http://www.youtube.com/watch?v=SO8wurTyXmY&feature=fvst Vídeo para a visão do Edward

Se arrependimento matasse.

O sinal bateu, todos pegaram suas mochilas e sairam em disparada para o portão de saída. Acabará o primeiro ano de intercâmbio dos calouros. Finalmente as tão esperadas férias chegaram, não aguentava mais estudar tanto assim. Com tudo preparado peguei minha mochila e desci as escadas da faculdade correndo, para me encontrar com os manos na frente do portão. O Extâse corria pela veia. Finalmente havia acabado.

- Daí Edward - falou Erick - preparado para as férias? Muuuitas gatinhas, bebidas e festas. Quer coisa melhor?

- Praia, biquini, cerveja e mulher bonita. - Falou Bryan - Você vai pra Ibiza com a gente né fera?

- Hm... nem rola mano. - Falei.

- Como assim não rola? - perguntou Erick - Você tá bem cara? Você não perder essa véi, a gata da Jane vai pô e todo mundo sabe que a gata tá pagando mó pau pra você mano.

Suspirei, eu estava decidido a não ir nessa viagem. Eu já aproveitará demais da linda Jane, não queria mais a garota, pensei que ela poderia preencher o vazio de meu coração, mas ninguém nunca conseguirá fazer isso além dela.

- Pega a Jane pra você fera - falei dando tapinhas nas costas do Erick - eu vou pra casa encontrar minha familia, falando nisso eu vou nessa. 

- Falo mano, mas depois não vai se arrepender. - Falou Bryan.

- Relaxa. - eu falei sorrindo - Vou ir, se vemos na festa da facul hoje. Até mais piazada. 

Sai correndo para pegar um táxi, olhei para trás a tempo de ver as garotas acenando, retribui os acenos, e para ver os veteranos fazendo brincadeiras com os calouros da minha turma. As meninas riam, toda menos Jane que permanecia com um olhar distante e uma cara triste, seu olhar se direcionava a mim. Acenei e ela retribuiu, uma lágrima escapou de seu olhar. Pobre garota, tão bonita e apaixonada pela pessoa errada. Suspirei. Entrei no táxi, chegamos rápido em meu apartamento, dei duas notas de 5 dólares para o taxista e corri para dentro. Joguei minha mochila em cima do sofá, abri a porta de meu quarto e me lancei em cima da cama de casal d'água e comecei a pensar. Uma forte dor me atingiu no peito.

( N/A: Soltem a música: http://www.youtube.com/watch?v=SO8wurTyXmY&feature=fvst )

Meu passado me condena. Poucos foram os dias que vivi feliz em Londres, esse maldito intercâmbio acabou com a minha vida. Meus desejos fundiram-se com meus sonhos e minhas necessidades, talvez eu tenha perdido o amor da minha vida por um enorme e irreparável erro. Se eu púdesse voltar no tempo teria feito tudo diferente, teria ido busca-la no final da aula, levaria-a para casa dela, sentaria em sua cama e diria que a amava, veria seu rosto corar e ouviria sua doce risada envergonhada. Ela diria que me amava também, então eu olharia em seu olho chocolate e daria-lhe um beijo demorado, após o beijo sorriríamos um para o outro e iríamos dar uma volta pela cidade de mãos dadas, sentaríamos na praça de baixo de uma árvore e passaríamos horas a fio conversando, a noite eu a levaria para casa, daria-lhe um beijo demorado e diria que a ligaria todos os dias, que eu iria morrer de saudades a cada momento que eu estava longe dela. Que eu veria seu rosto como se ela estivesse presente naquele momento comigo. Abraçaria-a e olharia em seus olhos pela última vez, pediria desculpas e diria que voltaria correndo para vê-la corar de novo. Que estaria de volta antes que ela pudesse sentir minha falta.

