Arthur estava abalado mentalmente, mas decidiu fazer a vontade de seu melhor amigo e protetor, o que seria seu destino.

O grande salão nunca esteve tão vazio.

– A partir de hoje, Magos e bruxos serão autorizados a viver tranquilamente em Camelot. Como devem ter visto, um grande homem não está mais entre nós, Merlin, que lutou sua vida inteira pela liberdade de seu povo.

Arthur sentiu um aperto quando falou no nome de Merlin, ainda ontem, o mago havia saído de sua vida, assim como sua irmã, Morgana, que após ser "morta" pelos magos, levara sua amada Gwenivere.

Durante o discurso de Arthur, muitas pessoas estavam tristes pela enorme perda, mesmo sem saber direito como aquele servo seria um mago tão poderoso.

–Arthur!!!!! Uma voz familiar gritou, de longe, mas que deu para ser ouvida, por causa do enorme silêncio que fizeram no saguão em homenagem à Merlin.

–Gwenivere?-Arthur olhou para a baixo, lá estava, ela, sua amada.

Arthur correu para abraçá-la.

–pensei que.....

– Não pense mais... estou aqui. - Ela falou, seu rosto que outrora era moreno e limpo, agora estava sujo e cheio de cicatrizes e arranhões, assim como seu vestido, rasgado e cheio de folhas.

–O que houve?

–Morgana me enganou, se passou por você e se infiltrou no castelo, quando eu descobri já era tarde, ela havia me persuadido a ir até a floresta e lá desfez sua fantasia e me prendeu entre galhos e folhas gigantes...

–Mas como você...

–Também não entendi, simplesmente as plantas se desfizeram, assim como os grandes galhos viraram pó, e pude voltar.

–Merlin.

Arthur beijou-a.

–hã?

–E-Ele é um bruxo.

–Quê?-Gwenivere ficou pasma.

–Sim, e ele se foi.

Gwenivere começou a chorar e colocou o rosto no ombro de Arthur, percebia que ela estava confusa com a novidade.

–Então.... ele que me salvou... nas vezes que eu não sabia o que havia acontecido.....

– sim... eu ví a vida dele inteira....

– Viu?

–Sim.... ele sempre foi muito fiel e tentava salvar todos.

– Ele é assim, sempre nos protegeu.

–Sempre escondendo seu verdadeiro eu.

Gaius apareceu por trás de Arthur, o que lhe deu um susto, pois o senhor aparecera de uma vez, por tele transportação, um abafo apareceu de repente na grande sala.

–Também? Gaius?

Arthur pareceu encantado e confuso ao saber de mais magos que viviam ao seu redor.

–Bem.. é um pouco tarde. Me escute...

–Mas...

– Sem mas, olhe para cima.

Arthur obedeceu o médico e viu o grande dragão que vira ontem.

– mas....o quê?

No alto, estava um jovem magro, pálido, cabelos negros e com um tipo de feitiço envolvendo-o.

–Merlin! -Gritou Arthur, sentindo uma felicidade lhe possuir.

–Olá, de volta.- falou o mago, acenando. As pessoas do salão ficaram perplexas, mas felizes pela volta do grande mago.

– Mas... como?

–Eu precisava de poder para curar o que Morgana me fez. E o dragão tinha.

– Merlin! Seu Idiota!

– Tenho boas novas.

Merlin pousou junto com o dragão e com a ajuda de um cajado, pisou no chão do castelo.

– Tenho um presentinho para você! -Ele se aproximou do rei, abraçando-o.

– Merlin, você é o meu presente! Nem imagina na tortura que é ter outro servo!

Os dois riram e Merlin finalmente revelou, com uma grande batida no cajado, uma luz muito branca aparece, cegando todos e do nada o castelo fica restaurado e revela grandes segredos que Uther escondia sobre sua mãe, impregnados de história nas paredes e objetos do castelo.

–Mas....

–Você Não queria saber sobre ela? Agora pode.

–Obrigado, Merlin!

Os dois se abraçaram e Merlin sentiu que estava orgulhoso de ter conquistado seu destino e mais além.

Mas faltava fazer uma coisa.

–Lembra de Morgana?

