(PONTO DE VISTA - Bella)

– Aqui está Kate - disse passando o desenho para ela,quando toquei sua mão senti um calafrio estranho, sua pele era tão fria.

– Você não conseguiu mesmo lembrar-se do rosto dele não é?

– Infelizmente não, como eu disse é tudo muito escuro e sombrio. É estranho - disse á ela.

Por mais que eu forçasse minha mente era tudo muito escuro e enevoado.

Por mais que eu tentasse ver por trás do nevoeiro em minhas lembranças, eu não conseguia me lembrar de nada além daqueles olhos misteriosos.

– Você acha que se o visse agora você reconheceria?- ela me perguntou.

– Talvez, não sei bem, a propósito porque eu lembro somente dele? O que ele representa ou representou na minha vida? Quem é ele? Se nem o meu próprio nome eu consigo lembrar porque só restou a lembrança dos olhos dele? São muitas perguntas Kate, e eu espero poder respondê-las logo.

– E eu farei o possível para te ajudar, seja lá quem você for - disse Kate tocando minha mão.

Por um reflexo instantâneo eu me arrepiei.

– Nossa sua mão é tão fria – comentei.

– Me desculpa, estamos no Alasca e aqui é muito frio mesmo – ela me disse afastando a mão de perto de mim.

Estranho.

– É aqui é realmente frio - concordei me cobrindo com o grosso edredom vermelho.

– Eu vou lá pra baixo, ver se minha irmã já chegou, descanse um pouco você ainda está fraca - ela me disse levantando-se.

– Vou tentar.

– tudo bem então, descanse. Não precisa se preocupar com nada para tudo no universo há uma solução, o nosso único problemas é encontrá-la.

– Tudo bem.

– Relaxe e não se preocupe mais tarde eu volto para ver como você está - disse ela saindo do quarto e deixando acesa apenas as luzes dos abajures.

Depois de fechar meus olhos acabei adormecendo com a doce lembrança daquele misterioso olhar.

(PONTO DE VISTA - Tanya)

– Estou preocupada Eleazar, ela já foi mordida, mas não é uma, ela é humana, mas aparentemente possui dons sobrenaturais, o que vamos fazer em relação á isso?- perguntou Carmem.

– Eu não diria que estou preocupado, mas sim intrigado, quando estava em Volterra, Aro me mandou pelo mundo atrás de anomalias como essa, se ele sequer sonhar que essa garota existe não tenho duvidas de que ele irá querê-la para si, suas maiores riquezas são suas peças vivas, só agora percebo isso - disse Eleazar.

Ele estava fascinado com a garota.

– Você pode estar fascinado com ela Eleazar, mas ela é uma desconhecida para nós - disse Irina.

– Se for ver por outra perspectiva, ela não representa perigo algum para nós, ela é frágil e humana - disse Carmem.

– Vamos voltar ao ponto central - propus.

– As questões aqui são: quem é ela? Quem a mordeu, mas não a transformou? E como ela possui dons sobrenaturais, alias de que dons estão falando?- especulou Kate sentando-se ao meu lado no sofá e jogando um desenho estranho em cima do mezanino enquanto Carmem o observava.

– respondendo a sua pergunta, ela possui uma espécie de escudo eu acho, não consigo ler a mente dela - disse Eleazar.

– ela também é imune ao meu dom, tentei aplicar uma carga baixa nela, mas não houve efeito, nunca conheci ninguém, seja ele humano ou imortal que fosse imune á isso, é hilário - disse ela.

– Ela é muito mais poderosa do que eu poderia imaginar, acho que devemos cogitar a possibilidade de transformá-la - disse Eleazar.

– O que? Mas por quê?- perguntei.

– Ela é um grande mistério, um mistério que deve ser desvendado - disse Eleazar.

– Bem isso é com você, o que você decidir está decidido - disse á ele.

– Vamos voltar ao ponto crucial, ainda precisamos encontrar respostas para nossas perguntas - disse Irina.

– Acho que podemos obter todas essas respostas e muito mais se conseguirmos desvendar este desenho - disse Kate apontando para o desenho que Carmem segurava em sua mão.

Parecia um par de olhos.

– O que é exatamente isso? - perguntou Carmem.

– Ela só se lembra desses olhos, detalhe... É de um vampiro e "vegetariano" - disse Kate.

– O único outro clã que conhecemos que vive da mesma maneira que nós, são os Cullen - disse á eles.

– Não há como essa garota ter ligação com eles, afinal, já faz seis meses que eles foram embora dos estados unidos - disse Eleazar.

– mas ainda assim não podemos ignorar o fato de que nós a encontramos aos arredores de La push, que fica á poucos quilômetros de Forks, que é onde eles moravam, Edward mesmo se envolveu com uma humana naquela cidade - disse Kate.

– O que está sugerindo Kate, que nós os envolvamos nessa história também? - perguntei tentando fugir do assunto sobre a "namoradinha" humana do Edward.

Tenho certeza que se ele foi capaz de deixá-la é porque ela era só um brinquedinho, uma diversão que ele tinha em mãos e com o caminho livre agora eu poderia ter a minha chance.

– Vocês que sabem.

– Vamos agir com cautela okay? Primeiro vamos tentar saber ao menos o nome dela, depois se não obtivermos resultados, ai sim poderá... Cogitar a possibilidade de ficar com ela, desde que ela esteja de acordo é claro - disse Kate.

– Kate tem razão, ainda há muito que descobrir, e muito a que se especular - concordei.

Esse é apenas o começo de uma grande história, eu tenho certeza.

(PONTO DE VISTA - Edward)

O resto de minha família nos esperava no aeroporto em Seattle quando chegamos, eles estavam determinados a ficarem em Forks comigo, até toda essa loucura terminar, se é que um dia ela iria terminar.

Voltar para Forks até a alguns dias atrás seria a melhor coisa do mundo, para mim significava, voltar para os braços de Bella e implorar por seu perdão... Uma idéia tão cheia de esperança para mim... Mas, naquele momento só estava me trazendo mais dor e tristeza.

Cada canto daquele lugar havia uma lembrança de Bella, ainda me lembro bem do dia em que ela chegou à cidade, parecia que a cidade inteira estava esperando a pessoa mais importante do mundo, eu achei hilário é claro, como eu poderia imaginar que está mesma pessoa se tornaria o meu ar, a minha vida, a minha alma?

Quando chegamos em casa subi direto para o meu quarto, o caminho inteiro me desliguei dos pensamentos da minha família, agora eu estava concentrado em apenas uma coisa.

Ter esperança.

Mas ainda assim era inevitável de que lembranças dela viessem á minha cabeça de uma maneira dolorosa, e ainda me lembro bem de quando no dia do aniversario dela ela quase pirou quando eu disse que seria capaz de tirar minha própria vida, pois não agüentaria viver em um mundo onde ela não existisse.

Mas também havia as doces lembranças, a primeira vez que a levei até a clareira, a primeira vez que eu á vi dormindo e ela disse o meu nome, a primeira vez que ela disse que me amava...

Tudo isso e muito mais faz com que eu pare e pense, será que seu eu tivesse voltando antes e contado toda a verdade á ela, algo teria mudado?

Será que ela e perdoaria?

Será que ela ainda seria capaz de me amar da mesma maneira inocente e pra ser sincero irracional que ela amava?

E agora a questão mais difícil: Será que ela está viva para responder a todas essas perguntas?