Beastman escrita por Cicero Amaral


Capítulo 13
Capítulo 13




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Teen Titans não me pertence, e talvez seja sorte minha. Porque os fãs de Rob/Rae provavelmente iam ficar MUITO irritados comigo.

 

 

Mutano estava andando de um lado para o outro dentro de seu quarto, frustrado. Tinha acabado de receber uma lição a respeito das diferenças entre teoria e prática, e essa lição tinha sido bem desagradável.

            Na teoria, ele sairia de seu quarto, marcharia corajosamente até o quarto de Ravena, bateria à sua porta e falaria com ela. E não, não aceitaria um “não” como resposta.

            Na prática, antes mesmo de percorrer metade da distância que separava sua porta da dela (uns 4 metros), suas pernas deram meia-volta sozinhas. Antes mesmo que ele se desse conta disso, já estava de volta em seu quarto, sem fôlego.

            Após gastar um bom tempo se recuperando, ele tentou de novo. Desta vez, ele até conseguiu chegar à porta dela, mas, antes que pudesse bater, ouviu passos. E três segundos depois, um rato verde estava encolhido embaixo de uma pilha de roupa suja, dentro do quarto de metamorfo.

            E o mais engraçado disso tudo é que ele, até alguns minutos antes, tinha a certeza de que nada poderia dar errado. Que nada poderia impedi-lo de chegar àquele quarto e dizer o que pretendia. Ah, a ironia...

            O ratinho verde se deu conta disso enquanto se escondia por sob as camisas velhas. E concluiu que não estava gostando nem um pouco da forma como estava agindo. Reassumindo a sua forma original, tomou outro banho (para se livrar do odor grudento de roupa suja jogada no chão por semanas a fio) e, após se arrumar, foi direto para o quarto da empata.

            Enfim, ele chegou lá. Estava ansioso, mas, ao mesmo tempo, estava inseguro. Porque sabia que era bem capaz de Ravena dizer não. Mesmo assim, ele não iria sair dali enquanto não a convencesse a dizer o contrário. Sua mão direita esticou-se, e, timidamente, bateu três vezes à porta dela.

            Silêncio.

            Mutano bateu novamente, desta vez um pouco mais forte. - Ela não deve ter me ouvido. - Pensou ele.

            Mais uma vez, silêncio.

            Fortes pancadas começaram a ecoar pelo corredor. O metamorfo estava literalmente esmurrando a porta trancada à sua frente. - Cara, ela não quer abrir a porta! Drogadrogadroga, que que eu faço?!? - O desespero forçou este pensamento à mente dele.

            Mas, ainda assim, a porta não se mexeu.

            Era demais para a mente do Titã mais jovem. Toda aquela preparação, ensaios na frente do espelho e condicionamento mental, sem falar em engolir todo aquele medo e insegurança... para nada. Quase louco de frustração, ele se preparou para se jogar contra a porta. Provavelmente jamais saberemos se ele pretendia colocá-la abaixo ou quebrar a própria cabeça, porque:

- FALA, VERDINHO! TUDO OK?

- AAAAAAAHHHHHHHHH!!!! – Isso mesmo. Mutano gritou que nem uma menininha de cinco anos.

            Ciborgue estava parado no corredor, olhando para cima. Tinha planejado dar algumas risadas à custa de seu amigo mais novo, mas ele tinha reagido de uma forma bem diferente do esperado.

- Ôôô, Mutano? Desde quando você consegue aderir às paredes sem antes mudar de forma? – O jovem cibernético perguntou para seu trêmulo amigo, que, neste instante, estava grudado no teto do corredor.

- O... o... O quê? – Gaguejou o metamorfo, tomando ciência de onde estava. Só depois de perceber que estava colado ao teto é que a gravidade decidiu fazer seu trabalho, trazendo o garoto verde de volta ao chão com um doloroso “Thud”.

            Foi isso o que acabou dando a Ciborgue a sua cota de risadas. Na verdade, esta cota teve um bônus substancial, devido ao “Aaaaai” que seu melhor amigo soltou ao encontrar o chão.

