Triplex escrita por liviahel


Capítulo 9
Enquanto isso em... Bali? — Parte 2




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— Khun? — Victoria cochichou — Acho que tem gente lá fora...
— Espera que eu vou ver quem é...

Ele pôs a cabeça pra fora da carroceria e viu o tal jipe preto de longe, já não tinha ninguém dentro dele.

— Não tem ninguém lá fora, só o jipe preto...
— Ai não brinca! — disse Victoria meio assustada.
— Vou lá fora ver se consigo falar com o cara. — NichKhun fez que ia sair, mas Victoria o puxou pelo elástico da cueca.
— Está doido? Fica aqui comigo!
— Victoria é só um rapaz local, só vou ver se ele precisa de alguma coisa. — disse ele tentando despreocupar a garota, mas com pouco sucesso porque até ele já estava pensando no perigo.
— NichKhun ele estava seguindo a gente, e tinha mais alguém com ele no carro... Você viu quem era?
— Não... Está bem, vamos avisar o Junsu e ele vai saber o que fazer. Vem comigo.

Os dois saíram o mais silenciosamente possível do carro, a chuva tinha começado a engrossar de novo, nem sinal do tal rapaz do jipe ou da outra pessoa. NichKhun entrou no quarto aonde Junsu estava e Victoria ficou na porta.

— Ei Junsu... — ele acordou.
— Aconteceu alguma coisa?
— Vimos o rapaz do jipe preto por aqui, desde o aeroporto, Victoria e eu estamos cismados que ele e mais alguém estavam nos seguindo...
— Fala sério NichKhun! O cara nos ajudou a sair do atoleiro e seguiu viagem, eu mesmo o vi saindo com o carro...

NichKhun apontou para a janela, Junsu foi até lá e avistou um carro preto entre as àrvores.

— Gente! É verdade... tem certeza que eles estavam nos seguindo desde Jakarta?
Victoria fez que sim. Junsu passou a mão pelos cabelos, preocupado.
— Se ele não estava nos seguindo, então porque voltou e veio para o mesmo lugar que a gente? – era uma pergunta retórica, ele estava concluindo o mesmo que Victoria e NichKhun, o cara do jipe era mesmo suspeito. — Vamos fazer o seguinte, Victoria volta pro quarto onde você estava dormindo com as outras meninas, confere se estão todas lá e se estão todas bem. NichKhun e eu vamos checar o lugar e ver se achamos os caras.

NichKhun acompanhou Victoria até o quarto depois voltou para o dormitório.

— Victoria, onde você estava? Me virei e não te vi... — disse Krystal — Ah, já sei, estava com NichKhun...
— Sem clima pra brincar, o cara do jipe preto está rondando o albergue, Junsu e o Khun estão tentando achar os donos do carro. — Preciso que me ajude a conferir se todas as meninas estão nesse quarto, não precisa acordá-las.
— Que foi que aconteceu? — disse Sohee, também acordada.
— O homem do jipe preto, Victoria e NichKhun o viram rondando o albergue. 
— Sério?! — Sohee disse em voz alta, acordando umas cinco garotas.
— Shhh fala baixo! — disse Victoria.
— O que está acontecendo? — disse JaeKyung, uma das dançarinas.
— Victoria acha que tem dois tarados rondando o albergue... — disse Sohee.
E foi a gota, JaeKyung contou pra Nicole, que contou pra SeungA, que contou pra Jiyoon, que acordou Yuri e contou pra ela, enfim, o caos estava tomado e todo mundo acordou e desceu para o andar de baixo, até os rapazes.
— O que a gente faz, fica aqui esperando? — disse Nicole.
— Faz o seguinte, fica perto da porta, se o homem do jipe preto for um assassino ele te mata primeiro e a gente confirma, depois é cada uma por si. — disse Krystal rindo. — Eu já disse e repito, mesmo que sejam dois malucos, assasinos, tarados, o que quer que sejam são só dois! Gente! Olha a quantidade de pessoas que tem aqui dentro!
— Então se você tem certeza disso vai lá ajudar os rapazes a procurar os tais homens, aproveita e faz amizade. — disse JaeKyung ironicamente.
— Eu vou mesmo. — Krystal se levantou do colchão e saiu em direção à porta.

Victoria correu pra impedi-la.

