Mais uma vez eu não queria ter acordado. Devia ter ficado o dia inteiro no meu dormitório, esparramado na cama, mas não! Ela não saia da minha cabeça, não me largava por um único segundo, nem nos meus sonhos ela me deixava em paz.
Contra minha vontade sai do meu quarto, quase sem conseguir andar de tanta roupa que eu usava. Era um sábado de fevereiro, e nevava muito. Depois de um tempo, consegui chegar ao salão principal, e fui à mesa da Sonserina tomar meu café da manha. Sentei-me perto de Darek, Piter e Albus, meus melhores amigos.
– Scorpius! Até que enfim você resolveu sair do quarto! Estava cansado de tanta agarração entre você e a cama! - Claro, não seria um dia normal se Derek não me atormentasse logo de manha.
Todos riram, e em seguida Albus se levantou. Estranhei isso, pois ele apesar de ter a aparência de um Potter, havia puxado o apetite Weasley, por isso era sempre o ultimo a sair da mesa. Ele deve ter visto minha cara de espanto pois disse
– Sabe, pode não parecer, mas eu tenho um pouco de família que estuda em Hogwarts também. -Ele riu com a própria piada - Eu combinei de encontrar com eles no lago negro hoje. As meninas estão querendo fazer um piquenique...
–Com esse frio! Devem estar doidas! - disse Piter. Eu concordei com ele. Com toda certeza aquele era o dia mais frio do ano, e o lago negro não é conhecido por ser o lugar mais quente do castelo.
Albus fez uma careta e disse -Em todo caso, estarei lá. Me encontrem quando vocês terminarem aqui.
Concordamos. Apesar do frio, eu faria de tudo para vê-lá, nem que seja de longe.
Depois que Albus saiu, não consegui mais comer. Estava apreensivo, queria estar perto dela logo, e parecia que só para me provocar, meus amigos estavam enrolando mais que o normal. Já havia decidido ir encontrar Albus sozinho, quando Piter anunciou que eles tinham terminado de comer.
Fomos andando até a parte de fora do castelo, mas claro, antes de sair, eu parei e coloquei mais um casaco que levava na mão, e uma luvas que meu pai havia enfeitiçado para estar sempre há 23º. Esse com toda certeza era o feitiço mais útil que já haviam inventado.
Depois de um tempo andando, vimos um amontoado de ruivos sentados em baixo de um Carvalho perto do lago. Enquanto nos aproximávamos, senti meu coração disparar. Apesar de ainda estar longe, e ela estar de costas, já podia vê-lá perfeitamente. Via ela esfregando as mãos em uma tentativa falha de esquenta-las, e em seguida dizer algo para alguma das primas que estava do seu lado.
– Até que enfim vocês chegaram! Domi já estava quase indo atras de vocês! - Albus disse enquanto Piter ia abraçar Dominique. Sim, apesar das famílias não gostarem nem um pouco, eles são namorados. Quer dizer, quem podia imaginar, que o filho da Pansy Parkson iria se apaixonar pela filha de Jorge Weasley? Só não era mais improvável que o filho de Draco Malfoy gostar da filha de Ron Weasley. Sim eu admito, sou totalmente apaixonado por Rose Weasley, apesar de ela praticamente nunca ter dirigido uma única palavra a mim em sete anos.
Sai de meus devaneios quando uma bola de neve me atingiu. Quando levantei o rosto, percebi que os Potters e os Weasleys estavam entretidos em uma guerra de neve. Só eu e Albus que estávamos de fora, e claro Domi e Piter que deviam estar se agarrando em algum lugar.
Comecei a observar Rose, e tentar guardar todos os seus movimentos. Eu sei. Sou um bobo apaixonado que não tem coragem de falar com a amada por medo de levar um não.
Percebi uma ruiva - não me pergunte qual. Para mim todas são iguais, todas menos a minha ruiva -chegar perto da minha, minha Rose e sussurrar algo em seu ouvido. Ela olhou na direção em que eu e Albus estávamos sentados, e corou intensamente, ficando quase da mesma cor que seus cabelos, antes de virar o rosto e sair andando.
– Pode parar de sorrir que nem bobo agora. Ela não esta mais olhando - disse Albus, e só então percebi que eu realmente estava sorrindo. Diminui o sorriso, mas continuei a acompanhando com os olhos.
– Va falar com ela - disse Albus. Olhei para ele sem entender. Ele balançou a cabeça e disse - Você acha que eu nunca percebi que você tem uma queda pela minha prima?
– Não tenho queda nenhuma pela Rose - tentei mentir.
– Não, só um abismo... E se não tivesse, como saberia que eu estava falando da Rose? Eu tenho varias primas sabia?
– Ok Albus. Eu admito. Eu estou apaixonado pela Rose. Satisfeito?
– Vou estar assim que você ir falar com ela.
– Não! Nos nunca tivemos uma conversa decente. Você quer que eu chegue nela do nada e diga que gosto dela desde o segundo ano?
– Ual! Desde o segundo? A coisa esta feia então... vá lá Scorp. O máximo que pode acontecer é ela dizer que não que nada com você.
– Esse é meu medo... - disse me levantando. Hoje eu acabava com essa história.
– Scorpius, só uma coisa! - me virei para ele - Ela ainda é minha prima, então se você a machucar, se considere um Malfoy morto!

