One Love escrita por Samyy


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Espero que entendam a mensagem que quis passar...



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"-Olá! Você ligou para Ginny Potter e não posso atender no momento. Se não for pedir muito deixe um recado que tentarei retornar o mais rápido possível. Beijinho." 


- Gi, amiga, é a Mione. Eu preciso conversar com você. Preciso desabafar com alguém. Alguém de confiança, e não tenho muito a quem recorer. Estou mal, muito mal. Preciso de colo, preciso de alguém. Quero cafune, quero morrer, sei lá. Amiga faz a dor passar, isso doi muito. Seu irmão é um idiota! 

O barulho de "bip" fez Hermione cair em um choro silencioso. Ron fora um completo estupido. Como ele teve cara de pau de fazer o que fez? 

Às vezes Hermione queria saber como seria sua vida se não tivesse conhecido Ron. Como seria se não tivessem namorado. Como seria se não tivesse engravidado e outras coisas. Talvez tivesse sido melhor assim. Não estaria sofrendo por um amor perdido. 

Por causa de toda essa situação ela não dormia direito, não comia direito, não fazia nada direito. Não se cuidava. Estava com o rosto todo amassado, o cabelo assanhado e ainda usava roupa de dormir, sendo que eram 15:56 da tarde. 

Cinco minutos depois seu telefone tocou. 

- Hermione Jean Granger futura senhora Weasley... 

- Não diga isso Ginevra, vou te amaldiçoar! - Hermione disse histericamente. 

- Calma garota. - Ginny se assustou. - Acabei de ouvir sua mensagem, estou chegando ai já, já. 

- Você está dirigndo? 

- Sim. 

- Desligue esse telefone agora, sua irresponsável, eu não valho um acidente de carro ou uma multa. 

Dez minutos foi o tempo suficiente para Ginny chegar a casa da amiga. Ficaram um tempo sem se pronuciarem, pois Hermione dava longos suspiros e soluços tentando se acalmar. 

- Hermione, calma, tente respirar direito. Desse jeito não da menina! 

Poder contar com os amigos em momentos difíceis é muito bom, principalmente quando eles querem seu bem. 

- Tá, tá bem. Já estou um pouco melhor.

- Certo, agora me diga o motivo desse seu estado deplorável. - disse Ginny se referindo à aparência da amiga. 

- O insensivel, idiota do seu irmão.

- O que o cabelo de fogo fez? 

Hermione indicou um envelope em cima da mesa de centro na sala. Ginny pegou o tal envelope. 

- Leia 

"Ron e Lilá te convidam para celebrar seu casamento, no inverno, em Agosto, dia 11, às 15:00 horas na Igreja em Godric's Hollow. E blá, blá, blá..." - a ruiva jogou o convite longe, como se fosse uma bomba ou outra coisa perigosa. - Como ele teve essa cara de pau? - Ginny esbravejou. 

- Eu sei. - disse Hermione mais histerica. 

- Dia 11 é meu aniversário! 

- O que? Bela amiga que você é! - disse Hermione ironicamente. 

- Não foi isso que eu quis dizer. É, bem, como... como você conseguiu um desse? 

- Ronald me mandou um! - exclamou. 

- Jura? - perguntou Ginny carrancuda. 

- Não brincaria com algo assim. 

- Eu vou até a casa do meu querido irmão esclarecer essa história! - a ruiva levantou e Hermione, em um movimento rápido para tentar impedi-la, fez o mesmo, se arrependendo em seguida, pois sentiu um mal estar. Fingiu que nada aconteceu e prosseguiu. 

- Você não vai a lugar nenhum. - falou com a voz abalada. 

- Se sente bem? - Ginny perguntou preocupada. 

- Sim, só um pouco de tontura, mas nada com o que se preocupar. 

- Certeza? 

- Absoluta.

- Olha, só acho que você deveria ir ao médico, não é a primeira vez que você se sente assim. 

- Não deve ser nada de mais. 