- Cara! Que idéia foi essa? Quer me matar do coração?! – Mutano repreendeu seu amigo metálico, que ainda continuava rindo, apoiando-se na parede para não cair.

- Maano... Mutano, você tinha que ter visto a sua cara... – respondeu Ciborgue entre uma risada e outra. – Foi a coisa mais hilariante que eu vi desde que a gente se juntou anos atrás. Pena que não deu para tirar uma foto.

- Sem-graça. – retrucou Mutano com os braços cruzados, emburrado. – O que você quer?

- Estava te procurando. – explicou Ciborgue, ainda com um sorriso dos grandes no rosto. – Sabe como é, o Robin se trancou de novo na sala de evidências, e não tem ninguém para jogar algumas partidas comigo. E então, você topa?

- Cara, agora não dá. - respondeu o metamorfo. – Tenho que falar uma coisa com a Ravena, mas ela não quer abrir a porta!

- Claro que ela não vai abrir essa porta. Ela nem tá aí dentro...

- Hã?? – essa resposta intrigou o Titã verde. – Como é que você sabe? E onde é que está ela, então?

- Acorda, verdinho. – disse Ciborgue, passando a mão na cabeça do metamorfo. – Vamos recapitular. Se Robin decide se trancar naquela sala, não tem mais hora para sair. Se Estelar, depois de cuidar de Silkie, bagunçar a cozinha (por falar nisso, temos que pensar numa desculpa para não comer aquela coisa que ela fez), cuidar do cabelo e tudo o mais, ainda encontra o cérebro de pássaro lá dentro, o que é que acontece? Arrasta a Ravena para o quarto e fica lá até acabar aquele papo de mulher.

- É, a Estelar fica bem chateada quando isso acontece. – respondeu Mutano, tirando a enorme mão de seu amigo de cima de sua cabeça. Ele detestava quando Ciborgue fazia isso. – Robin pode ser bem insensível de vez em quando, né? O grande detetive às vezes não vê as pistas nem que elas desfilem na frente dele.

- Ou dancem. – Adicionou o jovem metálico, imitando uma dança muito ridícula e espalhafatosa que ele tinha visto em algum lugar. Ou, mais provavelmente, tinha inventado ali mesmo.

            Os dois continuaram ali no corredor por algum tempo, rindo bastante à custa de seu líder. Fazer pouco das habilidades investigativas dele fazia com que se sentissem mais inteligentes. Mas o que nenhum dos dois gênios sabia é que, neste exato momento, Robin encontrava-se não na sala de evidências, mas sim no banheiro. Desde que se tornara o namorado da tamaraneana, estava cada vez mais difícil arrumar uma desculpa convincente, para não provar as guloseimas que ela preparava especialmente para ele. Pobre coitado.

- Mas aqui, Mutano. – Ciborgue perguntou de repente. – O que você tanto queria falar com a Ravena?

            O metamorfo, despreparado, quase engasgou ao ouvir isso. Não tinha a mínima vontade de contar a seu colega metálico o que pretendia fazer. Mas não tinha uma desculpa decente pronta para usar.

- Cara... sabe o que que é... eu... eu tava... cê sabe... – Ele tentou explicar, mas estava atrapalhado demais para conseguir dizer alguma coisa.

- Bom, de qualquer forma, isso não é problema meu. - Disse o adolescente metálico, para a surpresa de seu colega mais novo. Desde quando Ciborgue deixava passar as oportunidades de registrar os micos de seus colegas? – Mas eu, se fosse você, ficaria bem longe da Ravena por alguns dias.

- Ficar longe dela? Mas por quê? – Perguntou Mutano, genuinamente confuso.

- Qualé, mano? Esqueceu que você fez ela comer um tablete da sua carne falsa ainda no almoço de hoje? Ah, se fosse comigo...! Eu ia fazer um casaco de pele com esse seu couro!

- Ah, é... – O metamorfo estava imaginando o que poderia distrair Ravena ao ponto de ela nem perceber que estava comendo um pedaço de tofu assado.

