincadeira. – Jasper manda aí alguma coisa com muito álcool de preferência. Não pretendo sair daqui sóbrio.

(...)

Bebi muito, não lembrava sequer onde estava. Em minha mente apareciam apenas flashs, rimos, conversamos loucuras, e acabamos dormindo onde estávamos mesmo. Ouvi o irritante barulho do celular tocando incessantemente, procurei de onde vinha o som, e percebi que era o meu celular que estava tocando.

Estava com a cabeça prestes a estourar, pretendia matar o infeliz que estava ligando há essa hora para mim. Mas mesmo assim, atendi.

-Edward? – Logo de cara reconheci a voz de Alice. – Onde é que você tá? – Perguntou.

-Tô na casa do Emmett. – Falei, com a voz ainda meio distorcida pela bebida e pelo sono.

-O que é que você ainda tá fazendo aí? Por favor, não me diz que vocês beberam ontem?

-Não, imagina Alice. – Falei irônico. – Depois quero ter uma conversinha com você. – Falei lembrando a conversa de ontem.

-Tudo bem. Mais tarde conversamos. Ah, e antes que eu esqueça, Bella está procurando você.

-Ok. Vou chegar um pouco atrasado hoje, mas eu vou. Você pode levar as crianças pra aula por mim?

-Claro, levo sim.

-Obrigado, maninha. Tchau. – Desliguei o celular.

Levantei com alguma dificuldade, estava dolorido por ter dormido de mau jeito ontem, minha cabeça ainda latejava um pouco, mas agora eu tinha que ir trabalhar. Terça-feira. Porque depois de segunda não é sexta novamente?

Vi Emmett jogado no sofá e Jasper no tapete e acordei os dois antes de ir embora.

-Pô cara, por que tu me acordou? Só trabalho à noite. – Reclamou Jasper.

-Tô saindo. – Falei antes de ir embora.

Dirigi até em casa, rapidamente me livrei daquela roupa que cheirava a álcool, tomei um banho demorado, troquei de roupa, tomei analgésicos para a dor de cabeça e subi para o apartamento de Bella.

Não encontrei ninguém, Bella provavelmente já tinha saído para o trabalho. O jeito era procurar alguma coisa para fazer antes da hora de pegar as crianças no colégio.

PDV Bella

Cheguei ao trabalho e não tinha nada urgente para fazer. Sentei em meu escritório e comecei a pensar sobre a noite de ontem, não esperava encontrar Alice ali, as crianças haviam saído com Jacob e Edward também já tinha ido embora.

Alice e eu fizemos uma noite de garotas, foi muito bom para que eu me distraísse e esquecesse um pouco que Jacob existia na minha vida. Vimos filmes, comemos tudo o que tinha de bom na geladeira e ficamos horas conversando, no fim foi uma ótima noite.

Resolvi contar a ela sobre Edward. Ela não deu nenhuma opinião, apenas falou que se eu estava feliz com ele, ela estava feliz por mim. Mas mesmo assim, insistiu que eu o conhecia e que não deveria criar muitas expectativas. Que poderia ser ruim para mim.

Estava cada vez mais difícil tirar Edward da minha cabeça, todos os meus pensamentos, acabam inevitavelmente chegando a ele. Decidi começar o trabalho, porque se começasse a pensar em Edward não ia mais conseguir me concentrar.

PDV Edward

Peguei as crianças no colégio e hoje Sophie estava ainda mais séria que nos últimos dias, percebi que algo realmente não estava certo.

-Ei, o que é que tá acontecendo com a Sophie? Ela não era assim. – Perguntei a Tony, quando chegamos em casa.

-Ela tá muito chata, não aguento mais ela falando daquele imbecil, por culpa dele que ela tá assim, irritante. – Falou ele.

-Por culpa de quem? – Perguntei.

-Ela vai me matar se eu contar. – Ele estava meio inseguro em falar. – Sei que eu não devia, mas ela tá ficando cada vez pior.

-O que foi? – Insisti.

