Trick and Treat escrita por Hellscy


Capítulo 10
Meus novos amigos


Notas iniciais do capítulo

Hey gente o/
Desculpa a demora -.-
estava ocupada e sem inspiração, mas aqui está uma capitulo grande e novinho para vocês =D
Espero que gostem ^^
E eu troquei a capa e a sinopse gostaram?? Me deem tapadas XD
Bjuks =*



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Len bateu com a ponta do pé na porta, as mãos estavam ocupadas carregando mais um bandeja de prata repleta de quitutes, sobre ela bem arrumada Len preferiu colocar pequenas tortas de frutas, dessa vez ele escolheu um chá de gosto mais forte por causa do doce exagerado das tortas e, claro, ele não podia esquecer-se dos palitos de canela tão preciosos, estes estavam perfeitamente amarrados por um pedaço de fita azul claro.

Tudo perfeito e detalhadamente em seu lugar.

O loiro fitou cada pedaço da bandeja para conferir novamente a arrumação devidamente planejada, seus olhos passaram sobre a badeja e repousaram sobre um frasco de vidro pequeno. Ele deu um sorriso largo e maroto, ele sorria com o seu pensamento. Sabia que não podia usar a mesma brincadeira sobre Miku ela era esperta demais e descobriria.

Apenas com poucas insinuações ela já desconfiava....

Miku era uma garota de personalidades que encantava tanto ele quanto Rin e a loira também sabia disso. O sorriso que ela levava no rosto quando abriu a porta para ele provava isso. Eles trocavam aqueles sorrisos batizados pro Miku de assustadores só que de um jeito estranhamente gentil, mas fora apenas por alguns segundos o bastante para não ignorar a garota dentro do quarto que se recuperava de um trauma.

Rin deu um sorriso gentil e se virou para Miku enquanto seu “irmão” voltava a ter uma postura séria e abriu um sorriso convidativo para a mesma garota.

– Miku-chan, o Len chegou – Rin disse animada

– Espero que ainda esteja com fome – ele disse gentilmente enquanto levava a bandeja para ser depositada sobre a mesa.

– Sim, estou quase morrendo de fome – ela disse alegre de um jeito gentil enquanto continuava sentada, agora em cima do baú.

Suas mãos estavam elegantes em concha sobre as pernas juntas, ela mantinha uma postura ereta enquanto Rin penteava mais o seu cabelo agora dividido em duas marias-chiquinhas altas. Len notou isso. Ele deu um sorriso satisfeito, muito mais por ver o que prendia os fios verde-azulado da menina. Rin notando sorriu para ele da mesma forma, mas o olhar parecia meio sombrio e um tanto escondido pela franja. Ela não parava seu movimento de escovar os cabelos Miku, parecia que nem aprestava atenção no que fazia, apenas queria continuar.

Miku não notou essas expressões, se mantinha serena sentindo seu cabelo ser penteado pela pequena garota em pé ao seu lado. Era algo tranquilizante.

– Não se preocupe – disse Len enquanto colocava chá em uma xícara e levava até ela, ele se abaixou para ficar da altura da menina sentada e olhando fixamente em seus olhos com um olhar sedutor lhe estendeu a xícara com um sorriso – Com certeza não será de fome que morrerá – e sorriu mais ainda mantendo sua atuação não soltando um sorriso medonho, apenas um sorriso gentil e controlado.

Miku aceitou a xícara com outro sorriso, mas este sendo gentil era também “verdadeiro”.

Eles se divertiram novamente tomando chá e comendo, pareciam duas moças e um rapaz em harmonia. Riam e falavam de coisas sem importância e para eles um tanto quanto divertidas. O chá da tarde mais uma vez estava delicioso e o resto da noite fora agradável.

Miku então se sentia cansada, mas ainda meio que feliz. Ela se jogou na cama sem dar atenção a regra de boa maneiras ou etiqueta, não era como se precisasse fazer isso na frente dos dois.

Logo que ela se deitou se sentou na cama olhando para eles com um sorriso infantil esperando um assunto. Suas costas estavam encostadas na cabeceira da cama. A garota mantinha sapatos nos pés sobre o colchão de tecido fino. Mais uma vez sem se importar, parecia estar voltando a ser criança. Continuava com o sorriso contagiante direcionado aos gêmeos.

