Effie parou no minuto em que Haymitch disse aquelas palavras. Numa boa noite de sono, eu posso te ajudar. Ela sabia muito bem o que aquilo significada, mas não queria que Haymitch achasse que se a chantageasse ela se entregaria, apenas virou a cara e começou a subir as escadas novamente. Dirigiu-se ao banheiro e colocou sua camisola de seda rosa, a sua preferida. Jogou-se na cama e nem sentiu que Haymitch havia deitado com ela também, apenas quando ele passou a mão por suas coxas ela o viu e se arrepiou. Assim não valia, ela não ia se render fácil assim. Estavam num jogo de sedução então.

Effie se virou e olhou nos olhos dele mordendo os lábios. Ela precisava pensar em algo rápido, para o atazanar e depois deixar tudo de lado. Começou então puxando a camisola para cima e sussurrou:

– Está calor aqui, ou sou só eu? – e riu. Haymitch a olhou com cara de quem estava gostando e respondeu:

– Não, está um pouco quente aqui mesmo – ele disse tirando a camisa – acho melhor a gente ficar só de roupa íntima... sabe, agora que o ventilador quebrou.

– Não, não estou num dia bom para fazer o que você deseja, senhor Abernathy – ela se vira e ele continua acariciando as coxas dela.

– Ah, vamos Effie, eu já te pedi desculpas, eu juro que nunca mais faço isso – ele faz bico – só me de o que eu quero... – ele sobe a mão e segura na dela. Ela hesita mas então cede.

– Nunca mais? – pergunta delicadamente. Ela queria aquilo tanto quanto ele.

– Nunca – e essa foi a palavra final. Effie se deitou em cima dele e começou a beijá-lo intensamente. Ele deslizou a mão por todo o corpo da mulher e começou a tirar sua camisola, logo ela estava nua. O corpo de Effie tinha uma boa modelagem para sua idade e Haymitch se sentia sortudo por isso. Ela impaciente por ele ainda estar de roupa, tirou-as do corpo de Haymitch como se fossem feitas de papel. Logo, ambos nus, não se preocupavam com nada que estava no ar, a concentração se mantinha nos dois e em seus movimentos.

O tempo passada e os dois aproveitavam cada segundo, Effie especialmente, que estava esperando – e querendo – aquilo há semanas. Depois de um longo tempo, sem estar nem ai para o mundo, os dois deitaram exaustos na cama. Effie nunca tivera momento mais prazeroso em toda sua vida, nem mesmo na lua de mel.

– Uou – foi a única coisa que ela conseguiu exclamar.

– Estou perdoado? – ele brincou enquanto mexia com os cabelos dela.

– Acho que sim, você realmente merece ser desculpado, se permite me dizer... arrasou – ela piscou e acomodou a cabeça em seus ombros. Antes que pudesse dizer algo a campainha tocou. Effie olhou para Haymitch indicando que ia atender, se levantou, colocou uma roupa rapidamente e desceu apressadamente a escada. Ao abrir a porta, deu de cara com muitas pessoas com câmeras e blocos de anotações. A essa hora?

– Mas, mas o que? – Effie estava perdida por causa dos flashs em seu rosto, ela só conseguia ouvir pessoas berrando “Senhora T, por que seu cabelo está com a cor natural?” “Trinket, porque não volta para a Capital? Você é uma estrela lá” “Effie! O que está fazendo na casa de um dos vitoriosos? Vocês estão saindo?”, era muita coisa para a cabeça de Effie, sem saber o que fazer ela fechou a porta na cara de todos aqueles seres que a importunavam e ouviu Haymitch descer as escadas.

– Haymitch! Corre se vestir! A casa está rodeada de fotógrafos e reportes! – berrei sem saber o que fazer, como iria tirá-los todos dali?

– O que? – ele não tinha entendido muito bem o que Effie tinha dito, apenas subia para o quarto sem dar muita importância.

