Cigarettes And Coffee escrita por Jiggle Juice


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys! Aqui é a belamendonc. Então, eu tive complicações no e-mail que eu usava para fazer o login com meu antigo user, por isso, fui obrigada a deletar aquela conta e fazer outra. Para completar a situação, meu computador teve alguns problemas e deletou tudo o que eu tinha escrito de TBOF. Eu fiquei nervosa e frustrada, então resolvi não continuar. Desculpe o transtorno a quem lia.
Então, como um pedido de desculpas, resolvi postar essa one. Farei mais ones (que já tenho diversos rascunhos prontos) e em breve, espero postar uma long fic.
Espero que compreendam,
divirtam-se.



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Rachel estava sentindo-se terrivelmente intimidada pelo olhar que Quinn lhe lançava. Não que isso fosse novidade. A morena sempre se sentia fraca e pequena – mais do que já era – quando estava com a loira. Ela sugava-lhe algo quando lhe observava daquela maneira. Algo como sua sanidade e ar superior que sempre teve. Mas estranhamente, nunca de fato se importou com isso. Claro que não lhe era a sensação mais agradável perder sua pose de Diva Dona do Próprio Nariz, mas achava que valia à pena ser subjugada por Quinn, ser submissa a ela. Era deliciosamente fora do padrão.

Ainda mais depois da noite anterior.

Quinn bebericava seu café na grande xícara de porcelana branca calmamente, divertindo-se ao ver o rosto de Rachel se contorcer em várias expressões diferentes a cada minuto. Seu rosto continuava impassível, com o mesmo ar irônico que adquiriu assim que saiu de Lima e entrou em Yale. Não era mais a menina de Ohio que usava vestidos florais e lenços no pescoço. Estava mudada. Estava mais madura em todos os aspectos. Desde sua vestimenta à sua personalidade.

A morena bebeu seu chá de frutas vermelhas nervosamente, sem saber o que falar no momento – o que era muito estranho já que ela é Rachel Berry. Quinn ergueu a sobrancelha, indicando para que Rachel começasse a falar, afinal, foi ela que a chamara ali. A menor ficou um pouco desesperada com aquilo, e já que não sabia o que dizer, resolveu colocar um pedaço de croissant de chocolate na boca, mastigando sem saborear.

Fabray suspirou impaciente, remexendo-se na cadeira estofada. Deu um gole maior em seu café, sentindo passar macio pela garganta. Seu olhar não desprendia de Rachel, que permanecia com os olhos abaixados, fitando os guardanapos com o logo da cafeteria sobre a mesa.

Rachel estava envergonhada pelo o que havia acontecido na noite anterior. Não que ela não tivesse gostado, porque ela gostou. E muito. Fora a melhor noite de sexo que ela já havia tido na vida, mas o fato de ter sido com Quinn a deixava embaraçada. Ainda mais por ter transado com a loira depois de ter terminado com Finn.

O término de seu casamento a deixou verdadeiramente aliviada. Não agüentava mais Finn sempre lhe perturbando, com seu ciúme doentio de qualquer ser que respira. E o garoto estava lhe impedindo de descobrir-se como cantora. Sempre reclamava quando precisava fazer um trabalho com algum colega de faculdade, implicando com cada amizade que fazia. Mas Finn tinha um ciúme descomunal de Quinn. Rachel e a loira mantiveram a amizade do último ano do colégio, sempre uma ligando para outra e visitando quando pudesse em suas respectivas universidades.

Rachel tinha apenas 20 anos e já era divorciada.

Quinn, não agüentando mais o silencio insuportável imposto por Rachel, resolveu se pronunciar, não contendo o tom ríspido em sua voz:

—Você me chamou aqui para conversar, mas até agora eu não ouvi sua voz a não ser para fazer seu pedido.

Rachel levantou o olhar, vendo uma Quinn Fabray com uma expressão dura e uma sobrancelha arqueada, indicando irritação. A morena respirou fundo, pegando mais uma vez seu chá e bebendo todo o líquido rosado em um só gole, sentindo certa dificuldade ao passar em sua garganta.