— Você está maluca? Não foi você mesma quem disse que eles são só dois, é uma caminho longo daqui até lá embaixo... Você vai mesmo descer sozinha?
— Pensando bem é melhor descer todas juntas. — disse Krystal se acovardando um pouco.
— Melhor que ficar aqui esperando. — disse JaeKyung encorajando as outras.
— Ok, alguém aí tem lanterna? O corredor está sem luz. — disse Victoria.
— Serve de celular? — Yuri.
— Ferrou, se só tem lanterna de celular então estamos perdidas... Vamos descer com a luz de Deus então.
Krystal foi na frente porque não estava muito preocupada, mas as outras saíram em fila indiana. Ouviu-se um ranger de porta.
— Ai ele está aqui! — Jiyoon gritou. — Eu vi um vulto lá atrás no corredor.
— Aquele quarto era pra estar vazio. — disse Victoria. — Alguém vai lá ver?
A porta bateu com força, e as meninas saíram todas correndo, atropelando umas as outras. Quando finalmente chegaram ao andar de baixo trombaram com rapazes da equipe correndo para ver o que estava acontecendo que elas gritavam tanto.
— Au! — gritou Krystal, que tinha batido forte em Junho. — Ai! Junho, te machuquei? 
— Não, tudo bem. — disse ele quase sem voz, agachado no chão.
—Agora é que ele não vai querer nada com você, quase deixa o rapaz fora de combate. — disse Victoria cochichando perto dela.
— E aí encontraram os malucos? — disse JaeKyung à Junsu. — A gente acha que tem alguém lá em cima.
— O rapaz está dormindo num quarto dos fundos. Quando eu perguntei ao dono da fazenda se algum outro homem tinha chegado essa noite e ele disse que era só ele.
— Mas e a outra pessoa que estava com ele? — disse Victoria.
— Nem sinal. Só estamos nós da equipe e o rapaz do jipe no dormitório masculino. Acho que foi só coincidência ele ter vindo pra cá também. Vamos voltar a dormir?
— Agora eu não consigo mais, depois dessa tensão toda... — disse uma das dançarinas.
— Nem eu... — disse Wooyoung.
— Ainda mais sabendo que tem mais alguém que a gente não conhece por aí... – disse JaeKyung.

Logo todo mundo estava repetindo a mesma coisa, ninguém querendo dormir, muito menos voltar para os quartos.

— Gente, nós ainda temos dez horas de viagem, vamos atrasar a gravação ainda mais se não descansarmos. — disse Junsu, tentando por ordem na casa. Mas o restante da equipe não compartilhava da mesma vontade.
— Sabe o que eu sempre quis fazer desde que virei cantor? — disse NichKhun — Um mv na chuva!
— Ai que clichê... — disse Victoria brincando. NichKhun sorriu.
— Na chuva pode ser clichê, mas lama eu nunca vi... Então...
— Está sugerindo o que Khun? — disse Junsu.
— Ué, ninguém vai dormir, nós estamos atrasados com as filmagens... Vamos gravar alguma coisa aqui mesmo?
Junsu pensou um pouco, mas viu que era uma boa idéia, melhor que ficar lá à toa.
— Beleza então, Sohee me ajuda, roupas, arruma roupas legais pras meninas e pros meninos. Produção! 

Dentro de meia hora, todo mundo saiu do albergue, as meninas estavam descalças e vestindo shorts jeans e camisetas coloridas e os rapazes estavam de jeans e sem camisa. Junsu olhou-os de cima abaixo.

— Sohee, o que é isso? — apontando para os dançarinos.
— Nada mais digno Junsu, lama, água e homens sem camisa... Tive essa idéia no atoleiro. — ela disse rindo. 

Junsu tinha mandado colocar óleo em barris e tacar fogo para iluminar, porque ainda estava escuro apesar de que já estava amanhecendo. Começaram a gravar e saiu melhor do que parecia, pois os dançarinos se divertiram mais do que de costume, o diretor de fotografia tinha lhes pedido para cumprir com a coreografia, mas de uma forma desorganizada, para que não ficasse artificial combinado ao ambiente meio clichê. Claro que, depois de 5 minutos já não se podia reconhecer nenhum deles por causa da lama. Ainda chovia, não tão forte, o sol nasceu e chegou a hora de NichKhun e Victoria fazerem o solo de dança, eles foram para um lado aonde havia uma enorme poça de água avermelhada.