– Aquela traíra? Claro!

– Ela estava com medo e confusa.

–O quê?

–Houve uma época em que ela ficou confusa por descobrir seus poderes e a fez ficar do jeito que era, com medo de Uther a condenar.

– Entendo.

– Por isso, acho que poderemos dar a ela uma segunda chance.

– Sim.. mas ela não está mais aqui.

– Mas eu posso trazê-la.

–Pode?

–Sim.

Merlin abriu algo que parecia com um portal e de lá saiu uma alma.

–Morgana....

– Arthur, fico muito honrada que me deixe viver ao seu lado, mas não consigo me perdoar por não ver que você não era igual ao nosso pai... minha alma está presa por uma culpa que ninguém vai curar.

Morgana foi até o irmão e o abraçou, e então sentiu que queria voltar, mas não sabia se devia.

–Morgana.... se você volta, prometo-te que não farei o mesmo que Uther, não sou igual à ele.

–Eu sei, mas.....

–Volte.

Morgana assente com a cabeça e uma mulher, com belos cabelos longos e negros, apareceu, com um vestido branco e uma capa vermelha.

–Obrigada, Merlin e Arthur. Me salvaram de mim mesma.

(...)

O tempo se passou e Merlin era o conselheiro de Arthur, um rei muito querido por todos com um reino saudável e feliz.

–Hum... Merlin, chama ela para sair!-sussurrava Arthur, de lado do amigo.

–Arthur.. não sei não...não sou bom nessas coisas.

–Então começa!

Arthur empurra Merlin que se esbarra com Morgana, que estava conversando com Gwenivere, segurando algumas roupas.

–O-Oi.....Morgana, quer ir a um passeio comigo?-falou o mago, ficando corado logo antes dela falar.

–Olá, Merlin.....sim, claro.

Merlin agradeceu fazendo aparecer uma bela flor de pétalas douradas e dando-a para Morgana, que aceitou fazendo uma reverencia.

–Muito bem!-falou Arthur, quando estavam longe, no corredor do castelo que dava para o grande pátio.

–Tá, mais é amanhã. Não vá me seguir.

Os dois caminharam um longo tempo até chegar no pátio, Gaius estava passando por lá, com algumas coisas nas mãos.

–Gaus, olá! -Merlin falou, logo curioso em relação ao que trazia Gaus.

–Merlin, são ervas medicinais, Lancelot pediu algumas, conseguiu um belo de um machucado com suas lutas.

–Bem, espero que se recupere.- Merlin falou, dando adeus a Gaus.

–Merlin, por que... os outros bruxos te chamam de Emrys? - Arthur perguntou.

–Há... é por que na lenda antiga dos bruxos, Emrys seria o mago que libertaria e prepararia o rei para aceitar a vivencia dos dois povos.

–Então...

–Sim, sou eu. Mas eu prefiro Merlin.

Os dois riram. Sua amizade tinha aumentado significantemente após as revelações.

O dia chegou e Merlin estava vestido formalmente, nervoso como nunca.

Morgana chegou com um vestido dourado, com a rosa na mão.

–Olá.- Merlin foi o primeiro, vislumbrando com prazer aquela bela dama.

–Merlin... Olá. Está bem bonito hoje. - Disse ela, corando e rindo depois.

–Obrigado, bem, Arthur achou legal que eu me vestisse assim.

–Bem, o que vamos fazer?

Eles dois estavam andando pelas clareiras da floresta ao lado de Camelot.

–Bem, eu estava pensando em um passeio de dragão. - Ele piscou o olho.

–Oh! magnífico!

–Então... Ohhh Dragon!

Um grande dragão chegou e os dois "embarcaram" e fizeram uma volta no castelo.

–Morgana...você está feliz?

–Claro, Merlin! E ainda sou muito grata à você!

Os dois se olharam com ternura e Merlin, com uma súbita coragem, beijou levemente a boca de Morgana.

–Você é muito querida para mim. -Ele falou, inclinando-se e beijando-a realmente.

–Obrigada por me conceder tantos amores Merlin. - Disse Morgana, recuperando fôlego e abraçando Merlin logo depois.

Meu outro destino é viver feliz. Pensava Merlin.