P.O.V Annabeth

Não. Ele não podia ir embora. Não agora que eu sei que ele também gosta de mim.

Começo a tentar me comunicar com ele. Mostrar que eu sinto o mesmo. Mas por que eu não consigo? Por que meus olhos insistem em ficar fechados? Por que a minha voz insiste em ficar presa na minha garganta? Por que eu não consigo me levantar, para poder abraçá-lo e sentir seu corpo junto ao meu?

Tento lhe chamar, mas nada sai da minha boca. Vejo que ele está saindo, começo a dizer que não, mas minha voz sai tão fraca, que ele provavelmente nem ouviu.

Quando ele já esta na porta, é minha ultima chance. Junto todas as minhas forças, e digo seu nome.

-Percy.

Ele para. Acho que com duvidas se realmente ouviu eu dizer ser nome. O problema é que eu não tenho mais forças. Posso ouvir o apitar das máquinas. Mas meu coração está acelerado. Por saber que ele gosta de mim, então não dou importância á isso. Tento chamá-lo novamente, mas não tenho forças. Eu estou esgotada.

Sinto algo no meu braço. E então não ouvia mais nada. Não sentia mais nada. Me sedaram.

Me veio a memória uma conversa minha com a Thalia, por telefona, no dia que eu vi ela e Luke na sala, dormindo juntos.

“FLASHBACK ON”

-Eu só vou assumir que amo do Luke quando você assumir que gosta do Percy. –Thalia insistia do outro lado da linha-

-Mas eu não gosto do Percy. –eu insisti teimosa-

-Annabeth, TODO –ela disse o “todo” bem alto e forte- sabe que você gosta dele. Pelo jeito que você olha pra ele.

-Ah é. E como eu olho para ele? –eu continuo teimando-

-Bem, esses seus olhos tempestuosos mostram a batalha que está se passando no seu coração. Você já descobriu como o meu lindo primo é. Mas ainda sim você gosta dele. Ai você fica lutando contra esse sentimento.

-Bem, já me disseram que meus olhos escondem tudo, e não mostram tudo. –eu disse surpresa, pois era exatamente isso que se passava-

-Assume. –ela disse brava-

-Ok, tá bom. Talvez eu goste do Percy. –eu disse sussurrando-

-O que? Eu não ouvi nada. –ela disse confusa-

-Talvez. Eu. Goste. Do. Percy. –eu disse pausadamente, dessa vez um pouco mais auto-

-Talvez? –ela questiona ironicamente-

-É. Olha, você sabe como ele é. Então eu me proíbo de gostar dele. –eu digo severa-

-É, mas agente não escolhe de quem agente vai gostar. –Thalia contrapôs-

-Infelizmente, eu tenho que concordar com você. –eu disse deprimida- Tá, mas não tente fugir não Thalia Grace. Agora é a sua vez de assumir.

-Ok ok. –ela se deu por vencida- Eu achava que eu apenas gostava dele, tipo, apaixonada. Mas, eu me sinto tão bem perto dele, em paz, tão mega feliz. –ela disse isso com uma voz sonhadora- É eu realmente o amo. –ela afirmou e eu não pude evitar o sorriso que se formou nos meus lábios. -

-Eu fico muito feliz por vocês. E eu quero ser madrinha do casamento ok. –eu brinquei e ela riu-

-Não se preocupe. –ela disse entrando na brincadeira- Você vai ser.

-Muito obrigada. –eu disse e nós duas rimos-

-Você vai na casa do Percy hoje? –Thalia mudou de assunto-

-Aham.

-Hum... juízo em. –ela disse maliciosa-

-Idiota. –eu falei-

-Ok, mas agora eu preciso ir. Tchau. –Thalia se despede-

-Tchau.

“FLASHBACK OF”

E foi assim que eu assumi que eu gostava do Percy. E agora que eu descubro que ele também gosta de mim. Eu estou aqui. Incapacitada de falar com ele.

--

Não sei quanto tempo se passou desde que fui sedada, mas quando acordei, eu consegui abrir os olhos, o que significa que eu estou um pouco melhor, certo?

Assim que abri os olhos, fechei-os imediatamente por causa da claridade. Forcei-me a abri-los novamente, e dessa vez os deixem abertos.

Percebi que estava com uma máscara respiratória. Lentamente, virei minha cabeça um pouco para o lado, e então percebi que acordei a tempo de ver uma discussão entre 4 pessoas no canto do quarto.

-Eu tenho que ficar. –Percy dizia já vermelho de raiva-

-Me desculpe Percy. –minha tia May disse- Mas por que você tem que ficar? –ela questiona também nervosa-

-Por que ela disse o meu nome. O MEU. –ele destaca o “meu”-

-E depois disso o quadro dela piorou. Talvez você a tenha deixado nervosa. –Luke fala, mais calmo que May e Percy-

-Eu não deixei ela nervosa. Ela estava desacordada, ela nem me ouviu. –Percy contra bateu-

Engano dele.

-Tá, mas e se ela tivesse ouvido? Vai que o que você disse deixou ela com raiva? –Luke insistiu-

Não, eu não fiquei com raiva.

