Mal o encarando me pus a correr. Me sentia aliviada por ter dado meia noite e desapontada ao mesmo tempo. Meu Deus, como aquela pessoa que eu mal conhecia podia estar me confundindo tanto? Me aprecei ainda mais como se pudesse fugir dos meus próprios pensamentos. Quando por fim conseguia sair do palácio e avistava aliviada Adelheid na carruagem. Já havia acontecido em outros bailes de eu me atrasar apenas dois minutos e ela ir embora me deixando sozinha.

- Já estava indo embora. Devia aprender a ser mais pontual, garota. – Dizia Adelheid no mesmo tom impaciente de sempre entrando na carruagem.

- Me desculp... – Respondi enquanto entrava atrás dela e logo a mesma começava a se movimentar.

- Esqueça... O que aconteceu com o Belphegor? Um segundo estava com você e no outro vejo atravessando o salão com o nariz sangrando.

- E-estavamos na varanda e ele acabou escorregando...

- Hum...

Ela me olhava desconfiada, tinha certeza que não acreditaria naquela historia, mas dei graças a Deus ao perceber que ela parecia cansada e não queria discutir. E assim continuou a viagem, em silencio até voltarmos.

-x-

Depois de tomar um bom banho e me deitar horas se passavam, mas eu não conseguia dormir. A essa altura provavelmente deveria ser mais que 3 da manhã. Minha mente estava tão cheia... Quase havia dado o meu primeiro beijo, não que fosse a primeira vez que tentaram algo comigo nesses bailes, mas foi a primeira vez que foram gentil e eu ouso até dizer que também queria um pouco.

Fui tirada de meus devaneios quando pude ouvir muitos apitos e o que parecia uma cavalaria se aproximando. Imediatamente me levantei da cama assustada e fui até a porta da minha sacada para poder ver o que estava havendo: uma enorme quantidade de guardas passando, mas o que eles fariam tão longe do palácio e a essa hora da madrugada? Será que estavam procurando alguém? Aquilo me assustou e logo decidi voltar para dentro e verificar se estava tudo trancado.

Quando tornei a me virar me surpreendi por um par de mãos me puxando e em seguida uma delas tampava minha boca bloqueando qualquer pedido de socorro que eu pudesse tentar. Céus será que eu iria morrer? Não mesmo... Decidi protestar e tentar me livrar de seja lá o que estivesse me segurando, quando tive uma brecha e consegui me soltar automaticamente eu comecei a gritar por ajuda.

- Haru-chan, Tsuna-kun... Socor-

Antes que eu pudesse terminar a frase aquelas mãos me seguravam de novo, mas dessa vez o que me impedia de gritar novamente eram os lábios de alguém. No mesmo instante eu paralisei e fui invadida por uma onda de medo, medo de ser estuprada ou algo pior, mas aquele "beijo" não durou muito, logo ele se afastava de mim e ouvi o que parecia uma respiração pesada, as mãos que antes me seguravam, agora estavam mais era se apoiando em mim. Foi quando percebi ele caindo desacordado pelo o que parecia. Me aproximei para ver se estava bem e percebi também muito sangue em sua camisa.

Ok Chrome fique calma... Tem um tarado procurado desmaiado no seu quarto e entrar em pânico não vai ajudar em nada... Mantenha a calma, mantenha a calma... Ai meu Deus! O que eu vou fazer? E se acharem que eu sou cúmplice? Melhor eu não entregá-lo, mas como vou me livrar dele?

Diante a todo aquele pânico eu parei para observá-lo melhor e logo reconheci aquele cabelo azulado. Como era mesmo que se chamava? Mukuro? Talvez eu não tivesse reparado antes pela escuridão e pelo medo.

Suspirei aliviada por ele ter desmaiado e o jeito seria cuidar daqueles ferimentos e ver se conseguiria reanimá-lo, afinal, ele havia me salvado a alguma horas, não seria justo largá-lo assim.

-x-

Já estava amanhecendo o dia quando fui acordada por um gemido de dor. Lentamente meus olhos iam se abrindo e vi o rapaz de cabelos azulados se remexendo na minha cama. Com aquilo, logo um flashback se passava pela minha cabeça me lembrando de tudo o que havia acontecido.

Mukuro estava apenas com a calça, já que tive que me livrar da camisa para cuidas dos ferimentos e tive também que dar alguns pequenos pontos na parte lateral esquerda de seu abdômen. Por um instante eu fiquei perdida com a imagem que eu via. Ele era realmente muito bonito. Eu olhava todo aquele corpo bastante intrigada, nunca tinha visto um homem sem camisa antes. Sem perceber eu estava me aproximando para vê-lo melhor e estava a ponto de tocar-lhe o rosto quando percebi aqueles olhos lentamente se abrindo. Eu logo me afastava assustada enquanto pegava uma faca que havia separado na noite anterior caso ele acordasse e tentasse algo novamente.

Eu apontei a faca para ele e tentei ser firme enquanto falava.

- Não tente nada.

Mukuro levava uma das mãos à cabeça enquanto franzia o cenho me olhando e não demorava muito até que um sorriso se formava em seus lábios.

- Parece que nos encontramos de novo hein linda Chrome.