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POV Rose

Eu estava numa boa brincando de guerra de neve com meus primos quando a Lili chegou perto de mim e disse no meu ouvido
– Scorpius Malfoy esta te encarando Kkkkkk - olhei na direção em que ele estava sentado junto com Albus e vi que era verdade. Me amaldiçoei mentalmente por corar quando nossos olhares se encontraram. Virei rapidamente a cabeça e sai andando do meio da guerrinha para não correr o risco de acidentalmente ser atingida por uma bola de neve.
Até hoje não sei o que tinha na cabeça para ter contado a Lili que eu gosto do Scorpius. Apesar de nunca termos tido uma conversa decente, desde a primeira vez que o vi, gostei dele. Lembro até hoje das palavras do meu pai quando eu ingenuamente perguntei quem ele era na estação indo para meu primeiro ano. Meu pai disse " Aquele é o Scorpius, filho de Draco Malfoy... Faça o favor de o superar em todas as matérias e não se envolver com ele. Vovô Weasley nunca a perdoaria se tivéssemos um sangue-puro na família."
Mas o aviso veio tarde. Eu já havia me apaixonado.
Estávamos nas ferias do quinto ano quando eu contei a Lili. Estava a família inteira reunida na Toca, e Albus havia convidado Scorpius, Derek e Piter para passar o Natal com agente. Eu me recusei a ir para Toca, então Lili foi até minha casa saber o motivo. Eu contei para ela que gostava do Scorp, e ela começou a gritar 'Eu sabia, eu sabia'. Ela convocou a Dominique e a Roxane e juntas, as três me superproduziram para o Natal. Admito que foi gratificante a cara de bobo que o Scorp fez quando me viu...
Voltei ao presente quando ouvi uma voz rouca dizer no meu ouvido 'poço falar com você?' Tremi involuntariamente ao sentir sua respiração no meu pescoço. Acenei afirmativamente, e comecei a segui-ló.
Andamos por um tempo até que ele parou perto da entrada da Floresta proibida e se sentou no chão. Fiquei por alguns segundos analisando seu rosto perfeito antes de me sentar ao seu lado. Desviei o rosto e me concentrei no fraco reflexo que o sol fazia na água do lago.
Por incrível que pareça, o silencio não era nem um pouco constrangedor, ao contrário, era reconfortante e eu me sentia feliz só pelo fato de estar perto dele. De repente, senti sua mão encostar no meu rosto e vira-ló levemente em um pedido mudo para que eu o olhasse. Quando nossos olhos se encontraram, ele soltou meu rosto e sorriu. O sorriso mais lindo que eu já havia visto.
– Você vai me achar doido por falar isso, mas Albus esta certo. - Ele me disse parecendo estar nervoso. - nem sei como começar, entao... Rose eu estou apaixonado por você. Desde o segundo ano, na primeira vez que nos falamos. Agradeço todos os dias por Albus estar na Sonserina e ter me apresentado a você. Você estava linda quando eu passei o Natal com sua família, mas para mim a melhor parte foi ver você corar de vergonha por ser o centro das atenções. Há tempos não consigo mais dormir pois você não sai da minha cabeça. Tenho certeza que você não sente nada por mim, mas eu te amo, e eu precisava te falar isso, pois estava entalado na minha garganta há um bom tempo ... - depois disso parei de ouvir, eu estava sonhando, só podia ser isso. Scorpius Malfoy nunca diria que me ama, ou diria? Em todo caso, se fosse um sonho, eu não tinha nada a perder...

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POV Scorpius

Eu nem sabia mais o que estava falando, mas tentava a convencer a me dar uma chance. Disse tudo o que queria dizer desde a primeira vez que nos falamos.
Só parei de falar quando senti seus lábios encostarem nos meus em um beijo calmo e único. Ficamos nos beijando pelo que parecia ser horas, ate que o ar foi necessário. Nos separamos mas eu continuei a segurar seu rosto, mantendo uma proximidade entre nós.
– Eu estou sonhando - ela disse com um sorriso delicado nos lábios - só pode ser isso. Foi um sonho...
Sorri com isso. Me aproximei mais um pouco e beijei rapidamente sua boca antes de sussurrar em seu ouvido.
– Não é um sonho. É real.
Ela abriu os olhos e me perguntou - Se não é um sonho, você nunca disse que me amava e eu nunca te beijei?
– Eu te amo Rose Weasley. Não precisa ser um sonho para eu te dizer isso.
Seu sorriso aumentou e ela disse as palavras que eu mais almejava ouvir saindo da sua boca - Eu também te amo Scorpius Malfoy.