"Porque mesmo eu sai de Londres, hein?"  - dizia Jullie, para si mesma, tentando lembra do seu passado.

Nasceu em Londres e viveu lá até seus 8 anos de idade, e após isso, veio morar no Brasil, com seus avós e a família. Não lembrava o porquê de ter vindo ao Brasil, mas provavelmente, por conta do trabalho do pai. Ela tinha uma vida boa lá, uma vida tranquila. Tinha amigos, que com o tempo... Bom, foram esquecidos. Não lembrava os nomes de ninguém, mas tinha a imagem na cabeça de um garoto, e digamos que, esse garoto marcou sua vida.

Mas agora estaria ela, voltando para Londres, em menos de 2 horas, indo ao aeroporto, entrando em um avião, tendo tudo que se passado lhe tirou de volta. 

Seus pais não morariam com ela, seria acompanhada por seus tios, primo e primas. Não lembrava o rosto de ninguém, apenas tinha poucas recordações do rosto de seu primo. Seu nome era Liam, brincavam juntos quando eram crianças. E agora, novamente, com 16 anos o encontraria, depois de 8 anos separados.

Olhou para o relógio. Já tinham se passado 1 hora depois que sua mãe ligou. Ficara ali imaginando como seria ter sua vida de volta, e então, mal viu o tempo passar. Decidiu então, tomar um banho rápido e terminar de arrumar suas coisas.

Tomou seu banho, terminou de arrumar as malas (que eram 3!) e esperou sua mãe ligar ou mandar uma mensagem avisando-a que havia chegado em casa.

MENSAGEM PRA VOCÊ!

“Pelo amor de Deus, que coisa alta” – pensava ao abrir a mensagem.

Era de sua mãe, avisando-a que estava lá em baixo, esperando ela descer para, então, irem até o aeroporto.

Pegou uma casaco, colocou. Foi até a cozinha, bebeu um copo d'água, e observou novamente lá. Se despediu, foi até o quarto dos pais, deitando-se pela última vez (pelo menos por um tempo) na cama dos dois, que tanto adorava. Foi até seu quarto e despediu se tudo que tinha ali. Deixou uma lágrima cair, dando adeus para tudo que tinha ali. Fechou a porta e foi em direção ao carro, que a levaria para o ínicio de uma nova vida.

Soltou então, uma frase que pensara que nunca falaria na vida. Falou, com todas as palavras e letras "Eu te amo Brasil" e abriu a porta do carro.