HERMIONE

- Ele nunca será seu,nunca! Você não vê que ele não te quer por perto? Sou eu quem ele ama, nós fomos feitos um para o outro e não vai ser uma sangue-ruim qualquer que vai nos separar. Draco Malfoy me pertence Granger, e você não pode fazer nada para mudar isso. Acha mesmo que ele me trocaria por você? Se enxerga garota! - Dizia Phoebe enquanto eu ficava parada, apenas olhando para a cara dela, fazendo força para não deixar que as lágrimas viessem à tona, sem sucesso algum.

- Não, eu não posso acreditar que isso seja verdade - sussurrava mais para mim mesma que para ela

O que mais doía era saber que tudo aquilo era sim verdade. Draco nunca me pertenceria. Ele nunca me amaria do modo como eu o amo.

- Não pode acreditar no que está a um palmo do seu nariz ou não quer? - respondeu Phoebe

Fiquei um bom tempo ali, esperando que ela continuasse a falar, sem força alguma para responder. Phoebe, por outro lado, apenas sorria para mim com uma expressão de pena, como se realmente se importasse comigo. Grande mentira!

- Hermione, desculpa estar dizendo isso dessa forma, mas eu sei que você é uma boa pessoa e não merece se iludir achando que o Draco iria querer alguma coisa com você. Eu o conheço como ninguém e sei que ele vai te usar enquanto quiser e depois te descartar quando não servir mais. Acredite em mim, é melhor você ficar um pouco magoada agora do que depois que ele te dispensar como apenas mais uma garota que já caiu na lábia dele. Depois de todos esses anos, eu fui a única a quem o Draco não dispensou, eu fui e sou a única garota que significa algo para aquele coração de pedra. Espero que você aceite isso antes que seja tarde demais e você acabe sofrendo.

- Nãããão! - acordei suada e chorando muito

Pelo menos tinha sido só um pesadelo. Mas o fato de ter sido só mais um sonho - um sonho horrível por sinal - não alterava a verdade. Tudo que Phoebe tinha me dito em sonho, infelizmente, fazia parte da realidade. Uma realidade em que eu e Draco Malfoy não pertencíamos juntos.

Talvez aquele pesadelo fosse alguma espécie de sinal para que eu me afastasse de Draco antes que pudesse me machucar demais, mas eu simplesmente não conseguia, o sentimento era mais forte que eu e me arrastava para cada vez mais perto dele.

Suspirei sabendo que não conseguiria dormir de novo tão cedo e olhei para o relógio no criado-mudo.

3:42 da manhã, que ótimo!

Vesti um robe de seda por cima do pijama, peguei um livro qualquer da minha coleção e fui para a sala, matar o tempo. Descendo as escadas, percebi que a lareira ainda estava acesa, o que era no mínimo estranho, pois os elfos vinham para apagá-la sempre que não tinha ninguém.

A a grande janela que dava para os jardins de Hogwarts jazia aberta e encostada nela, uma sombra bastante familiar. Draco estava tão perdido em seus próprios pensamentos que não percebeu minha aproximação.

- Draco? -  chamei suavemente, tentando não assustá-lo mas não recebi resposta alguma, ele nem mesmo se moveu.

Dei mais alguns passos e toquei seu ombro e ele não recusou o toque, mas permaneceu em silêncio. Quando ele virou seu rosto para mim, congelei de surpresa, sob a luz serena do luar, pude ver caminhos de lágrimas em seu rosto branco como papel. Sem dizer uma palavra, puxei-o para meus braços e o apertei contra meu peito em um abraço forte. Ele me devolveu o aperto com a mesma intensidade e assim ficamos por vários minutos até que suas lágrimas parassem de cair sobre meu ombro.

- O que houve? - sussurrei me afastando um pouco para olhar dentro de seus olhos acinzentados

- Eles se foram Hermione - respondeu com a voz embargada - Eles se foram

Eu não estava entendendo o que aconteceu, ou quem eram eles, mas sabia que Draco precisava se acalmar um pouco antes de poder me daralguma resposta.

- Tudo bem, eu estou aqui - disse puxando-o para se sentar no sofá comigo e conjurei duas xícaras de chocolate quente direto das cozinhas - Toma isso, vai te ajudar a se acalmar - disse estendendo o chocolate para ele

- Obrigado, acho que eu estou mesmo precisando - disse e deu um sorriso fraco

- Draco... quem se foi? - perguntei meio receosa

- Meus pais, eles estão mortos

- Co-como?

- O idiota do meu pai fugiu de Askaban e foi até a minha casa. Ele queria que minha mãe fugisse com ele - as lágrimas estavam de volta, mas ele continuou falando - Os aurores encontraram os dois e pediram que se rendessem, m-mas eles revidaram Mione, eles não deviam ter revidado. Agora eles simplesmente se foram, sem nenhuma despedida, nem um adeus, nada

- Shiii, vai ficar tudo bem Draco, você pode contar comigo para o que for, tudo bem? - disse abraçando-o novamente e ele assentiu levemente.

