Alby’s POV:

Peguei a chave e percebi que a porta estava destrancada. Subi as escadas correndo, não quis pensar no pior, mas era impossível. Encontrei Annie sentada na cama.

- ANNIE! NÃO, POR FAVOR! – gritei – LARGA ISSO, POR FAVOR – não, ela não tava fazendo isso de novo –

- Alby! – ela largou sabe la o que estava segurando e veio correndo me abraçar – Por favor, me desculpa. Eu não sei o que tava pensando, mas o que veio na hora foi, foi, ah, você sabe. Fui uma idiota.

- Liam, Alby, por favor, me desculpem. Mas vocês, principalmente você Liam, não sabe o que eu senti quando eu vi você e a sua ex lá brigando. Eu sei que vocês terminaram, mas sei lá, pensei que poderiam voltar. Quando vi, me voltou a cabeça o que aconteceu comigo há quase 5 anos – ela disse, chorando muito – e não queria que acontecesse de novo. E a anta aqui pensou em fazer.. você sabe o que.

Eu sabia que ela já havia praticado o tal ‘cutting’ mas sabia que havia parado. Lembro-me de quando ela me contou, e havia explicado pra ela que de nada adiantaria, ela fazendo aquilo ou não. Nada mudaria na vida dela. Ela estava na 7ª série, e depois de tudo o que aconteceu pra ela naquele ano acho que foi o pior da vida dela.

Liam’s POV:

Estávamos no carro esperando Alby descer, quando ouvimos ela gritar.

- ANNIE! NÃO, POR FAVOR! – pronto fudeu, pensei. Gelei por dentro naquela hora. Simplismente saí correndo daquele carro e subi as escadas o mais rápido que consegui.

Chegando no quarto, vi ela e Alby abraçadas, Annie estava chorando muito, vi que estava mal. Olhei pra a cama e vi um objeto que não consegui identificar bem naquela hora. Não, ela não podia tar fazendo aquilo.

- Annie! O que aconteceu? Não, você não fez isso -

- Não porque eu cheguei a tempo – Alby respondeu –

Ela pediu desculpas a nós dois e chorou mais ainda. Alby ficou lá com ela por mais uns minutos, enquanto fui chamar os caras lá no carro.

- Vem, vamos entrar. Rolou um negócio com a Annie, a Alby tá lá em cima com ela e daqui a pouco vou lá conversar um pouco.

- O que aconteceu dude? – Zayn perguntou preocupado –

Apenas fiz um gesto com meus pulsos. Acho que eles conseguiram entender o que quis dizer.

- Mas a Alby tá bem né? – Louis me perguntou, em estado de nervos –

- Sim Louis, ela tá perfeita lá em cima –

~20 minutos depois ~

Alby havia descido pra deixar Annie sozinha e pra ficar lá com os guys, e decidi subir pra conversar com ela.

- Vou subir um pouco tá? Ver se consigo entender o que aconteceu –

- Liam, sobe, tenta fazer ela ficar, porque tudo isso relembrou coisas que deveriam estar mortas há muito tempo – Alby disse-me –

- Claro.

Subi as escadas devagar, abri lentamente a porta do quarto, e vi ela lá. Sozinha, chorando. Minha Annie.

- Ahn, Annie, posso entrar? – perguntei –

- Ah, claro Liam – ela me respondeu assustada. Estava com a cabeça na Lua, percebi perfeitamente isso –

- Então, me explica isso por favor? Se quiser, claro.

- Ah claro. É meio comprida a história.

- Tudo bem, me conte tudo.