—Eu… Eu acho que devemos conversar… Sobre… Ontem à noite – Ela falou hesitante.

—Uma conversa envolve diálogos, Rachel. E infelizmente, eu ainda não sei como ler mentes, por isso preciso que você fale para que possamos conversar – Quinn mudou drasticamente sua expressão, passando do irritado para o irônico debochado.

Rachel engoliu em seco. Por mais que achasse aquela Quinn sarcástica extremamente sexy, às vezes seus comentários lhe irritavam profundamente.

—Acho que… Devemos esclarecer algumas coisas sobre ontem à noite – Pausou, esperando um comentário de Quinn, mas esse nunca veio, então resolveu continuar: — Só quero dizer que ontem eu estava com raiva e…

—Com tesão – Quinn interrompeu, sorrindo maliciosamente.

A loira riu quando viu Rachel abaixar a cabeça, corando furiosamente.

—Enfim – Disse a morena, limpando a garganta em seguida – Só quero que fique claro que eu não pretendo ter um relacionamento sério depois disso. Eu me arrependo por ter me aproveitado da situação, mas acredito que você também tenha se aproveitado para me levar pra cama. Não que eu esteja jogando toda a culpa em cima de você, mas creio que nós duas tivemos parcelas iguais de responsabilidade nesse fato – Ela passou a mão nos cabelos castanhos, colocando-os para trás, coisa que Quinn achou perigosamente sensual – E eu não quero perder sua amizade. Temos uma amizade tão saudável e agradável, perdê-la seria como perder parte de mim, entende? – A loira permanecia com o rosto inexpressível. Certamente devia ser uma fabulosa jogadora de pôquer. Mas Rachel não notou. Estava ocupada demais recitando seu monólogo – Eu gosto de tê-la por perto, Q. Nesse pouco tempo em que nos permitimos nos aproximar, esquecendo todas as rixas e briguinhas sem importância sobre garotos, construímos um vínculo tão saudável. Arrisco-me em dizer que você é minha melhor amiga. Um exemplo disso foi quando você me ajudou com aquele trabalho para NYADA que eu estava me descabelando quase literalmente, mas você ficou de prontidão e ficamos até as três e meia da madrugada trabalhando. E você não reclamou nenhuma vez sobre isso… – Rachel interrompeu a si mesma quando viu que Quinn começara a rir – Do que está rindo?

—Agora que você começou a falar, não vai para mais, não é mesmo? – Disse debochada.

—Será que você pode parar de zombar de mim? Estou tentando ter um diálogo sério aqui. Você não entende que o que está em jogo é a nossa amizade? – Rachel falou irritada.

—Relaxe, Rach – Quinn falou em um tom despreocupado, bebendo o resto de seu café já frio – Você devia saber que eu também não quero um relacionamento sério.

—Não? – Perguntou surpresa.

—Não. Enquanto eu estiver na faculdade, eu não pretendo arrumar um namorado ou uma namorada pra arranjar problemas pra minha cabeça.

—Achei que você estivesse com a Sarah.

—Não estou com a Sarah. Ao menos, não oficialmente – Deu de ombros – Eu só fico com a Sarah quando preciso relaxar, quando estou nervosa. Ou apenas quando quero ter um ou dois orgasmos.

—Credo, Quinn – Disse espantada – Parece que estou conversando com um caminhoneiro.

A loira deu a gargalhada rouca que Rachel tanto achava irresistível, vasculhando em sua bolsa e tirando um maço de cigarros mentolados. Ela pegou um e estendeu o maço para Rachel. A morena não duvidou em pegar um e colocá-lo na boca, esperando que Quinn o acendesse com seu isqueiro prateado.

