Uma Típica Noite. escrita por Anny Andrade


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu dedico essa estória para Winnie Cooper, eu estava devendo isso pra ela... AMIGA!!! Finalmente fiz uma fic baseada em THG que preste, espero que goste e que aproveite. BOA LEITURA!



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Eu estou deitado ao lado dela, e sinto a respiração pesada, e seu corpo treme antes de começar a se debater. Eu sei que ela está tendo mais um pesadelo. Não sei se são as memorias dos jogos, ou se são as memorias de depois dos jogos.

Foi depois dos jogos que nossa vida realmente foi arruinada. Perdemos tudo, ou quase tudo. Ela perdeu a melhor coisa que tinha, aquela que fazia ela ter vontade de lutar, de vencer, de permanecer viva. Eu perdi minha família, minha personalidade, minhas lembranças. Aquelas lembranças que deveriam ser eternas.

Nós estamos juntos. Finalmente juntos depois de tudo que eu passei para ter uma parcela do amor dela. No fundo acredito que sempre tive a maior parcela. Estamos ligados desde de pequenos, antes mesmo de imaginarmos que tudo isso aconteceria.

Não sei o que me fez ajuda-la naquela época, mas eu precisava. Isso fez de mim uma pessoa melhor, e fez dela uma pessoa viva.

Não gosto de tentar me lembrar daquilo que me foi arrancado, me dá dor de cabeça, raiva, e medo. Medo de acabar sendo novamente roubado dela, de ser novamente levado embora daquilo que eu sempre quis ser.

Ela está cada vez mais agitada então a puxo para meus braços e a envolvo em meu abraço. Simplesmente ignoro todas aquelas lembranças implantadas em mim, e me lembro de nós no telhado antes dos jogos, me lembro da nossa conversa sobre cor, me lembro das noites no trem. Eu fazia o mesmo naquela época. Impedia ela de enlouquecer, mesmo que eu mesmo já tivesse perdido a razão. Nós éramos assim, e sempre seriamos.

Seus olhos estão fechados, mas me lembro das lagrimas que eles deixam escorrer, sempre escondido, sempre quando a memoria dela se ativa no pior momento de sua vida. E eu sempre estou lá. Finjo não ver o liquido transparente que escorre por seu rosto e deixam marcas vermelhas nos olhos. Finjo que tudo vai ficar bem, mesmo que não seja possível.

Sinto ela respirando mais tranquilamente em meu peito. Sua respiração é quente e me faz tremer. Respiro fundo e me concentro. Estamos casados. Estamos juntos. Somos finalmente um casal. Sem mentiras. Sem farsas. Apenas seguindo em frente. Apenas tentando esquecer de tudo que a Capital nos fez sofrer.

Seus braços se envolvem em meu corpo me apertando também e tenho a certeza de que naquele estante ela se livrou do sonho ruim e se sentiu segura novamente. Seus olhos se mechem e abrem em minha direção, não possuem o mesmo brilho de antes, o brilho é mais triste, mais tenso, mais receoso. Mas é ela e isso que importa. Por mais confusas que sejam as lembranças uma coisa me é certa: Eu a amo.

— Peeta... O que está fazendo? — Ela pergunta com a voz fraca enquanto a mantenho protegida.

— Estou te protegendo dos pesadelos. — Respondo automaticamente.

— Obrigada... — Ela diz sabendo o quanto isso já se tornou uma rotina nossa.

— Eu te amo. — Respondo. Ela nunca me respondeu a essa frase, simplesmente murmurava um obrigado sem jeito e eu já estou acostumado com isso, eu a amava e precisava expor isso sempre que tinha oportunidade, quando me lembrava disso. E nesse momento me lembrava.

— Eu também te amo Peeta. — Suas palavras me congelaram, não esperava escutá-las tão cedo, e nem assim em um momento em que estamos tão pertos e tão juntos. Mas ela tinha dito isso com tanta verdade, mas ainda me restou a pergunta que nos reaproximou.

— Real ou não real? — Digo totalmente confuso.

— Real. — Ela responde se movendo e chegando aos meus lábios.

O Beijo é rápido, duro, eles sempre são assim, mas eu sei que são cheios de verdades e de sentimentos. O problema é que nenhum dos dois tem a capacidade de viver apaixonadamente como os outros. Passamos por muitas coisas e o nosso amor é diferente, é mais marcado, mais difícil, alguns diriam mais duvidoso. Mas o importante é escutar dela que é real. Isso me acalma, e me deixa respirar a cada manhã.

— Tente dormir. — Digo feliz.

— E você? — Ela pergunta com seu jeito mandão e preocupado.

— Vou cuidar dos seus sonhos. — Digo abraçando-a e sentindo sua cabeça descansando sobre meu peito.

Eu suspiro enquanto volto a sentir a respiração dela contra meu corpo e escuto as palavras flutuando em volta de mim. Elas são simples, mas dizem tudo que eu preciso ouvir.

“Just close your eyes”

“You'll be alright”

“Come morning light,”

“You and I'll be safe and sound.”

(Apenas feche seus olhos,

Você vai ficar bem.

Venha luz da manhã,

Você e eu vamos estar são e salvos.)

Eu sei que estamos salvos, eu sei que sempre seremos nós dois contra o mundo, tudo começou assim. Eu sei que só preciso fechar os olhos e me lembrar de momentos que ninguém, nem mesmo a Capital, pode tirar de mim.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!!!



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