Jamás Abandoné escrita por Lety Paixão


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

A fic será curta, de dois a três capítulos. (Provavelmente)
A musica que a acompanha chama-se Jamás Abandoné de Laura Pausini.
Quero agradecer a alguém que vem me animando bastante, obrigado Dea.
Espero que gostem.



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Já estava escurecendo quando finalmente chagamos ao prédio que McGee rastreou, não era bem localizado como imaginei, talvez esse fosse o preso por fugir, ficar em qualquer lugar, com qualquer um, nunca saber o que fazer no dia seguinte a não ser correr e correr até onde conseguir, sem nunca se estabilizar e nunca podendo confiar em ninguém.


Não que nossas vidas fossem tão diferentes, trabalhar em nosso ramo tem um preço que às vezes parece ser alto demais, porém temos um propósito, algo que nos faz continuar, e os que fogem não podem fazer nada senão esconder a vergonha. Talvez o preço não seja tão alto assim podendo estar do lado que estamos.


–Ziva e McGee pela frente. –Gibbs disse assim que saímos do carro nada abalado com a direção de Ziva, queria eu me acostuma a isso. –Dinozzo você vem comigo.


Tomamos nossas direções, apostos para qualquer ataque. Segui meu chefe para a porta dos fundos, havia duas escadas que levavam ao último andar, divididos não tinha como ele escapa. Ele, nosso fugitivo que violentou não só sua esposa marinheira, como mais outras três mulheres. Não tinha sido um caso tão difícil, ele não é muito discreto, porém tinha sido longo, longo demais para alguns em particular.


–Gibbs nos o achamos! –Ouvimos Ziva gritar, ele tinha ido pela frente.


Meu chefe e eu começamos a correr, tínhamos sido descobertos. Ainda faltavam alguns lances de escada para chegar ao local, mesmo que fugisse de Ziva e McGee nós o pegaríamos. Continuamos a correr ate que ouvimos um barulho de tiro.


–Ziva?! –Gibbs gritou, olhei para ele e vi seu sinal. Aumentamos os passos ao encontro deles, o som do tiro ainda ecoava em meus ouvidos e apesar de está agindo minha mente não conseguia fazer outra coisa a não ser me lançar imagens de um deles feridos, ou pior. Meu coração acelerou mais ainda o ritmo a pensa nisso.


–Gibbs ele esta fugindo pela cobertura! –Ziva gritou, já estávamos pertos.


–Você não vai lá sozinha!- Gibbs disse, encontramos McGee no chão segurando o sobretudo de Ziva em sua perna. Ajoelhei-me ao sei lado vendo o ferimento que parecia ser de raspão. –Isso é uma ordem David!


Ziva não ouviu, ignorou completamente e subiu as escadas atrás do suspeito. Gibbs olhou para mim e entendi sua ordem, mesmo querendo ir atrás dela o deixei ir e passei a precionar o ferimento.


–Isso não vai ser bom para você Tim, detido por uma bala de raspão? –Falei sorrindo apesar de não achar nada engraçado, mas senti a tensão dele ao ver Ziva subindo sem proteção.


–Não foi à bala, perdi o equilíbrio e bate com a cabeça, Ziva me forçou a fica sentado. –Suas palavras não pareciam ser dirigidas para mim, não pude culpá-lo, estava ferido e sem condição de ajuda, Ziva deveria ter acontecido.


–Ziva pare! –Ouvimos Gibbs gritar, Tim me olhou e eu pude ver o medo em seus olhos.


–Vá eu vou sobreviver. –Estiei por segundo, mas o deixei cuidar de seu ferimento, ele ia sobreviver, mais eu precisava ter certeza enquanto Ziva.


Subi as escadas e cheguei à cobertura, já estava escuro se não fosse pela iluminação da rua que ajudava a distinguir as formas a minha frente, formas essas que me deixaram sem ação. Ziva estava bem, o que me encheu de alivio, mas que logo se foi. Sua roupa estava coberta de sangue, porém não conseguir ver qualquer ferimento. Mas não tinha isso que me deixou sem movimento. E sim o que ela estava fazendo.


Ela não segurava sua arma, esta estava distante como se tivesse sido jogada, porém em sua mão estava sua faca que sempre ela leva consigo. O objeto não possuía mais o brilho que dava o ar de ameaçador, sua lâmina estava coberta de sangue assim como a mão de quem a manuseia com tanta velocidade que se não tivesse vendo jamais imaginaria que uma faca pode fazer tanto.


Porém mesmo vendo não consigo aceitar as imagens em minha frente. Minha parceira além de coberta de sangue e segurando uma faca atacava seguidamente o suspeito já no chão deitado onde ao seu redor formava uma poça de sangue. Não cheguei mais perto, mas na distância que estou consigo visualizar que ele não se mexe, já está morto, Ziva não parecia ver isso porque continuou o atingindo com golpes sem parar.


–Ziva. –Gibbs disse se ajoelhando ao seu lado, ele não tentou tomar a faca de sua mão, não seria uma boa idéia. Porém Ziva pareceu não ouvi continuando com seus movimentos, Gibbs a chamou mais uma vez, desta vez ela diminuiu o ritmo. –Ziver, você esta bem, eu estou aqui, ele não vai mais te machucar.


