“'Cos deep down you're my girl in a golden crown

My princess and I don't wanna let you down

No I don't wanna let you down no no no.”

-          Kickstarts, Example

Katy’s POV

Espero que fique bem claro que não me responsabilizo por atos que possam me levar à cadeia caso minha chefe apareça morta por aí. Estava eu, bela e cansada, sentada frente a tela do MacBook Pro do Liam, com o Word aberto e sua majestosa tela em branco me encarando lindamente, repassando a conversa que havia acabado de ter com Elena pelo telefone.

Maldita seja.

Como ela esperava um artigo maravilhosamente escrito pela minha pessoa, de dez páginas devo acrescentar, em um dia? Ela achava que simplesmente a inspiração e as palavras pulavam em minha mente e passavam para o computador via osmose? Ah, vá a merda vai.

Batucando meus dedos no teclado, mente viajando enquanto processava o último episódio de Pretty Little Liars, voltei minha atenção ao computador, reparando que a única coisa já escrita era o título da matéria, previamente ditado pela Monstra-Mor.

“Dez Coisas Sobre: Liam Payne.” Li em voz alta, reparando no quão inútil estava me sentindo. Porra, o cara era meu namorado e eu nem conseguia escrever algo decente sobre ele.

Esse era o problema. Escrever algo decente sobre Liam.

Obviamente o filho da mãe era tão sexy, que mesmo precisando escrever algo inocente para as leitoras, só conseguia pensar em besteiras.

“Tudo bem aí Katy?” uma voz miou atrás de mim. Sem retirar os olhos da tela do computador, soltei um riso baixo.

“Parece que estou bem Cat?” perguntei rolando os olhos internamente. Caramba, eu estava aqui, tendo o maior debate interno e ela me atrapalha.

“Se você quiser eu te ajudo.” Comentou ela enquanto pulava até o sofá, retirando seu celular do bolso e digitando algo rapidamente nele.

            “E como você faria isso?”

            “Não se preocupe. Às vezes a minha presença já ajuda, sabia?” ela disse, rindo. “Agora falando sério, eu posso te ajudar.”

            “Acho que não rola. Pelo menos não dessa vez gatinha.”

Cat pescou os fones de ouvido em seu outro bolso, plugando-os no aparelho em suas mãos, ligando sua música o mais alto possível.

 O que estava acontecendo? Normalmente ela me irritaria até que cedesse, mas hoje quem cedeu foi ela... Estranho.

            Anyway, tinha preocupações maiores no momento, e elas envolviam o meu namorado, que por sinal andava muito ocupado ultimamente.

            “Cat, será que você poderia abaixar isso aí, por favor?” perguntei o mais claro o possível para que ela me escutasse. Sinceramente, não é sempre que você consegue ouvir Example e se concentrar.

            “Claro.” Murmurou ela.

            “Aconteceu alguma coisa, Kitty?”

            “Não Katy, só volta para a sua matéria okay?” respondeu ela em um tom cansado. 

            Voltei mais uma vez o rosto para o computador, mas desta vez não foi a música alta dos fones da Cat que chamaram minha atenção, e sim os passos que vinham do corredor à minha esquerda; justamente o que dava acesso ao palco.

Continuei escutando cuidadosamente enquanto digitava meu nome no arquivo, logo abaixo do título, e iniciando o texto com minha marca registrada.

            Os passos começaram a ficar cada vez mais altos, sendo impossível de ignorá-los como estava fazendo, mas quando olhei para a direção de onde vinham não encontrei nada. Estranho, sim ou claro?

            “Puta merda Liam!” exclamei ao perceber que ele estava atrás de mim, lendo as três linhas escritas em seu computador.

            “Você esqueceu de colocar que sou o máximo quando estamos sozinhos. Se é que me entende.”

            “Acho que você esqueceu que esta é uma matéria supostamente inocente Payne.” Retruquei educadamente.

            “Cá entre nós amor, ambos sabemos que de inocente você não tem nada.”

            “Por isso mesmo coloquei a palavra supostamente na frase. Nada me impede de usar e abusar do duplo sentido.”

“Vem, vou te seqüestrar um pouco.” Falou ele puxando meu braço.

            “Mas eu...”

            “Nada de, mas.” Liam cortou minha frase “Fui chamado aqui em uma missão: te ajudar. E é isso que vou fazer.”

            “Me ajudar?” perguntei confusa.

            “Isso não vem ao caso. Digamos que um gato miou perto de mim... E cá estou eu.”

            “E o que iremos fazer Payne?” se a curiosidade realmente matasse o gato, Cat já estaria morta, então não havia problema em ser um pouco curiosa não é mesmo?

          Ele chegou mais perto, falando baixo em meu ouvido, quase sussurrando  “Isso meu amor, é uma surpresa.”