- Talvez, quem sabe. Quer saber - mudou de assunto. - Por que estou assim? É só o convite de casamento do meu ex namorado que eu amo muito. Não tem nada de mais nisso, né? - a maioria das pessoas diria isso com dor e aperto no coração, mas Hermione disse com um sorriso no rosto que não escondia nada, nem dor, nem magoas, nada mesmo. - Afinal, eu mesma mandei ele ir atrás da nova família. 

Ginny nada disse, apenas estranhou a mudança de humor da amiga. 

- Quero comer algo doce, assistir filmes, ficar acordada a noite toda, sei lá. 

- Boa sorte com isso, não se esqueça de Rose, tem que ir buscá-la. 

- Verdade. Que tal uma noite de mulheres, apenas nós três. Será que Harry vai se importar de ficar com Alvo e James? 

- Acho que não, mas vou ligar para avisar. 

Rose, Hermione e Ginny ficaram a noite toda fazendo coisas de garotas, como se fosse uma festa do pijama. Rose teve dificuldades em adormecer, mas antes das nove horas já estava dormindo. Era uma batalha para ela ficar acordada muito tempo, Hermione tinha até estranhado a demora do sono da filha. Hermione e Ginny comeram doces até não poder mais. Assistiram um filme chamado "Para Sempre" ou "The Vow", seu nome original. É um filme baseado em um livro que é baseado em uma história real. Conta a história de um casal recem casado que sofreu um acidente de carro, a moça fica em coma por algumas semanas e quando sai desse estado perde parte da memória, não lembrando-se dos acontecimentos do último ano, como consequência, não lembra-se de ter conhecido o marido e muito menos de ter se casado. O filme fez as duas jovens chorarem muito, embora não fosse triste. 

Muitos filmes fizeram parte do repertório delas, mais precisamente comédias românticas e romances. Foram dormir muito tarde, acordando tarde também. 

... 

- Senhorita Hermione. - Clémence, antiga secretária dela, a cumprimentou alegre. - Quanto tempo, o que faz aqui? 

- Olá, eu preciso pegar meus pertences, já que não trabalho mais aqui. 

- Conseguiu outro trabalho? 

- Nem comecei a procurar, estou ocupada com outras coisas. 

- Se precisar posso lhe ajudar. 

- Obrigada, quem sabe nós conversamos depois. 

- Tudo bem. 

Hermione entrou em sua "ex" sala. Estava do jeitinho que tinha deixado. Tudo no lugar... 

Várias fotos, de Rose juntos a ela, espalhadas por cantos e um ou outro na parede. 

Aquela sala trazia lembranças, e a que Hermione mais gostava era a do dia que Ron entrou pela porta mudando sua vida. 

- Ah, Ron... - suspirou. 

- Pensando em mim? 

Hermione sentiu um tremo correr sua medula espinhal ao escutar aquela voz que a levava a paranóia.  

- Ronald, o que faz aqui? - perguntou abalada. 

- Na verdade nem sei, só minha intuição masculina disse para vir. 

- Intuição masculina? - ergue as sombrancelhas com uma interrogação estampada no rosto. 

- Sim, vocês, mulheres tem intuição feminina, então nós temos intuição masculina. - Hermione se segurou para não rir. 

Olhou indiferentemente para ele e começou a colocar suas coisas em uma caixa que carregava. 

- Fazendo o que? - Ron perguntou, tentando puxar assunto. 

- É meio obvio, não? 

- Quer ajuda? - aproximou-se dela

- Ao invés de me ajudar por que não ajuda sua noiva? Devem estar ocupados com os preparativos. - alfinetou, deixando Ron perplexo. 

- Eu não me meto nisso, não é o casamento dos meus sonhos e sim dos de Lilá. Você deveria saber. 

- Bom, falando em casamento, é, saiba que recebi seu convite e realmente, não precisava lembra-se de mim. - disse ironicamente. 

- Convite? - perguntou confuso. - Do que está falando. 

- Diz como se não soubesse. 

- E eu não sei! 