-Ela não ficou com raiva. Eu não disse nada que á deixaria com raiva.-Percy disse-

-O que você disse? –Hermes se manifesta-

-Percy.- eu digo baixinho, com a voz abafada pela máscara, mas todos os 4 puderam me ouvir-

-Annabeth. –ele disse tão baixo quanto eu, me olhando nos olhos-

-Annabeth. –Luke disse e veio em minha direção, ele pegou mina mãe, as quando fui levanta a própria, percebi que estava com os braços amarrados a mesa-

-Minha querida. Como você está e sentindo? –minha tia May pergunta, com lágrimas nos olhos-

-Annaebth, graças a Deus. Como você está? –Hermes pergunta-

Eu ignoro todos, e continuo com os olhos fixos nos olhos de Percy.

-Hermes chame o médico. Diga a ele que Annabeth acordou. –May diz e Hermes sai do quarto-

-O que aconteceu? –eu pergunto, ainda falando bem baixinho, e mudo minha atenção para minha tia-

-Você não se lembra? –ela pergunta carinhosamente- Do acidente?

-Não. Eu só me lembro de estar com raiva. Eu estava vindo embora da casa de Percy, certo? –minha tia assente com a cabeça- Então eu... devo ter batido em algo, lembro que o carro saiu capotando, eu bati a cabeça e desmaiei. Depois, eu só me lembro de ouvir algumas vozes, por não conseguir abrir os olhos. Eu ouvi você. Eu ouvi Luke, eu ouvi o tio Hermes. Eu ouvi Percy. E depois não ouvi mais nada. –ninguém falou nada, então resolvi continuar- Me sedaram não foi? –eu pergunto-

-Foi. –Luke diz- Por que você ficou muito agitada. Parece que você disse o nome do Percy. –ele fala me olhando nos olhos- O que acontece aqui que te deixou daquela maneira?

Eu viro novamente para Percy, que continua no mesmo lugar.

-Bem, acho que isso pode ser discutido depois. –eu disse para Luke, ainda olhando para Percy.-

Tento mostrar apenas com os olhos para Percy, que eu quero que ele se aproxime. Que eu quero que ele pegue na minha mão. Que ele diga tudo de novo, só que dessa vez me olhando nos olhos.

Mas o telefone dele toca, e ele sai do quarto, sem falar comigo. Fico realmente decepcionada, e acredito que isso tenha ficado estampado no meu rosto.

-Ele está aqui no hospital desde que você piorou. –Luke disse- Praticamente não come. Ele não dormiu uma única vez. Ele sempre que ficar aqui com você, mas isso não foi permitido.

-Há quanto tempo eu pirei e estou assim? –pergunto-

-3 dias. –Luke continua-

-Eu vi vocês discutindo. –eu falo de uma vez-

-É. Isso por causa do Percy. Ele insiste que ele que tem que ficar com você. Por que você disse o nome dele, e não o nosso. –ele diz isso com um pouco de humor-

Nesse momento Hermes entra com um homem que eu imagino ser o médico.

-Olá Annabeth, até que em fim você acordou heim? –ele disse bem humorado- Prazer, eu sou Louis Holmes. –ele disse desamarrando minhas mãos.-

Então Percy entra novamente no quarto. Só então percebo como ele está lindo, mesmo com os olhos inchados e com aparência de cansaço.

-Ah, vejamos se não é Percy Jackson. O garoto que não sai daqui, que vai acabar ficando doente por não comer e nem dormir, e o garoto que arrumou uma grande briga quando nossa querida paciente chegou aqui, o garoto que brigou com Deus e o mundo por que ele devia ficar aqui no quarto. Ficou feliz de ver os olhos de sua namorada novamente Sr. Jackson? –o médico diz olhando para Percy-

-Ela não é minha namorada. –Percy diz timidamente-

-Não? –o doutor pergunta surpreso- Sua parente?

-Não.

-Sua amiga?

-Bem, acho que a pessoa culpada por fazer uma pessoa vir para no hospital não é exatamente classificada como amigo não é? –Percy diz, olhando para os pés-

-Não foi sua culpa. –eu disse, e agora com as mão livres, retiro a máscara.-

-Foi sim. Eu devia ter sido sincero com você desde o principio. –Ele diz agora no pé da cama, ainda sem me olhar-

-Mas você foi sincero 3 dias atrás. E já foi o suficiente –eu digo-  Olha pra mim.

Ele levanta os olhos, e quando os nossos olhares se encontram, posso ver que é a mais pura verdade o que ele disse 3 dias atrás. Ele realmente gosta de mim. Não posso evitar um sorriso com esse pensamente. Ele também sorri para mim.

-Bem, preciso que vocês nos dêem licença agora, para que eu possa fazer alguns exames com Annabth.

-Claro doutor. –tia May diz, me dá um beijo no rosto e sai-

-Até logo, criança. –tio Hermes me dá um beijo na testa e sai também-

-Agente se vê agorinha, vou ligar para todo mundo e dizer que você acordou. –Luke fala, me dá um beijo na bochecha e sai-

-Bem, até logo loirinha.  –Percy diz, se aproxima receosamente, e eu não mexo um músculo, por incapacidade mental, devido eu estar viajando naqueles olhos-.

Elem dá um selinho tímido nos lábios, e sai também.

Os lábios dele são perfeitos, que eu nem se como descrevê-los.

-Bem, corrigindo. Ele AINDA não é seu namorado. –Dt. Holmes diz bem humorado, e começa a fazer alguns exames.