-O idiota do Liam. É um garoto da nossa sala, um imbecil, basicamente. A Sophie gosta dele, mas ele não liga pra ela, então ela decidiu virar uma das garotas que o Liam gosta, que são aquelas ridículas fresquinhas e metidas a besta. Não aguento mais ela andando com elas. – Ele terminou de falar e eu não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir.

Como uma garotinha de dez anos pode saber o que é gostar de alguém? Quando eu tinha dez anos, só o que eu pensava era em brincar, garotas nem me passavam pela cabeça.

-Vou falar com ela. – Disse.

Segui até o quarto de Sophie onde ela estava desde que chegamos. Bati na porta e esperei que ela respondesse. Bati novamente, já que não ouve respostas.

-O que é? – Perguntou ela.

-Quero falar com você. – Respondi.

-Não tô a fim de falar.

-Mas eu estou. E se você não abrir vou falar daqui mesmo, sei que você consegue me ouvir. – Insisti.

Ouvi o som de passos se aproximando da porta.

-Tudo bem, entra.

Entrei no quarto, e vi que ela olhava fixamente para o celular.

-Sophie, o que está acontecendo? – Perguntei.

-Nada.

-Eu sei que tenha alguma coisa rolando, você não é assim, você é uma menina incrível, divertida, delicada, simpática, animada. E agora você tá tentando esconder isso, só não entendo o porquê. – Falei.

-É exatamente por eu ser desse jeito que ele não gosta de mim. – Falou ela, triste. – Ele me acha uma criancinha boba.

-Quem? – Perguntei.

-Não interessa. – Respondeu ela, se dando conta do que havia falado anteriormente.

-Seja lá quem for não me importa. Você não tem que se importar com que os garotos pensam de você, não nessa idade, você tem que ser você mesma, e se ele não quiser falar com você, é ele quem vai sair perdendo, não o contrário. Você vai ganhar estando longe de um idiota que não reconhece o quanto você é uma garota incrível.

-Você acha mesmo isso? – Perguntou ela com um meio sorriso.

-Não acho. Eu sei. – Falei sério.

-Obrigada Ed. – Ela sorriu, e consegui ver novamente aquela garotinha que conheci alguns meses. – Não aguentava mais andar com aquelas nojentinhas irritantes. Nunca mais vou deixar ninguém dizer como eu devo ser. E também, não vou mais tentar ser o que eu não sou.

Ela me abraçou, jogou o celular em cima da cama de qualquer jeito e saiu correndo do quarto.

-TONYYYY, VAMOS PRA PISCINA?

Sorri satisfeito comigo mesmo, nunca imaginaria que algum dia estaria dando conselhos a uma garota de dez anos de idade.

Enfim, espero que agora ela passe a gostar um pouco mais de mim, não é possível que continuem me tratando da mesma maneira. Tony nunca mais havia comentado nada sobre a história com Bella, espero que ele tenha esquecido.

Fui até a sala, onde eles estavam brincando um com o outro, algo que fazia um tempo que eu não presenciava. Não podia sequer imaginar pelo que essas crianças ainda teriam que passar, com toda a história do divorcio, e ainda sem nem saber quem é realmente Jacob.

(...)

A semana passou rápido, todos os dias era praticamente a mesma rotina, as crianças melhoraram o tratamento direcionado a mim, agora conversávamos tranquilamente, e de vez em quando até me incluíam nas brincadeiras.

Mas em compensação, Bella e eu não tivemos muitos momento a sós durante toda a semana.

Estávamos aguardando Bella para almoçar e quando ela chega percebo que algo a preocupa. Aproximo-me discretamente dela.

-Aconteceu alguma coisa? – Perguntei.

-Não. Nada demais. Só que Jacob quer que as crianças passem o fim de semana com ele. – Respondeu ela.

-Hmm. E você vai deixar?

-Sim, tenho que deixar, a final de contas é o pai deles. – Falou ela.

Não estava feliz por eles terem que passar o fim de semana inteiro com Jacob, mas vendo pelo lado bom, finalmente, Bella e eu poderemos ter um fim de semana inteiro sozinhos.