- Verdinho, você sabe que você tá morto, não sabe? E, quando ela vir te pegar, vai acabar sobrando para quem estiver por perto. Eu, meu caro, vou é ficar longe. Beeeem longe. – Continuou Ciborgue, sua voz em tom de deboche.

- Isso explica porque você não quis enfiar esse seu nariz anormalmente grande no assunto que eu tenho para tratar com ela. – Mutano resmungou baixinho, mais para si mesmo do que para seu colega.

- Como?

- Nada não. Aí, vamos descer e jogar algumas partidas? – Perguntou o metamorfo, sorrindo.

- Bora. Melhor aproveitar enquanto as meninas ainda estão no quarto.

            E então, ambos desceram em direção à sala comum. Embora não gostasse de adiar a hora de falar com Ravena, Mutano resignou-se. Já eram oito da noite, e, se a empata ainda não tinha conseguido escapar do quarto de Estelar, então provavelmente não sairia de lá tão cedo.

            Paciência. Ele ainda tinha a manhã seguinte para agir. E, desta vez, esperava conseguir manter a calma na frente dela. Aliás, esperava não. Ele COM CERTEZA ia conseguir. Ia sim.

            Não ia?

 

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            Amanhece. A luz do sol ilumina a baía de Jump City, anunciando o início de um novo dia. Em uma conhecida torre, moldada no formato de um gigantesco “T”, encontram-se cinco adolescentes ainda adormecidos. Na verdade, quatro, pois um deles saiu de sua cama no exato momento em que a luminosidade solar banhou sua janela. Era uma jovem com cabelo violeta, e olhos da mesma cor.

            Ravena acordou sentindo-se mal-humorada. Ela nunca fora uma pessoa do tipo que acorda se sentindo feliz e contente após uma noite de sono, e, além disso, o dia anterior tinha sido particularmente complicado.

            Não tinha conseguido meditar nem dez minutos, pois Estelar mantivera-a ocupada por toda a tarde e a maior parte da noite. Sem dúvida, tinha esgotado todas as reservas de conversa (e paciência) da empata, pelos próximos seis meses ou mais. E não eram apenas a invasão de privacidade, o tempo perdido e a insistência da tamaraneana as razões de sua contrariedade. Havia muitos outros motivos para isso.

            Em primeiro lugar, era aquela... idéia que Estelar enfiara na cabeça. Achava que ela estava se comportando de forma estranha nos últimos tempos, e, de alguma forma, se convencera de que era porque a empata estava apaixonada pelo metamorfo da equipe.

            Segundo, a princesa alienígena também parecia estar convicta de que o Titã verde também gostava dela. Isso, por si só, não era realmente ruim. Afinal de contas, é sempre agradável ouvir que alguém gosta de você, mesmo que esse alguém seja... ele. O ruim é que não podia ser verdade. Estelar tinha apresentado argumentos muito fortes para sustentar sua opinião, e Ravena, mesmo sem ser capaz de contra-argumentar, sabia que não havia chance alguma de uma pessoa como Mutano vir a sentir alguma coisa por... alguém como ela. E, mesmo que fosse verdade, mesmo que houvesse uma chance de Estelar estar certa, mesmo que o metamorfo da equipe fosse mesmo capaz de sentir algo a mais por ela, não havia como escapar à triste realidade que era a natureza de seus poderes. Se ela se permitisse sentir, se ela ousasse retribuir o que quer que ele porventura sinta, com toda a certeza veria a destruição de tudo à sua volta. A empata nada podia fazer, exceto afastar a primeira, e talvez única, pessoa que a vira como algo mais do que realmente era.

            Tinha sido excepcionalmente difícil dizer a Estelar que nada aconteceria entre os dois. Que era para a própria segurança dele. Difícil demais. Sentindo-se como se uma garra invisível estivesse comprimindo seu peito, Ravena precisava tomar fôlego antes de pronunciar cada frase. Sentia um horrível gosto amargo na boca ao falar. E ainda tinha que lutar para suprimir a sensação de desesperança: era como se, de repente, toda a sua vida e realizações desaparecessem, deixando apenas... vazio.