— Dança comigo do jeito que você fez aquele dia. — disse NichKhun baixinho no ouvido de Victoria.
— Esse é um show de edição limitada meu bem. — disse ela bem baixinho. — Vamos fazer do jeito normal mesmo.
— Vamos lá vocês dois, bem sexy! — gritou Junsu, rindo.
“Troféu “casal discrição” pra Junsu e Sohee” pensou Victoria.
— Você ouviu as ordens do chefe. — disse NichKhun sorrindo.

E os dois dançaram num só take, melhor do que em qualquer outro ensaio. Quando terminaram a equipe aplaudiu e gritou.

— Bom pessoal! Vocês fizeram um ótimo trabalho! Podem ir tomar um banho, comer, descansar, vocês merecem! Muito obrigada... — disse Junsu, que passou o tempo todo debaixo de um guarda-chuva.
— Ah! Esqueci de te agradecer meu amigo. — disse NichKhun, imundo de lama. — Obrigada por tudo, vem cá e me dá um abraço.
— Eu não, você está louco. — ele saiu correndo com o guarda-chuva para dentro do albergue.

Os rapazes todos saíram atrás dele, e voltaram menos de um minuto depois trazendo Junsu nos ombros para jogá-lo na poça de lama. Depois foi a vez de Sohee, que tinha passado o tempo todo da gravação assistindo a tudo de dentro de uma das vans. Virou uma bagunça danada, não houve um que se salvasse, nem o pessoal da produção. 

De repente, Victoria sentiu uma dor muito aguda, e caiu no chão, era uma dor tão aguda que seus olhos se encheram de lágrimas e ela não conseguia enxergar direito, conseguia agüentar a dor, mas não podia andar sozinha, tudo o que pode ver foi alguém um pouco mais alto que ela a levantando pelo braço e a levando para dentro do albergue enquanto os outros estavam lá fora. NichKhun viu uma poça vermelho-escarlate na lama e se assustou, olhou para os lados e não viu Victoria ficou tentando ver aonde mais ela poderia estar no meio de tanta gente. Seguiu correndo sozinho para onde o rastro de sangue levava. Victoria estava sendo levada para o quarto no dormitório feminino, NichKhun podia ouvir os passos na escada, não estavam muito longe, ele viu sangue nos degraus e sentiu pânico. A pessoa que estava com Victoria ouviu passos pesados no andar debaixo, se apressou em deixá-la na cama e saiu.

— Victoria! — gritou NichKhun, chegando ao corredor, havia mais sangue no chão.
— NichKhun aqui! — gritou ela, com voz de quem sentia muita dor.
Ele entrou correndo no quarto e viu Victoria encolhida na cama, ela estava sozinha.
— Khun, tira isso de mim, está doendo muito. 
Com o susto, NichKhun demorou a perceber do que Victoria estava falando, ficou procurando de onde vinha tanto sangue, até que ele olhou para baixo e viu um enorme caco de vidro atravessando o pé dela.
— Nossa! — disse ele segurando a perna dela, meio sem saber como agir.
— NichKhun tira isso de mim! — disse ela impaciente.
— Precisamos lavar primeiro Vic, tenho que ver se posso tirar o caco, senão pode deixar alguma lasca, infeccionar sei lá.
— Faça o que tiver que fazer, mas faça logo!
— Está bem, vou buscar água. — e fez que ia sair do quarto.
— Não! Espera! Alguém me trouxe aqui pro quarto e eu não sei quem era, não me deixa aqui sozinha.

NichKhun a carregou no colo e saiu em direção ao banheiro, ligou o chuveiro e buscou um banco para que Victoria pudesse se sentar.

— Deixa-me ver seu pé. O caco é de vidro grosso, de garrafa, acho que não vai soltar lasca. Posso tentar tirar?

Victoria assentiu.

— Vai doer, então vou contar até três. Um... dois...
— Aaai! — gritou Victoria, NichKhun tinha tirado antes da contagem e se apressou em lavar o corte embaixo e em cima.
A dor diminuiu bastante, mas Victoria ainda sentia pontadas por causa do sabonete.
— Levanta o pé pra eu ver se tem alguma lasca visível. — ele olhou e não tinha nada. — Felizmente não tem nada, mas vamos ter que levar você ao médico, pra ver dar uns pontos, ver se foi sério, tomar uma vacina antitetânica...
— Agulhas... Não... — disse Victoria já bem mais calma, e brincando.
— Fala sério, você assim toda posuda, e com medo de vacinas?
— Tenho pavor.

NichKhun riu.