A principio não entendi o motivo dessas palavras, me aproximei e ouvi que ela sussurrava palavras, ou melhor, uma palavra, um nome.


–Saleem. –A ouvi e então finalmente entendi.


–Acabou Zi, você esta em casa agora. –Ela pareceu ouvi Gibbs e o olhou nos olhos, por um momento vi a expressão de surpresa no rosto dela que se virou para ver o corpo na sua frente. –Solte a faca Ziva.


Ela obedeceu, a faca caiu no chão quase fazendo barulho nenhum, Gibbs a levantou e fez o mesmo com ela que não tirava os olhos do morto.


–Eu fiz... –Suas palavras não eram mais um sussurro, mas não tinham sentidos, Ziva não conseguiu disser qualquer outra coisa e seu rosto eu percebi que estava assustada.


–Tony o que... –Me virei e vi McGee pulando os degraus finais e olhando perplexo com cena a sua frente.


–Dessa Tim, já chamei a ambulância. Tony o ajude. –Lutando para tirar os olhos de minha parceira ajudei Tim a descer, quando chegamos do lado de fora à ambulância já nos esperava e eu o deixei ser atendido sem dar qualquer explicação do acontecido.


Voltei meu olhar novamente para Ziva, mas não a conseguir encontrar.


–Senhor  mais alguém ferido? –Um dos enfermeiros me perguntou, já ia disser que sim quando outra voz surgiu.


–Não, só meu agente. –Olhei para Gibbs, mas não protestei, o enfermeiro saiu e ele falou baixo para mim. –Ziva não esta ferida, ela não precisa deles com ela, precisa de nós.


–Onde ela esta? –Perguntei concordando com ele, ele olhou para seu carro me dando as chaves e saiu para ver Tim.


Andei ate seu carro que estava destravado, vi sua sombra no bando de trás e abri a porta. Ziva apenas olhou para mim e voltou seu olhar para frente, suas mãos estavam unidas, seu cabelo caia cobrindo seu rosto e apesar do sangue em sua roupa e em corpo não pude deixar de sorri, ainda estava linda.


–Você tem muita coragem. –Disse entrando, sentando ao seu lado e fechando a porta. Ela não me olhou e por um momento achei que não teria resposta.


–Para matar? –Suas palavras não soaram ameaçadoras nem provocativas, pareciam calmas.


–Para desobedecer Gibbs! Serio Ziva ele te deu uma ordem direta, com certeza o tapa também será. –Falei tentando parecer animado, vi um sorriso no canto do seu rosto, não era verdadeiro nem espontâneo, mas era um sorriso.


–Ele vai me matar. –Ela falou colocando seu cabelo atrás da olheira, pude então ver seu rosto, já não parecia tão assustada, apenas confusa.


–Não, não vai. –Falei deixando que minha mão segurasse a sua. –Ele está preocupado e eu também.


–Eu não quis, eu não sei...Eu achei que tinha mudado. –Ziva disse sem saber ao certo o que me disser, apertei sua mão com mais força.


–Você mudou Zi, sabemos que não quis fazer aquilo.


–Como pode saber?


–Eu ouvi. –Respondi e ela abaixou a cabeça.


–Zi... –Minhas palavras foram cortadas pelo celular. –Dinozzo.


–Como ela está? –Gibbs me perguntou assim que atendi.


–Melhor. –Falei não querendo me arrisca em um bem.


–Tim está bem, vamos voltar ao artesanal, leve Ziva para casa, fique com ela até eu poder ir, vou arruma a situação com Vance.


–Certo chefe. –Disse antes que ele desligasse, Ziva olhou para mim com um olhar curioso. –Gibbs me mandou te levar para casa.


Achei que ia protesta, disser que ia encerra o caso com a gente e sabia andar até sua casa. Mas para minha surpresa ela apenas assistiu encostando-se ao banco. Tomei meu lugar na frente dando a partida, mas antes de seguir o caminho ate a casa dela a olhei pelo retrovisor, ainda parecia a mesma de antes Ziva, roupas de sangue, sem medo de entrar em ação e ao mesmo tempo era a Ziva de hoje, mas calma e concentrada, porém um coisa não se encaixava em nenhuma delas, um olhar perdido.


Desviei os olhos e virei às chaves. Não, aquele olhar nunca a pertenceu e nem deve pertencer.


Gibbs tem razão, ela precisa de nós, mas tinha que demorar tanto para isso?


A olhei mais uma vez e vi então que nem ela esperava chegar a esse ponto, talvez ela tenha razão, realmente tenha superado, mas não se pode apagar um passado muito menos as memórias. Assim como se não pode apagar certos hábitos.


–Ziva. –A chamei e ela reagiu a minha voz virando-se para me olhar. –Te busquei uma vez, vou te busca de novo não se preocupe.


Ela não respondeu, apenas sorriu mais uma vez, só que ao contrario de antes havia verdade em seu gesto.


Sigo estando aquí

Continuo estando aqui

De nuevo un escenario y de nuevo yo

De novo um palco e de novo eu

Sigo estando aquí

Contínuo estando aqui

Porque ahora tu camino va en mi dirección

Porque agora seu caminho vai em minha direção




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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Não demorarei a postar o resto.
bjs



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