Depois de um tempo com o Ikuto ele disse que teria que ir embora e me convidou para jantar mais tarde, eu aceitei é claro. Tomei banho e me arrumei para tomar café, o Rin-kun não trocou uma palavra comigo, em momentos ele até me olhava de cara feia. Minha mãe conversou muito durante o café da manhã comigo, ela parecia animada para ir fazer compras comigo amanhã já que desde que chegamos aqui não tínhamos saído juntas ainda.

Depois do café da manhã eu decidi ir passear um pouco, botei umas roupas mais leves e desci, assim que abri a porta de casa vi o sol forte que estava fazendo lá fora bater sobre o meu corpo, o que me fez se espreguiçar. Saí andando quando senti alguém me seguir, ignorei e continuei a andar, depois disso eu só me lembro de ter um pano branco colocado por cima do meu rosto e eu desmaiar.

– Mashigo tto mashyeobwado
Hayake jillidorok dagaoneunmankeum
Neol hangsang hyanghae mogi malla

Uma voz suave cantarolava a música de idioma desconhecido para mim, abri meus olhos devagar e vi que eu estava em uma sala escura, tentei me mexer mais meus braços estavam amarrados, eu estava encima de uma cama de casal.

– Sabe o que significa Amu? – a voz falava e eu a reconheci... Não, não pode ser.

– Quem é você? Onde eu estou? – eu realmente não sei por que perguntei aquilo, eu sabia que não haveria resposta.

– Hahaha, não está reconhecendo a voz do seu próprio namorado? – eu ia abrir a boca para falar mais fui interrompida - Embora eu respire você, e continue respirando você. Até eu me tornei transparente devido ao choque. Como se eu estivesse correndo, eu estou seco, de tanta sede por seu amor. – ele novamente cantarolou a música, só que agora com uma tradução para nossa língua, o que fez a música ficar fora de ritmo, a tradução até que era bonita.

– Eu não entendo por que você está fazendo isso? – a confusão em minha mente estava me deixando maluca, coisa que eu já era.

– POR QUÊ? VOCÊ AINDA ME PERGUNTA POR QUÊ? EU QUE PERGUNTO A VOCÊ, POR QUE ESCOLHEU A ELE? ELE NÃO PASSA DE UM BAD BOY QUE VAI TE USAR E TE JOGAR FORA, SERÁ QUE VOCÊ NÃO VÊ ISSO? – As palavras dele saiam com raiva, eu nunca o tinha visto desse jeito, ele sempre era o “Tadase sorriso brilhante” – Você vai me pagar Amu, e depois o seu namoradinho também!

– O QUE VOCÊ VAI FAZER COM ELE? – Comecei a me debater tentando me livrar das cordas, não sei porque mais quando ele falou sobre o Ikuto a raiva subiu a minha cabeça.

– d.e.s.c.u.b.r.a! – ele falou soletrando e saiu pela porta que havia naquele quarto, apenas ligando a luz antes.

Olhei atentamente para o quarto e vi que a decoração era antiga, as paredes tinham um papel de parede antigo e os moveis eram todos de madeira marrom escura, também havia outras duas portas no quarto que deviam ser banheiro e armário. A janela que também havia naquele quarto estava fechada e com duas cortinas, empoeiradas, cobrindo o seu vidro. Olhei para cima e reparei que na parede ao lado da cama havia um relógio, olhei para ele e vi que provavelmente deveria estar quebrado já que nenhum ponteiro de mexia. Fiz um esforço e consegui me deitar, fiquei olhando para o teto até o sono vir, mesmo desconfortável eu consegui dormir um pouco.

Acordei lentamente e reparei que o quarto continuava escuro, talvez estivesse de noite, ou o quarto era realmente escuro, isso eu não sei, só sei que minhas mãos não estavam mais amarradas e um café da manhã estava encima da cabeceira com um bilhete.

“Coma bem minha princesa. Quero ver você bonita para hoje à noite, o vestido está no guarda roupa. Com amor, seu príncipe”.

Príncipe? Estava mais pra sapo mesmo. Levantei da cama e abri o guarda roupa, o vestido era lilás e tinha detalhes em prata, ele era realmente muito bonito, talvez se eu não tivesse sido sequestrada e esse vestido estivesse numa vitrine de shopping me agradaria mais. Fechei o guarda roupa e olhei novamente para o meu café da manhã, confesso que estava com medo de comê-lo, vai que tivesse veneno nele? Mais parecia tão gostoso, cheguei perto e cheirei os ovos com bacon que estavam mais perto da beirada, o cheiro era irresistível, decidi comer, pelo menos para não morrer de fome.