71 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Bia


Capítulo 9
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse os capítulos da arena são muito difíceis pra mim, a qualidade do post caiu, mas eu vou postar mesmo assim.



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—A gente devia ir para a Cornucópia. – A garota do distrito três, que descobrimos que se chama Hellena, disse. A nossa noite havia sido tranqüila, depois de sermos acordadas pela garota Gwen ficou de guarda por algumas horas, dessa vez sem cochilar, e no meio da noite me acordou e então eu fiquei de guarda até o dia amanhecer, decidimos sair do lago o quanto antes, todas concordávamos que ficar em um mesmo lugar por muito tempo era arriscado, e agora estávamos discutindo para onde iríamos enquanto caminhávamos meio que sem rumo.

—Você ficou doida? – Gwen teve que controlar a voz para não gritar. –Você quer que a gente vá para o acampamento dos carreiristas?

—Não! – Hellena tratou de se defender imediatamente. – Os carreiristas não estão lá!

—Mas é lá onde eles sempre ficam, para guardar os mantimentos que conseguem depois que espantam todo mundo da Cornucópia no início. – Eu disse.

—Mas eles não estão guardando mantimentos lá porque não tem o que guardar, essa é a grande jogada dos idealizadores esse ano, a escassez de comida! Não tem alimento nenhum na Cornucópia, somente armas então não tem porque os carreiristas ficarem lá, eles pegaram o que precisavam para se defender e foram embora, mas tenho quase certeza que eles deixaram coisas como cordas e redes para trás, porque são objetos que eles julgam não ser importante, mas eu consigo fazer armadilhas com eles. – Eu não sabia se a garota falava a verdade, mas decidimos dar um voto de confiança para ela, afinal passamos uma noite inteira e ela não tentou nos matar.

 

Chegamos até onde o grande chifre de metal estava e Hellena tinha razão, o lugar estava completamente vazio e não havia comida, antes que alguém dissesse algo a garota jogou sua mochila no chão e nos mandou vigiar, e então correu em direção a campina enquanto Gwen e eu ficávamos de guarda. Ela entrou na Cornucópia e durantes cinco agonizantes minutos não saiu, e então depois de já ter pensado em todas as coisas que poderiam acontecer com ela lá dentro Hellena saiu correndo com uma rede enorme, que podia facilmente prender um adulto grande, nas cosas, e algumas cordas. E não parou, nem quando passou por onde nós estávamos escondidas, ela apenas continuou correndo e nós a acompanhamos. Corremos por dez ou vinte minutos até pararmos em uma pequena clareira, respirávamos com dificuldade e ninguém disse nada até recuperarmos o fôlego totalmente.

—Acho que podemos montar o acampamento por aqui mesmo. – Eu estava cansada demais para dar mais um passo se quer. As garotas também estavam cansadas e então concordaram.

Hellena saiu para montar as armadilhas enquanto eu e Gwen preparávamos algo para comer. Peguei o último pão que havia sobrado Gwen pegou um pacote de bolachas em sua mochila, e Hellena disse que havia alguns pedaços de carne seca em sua mochila, a mesma se juntou a nós depois que montou as armadilhas, comemos e ficamos jogando conversa fora, nos conhecendo melhor.

 

Quando o sol já começava a se por ouvimos um barulho, como algo se desprendendo e então um grito de uma garota, saímos correndo em direção de onde vinha o grito. E lá estava a garota do distrito quatro suspensa em uma rede gigante, nossa armadilha havia pego a primeira pessoa. Percebi que as garotas olhavam para mim esperando que eu tomasse alguma atitude, puxei o meu rabo de cavalo para que ele não soltasse e fui até a garota, sua expressão não era assustada e sim confusa, ela não sabia o que eu estava fazendo e para ser sincera eu também não, eu soltei o nó que prendia a rede e por conseqüência a garota, e a mesma caiu no chão, sem dirigir o olhar para ela virei as costas, Gwen já estava com uma faca em mãos, dei um leve aceno com a cabeça e ela jogou a faca, um canhão soou e quando eu me virei a garota estava no chão morta com a faca em seu coração. Gwen pegou sua faca e nós nos afastamos para o aerodeslizador retirar o corpo e depois Hellena voltou para remontar a armadilha.