— Já está parando de sangrar, vou lá fora buscar algo pra você tomar um banho direito e se vestir.
— Vai me deixar aqui sozinha? — disse ela meio apavorada.
— Por mais que eu esteja morrendo de vontade de tomar um banho com você, existem prioridades, você aí machucada e pensando em fazer indecências. — disse NichKhun brincando.
— Ai! Não é isso seu pervertido! É que eu ainda estou preocupada com a pessoa que me levou pro quarto.
— Ah! Esse aí sim é quem tem que estar preocupado, só quem pode te levar pro quarto sou eu! E nem isso eu fiz ainda! — disse rindo. Victoria revirou os olhos desaprovando o comentário. — Falando sério, deve ter sido uma das meninas... Já disse que o tal rapaz do jipe está dormindo em um dos quartos. Eu vou trancar a porta e já volto.

Sohee, Krystal e Junsu foram os únicos que deram falta dos dois, mas não deram importância porque acharam que eles tivessem escapado para algum lugar mais tranqüilo. NichKhun foi primeiro no quarto dos rapazes buscar um kit de primeiros socorros e voltou com um roupão e umas peças de roupa.

— Demorei?
— Um pouco. — disse Victoria, de dentro do box. — O que estava fazendo?
— Escolhendo sua lingerie... — disse ele rindo e entregando-lhe um vidro de shampoo.
— Você mexeu nelas? NichKhun eu já disse que acho isso estranho! 
— Escolhi uma normalzinha... Não se preocupe porque eu não fiquei mexendo. Mas eu tenho uma pergunta... – disse com um tom mais sério.
— Qual?
— Você trouxe aquele par vermelho pra usar pra mim? 
Victoria jogou água do outro lado.
— Você ficou fuçando na minha mala!
— Vai dizer que você não fez o mesmo? — disse ele rindo.

Victoria terminou o banho e se vestiu com dificuldade por não poder por o pé no chão, quando ela saiu NichKhun esperava por ela com um monte de coisas do kit de primeiros socorros.

— Vai virar hábito agora? – disse ele.
— Como é?
— Hábito... Toda vez que estivermos perto um do outro você vai desmaiar, se machucar... — ela falava e fazia o curativo.
Ela sorriu, um pouco tristonha.
— Parece que sim. É um risco que eu decidi correr, mas isso é o de menos, esse tipo de ferida se cura, mas sinto que você ainda vai me machucar de outras formas...

NichKhun não soube o que responder, não podia garantir que nunca a magoaria, não nas condições em que viviam, se já não o tinha feito antes, acabaria acontecendo. Algo nela o atraía tanto, assim como em Nana, mas ele não sabia explicar, só olhou para os olhos brilhantes de lágrimas de Victoria e sentiu remorso, aproximou os lábios para beijá-la, mas alguém entrou no banheiro de repente, eram JaeKyung, JiYoon e Krystal. Victoria desviou os lábios do beijo, nem foi necessário uma vez que as três olharam direto para os pingos de sangue no chão do vestiário.

— O que aconteceu aqui? — disse JaeKyung.
Krystal foi a primeira a ver NichKhun e Victoria no lugar e quando associou o sangue ao sumiço dos dois, pareceu preocupada.
— Victoria, você está bem?
— Estou...
— O que aconteceu? Quem se feriu? Como...
— Fui eu, machuquei o pé num caco de vidro. NichKhun está fazendo um curativo.
— Já está pronto, mas como eu disse você vai precisar levar pontos, ou não vai parar de sangrar. Vamos, vou te ajudar a voltar pro quarto.

Ajudou-a se levantar e andou com ela até a porta, outras garotas passaram, por eles em direção ao banheiro. Quando elas todas entraram, ele a carregou no colo até o quarto.

— Vou tomar um banho, depois eu volto com algo para você comer. Vai ficar bemna minha ausência?

Victoria assentiu e se deitou. Em meia hora ele estava de volta com comida, algumas s das meninas já estava no quarto, então ele foi embora rápido. Todos foram dormir finalmente e Junsu os chamou para seguir viagem cerca de uma hora da tarde.

Pararam em Semarang meia hora depois para que Victoria pudesse levar os pontos, o médico disse que apesar de ter atravessado o pé e lascado levemente o osso metatarso, não houve nada de grave. Compraram antibióticos e analgésicos e seguiram viagem. NichKhun teria que dirigir até Bali sozinho, porque Victoria não tinha condições.
— Você chegou a ver como ficaram os vídeos da gravação? — disse NichKhun tentando quebrar o clima melancólico que ficou entre os dois desde a conversa no banheiro.