- Foi assim, eu estava na 7ª série, e eu ainda não conhecia a Alby, a gente se conheceu m julho. Pra mim era tudo novo, porque mesmo eu estando no mesmo colégio, tinha mudado de bloco. Gente nova, amigas novas, meninos novos. Aquela coisa né, que naquela fase só pensa em menino. Enfim, passou um mês de aula. Estava esperando pra entrar na sala depois do intervalo, e na sala do lado, eu tinha avistado um menino. Mas não era um menino qualquer. Era o menino mais lindo que eu já tinha visto na minha vida toda. Ele tinha os cabelos bem loiros e os olhos azulados. Pra mim era o menino perfeito. Descobri que o nome dele era Gabriel e que não tinha namorada. Ótimo. Esperei umas semanas, mas não tirava ele da minha cabeça. Decidi mandar uma carta pra ele. Eu simplismente me declarei naquela carta. E, eu perguntei se ele queria namorar comigo. É eu sei, estranho. Mas a anta aqui colocou o nome e a turma, dai depois de 10 minutos todo mundo me conhecia. De primeira ele disse não. Confesso, fiquei mal, mas não desisti. Eu não gostava mais daquele menino. Eu amava ele. Ele tomava minha mente 24 horas por dia 7 dias por semana. Só que tinha um problema: ele me humilhava, dava risada da minha cara. Pouco depois das férias de julho, eu tinha escrito uma outra carta pra ele. Só que eu fui entregá-la pra ele. Eu fui tentar falar tipo “preciso falar com você” e ele não queria papo. Então eu peguei e disse “Então só lê essa carta que eu escrevi pra você. é muito importante pra mim”. E saí. Na hora eu fiquei super feliz, porque eu tinha superado a minha timidez e tinha ido falar com ele. Quando cheguei em casa, eu desabei de tanto chorar. Eu amava um menino que não dava a mínima pra minha existência. Passaram uns dois meses, eu tentava esquecer ele, só que eu não conseguia. Era uma coisa que eu não conseguia controlar. Foi aí que eu comecei com essa história de cutting. Eu cheguei na escola na segunda, e fui mostrar pra uma amiga minha. Ela me criticou muito porque eu tinha feito aquilo. Me senti muito pior. Daí eu fui falar com a Alby, que me ajudou muito, ela foi, e é muito importante pra mim. Ela me ensinou que não adiantaria nada eu fazer aquilo. Seria bom para mim? Não. Percebi que eu tinha que me valorizar. Só que eu não conseguia. Depois disso, eu me cortei “só” mais uma vez, o que deixou uma marca um pouco forte no meu braço – levantei e vi as marcas em seus braços, vi que não eram muito fundos, mas que tinham deixado marcas bem... tristes – quando foi no penúltimo dia de aula, eu entrei a última carta à ele. Dizendo tudo o que eu sentia, mesmo. Pedi pra umas amigas minhas entregarem a ele. Pedi que ele respondesse. Fui embora e nada da resposta. Cheguei na escola no dia seguinte e minha amiga me contou tudo. – ela fez uma pausa e várias lágrimas caíram sobre seu rosto –

- Você ta bem? Quer parar?

- Não, to bem. Enfim, ela me contou. Uma amiga dela, que também era minha amiga e era da sala dele, foi perguntar se  a resposta da carta era real. “Eu não gosto de você. e ah, já tenho outra, sua vadia”. Ele disse que sim, e que se arrependeu de não ter escrito mais. Ele tinha dito “claro que é verdade, aquela menina é uma puta lazarenta”. Quando minha amiga disse isso, chorei tanto, mas tanto, que eu não sabia mais daonde saíam tantas lágrimas de mim. E com o passar do tempo eu consegui esquecer ele, e consegui parar com o que nunca tinha virado um vício. E foi aí que eu conheci você. Eu já era directioner desde setembro de 2011, mas eu era apaixonada por você. E o meu sonho virou realidade. Mas quando eu vi você e a, a, Danielle, meu mundo caiu.

- Nossa. Que menino idiota. Não querer uma menina assim, como você, linda, carinhosa. A menina perfeita não? – respondi, conseguindo tirar um sorriso seu –

- Não sou a menina perfeita. Você é o menino perfeito. O menino dos meus sonhos que virou real – ela me respondeu me dando um beijo. Respondi com um beijo mais apaixonante –

- Eu não sou o menino perfeito, porque eu fiz você ficar mal. E eu fiquei mal com isso. Muito por sinal.

- Mas quem disse que não? Você é sim, e isso não tem nada a ver. Uma relação como a nossa tem altos e baixos. E que, nunca, por mim, vai ter um fim –

- Nunca. Lembra? Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza. Eu sei que isso, vai acontecer pra gente daqui alguns anos, até porque ainda é meio cedo, mas a gente sempre vai tar juntos, sempre.

- Eu te amo Liam.

- Eu te amo. Annie. – respondi, dando à ela um beijo. Já eram quase 6 horas da tarde, decidimos descer – então, vamos descer? Eles devem estar esperando a gente para comer alguma coisa.

- Vamos, mas... e essa minha cara de choro ?

- Ah, deixe isso pra lá.

- Ai, só você mesmo pra me aturar – ela respondeu, e descemos juntos, rindo -