- Deixa-me refrescar sua memória. - abriu sua bolsa e retirou de lá um envelope. - Isso te lembra alguma coisa? 

Ron leu palavra por palavra até entender o que dizia. 

- Sabe que eu preferia ter lido Ron e Mione? 

- Você é um sínico! Como se atreveu a me mandar isso? 

- Eu te mandei isso? Nem em sonho. A coisa tá difícil, acha mesmo que eu faria uma coisa dessas? - Hermione estava em duvida.

Acreditava ou não nele? 

- Por que eu acreditaria em você? 

- Porque eu não faria nada que te magoasse, só quero o seu bem e porque te amo. - estava incerto sobre sua reação, mas não deixou que essa viesse. Antes que Hermione dissesse algo a impediu com um beijo. Estava com saudades de sentir seu sabor e essa aproximação dos dois o deixou carente, por falta de palavra melhor. 

No ínicio Hermione correspondeu ao beijo sem resistências, mas depois tentou empurrar o ruivo. Se ele não a soltasse corria o risco de sair roxo dali. 

- Sua noiva deixa você sair beijando as pessoas assim? 

- Ela não se importa. 

- Seu perfume é horrível. - uma careta se formou no rosto dela. 

- Como assim? Foi você quem o escolheu, você o ama. 

- Não amo mais. Preciso ir. Tenho uma consulta marcada daqui há quarenta minutos. Até mais. 

- Espera eu... - não pensou em nada conveniente para dizer, então fez o que o coração mandou. 

Mais uma vez tomou os lábios dela contra os seus e sentiu Hermione relutante com o beijo. Não que não quissesse beijá-lo, mas aquele seu perfume estava a deixando enjoada. 

- Ron, eu tenho que ir. - disse entre o beijo. 

Contrariado ele a soltou. 

- Desculpe. - pediu. 

- Não precisa. - sussurou. 

... 


- Hermione Granger? 

Hermione se sobressaltou. Estava concentrada demais lendo uma revista na sala de espera do consultório médico. Só tinha ido lá por insistência da amiga, Ginny, preocupada com a saúde e sanidade da morena. 

- Entre, por favor. - ouviu uma voz feminina dizer pouco depois de bater na porta da sala. 

- Com licença. 

- Hermione, certo? - a doutora perguntou. 

- Sim. 

- Sou Claire, Claire Wesneider, por favor me chame de Claire. 

- Tudo bem. 

- Quais são seus sintomas? 

Por dez minutos Hermione e a doutora Claire conversaram sobre as constantes tonturas que Hermione sentia e sobre o enjoo que teve um tempinho atrás. 

- Bom... - sua frase fora cortada por batidas apressadas na porta. - Um momento. Ah, Terencio, que bom, preciso falar com você... Me desculpe, mas isso é muito importante. Eu já volto. 

Não importou-se muito com a saída da doutora, mas ao escutar um nome no corredor teve que aproximar-se da porta. Às vezes escutava Lilá e outras vezes Evangeline e exame de DNA... 

Sabia que não era correto escutar conversas alheias, mas essa ela tinha que ouvir. 

- Você sabe que isso não é certo! - Hermione escutou a voz da tal doutora Claire ecoar no corredor e entrar pela fresta da porta. - Está sendo negligente. 

- Sim, eu sei, mas eu precisava daquele dinheiro. - outra voz falou. 

- Pode até ser, porém, está corrompido. Quebrou um juramento que fez. - ela alteou um pouco a voz. - Se descobrirem que aquele exame é falso você pode ser preso! 

- Ninguém vai descobrir, porque você vai ficar de bico calado. 

- Não te prometo nada. Pelo o que pude perceber aquele tal de Ronald não ama a moça. Você pode ter acabado com a vida dele, sei lá. 

- Isso não me importa. Claire, mantenha a boca fechada sobre esse assunto.  Ou... 

- Está me ameaçando? 

- E se estiver? 

- Vá a merda, Terencio. 