Rachel havia adquirido o hábito de fumar. Nas diversas vezes que via Quinn fumar e inalava a fumaça mentolada – porque a loira só fumava cigarros mentolados – sentia-se deliciosamente relaxada. Então simplesmente começou a fumar também. Sabia que não fazia bem a voz, mas ela não exagerava tanto quanto Santana – a latina fumava quase que compulsivamente. Sem falar sobre seu vício em charutos também -- Fumava apenas quando precisava relaxar e com certeza aquele era um desses momentos.

—Escute – Quinn disse depois de tragar longamente o cigarro, soltando a fumaça pela boca e pelas narinas, desenhando círculos perfeitos no ar – Você sabe como eu sou, Rach. Sabe que depois de todos os relacionamentos miseráveis que tive na época do colégio, eu fiquei um tanto quanto traumatizada em relação isso. Ainda mais agora que a única coisa que eu faço é estudar e trabalhar. Eu sou uma pessoa estressada e difícil de lidar. Às vezes nem eu mesma me agüento. Mas estranhamente, você o faz. Não sei como, mas você me suporta mais que minha própria mãe – Rachel sorriu timidamente, corando com o elogio entre tabela – E tirando você, Santana e Brittany, as únicas coisas que eu sei que nunca vão me abandonar são cigarros e café – Ela ergueu o cigarro entre seus dedos e depois indicou a xícara vazia sobre a mesa – Eu sei que você não quer ter um relacionamento sério por conta de sua vida estar atribulada no momento e por causa do recente trauma de ser divorciada aos vinte anos de idade – Rachel fez uma careta desgostosa ao ouvir aquilo. Arrependia-se mortalmente por ter se casado com Finn – E eu também não quero.

Aquilo doeu em Rachel. Quinn estava certa, ela não queria um relacionamento no momento, mas ouvir a loira dizendo aquilo a machucou. Por mais que soubesse que a outra não iria querer algo sério, no fundo de seu coração tinha esperanças de que Quinn pedisse para ter algo com ela.

Rachel abaixou a cabeça, observando as poucas gotas de chá que estavam no fundo de sua xícara branca, decepcionada pela resposta de Quinn.

Quinn, percebendo o desapontamento da amiga, não se conteve e deu um pequeno sorriso presunçoso. Sabia o que Rachel estava pensando, a conhecia melhor que a si mesma.

–-Mas... – A loira continuou, fazendo Rachel levantar os olhos abruptamente, observando-a com expectativa – A noite passada foi boa demais para não repetirmos – Quinn falou, sorrindo em seguida.

–-Como assim? – Perguntou Rachel, a testa franzida em confusão.

–-Lembra quando Santana e Brittany ainda não eram uma casal oficial? – Perguntou, dando uma longa tragada no cigarro em seguida. Rachel assentiu, imitando o ato da outra; até havia se esquecido do cigarro em seus dedos – Então, antes delas assumirem um real namoro, elas eram apenas amigas que faziam coisas que amigas não costumam fazer – Ela disse serena, apagando seu cigarro dentro da xícara de Rachel e o abandonando lá.

–-Está sugerindo que sejamos... Amigas com Benefícios? – A morena indagou surpresa.

–-Exatamente – Sorriu.

Rachel tragou o cigarro até o fim, apagando-o assim como Quinn fizera. Afastou seus olhos de Quinn e fitou a rua movimentada e cheia de pessoas com pressa e irritadas, tipicamente nova iorquina, logo atrás da amiga. Não era uma má idéia. A noite com Quinn havia sido fantástica e repetir aquilo quantas vezes quiser lhe era extremamente atrativo. Ainda ser amiga de Quinn, poder beijá-la, poder transar com ela, mas sem as complicações de um compromisso sério. Parecia muito bom.

Quinn permanecia esperando pacientemente a resposta de Rachel. Ela era tão linda. O jeito como o vento batia em seus cabelos era fascinante. Seus grandes olhos castanhos e tão expressivos a deixavam hipnotizada. E ela achava a coisa mais adorável do mundo quando Rachel franzia o cenho, pensativa.