A noite continua sendo agradável.

Rin começou a brincar com uma das tortas de fruta, ela estava tão animada com os acontecimentos que usava seu talher para mexer e remexer na calda de seu doce. Em uma dessas mexidas e pelo seu jeito atrapalhado ela acabou deixando cair alguns fragmentos da calda por perto e um deles fora o rosto de Miku. Claro a garota não gostou e bufou levemente, Rin a olhou com desejo enquanto Len tomava mais um gole de seu chá. Mas parecia ter a mesma ideia de Rin em sua mente. Ambos sorriam.

A cabeça de Miku doeu, ela nem ao menos sabia o porquê, mas o pequeno momento de felicidade esta indo embora novamente enquanto a garota apertava a cabeça contra as duas mão em um tentativa de parar a dor e em um apelo de que o momento não acabasse. A dor era tanta que seus olhos começaram a lacrimejar e sua voz já se tornava fraca em meio a grunhidos. Ora ou outra a dor aumentava e quando a mesma chegava a ser alarmante ela soltava um pequeno grito apertando ainda mais a cabeça.

A garota não aprestava atenção ao seu redor já que mantinha os olhos fortemente fechados. Então sua sensibilidade ao mundo exterior voltou quando sentiu uma mão pequena afagar a parte de trás de sua cabeça, ela abriu os olhos e encontrou Rin sorridente a sua frente.

A loira estava meio que de quatro, apoiava o joelho na ponta da cama enquanto a ponto do pé da outra perna tocava levemente o chão. Todo o peso estava sobre a mão que se encontrava do lado de Miku a prendendo, basicamente. Rin trazia Miku para mais perto de seu rosto e ainda sorria, mas dessa vez era com malicia.

Ela subiu totalmente na cama e ficou sentada de joelhos na frente da garota, ainda sorrindo limpou o rosto de Miku com os dedos indicador e anular tirando assim a calda da bochecha dela com as pontas dos dedos; depois ela apenas levou os dedos até sua boca saboreando o recheio. Claro, ainda sorrindo maliciosamente e sem tirar os olhos da garota de Marias-chiquinhas a sua frente.

A loira se aproximou novamente do rosto da garota e tocou seu rosto levemente, chegou perto de seu ouvido e com um halito gélido e doce sussurrou sorrindo em seu ouvido:

– Abandone a amargura, embrenhe-se neste doce sonho

Os olhos azuis ainda com leves lágrimas por estarem lacrimejados, agora se encontravam também meio que arregalados em meio a surpresa e talvez um pouco de pavor, mas isso não era novidade.

– O que? – Miku sussurrou parecendo não entender as palavras de Rin

– Não esta com sono Miku-chan? – a loira perguntou com gentileza na voz e na face

– Estou com sono?! – Ela ainda não conseguia raciocinar o que acontecia, estava confusa

– Então talvez devesse dormir – Len disse, ele ainda se encontrava na mesa tomando chá. Apenas havia sido um telespectador do que acabara de acontecer

– Mas eu não estou com sono – Miku estava mais recuperada e afirmou confiante, mas ainda sem muita expressão no rosto

– Por favor – Len disse como um bom servente preocupado com sua mestra, se levantou e foi até ela – Você parece cansada e necessita de uma boa noite de sono – ele agachou e se sustentou sobre uma das pernas então lhe estendeu sua mão esquerda.

Miku corou com o olhar dele, uma olhar seguro e de algum modo hipnotizante, ela não sabia descrever, mas se sentia seduzida e atraída por tal. Ele tinha essa habilidade e para combinar com os olhos verdes ele sorriu pra ela, mas com desejo. Como uma boa debutante Miku repousou sua mão sobre a dele, estava muito fria e isso a incomodou. Ele inclinou a cabeça levemente e deu um beijo simples e carinhoso sobre a mão dela.

Quando terminou a conhecida reverencia levantou a cabeça para olha-la, lhe mostrava um sorriso gentil o qual a garota retribuiu. Eles não notaram por estarem perdido um no olhar do outro, propositalmente feito pelo encanto do loiro, mas rin também sorria com a cena.

