Não é a força mas a constância dos bons resultados que conduz os homens à felicidade.

Friedrich Nietzsche

 – Capítulo Dezessete – 

Gringotes

Agatha saiu às pressas para o hall de entrada da mansão para esperar por Bella, ainda pensando no que Natasha lhe disse. “Será que aconteceu alguma coisa entre os dois na Rússia, quando eu fui embora?”. “Se não tivesse acontecido ela não teria falado daquele jeito”.

Ela precisava falar com alguém, precisava de um amigo, Emilia estava na Austrália com Blásio e Isabella ainda era uma menina na opinião de Agatha, mal tinha dezoito anos. Então ela resolveu não pensar mais nisso, Agatha tinha que se concentrar em outra coisa agora, em pegar a taça de Huflepuff no cofre de Bella sem ser descoberta e descobrir qual é a outra horcrux, isso é prioridade no momento, referente ao seu casamento, Agatha deixaria para mais tarde, isso pode esperar.

- Doutora. – chamou Bella se aproximando de Agatha com um sorriso que Agatha sabia que era falso – Podemos ir.

Agatha assentiu e as duas caminharam juntas até o mesmo lugar que Agatha aparatara com Lúcio antes. Elas desaparataram juntas e aparataram nas ruas do Beco Diagonal, que já não parecia mais o mesmo. A maioria das lojas estavam fechadas, as ruas pareciam desertas a não ser por poucas pessoas que ainda se atreviam a andar por elas, pregados pelos muros e nas paredes das lojas, havia uma foto de Harry indicando que estava sendo caçado.

Elas seguiram em direção a Gringotes, o banco ainda era comandando por duendes, Voldemort não tirou isso deles, mas, os duendes também tinham que servi-lo. Ao entrarem os duendes e alguns guardas bruxos que se encontravam dentro do banco se encolheram ao ver Agatha acompanhada de Bella. Ela mantinha em sua face uma expressão fria e arrogante, embora ela não gostasse de botar medo em pessoas inocentes, Agatha teria de se manter assim.

- Gostaria de entrar no meu cofre. – disse Bella friamente para um dos duendes do banco, ele a encarou por um momento e disse:

- A senhora tem a chave?

- É óbvio não? – disse Bella mostrando a chave de má vontade.

Ele assentiu e pediu que um dos duendes as acompanhasse até o cofre, eles entraram no carrinho e rapidamente ele começou a correr e dar voltas pelos trilhos do banco. Agatha achou que fosse morrer de enjôo, ela já havia se esquecido de como era andar naquilo, e agora que estava grávida as náuseas eram redobradas.

Os três desceram do carrinho, e o duende pegou a chave de Bella e abriu o cofre, Bella seguida de Agatha e do duente entraram. Os Lestrange tinham uma bela coleção de objetos de ouro ali dentro na opinião de Agatha, espadas, taças, jóias, pequenas estátuas e etc. Agatha tirou uma caixinha de uns trinta centímetros das vestes, que possuía algumas pedras coloridas do lado de fora, depois ela virou para o duente.

- Saía. – disse Agatha friamente para o duente que ficou supreso com o pedido. – Não confio que fique aqui enquanto guardo as minhas jóias.

O duente relutante saiu do cofre, enquanto Agatha virava sorridente para Bella.

- Pode escolher um lugar para eu colocar a caixa? – perguntou Agatha.

- Claro. – respondeu Bella dando as costas à Agatha para procurar um lugar nas prateleiras.

Nisso Agatha discretamente tirou a varinha das vestes e apontou para Bella que ainda estava de costas.

-Império. – disse Agatha e Bella ficou imóvel. “Três maldições imperdoáveis em menos de um mês. Você está se superando Agatha”

Ela andou pelo cofre até ficar de frente a Bella, Agatha poderia se livrar de Bella agora mesmo se quisesse, ela já havia feito tanto mal, com certeza não faria falta alguma, bem ao menos pra ela. Mas Voldemort prezava os serviços de Bella, então Agtha não poderia fazer nada por agora, mas, Bella teria o dela, mais cedo ou mais tarde. Agatha olhou bem em seus olhos antes de falar.

- Bella. – disse Agatha calmamente, era a primeira vez que usava esse feitiço em alguém – Eu quero que você pegue para mim a taça que Voldemort pediu que você guardasse anos atrás.

Bella hesitou, com certeza estava tentando resitir a maldição.

- Você me ouviu Bella. – disse Agatha mais firme – Pegue a taça que Voldemort pediu que guardasse.

Então Bella começou a se mover pelo cofre, ela foi mais ao fundo do lugar, Agatha em seus calcanhares. Foi então que Agatha viu, a taça estava em uma das prateleiras, só podia ser ela, pois, tinha a marca de Huflepuff. Bella lentamente pegou a taça e entregou a Agatha que fez uma cópia e colocou na prateleira no mesmo lugar da original, ela deixou a verdadeira invisível e colocou dentro das vestes.

- Vamos. – disse Agatha para Bella, elas andaram até o mesmo lugar que estavam antes do feitiço. – Obliviate – disse Agatha apagando a memória dela e se posicionando atrás de Bella outra vez.

Bella olhou para os lados, meio confusa, foi então que Agatha agiu rapidamente.

- Nossa! – exclamou Agatha andando até Bella – Esse lugar é perfeito! Obrigada Bella querida, não será por muito tempo, não se preocupe – disse Agatha colocando a caixa cuidadosamente na prateleira.

- Pode ficar o tempo que precisar. – disse Bella passando a mão na cabeça.

- Dor de cabeça querida? – perguntou Agatha fingindo preocupação – Deve ter sido as voltas que esse carrinho dá.

- É, deve ser. – disse Bella meio atordoada – Ele sempre me deixava zonza.

- Ok. – disse Agatha inocentemente – Então vamos. Tenho que dar uma passadinha nos aposentos do Lord.

- Ele últimamente tem te chamado muito. – comentou Bella friamente.

- A sim. – disse Agatha em um tom superior – Eu tenho feito umas coisinhas pra ele, mas, os demais comensais como você, vão saber logo o que é.

Bella encarou Agatha com desgosto, enquanto Agatha abria um largo sorriso. Ela sabia que Bella nunca aceitou muito bem o fato de ela ter sido escolhida para ser conselheira de Voldemort, mas, Bella sabia fingir. Uma não sabia do que se passava no pensamento da outra, mas, interiormente elas sabiam que uma guerra ali estava para começar, uma querendo o posto de conselheira e a outra querendo destruí-la para sempre.