Sinto falta do inverno. Pelo menos combina comigo. Frio, indesejável e desagradável. Mas infelizmente a primavera chegou, a pior época do ano, com as piores lembranças pra mim. Na primavera passada eu acreditava perdidamente que o amor existia, mas foi tudo uma ilusão, pois ele conseguiu acabar com a minha vida e destruir o meu coração, deixando em mil pedaços inúteis. É como um espelho quebrado, por mais que se tente consertar, as rachaduras ainda são visíveis no maldito reflexo. Ele foi o único que eu realmente amei, estar com ele me fazia sentir nas nuvens, ele era irritantemente perfeito. Porém ele simplesmente foi embora, como se eu não tivesse sido nada na vida dele, a única coisa que ele deixou foi um bilhete, e a julgar pela letra, nem se importou na rapidez que escrevia.

“Bella, você sabe que eu não sou de uma garota só, agora eu estou me mudando para um intercâmbio e não quero ter que te carregar como um “peso-morto”. Quero ser livre. Entenda e tente raciocinar pelo menos uma vez na vida. Edward.”

Nem dá pra acreditar que eu ficava hipnotizada com o seu sorriso, e que a sua voz me fazia quase desmaiar. Agora ele era só mais um garoto inútil na minha vida, apenas uma memória, uma lembrança apagada. O melhor a fazer agora era tentar não pensar mais nisso e dar uma volta, assim eu poderia esfriar um pouco a cabeça. Saí pela porta e nem respondi o meu pai quando ele perguntou aonde eu ia, apenas queria me desligar de tudo e de todos.

Cheguei em um parque e sentei logo abaixo de uma árvore que estava florescendo. Olhei para os lados e não tinha quase ninguém, só algumas crianças brincando no parquinho e as mães sentadas em um banco, conversando. Percebi o barulho de alguém andando em minha direção e olhei para ver quem era. Parecia familiar pra mim.

Não, não podia ser ele.