Hiro, um pouco surpreso olha para o Spirit e logo diz:

– E então? O que está esperando?! Vá contar para todos! “Hahaha, o Yamamura Hiro estava chorando. Que fracote!”

Disse Hiro com a voz um pouco tremula.

– Não irei fazer isso..

– Então é o que?!

– Eu vim ver como você e a Yumi-chan estavam. Não seja tão estúpido ao falar essas coisas.. Chorar não é um sinal de fraqueza.

Hiro então limpa o rosto e olha para o céu.

– I-Incrível! Eu nunca vi o céu desta maneira. Tão lindo e bonito, com tantas estrelas.. Isso me lembra o dia que eu e a Yumi nos conhecemos, o céu estava lindo, uma combinação perfeita, naquele tempo ela sorria de uma maneira linda, impossível de explicar.

– Nós nos conhecemos através de um bosque. Ela corria como se tivesse algo atrás dela. Algo sombrio e que eu nunca outra pessoa tivesse visto ou pudesse imaginar. Era grande, possuía cores escuras, como preto e talvez um violeta. Os olhos da criatura eram vermelhos, mas brilhavam nos escuro. Eram realmente assustadores. Eu a vi e pensei em ajudá-la. Então pensei “Isto não é problema meu. Não vou ficar me metendo nessas coisas.”, fui um idiota, eu tinha que ter ido. Andei na direção contraria. Mas então ela começou a gritar pedindo ajuda, mas eu sabia que de nada adiantaria, pois estávamos muito longe da cidade. A coisa então a pegou com a mão, e começou a esmagá-la de uma maneira que ela cuspiu muito sangue. Fiquei assustado, mas mesmo assim fui ajudá-la. Não podia ver-la morrer em minha frente, sem ao menos fazer nada. Corri em direção ao monstro e então sem ele perceber cortei a mão que a segurava. Peguei-a no colo e corri o mais rápido que pude, mas não era o bastante o monstro me pegou. Ela estava no chão me olhando sem reação. Então eu gritei “Fuja!”. Ela retrucou dizendo que não podia me deixar lá, o monstro esmagou as minhas costelas como previsto. Ele ia pega-la, mas me joguei na frente, o monstro me pegou e me tacou longe. Fiquei desacordado por alguns minutos.

“Por.. que? Por que tem que ser assim?” Yumi perguntou para si mesma.

Assim que acordei o monstro já não estava mais ali. As árvores e a grama estavam sujas de sangue. Pensei que ela havia morrido, mas me perguntei por que estava vivo, parece que o monstro perdeu uma bela chance de me devorar. Daquele dia em diante eu sempre levava flores ao local, e colocava encostadas em uma árvore caso ela tenha morrido pelo local. A única coisa que me incomodava era que sempre no dia seguinte, já não havia mais flores. Alguém ou alguma coisa estava pegando as flores.

Pensei em ficar escondido e ver quem é que roubava as flores. Fiquei o dia todo esperando, mas nada aconteceu. Já era de noite e eu estava com fome e cansado. Mas nada do ladrão aparecer.

De repente algumas moitas se moveram e eu comecei a escutar passos. “Vou pegar você no flagra idiota.” Pensei confiante.

Quando vi, era a garota que protegi arriscando a minha vida. “Não é possível, eu pensei que ela estava...” Pensei. Não mudara nada, os arranhões em seu rosto sumiram, mas parece que ela teve que trocar as roupas pois aquelas ficaram rasgadas do corte do monstro, ela estava usando um vestido na altura de seus joelhos e era branco.

“Heh, parece que colocaram flores hoje também.” Disse ela sorrindo.

Ela pegou as flores e continou a andar até o enorme lago que havia na floresta. A lua estava linda naquele dia. Eu fui me escondendo nas moitas até o lago. Minha barriga roncou bem alto, mas por sorte ela não ouviu. Ela carregava uma mochila que logo deixara perto de um árvore. Ela pegou um bolinho de arroz e começou a come-lo. Senti mais fome ainda.

Então ela disse:

“Por quanto tempo mais você vai ficar aí?”

Fiquei em silencio por mais um tempo, talvez ela não estivesse se refirindo a mim.

Então ela disse olhando para aminha direção:

“Vamos garoto de cabelos verdes, não fique se escondendo. Você ficou o dia todo me esperando não foi?”

Ela tinha um sorriso lindo. Eu corei. Não achei que ela soubesse que estava aqui o dia todo. "E-Eu não estava te esperando!" Disse.

"Como você sobreviveu do monstro?" Perguntei chegando mais perto.

"Ele fugiu com medo de algo." Disse ela virando os olhos.

Talvez fosse verdade talvez não. Não sabia muito bem se acreditava nela ou não.

"Como sabe que eu estava aqui o tempo todo?" Perguntei.

"Não é obvio? Eu estava com curiosidade de saber quem é que colocava as flores. E alías eu moro por aqui. Não gosto muito das cidades."

“Você está com fome não está? Aqui, pegue este bolinho de arroz.” Disse ela colocando o bolinho na minha mão.

“Obrigada, mas eu não estou com fome.” Virei os olhos e devolvi o bolinho.

~RONC~

“Não é isso que seu estômago me diz.” Ela riu.

“Vamos coma, eu não envenenei nem nada do tipo. Não faria uma coisa dessas. Alías quem iria comer sou eu, só se eu quisesse me matar.” Disse ela apontando o bolinho para a minha boca.

“Ah eu na-” Disse eu, mas fui interrompido com ela enfiando o bolinho goela abaixo.

“Está bom não está?” Ela sorriu gentilmente.