— Não. Você os viu? Como ficaram?
— Eu passei alguns vídeos pra minha câmera pessoal. Está na bolsa.
Victoria pegou e ligou a câmera, e observou atentamente as imagens.
— Ficaram boas... Espera, quem é essa...? — ela olhou para trás e lá estava o jipe preto na estrada. Pegou o celular e ligou o alto falante. — Se eu estiver certa, está explicado tanto azar.
— Alô?
— Pra quem você ligou Vic? — ela fez sinal para ele esperar.
— Ah são vocês... Oi Victoria, oi NichKhun. — disse Nana do outro lado da linha.
— Como vai de viagem? — disse Victoria, NichKhun ficou sem entender.
— Eu é que pergunto. — ela respondeu, fingindo-se de boba.
— Nana, já sabemos que é você no jipe preto. Era você batendo a porta do quarto também não é?

Ela riu.

— Like a boss!
— Como foi que você... Como? Eu deixei você em casa ontem... — disse NichKhun.
— Peguei um vôo que saiu meia hora depois do seu, vocês demoraram a desembarcar e eu alcancei vocês.
— Por que você veio? — disse Victoria.
— Pra penetrar a gravação, claro. Pensem nisso como uma lembrança de casal... trio... O que nós somos? 
— Quem é esse rapaz com você? — disse ele.
— O que? Já está querendo nos transformar num quarteto? — disse ela brincando.
— Cruz credo! Não! 
— É só o rapaz que meu empresário contratou para dirigir pra mim.
— Você é muito maluca. — disse Victoria.
— Como vai seu pé Vic?
— Vai bem mal... Foi você que me ajudou a ir pro quarto né? Você saiu e não pude te agradecer.
— Que nada. Eu poderia ter ajudado mais, mas aproveitei que NichKhun vinha te ajudar pra manter meu disfarce...
— Você quase nos mata de susto. — disse NichKhun, rindo.
— Até Bali então. Não digam que me viram. — disse Nana, desligando o celular.

A chuva continuou, bem mais fraca, o que permitiu que a viagem ocorresse mais tranquilamente, e a equipe chegou à Bali com duas horas de antecipação em relação ao calculado. Junsu providenciou um andar inteiro do hotel só para a equipe, para que não fossem perturbados por paparazzis. O hotel tinha lançado uma nota confirmando a presença de NichKhun no lugar por dois dias, então os fotógrafos se hospedaram nos hotéis vizinhos e ficaram vigiando. Para decepção deles, a equipe jantou no restaurante interno e não saiu naquela noite, estavam todos exaustos. Nana também se hospedou naquele mesmo hotel, seu nome não seria associado ao de NichKhun só por isso, até porque ela não estava no mesmo andar.

NichKhun acompanhou Victoria até o quarto.

— Então... Tchau. — disse ele, meio sem graça.
—Tchau, muito obrigada pela ajuda. 

Haviam dançarinos no corredor do hotel, por isso os dois não se estenderam muito na despedida. O dia seguinte foi dedicado à gravação de mais cenas do mv, por sorte o céu tinha aberto e fazia sol. Como Victoria estava machucada, não poderia trabalhar, ficou observando de longe em um quiosque, Nana saiu do hotel e foi conversar com ela.

— Olá.
— Oi. Você não devia estar aqui. — disse Victoria.
— Os paparazzis ainda não viram que eu estou em Bali. Como passou a noite?
— Sozinha...
Nana revirou os olhos.
— Não era a “isso” que eu me referia, mas fiquei feliz em saber. — disse ela rindo. — Estava falando do machucado...
— Ah... Tomei analgésicos, na senti nada. — disse Victoria, meio desconcertada.
— Vocês ainda não... mesmo? 
— Ai! Pra quê quer saber disso?
— Eu vim na esperança de impedir, mas vocês não me deram trabalho algum... — disse Nana, rindo. — Brincadeira. Falando sério, agora, você me disse que contaria...
— Nós nem somos tão intimas assim... Nem somos amigas de longa data.
— Ah, então agora somos amigas mesmo?
— Claro, se não se pode vencer o inimigo, junte-se à ele... Não literalmente. 

Nana riu.