            Ela esperava que, após dizer tudo isso, após reconhecer que era seu destino passar a vida sozinha, fosse finalmente ser deixada em paz. Que sua amiga deixasse o assunto morrer, de uma vez por todas. Ledo engano.

            A tamaraneana nem precisou piscar antes de responder. Não estava mais sorrindo enquanto falava.

- Amiga Ravena, não são seus poderes que a impedem de ser amada. É você.

            A empata fez uma careta ao lembrar dessas palavras. Fora difícil segurar a cólera na hora. Como é que Estelar podia fazer uma acusação dessas? Dizer que ela fazia isso consigo mesma? Por acaso ela tinha pedido por seus poderes? Tinha pedido para ser filha de Trigon? A única razão que lhe permitiu ficar em silêncio foi o fato de que sua amiga achava que estava ajudando. Mas, pelo visto, estava errada, pois ela tinha decidido colocar ainda mais sal em suas feridas:

- Seus poderes não fizeram mal àquele mago, Ravena. Nem a ele, nem a nenhum de nós.

            Ela estava se referindo a Malquior. A única criatura a usar a palavra “bonita” para se referir a Ravena. Mas essa, juntamente com todas as outras palavras que saíram de sua boca, não passava de uma mentira. E, mesmo depois de todo este tempo, ainda doía demais. A empata não ousava imaginar o que poderia ter acontecido, se Mutano não estivesse presente naquela noite. E, neste exato momento, viu-se desejando que o metamorfo estivesse ao seu lado.

- Minha amiga, você disse-me que precisa sempre manter o controle. Que não lhe é permitido sentir coisa alguma. Na verdade, Ravena, você não está controlando suas emoções. Você está suprimindo-as.

            Pelo visto, Estelar tinha adicionado ao seu currículo uma nova habilidade: falar o óbvio. Claro que era necessário suprimir as emoções. Do contrário, sua energia poderia ser liberada. E era preciso o máximo de autocontrole para evitar sentir. Era difícil. Dolorosamente difícil. Ravena precisara da maior parte da infância e uma boa parte da adolescência para conseguir isso. A princesa alienígena jamais falaria um absurdo desse se soubesse o que é passar por isso.

- Amiga Ravena, você nunca vai ter o verdadeiro controle enquanto permanecer nesta batalha consigo mesma. Você está agindo como aquela regente dos três primeiros filmes de ontem, e isso não é bom. Você precisa aceitar que seus poderes são parte de você, como aquelas duas crianças fizeram. Você seria mais feliz assim, amiga.

            Ravena solou um grunhido ao se lembrar disso. Essa sugestão era aviltante. Estelar via uma fábula num filme e agora estava tentando lhe dizer o que fazer? E pensava que era uma brincadeira de criança, ainda por cima. Talvez quisesse que a empata decidisse fingir ser Trigon, o Terrível. Como aqueles dois brincavam de seu um ancestral diferente a cada dia. E não era só isso. Provavelmente sua amiga não tinha idéia do que estava dizendo, mas quando afirmava que, para se livrar da ameaça que seus poderes eram, bastava Ravena “aceitá-los”, estava também dizendo que toda a sua infância em Azarath, todo o treinamento, isolamento, e os muitos outros dissabores de sua vida eram insignificantes. Que se tivesse “aceitado” os poderes desde o início, tudo seria um mar de rosas. Em suma, Estelar estava dizendo que tudo aquilo que a empata passara na vida, todo aquele suor, esforço e sofrimento, da infância até aquele momento, era inútil. Não fora sua intenção insultar Ravena, mas era isso o que ela tinha acabado de fazer naquela hora.

- Amiga, eu SEI que você não vai machucar ninguém. E amigo Mutano também sabe disso.

            Não, não sabia. A tamaraneana não tinha a menor idéia do que estava falando. Na melhor das hipóteses, estava desejando. E isso era uma coisa que a empata já fazia todos os dias, junto com a meditação e o autocontrole.