Mas não, eu fiz tudo errado. TUDO ERRADO. Eu escrevi a pior besteira que poderia ter escrito, eu magoei-la, podia ver nesse instante seu rosto perfeito com uma lágrima no olhar, podia imaginar a cena de ela entrando em seu quarto e lendo aquele bilhete maldito. Eu me odeio. Até hoje me sinto mal pelo que eu fiz, os fantasmas do passando assombram-me cada vez que fecho os olhos. Todas as noites meus pesadelos são constantes, eu sempre volto aquela tarde chuvosa e me vejo cometendo o mesmo erro de novo. Se eu tivesse apenas uma chance, uma só, para voltar no tempo e desfazer esse erro terrível que me assombra dia após dia. Posso dizer que o tiro saiu pela culatra e quem se ferrou na verdade fui eu. Mas tudo bem, amanhã bem cedo eu voltarei para aquela cidade onde tudo acabou e tentarei concertar meu erro, espero que ela me perdoe pelo que fiz. Eu me lembro de tudo, como se estivesse cometendo o erro agora.

" Era uma manhã chuvosa, eu levantei cedo,  7:00 horas de manhã, tomei meu banho e coloquei minha roupa. Desci as escadas até a cozinha, dei um beijo na bochecha de minha mãe e peguei uma maçã para comer, fui até o barzinho de minha casa peguei a chave de minha ferrari vermelha e fui sair.

- Vai para escola filho? - pediu minha mãe.

- Não, - eu respondi - hoje tenho planos diferentes, não quero ir ao ultimo dia de aula. Digamos que vou fazer uma surpresa para Bella.

- Hm... - falou minha mãe desconfiada - tudo bem então, mas juízo.

- Claro mãe. - fui até o carro coloquei a chave na ignição e dei a partida.

Eu viajaria daqui dois dias, não poderia fazer intercâmbio namorando, eu teria que ser livre, eu quero curtir a vida, tenho 17 anos e vou para outro país. Não seria normal namorar a distância, eu tenho que curtir, não posso ficar preso a alguém que não poderei tocar, nem beijar. Vou acabar com isso antes que isso acabe comigo. Pooor favor né. Parei em frente a casa dela, a casa estava vazia. Charlie havia ido trabalhar e Bella já havia ido pro colégio. Desci do carro fui até a porta, peguei a chave que ficava em baixo do tapete, abri a porta e entrei.

Subi as escadas até o quarto de Bella, tudo estava arrumado. Suspirei ao sentir o cheiro de seu perfume no quarto, olhei na sua cabeceira e vi seu celular lá. Peguei-o e abri, uma foto nossa estava lá. Suspirei. Algo me dizia que alguma coisa estava errada, eu apenas não sabia o que. Coloquei o celular na cabeceira novamente e tirei o bilhete do bolso de minha jaqueta, desdobrei-o mais uma vez, como para garantir que as palavras continuavam as mesmas.

“Bella, você sabe que eu não sou de uma garota só, agora eu estou me mudando para um intercâmbio e não quero ter que te carregar como um “peso-morto”. Quero ser livre. Entenda e tente raciocinar pelo menos uma vez na vida.  Edward.”

Dobrei-o novamente. Talvez o bilhete estivesse um pouco duro demais, mas era melhor assim. Um trauma sem ruptura. Ela me esqueceria mais rápido, não queria faze-la sofrer, mas não queria me aprisionar a ela também. Coloquei o bilhete que havia escrito na noite passada em cima da cabeceira e sai. Desci as escadas, fui até meu carro e não me incomodei em trancar a porta. Não faria diferença alguma afinal. A chuva continuava forte, nenhum bandido arriscaria sair hoje. Fui até minha casa, que já estava vazia pois todos já haviam ido trabalhar, subi até meu quarto e me joguei na cama. Tudo estava pronto, agora era só esperar o pior acontecer. Ou o melhor. Meu peito ardeu profundamente com esse pensamento. O que estava acontecendo afinal? "

