Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 13
Capítulo 13




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Nós paramos o carro em frente ao velho armazém. Eu tinha pesquisado sobre o melhor lugar para executar meu plano e este tinha sido uma boa opção. Estava abandonado nado há um bom tempo, tinha bastante terreno do lado de fora e um bom espaço do lado de dentro, com algumas salas isoladas. A sujeira era muita, mas eu realmente não me importava.

Lissa e Christian foram amarrados, com os braços para trás, sentados em cadeiras e eu pessoalmente cuidei da guarda deles. Por toda extensão externa, coloquei Strigois prontos para o ataque que viria a qualquer momento. Eu sabia que Rose estava observando tudo pelos olhos de Lissa e sabia que, provavelmente a estas horas um verdadeiro batalhão de guardiões estava a caminho. Rose era esperta e aprendia rapidamente qualquer lição. E essa eu tinha certeza que ela jamais esqueceria: nunca poderia me vencer sozinha.

Eu sentia uma ansiedade atípica tomar conta de mim. Quase sem conseguir me conter, eu andava de um lado para o outro, sentindo que o tempo não passava. Eu estava obstinado a capturar Rose e seria hoje. Nem mais um dia se passaria sem que eu não a tivesse comigo novamente. Mesmo que fosse para matá-la. Tudo estaria terminado, em breve  esse tormento que era a existência dela me deixaria.

“Se os guardiões estão realmente vindo, então deveríamos estar lá fora.” Uma das Strigois que estava comigo falou em um tom de reclamação, cortando meus pernsamentos.

“Eles estão vindo. Eu sei que eles estão,” eu respondi baixo, mais para mim mesmo do que para dar qualquer resposta a quem quer que fosse. Essa era uma certeza que tinha, mesmo que Rose cometesse a insanidade de vir sozinha, ela jamais deixaria Lissa em perigo por muito tempo.

“Então me deixe ir lá e ser útil,” ela continuou. “Você não precisa que a gente cuide destes dois.” Seu tom era de desprezo, uma coisa normal para um Strigoi sentir em relação a um Moroi. Todos sabiam que eles eram fracos, não lutavam e não tinham qualquer reação para se defender. Mesmo assim, eu sabia que Christian tinha os mesmos pensamentos de Tasha, de que sua magia seria uma boa arma. E sendo ele usuário do fogo, todo cuidado seria pouco, já que esta era uma das poucas maneiras de se matar um Strigoi.

“Você não os conhece,” eu falei. “Eles são perigosos. não tenho certeza se é proteção o bastante.”

“Isso é ridículo!” Ela bradou.

Senti a raiva queimar dentro de mim. Em um momento crucial como esse, tudo que eu não precisava era de uma Strigoi me insultando. Sem pensar muito, virei em um rápido movimento e a golpeei, sem medir minha força. Com o impacto ela voou longe, batendo contra uma das paredes. Rapidamente, ela se levantou, com o choque e fúria saltando pelos olhos. Mas pouco me importava. Continuei andando calmamente e me aproximei dela, ainda sentindo vontade de acabar com ela.

“Você vai ficar aqui e vai cuidar deles pelo tempo que eu mandar, entendeu?” Eu falei perigosamente. Ela tocou no seu rosto, exatamente onde eu tinha certado o golpe. Eu a encarei por poucos segundos e me virei para os outros três que ali estavam. “Vocês vão ficar também. Se os guardiões chegarem aqui, vocês serão necessários para mais do que apenas guarda.”

“Como você sabe?” Um dele perguntou ousadamente. “Como você sabe que eles virão?”

Eu realmente não tinha tempo nem paciência para dar qualquer tipo de explicações mesmo assim, eu estava prestes a dar outra boa razão para eles calarem a boca, mas ouvi as vozes de Christian e Lissa que conversavam baixo. Eu não consegui distinguir sobre o que eles falavam, por isso parei abruptamente e com um rápido movimento parti em direção a Lissa.

Parei em frente a ela, segurando seu pescoço e me ajoelhando de forma que pude olhar dentro de seus olhos. Levantei ainda mais seu rosto e pude ver suas pupilas se fecharem. A pesar dos dela serem verdes, completamente diferentes dos olhos castanhos de Rose, era como se eu estivesse olhando diretamente em seus olhos. Eu apertei ainda mais o pescoço de Lissa, como se pudesse alcançar a Rose. Era como estar estranhamente frente a frente com ela.

“Eu sei que os guardiões virão porque Rose está observando,” eu falei brandamente olhando fixamente para Lissa. “Não está, Rose?” Então, soltei o aperto do pescoço dela e corri os dedos por sua garganta. Eu podia jurar que Rose me responderia a qualquer momento, podia parecer loucura, mas eu sentia isso.

“Você está ai, Rose.” Eu afirmei, sentindo um sorriso surgir. Eu conhecia bastante Rose e sabia que ela jamais deixaria seus amigos. Ela estaria com Lissa, nem que fosse apenas pelo laço. “E você não vai abandonar nenhum deles. Você também não é tola o bastante para vir sozinha, é? Talvez um dia você tenha sido – mas não é mais.”

Lissa começou a chorar fazendo com que eu lembrasse que não era para Rose que eu olhava. Eu tinha visto Rose chorar poucas vezes e nenhuma delas foi por medo. Eu me senti como se voltasse de um transe. Observando Lissa ali apavorada, analisei sua pele pálida e seus cabelos loiros, me perguntando como eu podia ter sido guardião de um ser tão insignificante, tão frágil, tão vulnerável.

“Não machuque Rose, por favor.” Ela falou, em meio às lágrimas. “Porque você está fazendo isso? Será que não sobrou nada do antigo Dimitri em você?”

Eu só consegui sorrir. Definitivamente eu havia esquecido o quanto a Princesa Dragomir era bondosa e pacifista, estupidamente patética. Chegava até a me causar náuseas,se isso fosse possível.

“Claro que restou. Muita coisa do antigo Dimitri ainda está em mim.” Respondi secamente. Então apontei para a Strigoi que eu havia acabado de golpear. “Você não viu o que eu fiz com ela?” Então eu me aproximei do seu rosto, ao ponto de sentir sua respiração rápida e quente contra minha pele. “Este golpe, eu aprendi quando ainda era um guardião.”

Lissa suprimiu um gemido e eu me afastei. A tensão ainda tomava conta de mim. Eu realmente não conseguia decidir se era por causa da imensa batalha que seria travada em pouco tempo ou por estar tão perto de ter Rose para sempre.

Eu havia espalhado três grupos de Strigois de forma estratégica. Uma parte nas imediações do terreno. O segundo grupo fazendo a guarda do armazém, uma parte dentro, outra no lado de fora. O terceiro grupo, e o mais forte, ficou fazendo a guarda da sala de armazenamento, onde estávamos. Eu sabia que haveria uma grande perda, mas eu não me importava com nenhum deles.

Como eu previa, não demorou muito, comecei a ouvir os primeiros sons de luta. Os guardiões haviam chegado. Aos poucos, o barulho da briga se tornava ainda mais alto, mais e mais, indicando que eles estavam perto.


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