- Amiga... você precisa dar uma chance a si mesma. Você merece ser feliz, mais do que qualquer outra pessoa neste planeta. E agora você tem a oportunidade. Aceite-a!

            Ravena lembrou que, nessa hora, já estava exausta. Lembrou também que tinha finalmente desistido de fazer sua amiga dar ouvidos à voz da razão. E, por isso fez a única coisa que sabia ser capaz de fazer Estelar encerrar essa conversa de uma vez por todas. Concordou com ela, ainda que dissesse para si mesma que era só em palavras.

            A princesa alienígena ainda continuou falando por alguns instantes, mas, quando finalmente percebeu o que a empata tinha dito, espremeu-a com um dos abraços quebra-ossos que eram sua marca registrada. Disse que estava muito feliz por ela, que tudo ia dar certo, etc. Até mesmo concordou em jurar não contar a ninguém o que tinha ouvido ali. Concordou que era melhor deixar Ravena cuidar desse assunto sozinha.

            Mas, mesmo sabendo que finalmente tinha se livrado das “conversas de menina” por algum tempo, Ravena ainda não estava bem. Na verdade, os efeitos colaterais dessa conversa eram a terceira razão para ela estar de mau humor agora.

            Era verdade que tinha concordado com Estelar só para ser deixada em paz. Mas também era verdade que ela queria poder se dar uma chance; que ela gostaria de ter alguém que realmente a amasse.

            Foi nesse instante que uma lembrança retornou à cabeça de Ravena. Dois olhos. Verdes. Fitando-a com mais intensidade do que ela podia imaginar. E alguns minutos já tinham se passado quando ela percebeu que estava pensando no dono desses olhos.

            Estelar tinha dito que ele nutria sentimentos pela empata. E Ravena se sentia até um pouco encabulada, ao lembrar do quanto gostara de ouvir isso. Mas essa alegria durou pouco, pois se lembrou que ele não poderia gostar dela. Que eram diferentes demais. Não tinha ele desistido de beijá-la, no último segundo?

            Todos esses altos e baixos emocionais não lhe faziam bem. Especialmente por serem tantos em tão pouco tempo. A empata desejava poder ser outra pessoa nessa hora. Queria poder ser uma menina despreocupada, divertida... bonita. Queria ser alguém como... Terra.

            Terra. Provavelmente a pessoa que Ravena mais desprezava no mundo. Era a pessoa que tinha traído os Titãs e depois, tentando eliminá-los pessoalmente. E era o que de mais próximo que Mutano tivera de uma namorada. Fraco consolo, saber que ela tinha sido burra o bastante para rejeitar o Titã verde. Ele, com toda a certeza, teria sido um namorado carinhoso e atencioso. E Terra não merecia isso. Ela não o merecia.

            E era essa a quarta razão de a empata estar com raiva. Estava sentindo inveja da loira traidora. Mas inveja do quê, exatamente?

            Seria de sua aparência? Da pele clara, da cabeleira loira, dos olhos azuis como o céu sem nuvens?

            Seria de sua liberdade emocional? Seu jeito alegre de ser, da forma como ela ria?

            Ou seria do fato que, durante o curto período em que Terra residiu na Torre, Mutano só faltava babar, toda a vez que passava perto dela?

            Ravena já tinha dito para si mesma que tudo isso era irrelevante. Que não se importava com o fato de não ser atraente. Dito e repetido que não fazia diferença alguma o metamorfo gostar ou não dela. Tinha perdido a conta do número de vezes em que disse que NÃO gostava dele, para o vazio do quarto. A garganta até dolorida estava, de tanto que ela já tinha dito a si mesma que gostaria de ser amada por qualquer um, MENOS POR ELE. Essa era a quinta razão do mau humor da empata. Ela não conseguia parar de ficar repetindo tudo isso para si mesma.

            Porque, não importa o quanto ela repetisse, nada daquilo soava como se fosse verdade.


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