Effie correu até a porta, saiu e fechou-a, no mesmo instante muitas – se não milhares – de pessoas pularam em cima dela. Sem saber o que fazer, novamente, ela apenas berrou:

– O QUE DIABOS ESTÃO FAZENDO AQUI? NA MINHA CASA? PRA QUE VIR ME INCOMODAR AGORA? QUEM OS MANDOU? – seu rosto ficou vermelho por causa da força que gritou. Um dos repórteres respondeu:

– Estamos aqui com a função de entrevistar a Sra. Trinket... a nova fenômeno da Capital, você foi lá, posou e agora tem sua fama. Ature-a.

– O que? Eu não pedi fama nenhuma! Eu só fui chamada para tirar as fotos, agora vão embora! – enquanto ela pronunciava as palavras, outro repórter ia anotando tudo – Vão! Estão esperando o que?

– Desculpe Effie... não podemos sair daqui até que tenhamos a entrevista e você nos acompanhe para a Capital novamente.

– Olha, eu não vou para a Capital com o que eu te aqui, ok? – ela pensou rápido, não sabia o que dizer, enfim falou – E não precisam me entrevistar! Apenas publiquem que eu estou grávida!

Ao pronunciar aquilo, apenas o barulho dos lápis anotando nos bloquinhos podia ser ouvido. Ela não estava nem ai que havia mentido, apenas chacoalhou a cabeça e entrou. Se jogou no sofá e ouviu passos na escada.

– Effie? – Haymitch chamou – eles já foram?

– Sim, foram e muito feliz – ela massageou as têmporas.

– Como assim muito feliz? – nesse tempo ele já estava sentado no sofá com ela – O que você fez para despistá-los?

– Eu bem... – ela respirou fundo – falei que estava grávida.

Haymitch engoliu o seco nessa hora.

– Grávida? Mas, mas Effie!

– Entenda, ou era isso, ou era eu na Capital.

Ele se enterrou na barriga dela. Segurou sua mão e olhou em seus olhos.

– Promete que ele não vão nos incomodar mais? Mesmo depois dessa notícia?

– Prometo. Agora, que ta dormirmos um pouco? Merecemos descansar, fora essa loucura a nossa noite foi ótima... não?

– É claro – ele riu e então fechou os olhos lentamente. Effie, cansada fez o mesmo e em pouco tempo ambos estavam dormindo.

4 dias depois.

Effie acordou com um barulho no andar de baixo. Tocou o lado da cama e viu que estava vazio. Levantou-se, colocou o robe e desceu as escadas. Haymitch estava fazendo algo na cozinha, algo que não cheirava muito bem.

– Haymitch! O que está tentando fazer? – rio.

– Eu... eu queria fazer omeletes para você, para comemorar isso – ele deu a ela o que tinha em mãos. A revista a qual ela tinha feito parte da capa. Com letras enormes e coloridas a capa dizia: Effie Trinket, a mamãe de Panem. Ela encarou Haymitch e ele riu, logo depois ela fez o mesmo se se sentando à mesa. Ela começou a folhear a revista e nas páginas que suas fotos estavam havia apenas a pequena entrevista que tinha feito no dia e um balãozinho com uma mensagem que dizia “A nossa querida mamãe não quis revelar nada mais sobre isso, parece que teremos uma surpresa”.

– Eles não tem mais o que fazer – ela ri e Haymitch concorda – o que está preparando ai? Estou com fome – ele coloca um prato com um bauru na mesa e ela come aquilo como se fosse o último sanduíche existente. Levantou-se, beijou a bochecha de Haymitch e sentou no sofá e ligou a televisão. Sentiu algo se revirando no estômago e respirou fundo, estaria ela doente? Haymitch se sentou ao seu lado com o sanduíche dele, ela olhou para o prato com desejo e ele deu para ela, novamente ela comeu como se fosse uma canibal, sentiu aquilo no estômago e foi correndo para o banheiro. Haymitch se apressou em levantar e ir atrás dela.

– Effie! Está tudo bem? – perguntou preocupado.

– Haymitch... ou eu estou doente, ou a revista não vai mais estar mentindo.

Depois dessas palavras o maior sorriso do mundo se estampou no rosto de Haymitch, ele abraçou Effie e ajudou-a a se limpar.

– Effie Trinket, eu te amo.

– Eu também te amo Hayhay – e então eles se beijaram, Haymitch um minuto sem tirar a mão da barriga de Effie.

Fim