Mais um momento estragado.

Os pequenos segundos de paz se dissiparam quando Miku sentiu uma pontada afiada na mão que Len segurava. Ela começou a sentir a mão doer e arder ao mesmo tempo e então um liquido quente escorria pela palma da mesma até que pequenas gotas atingiam os lençóis ou o chão. Miku direcionou um olhar cauteloso, temeroso e mais que tudo desconfiado, do que era aquilo, para a mão sua mão ainda segurada levemente pelo rapaz.

Sua mão estava cortada.

Sua pequena mão recebera um corte profundo que agora sangrava, Len olhava para aquilo como se nunca tivesse visto antes, algo novo e sua face era de uma criança curiosa que não se importava. Miku se sentiu mal novamente, como ele não podia ligar? Ou entender o que era aquilo?

Ele apenas continuava a segurar a mão de Miku deixando a sua ser encharcada por sangue.

A garota então tirou sua mão da dele e levou até próximo ao peito estocando o sangue com a outra mão. Agora seu vestido se manchava de vermelho.

– Ooh Miku-chan você se cortou – Rin disse com graça na voz meio infantil, e também parecia meio que surpresa como se aquilo fosse algo novo pra ela. Não parecia preocupada.

– É-é.... – Miku disse com a voz fraca sem saber o que mais dizer.

Como ela se cortara?

Não poderia ter sido Len, ele não carregava nenhuma faca consigo e a outra mão permanecia atrás das costas por causa da posição dele. Agora o loiro se levantara e se direcionou até o armário, Miku não conseguia ver o que ele estava fazendo, mas o mesmo voltara com um pedaço comprido de pano branco.

– Isso deve ajudar – ele disse fazendo um curativo na mão da garota, o curativo ficara perfeito assim que ele terminara dando o toque final. Um pequeno nó bem preso.

– Se sente melhor? – Rin perguntou gentil enquanto secava poucas lágrimas que escaparam com mais esse acidente

–Sim, obrigada – Miku respondera com graça e sorrindo, mas agora sua mente ficara confusa novamente. Isso era seu medo aparecendo mais uma vez.

Ela não queria esse sentimento mais uma vez.

– Então agora deite e descance – Rin a empurrou carinhosamente para que ela se deitasse aconchegante no cochão – seu olhos demonstram cansaço – e sorriu docemente

– Merece uma boa noite de sono Miku – Len concordou com a “irmã” e também deu um sorriso idêntico ao da loira para Miku

Rin estava deitada de bruços ao lado da garota e sustentava a cabeça com as mãos, os pés pra cima balançavam devagar, mas ainda sim brincalhões enquanto a garota observava com serenidade a menina dormir. Len estava de joelhos no chão próximo a cama onde sustentava os braços, observava Miku perder para o sono, o efeito aumentava enquanto ela se via observada com cautela e carinho pelos dois que eram teimosos demais para tirarem o sorriso meio que bondoso do rosto e aos poucos as pálpebras dos olhos da menina foram ficando pesados e o cansaço tomou conta de seu corpo até que ela não aguentou mais e dormiu.

Até esse momento e talvez um pouco mais depois ela continuou a ser fitada pelos gêmeos que não saíram do lugar, mas ela não podia perceber isso já que estava perdida em sonhos.

Sonhos....Pesadelos.... Pensamentos....Lembranças......

Ela não sabia ao certo




Merece um presente muito especial! – ela falou enquanto Miku tentava conter finas lágrimas que ameaçavam sair.

A mulher se levantou e tirou o capuz com um suspiro feliz, suas feições estavam totalmente diferente o que fez com que a pequena se acalmasse. A mulher alta jogou a capa pra trás para que não cobrisse mais seu corpo mostrando um vestido comprido marrom de camponesa, e pelo jeito meio que gasto. Havia um tipo de espartilho que marcava sua cintura. Os cabelos descobertos chegavam abaixo da cintura e eram de um preto exuberante combinando perfeitamente com os olhos muito claros e a pele branca.