Acabei dormindo, quando acordei já era 4 horas da tarde. Levantei-me e fui fazer meu almoço. Peguei um pacote de macarrão, coloquei água na panela, liguei o fogão e deixei a água fervendo. Logo após ela estar fervida eu coloquei o macarrão e deixei fazendo. Abri o molho pronto, coloquei em um pratinho e botei no microondas. Quando o macarrão ficou pronto, coloquei-o num prato e despejei o molho por cima. Comi lentamente, deliciando-me com o sabor. A dor no peito continuava muito forte, o vazio aumentava rapidamente, faltava-me alguma coisa e eu sabia exatamente o que era. Faltava-me ela e , talvez, eu nunca mais a terei novamente. Pela primeira vez na vida senti meus olhos umedecerem e uma lágrima desceu rolando pelo rosto. Eu estava chorando. Limpei rapidamente a lágrima, dei a ultima garfada no macarrão e fui lavar o prato. Eu já havia me acostumado com a dor, eu convivia com ela diariamente, era algo normal para mim. Suspirei colocando o prato no escorredor. Olhei para o relógio, 17:30. 

Fui para meu quarto, peguei minha jaqueta de couro preta, uma calça jeans, meu all star preto e uma cueca. Fui para o banheiro, joguei as roupas na banheira, me despi e entrei no chuveiro. Liguei a água quente e deixe a água cair sobre meu corpo nu, senti os músculos de meu corpo relaxando pouco-a-pouco. Lavei meu corpo e meu cabelo. Depois de terminado o banho enrolei-me mais um pouco na água quente, até que decidi que era hora de sair. Desliguei o chuveiro, sequei-me e coloquei minha roupa. Fui até a sala para assistir um pouco de TV quando eu ouvi a campainha tocar. Estranho, não estava esperando ninguém. Fui até a porta e abri-a. 

- Jane? - exclamei supreso. - O que faz aqui menina? - sorri.

- Vim falar com você. - Ela sorriu - acho que tenho um assunto importante para falar com você, algo que não podia ser por telefone, muito menos por MSN.

- Entre. - fiz cerimônia e a levei até o sofá. - Sente. - ela sentou. - Pois bem, o que você tem a dizer, que é assim tão importante que não podia nem ligar avisando que viria?

Ela fez uma careta de arrependimento.

- Desculpe - ela falou - eu devia ter ligado ou avisado de alguma...

- Não - eu a interrompi - eu estava brincando, adorei que veio. Mas fale.

- Edward - ela desabafou - Eu não sei nem como começar, estou morrendo de vergonha. Bom você já sabe o assunto de qualquer jeito.

- Sei? - perguntei levantando uma sobrancelha.

- Oh! Por favor não se faça de desentendido. Facilite as coisas pra mim.

- Tudo bem - eu comecei - digamos que eu supostamente saiba o assunto, por acaso seria a paixão incontrolável que você sente por mim? - gargalhei alto.

Ela corou.

- Na verdade, é exatamente esse o assunto. Edward eu sei que não devia, nem poderia me apaixonar por você, eu queria ter acabado com isso logo no ínicio, mas não me culpe, por favor não fique bravo comigo. Desde a primeira vez que ficamos eu só tenho olhos pra você, nenhum outro garoto me interressa. Edward eu te amo como nunca amei ninguém, você pode me ignorar, me humilhar, pisar em mim, isso não vai mudar nada. O meu amor é interminável, eu não sei mais o que fazer com essa paixão, por isso eu vim te falar, dizer tudo que eu tinha guardado no meu coração. Não me importa que você não retribua o meu sentimento. Podemos ficar juntos, eu sei que posso fazer você me amar, Ah Edward! Eu só te peço uma chance, uma única chance e você irá se apaixonar por mim, eu quero ser sua Edward. Somente sua.

Ela se aproximou de mim, colocou suas mãos em minha nuca. Não pude deixar de notar suas coxas grossas, ela estava maravilhosa nesse vestido, era o mais curto que eu já a virá usar, Jane não era o tipo de garota que precisava usar roupas curtas ou coladas ao corpo para parecer uma deusa, mas ver ela finalmente usando um desses era de enlouquecer qualquer homem. Ela foi se aproximando cada vez mais e então tentou beijar-me, virei o rosto e segurei suas mãos.