 

Depois que matamos a loira do quatro ouvimos mais dois barulhos de canhões, já estava escuro e provavelmente perto dos rostos dos mortos aparecerem no céu quando ouvimos outro barulho, dessa vez na direção oposta de onde encontramos a garota do quatro, onde havia outra armadilha e mais uma vez corremos, quando chegamos ao local meu coração quase parou, ali com uma perna presa por uma corda de cabeça para baixo e resmungando mais do que tudo estava Winter, mesmo de ponta cabeça dava para ver que ele não estava em boas condições, e que tinha um grande conhecimento em palavrões.

—WINTER? – Não consegui controlar minha voz e acabou saindo alto demais. Ele parou de se balançar e me olhou.

—Summer?

—O que você ta fazendo aqui? – Perguntei me aproximando.

—Tentando me livrar dessa armadilha que pelo visto foi idéia sua e das suas amigas. – Ele apontou para as garotas que estavam do meu lado.

—A gente mata ele? – Hellena sussurrou em meu ouvido, mas sem tirar os olhos do Winter.

—NÃO! Quer dizer, olha ele é do meu distrito acho que ele poderia ficar com a gente, pelo menos por um tempo. – Eu disse. As garotas trocaram um olhar.

—Tudo bem. – Gwen disse tentando não sorrir. – Você o ajuda a sair daí e com os machucados. – Ela me jogou o spray. – A gente vai voltar para o acampamento, depois vocês vão para lá. –Então elas saíram dando risinhos.

Balancei a cabeça e desamarrei a corda que prendia o tornozelo dele e ele caiu de cabeça no chão.

—Ei! Um pouco de delicadeza é pedir demais? – Winter sentou e esfregou a cabeça.

—Para de reclamar eu salvei sua vida. – Eu disse me sentando ao lado dele. Agora de perto dava pra ver que ele realmente não estava bom, estava com olheiras gigantes, seu lábio inferior cortado e um machucado feio no antebraço esquerdo. Joguei um pouco do conteúdo do spray no machucado e ele deu um pulo.

—Ai!! – Ele gritou.

—Já falei pra parar de reclamar! Droga Winter. Senta aqui vai. – Ele se sentou ao meu lado e continuei a tratar dos seus machucados.

—Sabe, eu to feliz, que dizer todo dia que passava e eu não via o seu rosto no céu eu ficava aliviado, mas ter você por perto é ainda melhor. – Ele disse quebrando o silêncio.

—Para ta legal? – Eu disse sem olhar para ele.

—Por quê?

—Por que a gente ta aqui! Não vai dar para nós acontecer, por que nós vamos morrer!

—Mas isso não mudou o que eu te disse naquele dia.

—Eu sei. – Quando dei por mim ele já estava a uma proximidade perigosa demais do meu rosto, eu podia sentir a respiração dele e tinha certeza que ele podia sentir, a minha agora acelerada, respiração também. Eu estava determinada a deixa o que aconteceu no centro de treinamento para trás, esquecer de tudo, mas com o Winter por perto era quase impossível, ele se aproximou mais e mais e então estávamos nos beijando, era um beijo calmo diferente daquele n centro de treinamento, Winter se afastou.

—Ai – Ele sussurrou levando a mão ao corte em seu lábio.

—Desculpa. – Eu disse, meu rosto queimava.

—Ta tudo bem, aquele garoto do dois fez um bom trabalho ein. – Ele disse com um meio sorriso.

—Como assim? Você lutou com ele? VOCÊ MATOU UM CARREIRISTA? – Perguntei chocada. Ele deu de ombros. Como?

—Ele descobriu que eu estava vigiando eles e veio atrás de mim, nós dois nos desarmamos e começamos uma luta corpo a corpo, eu consegui pegar minha lança de volta e o acertei. –Ele apontou para sua lança que até então eu não havia reparado, ficamos em silêncio por um tempo, e então eu finalmente disse:

—Vamos para o acampamento, os rostos dos mortos já vão aparecer.

 


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Notas finais do capítulo

E então?