Os lábios em tom avermelhado mostravam um sorriso para a pequena que sorriu de volta da sua forma contagiante.

– Oooh muito obrigado – ela falou com Miku de forma animada - você é tão fofa por ter me ajudado dessa forma – ela começou a apertar as bochechas da menina de forma animada e brincalhona

– Sim....Sim..... – ela tentava falar mesmo com a mulher brincando com o seu rosto – não tem de que – Ela conseguiu se livrar da mulher que se abaixou para pegar sua cesta e colocou em um dos ombros – Era minha obrigação afinal você estava em apuros – ela disse enquanto massageava as bochechas agora doloridas

A mulher lhe deu um sorriso gentil com as palavras da menina. Era um sorriso lindo e bondoso.

– Ei Miku – Sua mãe apareceu arfante ao seu lado depois de correr atrás dela – Não suma desse jeito, me deixou preocupada.

– Exato Miku, uma menina de maneiras não deve fazer coisas assim – Seu pai também chegará correndo e preocupado.

– Desculpa – ela disse baixo e abaixando a cabeça – Mas ela precisava de ajuda – Miku apontou para a mulher magra atrás dela, mas de alguma forma atraente.

Ela acenava alegre com um sorriso.

– Ela só estava me ajudando desculpe por ter causado transtornos – Os pais de Miku afastaram a filha um pouco da mulher de alguma forma sem teto e, pelo que puderam perceber com a confusão, ladra.Mas a menina inocente apenas sorria para ela. – E por isso eu gostaria de agradecer lhe dando um presente. – ela se agachou para ficar na altura da menina

Miku chegou mais perto curiosa e com um pouco de receio, os pais por verem que mesmo que a mulher não fosse a melhor das companhias era uma boa pessoa deixaram a filha se aproximar mais.

– Mas eu não posso aceitar eu só fiz o que achava ser certo – a garota disse docemente brincando com os dedos, a face estava corada e ela evitava olhar para a mulher – E depois você parece estar com fome para ter que me dar um presente, então não se preocupe

A mulher fez uma cara emburrada e fofa para a garota

– Não e chame de “morta de fome” Miku-chan – ela reclamou para menina que sem perceber a encarou mais rubra ainda

– Ah não, não foi isso que eu quis dizer.... – ela balançava as mãos em negação tentando concertar o que dissera – É só que....

A mulher riu com a menina fofa e procurou algo nos bolsos que tinha do vestido

– E depois... – ela mostrou três maças para a garota – Quem disse que eu vou ficar com fome? – a garota ficou surpresa

– Como você?

– Aquele velho gordo não poderia me impedir mesmo que quisesse. – ela explicou comendo uma das maças perfeitamente vermelhas.

A menina riu com comentário da moça que saboreava sem dó sua fruta suculenta, até que algo lhe chamou a atenção

– Ué como sabe meu nome? – ela perguntou confusa

– Ora Miku-chan, seus pais acabaram de te chamar pelo nome – ela disse entre algumas mordidas e Miku olhou seus pais meio pasmos com os modos da mulher. Ela sorriu

– Entendi... – ela disse quase rindo – mas não posso aceitar seu presente, eu já disse só fiz o que achava ser certo – ela dizia mais confiante agora e a mulher bufou novamente

– Claro que pode aceitar – mas a garota negou com a cabeça e então a moça teve uma ideia – Então se não pode aceitar por isso pense nisso como um presente de aniversário – ela disse meigamente determinada a fazer a garotinha aceitar seu prêmio

Miku se surpreendeu e se assustou levemente com o que a mulher disse, afinal como poderia uma desconhecida saber que era o aniversário dela

– Como você sabe que hoje é meu aniversário? – Miku perguntou ainda surpresa e a mulher ficou meio confusa

– É seu aniversário? – a moça ainda estava confusa e surpresa com sigo mesma – Eu não sabia – ela começou a explicar com um sorriso acolhedor – Eu ia dizer para aceitar como um presente de aniversário adiantado ou atrasado

Miku ficou mais aliviada, agora tudo fazia sentido. Tinha sido só uma brincadeira.

