Narrado em 3º pessoa

O quarto de hotel estava em silêncio. Estaria vazio a não ser pela figura parada na varanda olhando a rua. Perdera a conta de quantos cigarros havia fumado na ultima meia hora, não podia negar, estava viciado.

Virou-se e analisou a outra figura deitada na cama apenas coberta por lençóis. Tinha feito besteira de novo e sabia disso, nesses anos de casado, Michelle não merecia todas as traições dele.

Caminhou pelo quarto a procura de sua carteira e a encontrou caída ao lado da cama, olhou de novo para a mulher ruiva dormindo e deu um sorriso, não se lembrava de nada da noite passada, mas devia ter sido boa considerando o grande número de arranhões em seu corpo.

Andou em direção a porta e a abriu saindo daquele local infestado de sexo, desceu as escadas ao invés do elevador, já havia feito aquele caminho tantas vezes que já havia decorado. Caminhou em direção ao seu carro e seguiu dirigindo pelas ruas de Los Angeles, tinha um compromisso marcado com a banda , afinal ela era a única coisa que ainda fazia sentido na sua vida.


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Victoria olhava pela milésima vez o seu reflexo no espelho, e por mais que tentasse ficar feliz com o que via, simplesmente não conseguia.

_Você está linda.- sua mãe a analisava atrás dela.

Victoria passou as mãos pelo longo vestido branco tentando parecer feliz com aquilo, por mais que amasse Peter não conseguia se imaginar casando com ele, não era certo.

_Não sei se devo me casar.- suspirou cansada se virando para a mãe.

Olivia se virou surpresa para a filha e por fim pegou a sua mão.

_Faça o que for melhor para você- a olhou e depois saiu o quarto.

Victoria se olhou uma ultima vez  no espelho, Peter havia estado com ela sempre, a protegendo e cuidando dela, principalmente quando ela soube da morte do irmão. Peter e Lukas eram melhores amigos, mas mesmo assim ele se mostrava forte para tentar ampara-la. Tinha uma dívida eterna com ele.

Caminhou em direção a porta, sua mãe já a esperava do lado de fora e as duas entraram na limusine rumo a igreja.

A limusine parou e Victoria olhou para a mãe nervosa, foram interrompidas pelo toque insistente do celular na bolsa de Olivia.

_Você trouxe meu celular?- ela o retirou rapidamente da bolsa da mãe.

_ Eu pensei que fosse precisar.- a olhou curiosa.

Victoria olhou o número na tela “desconhecido”, estranhou, mas mesmo assim atendeu.

_Alô.- ela olhou para a mãe que a encarava curiosa.

A pessoa do outro lado da linha demorou um pouco, mas começou a falar e Victoria que até agora estava tranquila ficou paralisada, ouvia tudo nervosa. E só havia um assunto que a deixava assim: A morte de seu irmão.

Olivia olhava atenta a filha que passava a mão insistentemente no cabelo, já estava começando a ficar preocupada, quando Victoria desligou o celular rapidamente e saiu pela limusine correndo em direção a igreja.

Ela estava tensa, muito tensa, aquela ligação havia mexido com algo muito delicado em sua vida, ela correu até a entrada e todos os convidados se viraram felizes. A marcha nupcial começou a ser tocada, mas parou quando todos viram que ela corria pelo corredor da igreja. Victoria parou de frente para Peter e o encarou, ele a olhou sem entender e ela continuava o encarando.

_COMO VOCÊ PÔDE?- ela gritou ainda o olhando. O rosto dele assumiu uma postura de duvida, mas depois ele pareceu se lembrar de algo, Peter a olhou assustado e ela notou.

De repente as lágrimas começaram a cair no rosto dela e Victoria tampou a boca com as mãos. Era verdade, o que tinham lhe dito na ligação era verdade  ela notou pela expressão dele.

Victoria o olhou uma ultima vez e correu em direção  a saída da igreja, sabia que ele estava seguindo ela, mas não importava, só queria correr, correr e fugir para longe dali.

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                     Narrado por Syn

Eu tinha acabado de sair de uma sessão de fotos para promover o novo álbum do Avenged Sevenfold, estava muito estressado, primeiro por que o Avenged já não está o mesmo, eu e os meninos parecemos um bando de estranhos, passamos o dia em estúdio e as vezes o máximo que falamos um com outro é quando nos cumprimentamos, e ficamos em silêncio o resto do dia apenas tentando criar o próximo álbum.

Fui andando em direção ao carro, abri a porta e me sentei no banco, bati a minha cabeça várias vezes no volante tentando pensar em algo para melhorar esse “clima” da banda. Por fim, desisti, não adianta eu ando com tantos problemas que nem pensar direito eu consigo mais.

Dei partida no carro e comecei a dirigir em direção ao hotel que o Avenged estava hospedado, precisava beber. O celular tocava insistentemente no banco do carona, já era a décima ligação somente hoje e eu tinha certeza de quem era. Atendi o celular, sem me importar de estar dirigindo e Michelle começou com sua chuva de perguntas.

_Alô.- olhei impaciente o trânsito.

_Brian onde você está?- ela perguntou e eu revirei os olhos, era sempre assim ela me perguntava, eu mentia, nós brigamos e no final fazíamos as pazes.

_Dirigindo, por quê?- ouve um silêncio do outro lado e depois ela começou a falar com aquela voz irritante.

_Não minta para mim, eu sei que você está em algum quarto de hotel transando com uma groupie.- eu bufei irritado e olhei o sinal que indicava  que estava aberto, acelerei rapidamente e me assustei quando uma mulher atravessou a rua correndo, freei o carro bruscamente e por pouco não a atropelei, a mulher se assustou e colocou as mãos no capô do meu carro me olhando de olhos arregalados.

Eu saí do carro e a analisei, pera aí ela estava vestida de noiva? A encarei e ela estava muito assustada.

_Tá maluca? Acha que pode correr assim na frente dos carros?- ela me olhou parecendo se lembrar de alguma coisa.

_Syn, por favor me ajuda!- estreitei os olhos ao ouvir meu apelido, ela me conhecia? Deve ser alguma fã.

Ela se aproximou de mim e olhou para trás, eu olhei para onde ela olhava e um homem nos observava , parecia estar seguindo ela, mas quando a viu parada perto de mim, ele também parou.

_Você está sendo seguida?- perguntei e ela assentiu.

Eu segurei seu braço e caminhei até a porta do passageiro, a abri e ela me agradeceu mentalmente por eu estar fazendo aquilo, rapidamente ela se sentou no banco, eu dei a volta e entrei do outro lado e me sentei, olhei onde o homem estava parado e ele havia sumido.

Dei partida no carro e olhei aquela garota sentada ao meu lado, não sabia onde estava me metendo, mas eu sentia que tinha que protegê-la. Espero que isso não me traga problemas.