- Não Jane. - falei curto e grosso - eu não gosto de você, eu amo outra pessoa. Sinto dizer isso, não quero lhe magoar, não quero ferir seus sentimentos. Eu nunca vou retribuir o que você sente por mim Jane. Eu gostaria de pedir para que você se valorizasse um pouco e parasse de se humilhar, parasse de correr atrás de alguém que não dá a mínima pra você. Jane, você é uma garota linda. Realmente espetacular.  Não conheço um garoto daquela faculdade que não a deseja. Corra atrás de outro, ou melhor deixe que eles corram atrás de você. Eu não sou o garoto certo pra você, eu amo outra pessoa e é atrás dela que eu vou nesse fim de ano, não aguento ficar mais 1 dia longe dela. 

Jane suspirou.

- Tudo bem então Edward.

- Sério? - perguntei - sem ressentimentos? 

- Sem ressentimentos. - ela sorriu - Eu apenas não podia desistir sem ter lutado, sem saber que eu tinha pelo menos tentado. Vá ser feliz Edward, eu te amo o suficiente pra desejar que você seja feliz ao lado de outra.

- Eu te desejo toda a felicidade do mundo, Jane. - falei - Não me entenda mal, eu nunca quis te magoar. Eu não quero seu mal, só não te quero mais. Busque alguém que te ame como você me amou.

- Dúvido que exista alguém que me ame assim Edward. - ela falou e sorriu - Quero alguém que goste de mim pelo que eu sou e não pelo o que tenho por fora. Mas eu já vou indo. - ela pegou sua bolsa e foi em direção a porta, acompanhei ela. - Bom, eu desejo muita sorte a você. Espero que seu sentimento seja retribuido. Seja feliz Edward.

- Obrigado, Jane. - dei-lhe um beijo no rosto. - Até hoje a noite.

- Até. - ela sorriu e virou as costas. Fechei a porta.

Joguei me no sofá e lancei minhas mãos a cabeça. Só me faltava essa, Jane vir se declara pra mim ao vivo. Isso foi o cúmulo. Suspirei e olhei a hora. 19:00 horas. Eu estava atrasado. Peguei a chave de meu Mercedes e desci correndo até a garagem. Dei a partida no carro e sai em disparada, encontrei Jane na frente do prédio tentando pegar um táxi. Fui em sua direção.

- A gatinha quer carona? - pedi brincando.

- Se o gatão não se incomodar. - ela riu.

- Entra aê. - falei abrindo a porta e ela entrou.

- Vamos ir por que hoje a festa garante. 

- E eu vou chegar com a garota mais bonita da faculdade. É pra fazer os outros morrerem de inveja. 

- Acha que eles vão sentir inveja? Espera só até minhas amigas me verem entrando naquela festa com  o garoto mais sexy de Londres. 

- Por que você não me falou que tinha outro garoto esperando por você na festa? - eu falei e ela me deu um tapa.

- Babaca. - nós dois demos risada.

O pequeno episódio de hoje já havia sido superado. Acelerei, essa seria a ultima noite minha em Londres, a ultima noite de solteiro, amanhã de manhã eu iria atrás do amor da minha vida e em poucas horas eu estaria namorando. Cheguei na porta do local da festa, desci do carro e abri a porta para Jane que sorriu pra mim ao descer. Dei a chave ao manobrista.

- Cuide bem de meu carro. - eu falei - só tenho esse no momento.

- Claro, senhor. - o manobrista falou pegando a chave.

- Bom Jane. - eu falei pegando na sua mão. - Vamos entrar nessa festa ou não?

- Vamos. A noite de hoje promete. - ela sorriu.

E como promete Jane. Como promete.  Entramos na festa, todos os olhares se direcionaram a nós. O que tínhamos de tão especial assim, afinal? Jane sorriu.