P.O.V Annabeth

Cheguei na casa do Percy, bem, imagino ser a casa dele. Toquei a campanhinha e ele mesmo atendeu. Bem, tenho que admitir. Ele estava lindo.

-Oi.  –eu disse com um sorriso-

-Oi. –ele respondeu-

Ficamos ali na porta nos olhando, e eu estava começando a ficar constrangida, quando uma mulher quebrou o gelo.

-Olá, você deve ser Annabeth. –disse ela me cumprimentando-  Eu sou Sally Jackson, mãe de Percy.

-Prazer, Sr. Jackson. –eu disse olhando para ela-

-Percy, modos por favor. –ela advertiu-

-Ah, claro. –disse ele balançando a cabeça, como se estivesse tentando tirar um pensamento da cabeça- Entre. –ela dá espaço para eu entrar-

-Obrigada. –eu digo-

-Você quer beber alguma coisa? –Percy pergunta-

-Não, obrigada.

-Bem, vamos começar então? –ele pergunta-

-Claro. –eu digo e ele me guia escada acima para seu quarto-

Nosso trabalho é escrever uma peça, e depois atuá-la para a sala inteira.

Nos sentamos na cama dele, e ele pega o notebook.

-Bem, vai ser uma peça de ação, aventura ou o que? –eu pergunto-

-Acho melhor você decidir isso. Tem que ser o que você te mais facilidade, pois acredito que você leia muito. Já eu não leio nada. –ele respondo e eu rio-

-Ok, mas você tem dificuldade em interpretar alguma personalidade? –eu pergunto novamente-

-Não, -ele responde- mas eu sou muito bom em romance, eu sou um ótimo conquistador. –nós dois rimos-

-E drama? Você é bom, senhor conquistador? –eu pergunto entrando na brincadeira.-

-Provavelmente. –ele diz e faz uma cara de pensativo e coça o queixo- É, eu sou bom sim.  –ele sorri- Vamos ir para a escrivaninha. Lá vai ser melhor para mexer no notebook. –ele se levanta-

-Claro. –eu falo e me levanto também-

Nós vamos até um canto do quarto dele, onde tem uma escrivaninha e nós nos sentamos.

Ficamos ali, discutindo o assunto da peça, e começamos á escrevê-la. Acho deve ter se passado mais ou menos uma hora e meia, até que ele se levantou.

-Continua ai que eu já volto. –ele fala e sai do quarto, me deixando sozinha. –

Confesso que fiquei um pouco constrangida. Mas apenas continuei a escrever a peça.

Já havia passados alguns minutos que Percy havia saído e ele ainda não voltara. Estava ficando nervosa. Até que finalmente ele volta para o quarto com uma bandeja na mão.

-Espero que você goste. –ele disse sorrindo e então eu pude ver o que tinha na bandeja. Cup cake de chocolate com nozes e cobertura de caramelo. Não pude evitar de sorrir me lembrando da noite em que a gente se conheceu.

- Cup cake de chocolate com nozes e cobertura de caramelo? Que original em? –eu digo ainda sorrindo-

-Completamente. –ele pega um cup cake e morde um pedaço- Tá uma delicia. É melhor você comer, por que se eu tiver que comer isso tudo, eu vou ficar parecendo uma bolinha. –ele brinca e eu ao pude evitar o riso-

-E ai o quê seria da sua popularidade se você ficasse gordinho? Que garota iria  querer ficar com você, não é mesmo? –eu brinco também, mas ele de repente ficou sério, abaixou a cabeça, e continuou comendo seu cup cake em silencio. -

Parece que o que eu disse o afetou de alguma forma.

Mas... ai que droga, qual é a desse garoto? Eu já to cansada desse joguinho.

-Percy, eu já cansei desse joguinho. Qual é a sua heim? –eu falo brava-

-O que? Como assim “qual é a minha”? –ele pergunta visivelmente confuso-

-Cada dia você está de um jeito. –eu falo ainda brava- Quando agente se conheceu, você parecia simplesmente o tipo de pessoa mais engraçada do mundo, que gosta de fazer brincadeiras e fazer as pessoas rirem. Mas ai depois você começa a parecer um galinha cafajeste, um verdadeiro tarado, e as suas brincadeiras passam a ser maliciosas, ai depois você vem conversando como se nós fossemos amigos á anos, e agora vem todo gentil, fazendo brincadeiras engraçadas, e trazendo cup cakes para mim. Qual é a sua em? Quando você vai parar de jogar e mostrar sua cara de verdade? –eu falo tudo de uma vez, já de pé-

Pensei que ele iria me falar um monte de coisas, mas na verdade, ele apenas se levanta, olha bem nos meus olhos e fala:

-Então é isso você acha que eu sou? Um cara que vive jogando, e que tem duas caras? –ele pergunta com decepção na voz-

-É isso que você mostra ser. –eu falo ainda irritada-

Ele apenas olha para o outro lado, e eu juro que vi uma lágrima cair dos seus olhos cor de mar.

-Acho melhor você ir agora Annabeth.

Ok, ele me chamou de Annabeth, ele não tá normal.

-Agente termina essa peça outro dia.

Ele fala, e depois se joga na cama, com o rosto no travesseiro.

Eu poderia até sentir pena dele, se eu não estivesse com tanta raiva. Falei apenas a verdade para ele e agora ele que se fazer de coitado? Aff.

Juntei todas as minhas coisas o mais rápido que pude, e sai do quarto, deixando Percy ainda deitado na cama.

Vou descendo as escadas correndo e no caminho passo por Sally.

-Ah querida, tome cuidado. Já terminaram o trabalho? –ela pergunta, mas eu passo direto sem responder-

Quando chego no meu carro, não estou mais conseguindo evitar que as lágrimas caem de meus olhos. Mas não. Eu não posso chorar por causa de Percy. Não posso. Mas por que as lágrimas insistem em cair? Não aconteceu nada de mais. Não há motivo para choro.

Entro no meu carro, sem conseguir enxergar direito, por causa das lágrimas acumuladas em meus olhos, e saio dirigindo sem direção, tendo como o único objetivo me afastar ao máximo daquela casa.