A mulher pegou sua cesta pesada e colocou na frente da menina usando muita força, aquela cesta enorme deveria mesmo ser muito pesada comparando ao tamanho. A garotinha se inclinou curiosa para saber o que havia dentro da cesta, ela não pode perceber, mas seus pais estavam apressados por faltar tão pouco para anoitecer.

A moça estranha então prendeu a segunda maça que comia entre os dentes para usar as duas mãos e abrir a cesta, assim que o fez deu uma mordida enorme na fruta. Ela olha com seriedade e nem tanta surpresa para suas criações. Um sorriso sádico de canto poderia ter sido notado antes dela morder mais uma vez a maça.

Aquela mulher era satisfeita e orgulhosa pelos seus brinquedos

– Pode escolher qualquer um – ela disse sorrindo amigavelmente

Os olhos da garotinha brilhavam pelos produtos dentro da cesta. Eram bonecos e bonecas de pano, um diferente dos outros, mas todos com seu jeito especial. Havia bonecos de cabelos rosa, preto, laranja, verde, azul; havia os com sorrisos, os que estavam tristes, outros sem expressão; alguns eram marionetes e algumas poucas bonecas eram de porcelana. Era uma diversidade sem igual.

Os olhos da menina corriam por todos eles distraidamente, ela estava duvidosa sobre qual escolher e começara e mexer e olhar atentamente para saber qual seria seu novo brinquedo.... querido.

– São tantos... – ela escolhia com cautela sem tirar os olhos de dentro da cesta – Não sei qual escolher – a mulher sorriu com sarcasmo do comentário da garota

– Normalmente não são as pessoas que escolhem seus bonecos e sim eles que escolhem seus donos – ela disse sem temor e ainda sorrindo.

A garotinha mal aprestara atenção nas palavras dela e continuava a escolher sua mais nova boneca. Seus olhos pararam sobre uma boneca em especial.

Ela era simples. A pele feita de pano era branca e estava vestida com uma blusinha de segunda mão preta com botões grandinhos amarelos, além de uma saia feita de resto de tecido quadriculada em vermelho e rosa. As mãos e pés eram normais e sem dedos, por ser fofa deveria ser revestida por pedaços de algodão, tecido e pano. O cabelo era feito de lã amarela e tinha detalhes em preto que lembravam presilhas, na cabeça havia um laço preso feito com o mesmo tecido da saia. O rosto era redondinho com olhos feitos de botões extremamente pretos e a boca formava um largo sorriso, mas havia alguns pontos que a fazia ser costurada.

Não era a boneca mais linda, mas tinha seu charme que encantou o coração infantil da garota.

– Eu quero essa – Miku disse determinada e sem parar de olhar a pequena boneca com um sorriso e um brilho encantador nos olhos, a mulher quando viu a boneca que ela havia escolhido se segurou para não gargalhar alto dando uma mordida forte na sua maça.

Miku puxara a boneca para fora do cesto para assim leva-la consigo para casa, mas assim que o fez percebeu que a boneca tinha uma fita amarrada na mão direita. Era uma fita enorme e vermelha. A garota ficou confusa e curiosa ao mesmo tempo enquanto a moça que terminava de comer a segunda maça observava com cautela cada movimento da garota. A garotinha puxou a boneca com força por parecer que algo a prendia debaixo da cesta e assim que o fez com vontade ela teve uma surpresa.

Na outra ponta da fita havia outro boneco amarrado pela mão esquerda. Este seguia as mesma características da boneca, era branco e macio, mãos e pés simples além de cabelos de lã amarelos, mas de um jeito masculino e uma parte amarrada para trás. A blusinha preta com botões era acompanhada por uma calça da mesma cor da saia da outra boneca. O rosto também era redondo também tinha olhos de botões e o mesmo sorriso maroto remendado.

A garotinha também se maravilhou com o boneco e perdeu o olhar no par de gêmeos ligados pela fita vermelho sangue até a moça lhe tirar dos seus devaneios

– Eles são um par – a mulher começou – Por isso pode ficar com os dois

A menina esqueceu as boas maneiras e deu um sorriso enorme e contagiante de tamanha felicidade, ela abraçara com vontade os bonecos não querendo que ninguém os tirasse de si

– Verdade? – ela perguntou empolgada para ter certeza – Posso mesmo? Sem problemas?