Passos apressados indicavam que a médica estava retornando. Hermione voltou ao seu lugar agindo como se nada tivesse acontecido, uma coisa difícil de fazer. 

- Perdão - Claire estava visivelmente nervosa. - Bom, como ia dizendo. Sugiro que faça um exame de sangue no laboratorio aqui no consultório. Vários motivos podem estar ocasionando esse seu mal estar... 

- Me desculpe a pergunta, mas você e o outro médico estava discutindo? 

- Mais ou menos, é coisa minha. Melhor fazer o exame o mais rápido possível... 

- Espere, não posso fingir que nada aconteceu. Sem querer eu escutei sua conversa com aquele moço - Claire ficou branca. - Você tem toda razão. Eu conheço Ronald, Ron era meu namorado... - Hermione fez um breve resumo dos fatos de sua vida meio conturbada. - Para que Ron não se case com Lilá preciso provar que Evangeline, a filha dela, não é de Ron. E é ai que você entra. Tem que me ajudar. Ron é o amor da minha vida, é tudo para mim, e, acredito que eu seja o mesmo para ele. 

- Nossa! Vocês tem um história cheia de idas e vindas. Porém, não vejo como posso te ajudar. 

- Não é muito simples, mas também não é complicado. Só preciso do exame verdadeiro. Onde diz que Ron não é o pai da menina e outro que diz quem é o pai. 

- Isso é quase impossível, e posso ser demitida... 

- Tudo bem - Hermione baixou o olhar derrotada. - Obrigada por me escutar, eu só... nada. - ela pegou sua bolsa e estava pronta para sair. 

Tinha tido um ponto de esperança, onde toda essa situação poderia ser resolvida. Seria tão maravilhoso poder provar que Ron só tem uma única filha, e que ela é ruiva, não loira. 

- Espere. - Claire pediu. - Eu vou te ajudar. O que Terencio fez é ilegal. Não posso deixar que uma mentira acabe com uma família. 

- Obrigada, obrigada. Muito obrigada! 

- Não garanto que vou conseguir, mas vou tentar. 

- Seria tão bom conseguir, eu amo tanto aquele cabeça oca. Não sabe o quanto está me ajudando. 

- Imagino. Se eu conseguir alguma coisa te aviso. 

- Caso você se meta em problemas judiciais eu tenho amigos advogados e eles são os melhores. 

- Obrigada, mas acho que não vou precisar. 

- Qualquer coisa, meus contatos. - Hermione tirou um papel retangular da bolsa. - Tenho quatro meses antes do casamento... 

Esperança. Era a palavra perfeita para definir o que Hermione sentia naquele momento. Tinha esperanças de conseguir acabar com aquela farsa, esperanças de ter seu homem de volta, no lugar onde nunca devia ter saido. 

Quando Ron estava perto sentia seu coração acelerar. Ela fazia com que ela cometesse loucuras... 

... 

- Rosalie, por favor, abra a boca. - Hermione pediu o mais pacientemente que pode. 

Rose fez que não com a cabeça. 

- Nenêm "nu" "te"! - cruzou os braços sentada na cadeirinha. 

- Não quer comer? 

"Naum" "xó" "comu" "canu" meu papai "tivé" "ati". 

- Ótimo, simplesmente perfeito. - ela começou a perder a paciência. - Estou cheia! Não aguento mais. - tirou Rose do cadeira. - Faça o que você quiser! Está agindo como uma garotinha mimada. Não coma e fique doente. 

Quando uma mãe diz uma coisa há 100% de chance que aconteça... 


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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora. Estou com bloqueio mental... O que vai acontecer no próximo capítulo? Envolve hospital e Rose... Já sabe o que é? Não sabe? Bom, logo saberá...
Acho que estamos chegando nos capítulos finais, sabem... Espero que gostem do final, embora seja meio bestinha... Ainda tens uns cinco capítulos pela frente...
Deixar sua opinião é muito bom, sabia? Isso é indireta para receber review...
Beijos, até...