- Hermione

- Sim?

- Me promete uma coisa? Promete que nunca vai me deixar? -suplicou como uma criança, os olhos brilhando com uma intensidade assustadora

- Eu estou aqui não estou? - baixei os olhos e tentei desvencilhar-me dele, o sonho vindo á tona novamente

- Hermione, por favor, olha pra mim - disse levantando meu queixo delicadamente - Eu não posso perder mais ninguém, eu não suportaria se te perdesse também

Eu devia dizer não, por mais que ele estivesse sofrendo, eu não devia ceder e prometer aquilo. A questão era: eu queria prometer, queria dizer que nunca poderia deixá-lo, que seria insuportável me afastar dele. E o queria ao meu lado sempre, mesmo que fosse só como amigo, porque a ideia de não tê-lo mais em minha vida estava fora de cogitação.

- E-eu... prometo - disse, mesmo sabendo que me arrependeria mais tarde por aquilo

- Obrigado Mione, você não sabe o quanto significa para mim - disse me olhando fundo nos olhos e com um sorriso sincero nos lábios

Seria exagero se eu dissesse que ele estava me derretendo com aquele olhar?

Pois era exatamente assim que eu me sentia!

E eu levaria aquela promessa para o meu túmulo, eu não poderia me atrever a descumpri-la, nunca. Sempre estaria com ele, para o que ele precisasse, fosse o que fosse, eu estaria lá por ele.

DRACO

Por alguns momentos, meu chão parecia ter sumido debaixo dos meus pés. A carta que chegou por uma coruja de igreja fez meu mundo desabar até que Hermione chegou. Assim que ouvi sua voz doce chamar meu nome, foi como o que os trouxas costumavam chamar de anestésico. Minha dor foi ofuscada pela sua presença, ela conseguia me fazer esquecer de tudo á minha volta. E como aquilo foi bom pra mim, toda a raiva qeue ue sentia pela estupidez do meu pai foi se acalmando enquanto ela me abraçava apertado. Como ele pôde ser tão babaca a ponto de morrer? E ainda levou a minha mãe junto com ele!

Eu tinha perdido tudo que eu tinha - mesmo que não fosse muito. Meu pai, mesmo que um verme imprestável, mesmo que um monstro, agora estava morto. E minha mãe. Eu podia até não gostar tanto do meu pai por tudo que ele fez, mas meu amor por minha mãe era incodicional. Ela sempre me cuidou, me educou da melhor forma que pôde - mesmo que com os valores errado, mas para ela era o melhor para mim. Acho que sua morte eu nunca conseguiria superar.

Simplesmente não poderia perder Hermione também, a garota que eu nunca havia imaginado que poderia amar de forma tão avassaladora. Não tinha como não amá-la, e perdê-la, tenho certeza que seria pior que a morte. Eu tinha que me certificar que ela não me deixaria.

Sim, eu sei que era muito egoísmo da minha parte exigir isso dela. Mas olha para mim, eu era Draco Malfoy! Mesmo me esforçando ao máximo para ser diferente, aquele era eu.

- Me promete uma coisa? Promete que nunca vai me deixar? - perguntei temendo que ela se negasse

- Eu estou aqui não estou? - ela estava em dúvida, mas é claro que estaria!

- Hermione, por favor, olha pra mim - levantei seu queixo para que ela me olhasse - Eu não posso perder mais ninguém, eu não suportaria se te perdesse também - depositei toda a minha sinceridade naquelas palavras.

Eu esperava que ela desvendasse todo o amor encoberto no meu pedido. Era uma enorme pretensão minha que ela entendesse que eu estava pedindo para ela ficar comigo para sempre.

- E-eu... prometo - foi a sua resposta meio gaguejada

- Obrigado Mione, você não sabe o quanto significa para mim - não, ela não sabia o quanto significava para mim, mas já que prometeu estar ao meu lado, eu faria questão de demonstrar.

Fui me aproximando lentamente dela, dando a chance para ela se afastar. Mas me surpreendi ao perceber que ela queria tanto quanto eu. Ainda olhando dentro de seus olhos castanhos, encostei meus lábios aos seus, em um selinho demorado. Ela fechou seus olhos, e, sem me dar a chance de falar o que quer que fosse, aprofundou o beijo qua no ínicio foi calmo, suave, mas não permaneceu assim por muito tempo. Segurei seu rosto entre minhas mãos enquanto as suas foram para a minha nuca. Nossas linguas se enrolavam, lutando por espaço em uma guerra na qual eu estava satisfeito por poder lutar.

Nos separamos quando o ar faltou e ela sorria encantadoramente para mim. A minha vontade era dizer que a amava, que precisava dela. Mas o meu egoísmo já tinha falado muito alto fazendo-a prometer nunca me deixar, então, calei-me.

Eu passei o resto daquela madrugada ali no sofá, com a cabeça em seu colo, enquanto ela acriciava meus cabelos em silêncio. Nada foi dito após o beijo, estávamos em perfeito silêncio.