– Claro – ela disse com um sorriso gentil – Agora só falta você escolher os nomes

A menina perdeu o sorriso por ter que pensar, ela tinha razão seus novos brinquedos.... Não, seus novos amigos precisavam de um nome.

Ela se esforçou para pensar em algum. Fazendo a mulher lhe olhar sorrindo sarcasticamente, estava sendo divertido e interessante. Seus pais continuavam apreensivos e com pressa.

A menina começou a olhar para todos os lados à procura de alguma inspiração, seus olhos pararam na cesta de doces que a mãe carregava para ela e depois ela olhou de relance para uma decoração de abóboras sorridentes na fachada de uma das casas, então a garota teve uma ótima ideia e sorriu com isso

– Já sei – ela anunciou e moça que limpava ligeiramente sua terceira maçã em sal capa a olhou curiosa e ansiosa para o que a garota diria – Esta vai se chamar Trick – ela mostrou a boneca – e este se chamará Treat – e ela mostrou o boneco depois os trouxe para perto abraçando-os fortemente – Trick e Treat meus novos melhores amigos – disse para si mesma

A mulher a olhou surpresa com as ultimas palavras e teve que se segurar para não rir novamente, aquela menina era uma figura para dizer uma coisa dessas.

– Então será Trick e Treat – ela disse tentando não rir – Né Miku-chan – ela chamou a atenção da garota se agachando para ficar no tamanho da garota – Não esqueça de cuidar muito bem deles, amor e carinho serão as coisas que eles mais esperarão de você e dependendo do tamanho que der para eles as consequências serão diferentes – ela explicou séria, mas ainda sorrindo levemente e a menina prestou bastante atenção

– Sim – ela balançou a cabeça concordando animadamente – e muito obrigada – a garotinha dizia enquanto atendia as preces dos pais para ir embora – e se cuide – ela acenou segurando os bonecos em um só braço

A mulher acenou em silencio vendo a menina ir embora com seus novos.... Amigos.

Quando perdeu a menina de vista ela parou de acenar, ela abaixou a cabeça e riu sádica com a ideia e como não precisava mais esconder deu um sorriso largo escondendo os olhos brancos com a franja escura. Lembrava-se das palavras da garota

“Trick e Treat meus novos melhores amigos”

Ela começou a gargalhar alto, não podia acreditar que existia uma menina daquele jeito no mundo. Quando perdera a graça ela se abaixou para fechar e pegar sua cesta.

A mulher estava diferente, não estava mais tão magra quanto antes e a pele apesar de continuar clara não era mais tão branca, além do brilho no olhar que havia ganhado. Ela retomara suas forças.

Ela olhou para o caminho que a carroça deveria estar fazendo para levar a garotinha em segurança para casa. A praça agra estava vazia por faltar tão pouco para o pôr do sol, suas únicas companhias eram os bonecos trancados em sua cesta e o vento que ruía levando consigo folhas e galhos.

A mulher estranha não ria mais passou a olhar para o horizonte, o céu se dividia em uma imensidão negra e um mínimo de luz do sol da tarde que logo sumiria.

– Que menina problemática, ser escolhida logo por aqueles dois – a mulher falava séria - Vamos ver se você conseguira atender a carência deles – ela sorriu sádica com seu próprio comentário

A mulher deu uma mordida em sua última maça e na mesa hora, como se ela tivesse previsto, o céu em um segundo ficou totalmente negro.

– Cuidem bem dela ... , ... – talvez tivéssemos ouvido as últimas palavras dela se uma coruja não tivesse piado alto exatamente na hora. - Vamos ver como vai ser esse cuidado - Uma rajada de vento forte e enorme cobriu a praça por inteiro balançado árvores e fazendo coisas caírem.

Quem perdera a chance não veria mais a mulher na praça depois desse pequeno golpe da natureza



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Notas finais do capítulo

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
acho que depois desse sonho muitos mistérios foram revelados, mas uma hora tinha que ser não é? ^^
E ai mereço reviews?