–-Mas depois que Santana e Brittany foram amigas com benefícios, elas se tornaram namoradas. E agora estão praticamente casadas, então... – Rachel falou depois de um tempo, hesitante.

Quinn riu.

–-Hey, relaxe, ok? Você ainda nem me respondeu se aceita e já está pensando em se casar comigo – Falou divertida.

–-Não! – Exclamou exasperada – Não foi isso que eu quis dizer. É que... Você... Tomou Santana e... B-Brittany como... Exemplo. Então que pensei que... – Rachel tropeçava nervosamente nas palavras.

–-Não se preocupe, Berry – Quinn disse entre risos, divertindo-se com a reação da outra – Estou brincando – Deu mais um sorriso quando viu Rachel suspirar, aliviada – As tomei como exemplo porque as duas são as pessoas que mais ficaram juntas sem compromisso que eu já conheci em toda minha vida – Deus de ombros – E, bom, se algo parecido acontecer com a gente, acredito que não seja tão mal assim.

Rachel demorou alguns segundos para entender a frase. Quando a ficha caiu, sentiu a surpresa e a felicidade repousarem em seu peito.

–-Você está insinuando que...

–-Não estou insinuando nada – Quinn a interrompeu – Só estou dizendo que estou cansada de ter apenas cigarros e café como a única coisa certa na minha vida. E levando em conta a nossa noite e a quantidade de gemidos que saiu de sua boca e palavras que eu prefiro nem citar – Rachel corou. Realmente havia feito aquilo –, não me oporia a ter uma “tragada” e um “gole” diário de Rachel Berry.

Rachel não pôde evitar o riso. Quinn era uma pessoa criativa.

–-Acho que... Podemos tentar – Falou a morena.

–-Ótimo – Quinn falou – Negócio fechado? – Estendeu a mão para que Rachel a apertasse.

–-Não estamos fechando um negócio, Quinn – Bronqueou.

–-Bom, se pensarmos bem, isso pode ser comparado a um negócio – Quinn falou pensativa, recolhendo a mão – Um negócio é quando duas pessoas ou mais procuram enriquecer, se unindo. No caso, estamos procurando enriquecer nossas vidas com a presença um da outra. Um negócio é necessária sabedoria para administrar a forma de enriquecimento. Temos que ter sabedoria o suficiente para administrar corretamente esse relacionamento. Ou não-relacionamento, como você preferir. E quando se faz um negócio, alguma coisa sempre está em jogo, o que causa a falência. Na nossa situação, a falência é perdermos a amizade uma da outra – Rachel olhava para ela atônita, mas Quinn ignorou – Então, tecnicamente, isso pode ser considerado um negócio.

–-Você é estranha.

–-Me diga algo que eu não saiba – Sorriu – E então? Negócio fechado? – Estendeu a mão novamente.

–-Negócio fechado – Rachel falou animada, estendendo a mão para apertar a de Quinn, mas a mesma recolheu a mão subitamente.

Berry a olhou confusa.

–-Sabe... – Quinn começou, aproximando sua cadeira da de Rachel com uma expressão enigmática. A morena reconheceu aquela expressão da noite anterior – Agora que vamos ser uma espécie de discípulas de Brittana, nada melhor do que um beijo para selarmos o contrato. Não acha? – Ela ergueu a sobrancelha sugestivamente.

Esse simples gesto fez com que algo entre suas pernas se manifestasse, fazendo-a puxar Quinn para um beijo faminto sem pensar duas vezes, ignorando alguns olhares julgadores de pessoas que estavam sentadas próximas a elas ou passando pela rua.

Entreabrindo levemente os lábios para dar passagem para que a língua de Quinn brincasse com a sua, sentiu o gosto estranho e delicioso do cigarro mentolado e o gosto amargo e intenso do café na boca da mesma, Rachel percebeu que também não se oporia a dar uma “tragada” e um “gole” diário em Quinn Fabray.



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Notas finais do capítulo

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Obrigado por lerem,
Isabela.