— A que se refere?
— Brigar com você por NichKhun é inútil, só vai fazê-lo dispensar a nós duas...
— Competição saudável de agora em diante?
— Por mim sim. — disse Victoria, Nana sorriu em resposta — Vamos ver quanto dura.
— Vai trabalhar hoje?
— Em quê condições? — disse apontando para o pé enfaixado. — Só vou ao luau que o Junsu organizará essa noite, pra comemorar.
— Luau? Posso ir?
— Se você já está até no mv sem ser convidada, o que é penetrar num luau?— disse Victoria rindo.

Nana se levantou e puxou Victoria pelo braço.

— Vem!
— Aonde?
— Compras! Vamos fazer compras!

E as duas saíram pra fazer compras o dia todo. No fim da tarde voltaram para o hotel para se arrumarem para o tal luau. Victoria terminou de tomar banho, vestiu um vestido de seda florida, se maquiou e saiu pulando num pé só até o quarto e secando o cabelo, quando trombou com alguém.

— Ai! — ela levantou a cabeça pra ver quem era, e claro, era NichKhun. — Estou começando a achar que você entra no caminho de propósito...
— Imagina! — disse ele em tom de falsa inocência. 
— Veio fazer o quê aqui? Como entrou no quarto?
— Entrar no quarto é fácil, quero ver você me fazer sair... — Victoria estreitou os olhos desconfiada. — Falando sério, fiquei preocupado, não vi você nem Na... — ele parou de falar, como se tivesse dito algo errado. — Não vi você o dia todo.
Victoria sorriu.
— Eu estava com a Nana, fazendo compras...
— Vocês duas... fazendo compras? Juntas? — Victoria fez que sim. — Então voltamos a ter momentos de paz?
— O que veio fazer aqui? — disse ela, um pouco impaciente e melancólica.
— Vim cuidar de você. — ele não se referia somente ao curativo, disse aquilo de forma doce. — Tenho te causado tantos problemas, não é? E eu como bom menino...

Victoria riu.

— Bom menino? — ironizou.
— Já disse que sou bom em muitas coisas... Você é que não me deixou mostrar ainda.
NichKhun passou os braços em volta da cintura dela, e fez que ia beijá-la, mas quando ela fechou os olhos, ele a levantou com os braços, a pôs na cama deu um beijo leve em seus lábios e foi até o criado mudo buscar bandagens.

Trocou o curativo em silêncio e quando terminou deu um beijo no pé dela.

— Prontinho, é a quase melhor coisa que eu posso fazer por você agora. — o rosto de Victoria era um ponto de interrogação. 
Os dois já iam se beijar, mas alguém bateu à porta e gritou.
— Vic vamos descer já! Você não vem? — era a voz da Krystal.
— Já vou! — Victoria gritou em resposta. — Ela vai ficar esperando no corredor, como vai fazer para sair daqui sem ser visto. — disse ela baixinho, Victoria teria que trancar a porta com NichKhun dentro, por isso estava preocupada.
— Pela varanda...
— NichKhun! Estamos no terceiro andar!
— Vai senti minha falta se eu morrer? – disse ele rindo.
— Claro que não! Só não quero ser suspeita de ter te matado. — ela disse rindo.
— Crime passional? 
— Vai ser hediondo se você não der um jeito de sair logo.
— Victoria! — gritou Krystal de novo.
— Tchau. — deu um beijinho em NichKhun e saiu pela porta.

“Não morra” pensou ela.

NichKhun conseguiu descer fácil, porque havia uma árvore encostada na varanda. Chegou ao local do luau e já estavam todos lá, inclusive vários penetras, provavelmente fotógrafos, e Nana. Estavam todos muito animados com bom resultado das gravações, e porque teriam um dia de folga para aproveitar Bali antes de irem embora. Victoria se sentou no bar, perto de Nana.

— E aí, a que vamos beber hoje? — disse Nana.
— Eu não vou beber a nada.
— Que isso Victoria, sem apostas hoje, eu garanto que você não vamos fazer nenhuma besteira... 
As duas riram. 
— Não é isso, é que estou tomando analgésicos. E também porque não ando precisando de bebida pra isso...
— Bêbada você é mais eficiente. — disse Nana, rindo.
— Pois é.

De repente houve vários flashes de máquina fotográfica em direção às duas garotas.

— Droga! — disse Victoria cobrindo o rosto.
— Pode ir embora, eu dou um jeito. Vou posar pra algumas fotos e deve bastar.
Victoria saiu com dificuldade de andar pelo jardim em direção à praia, NichKhun saiu sabe se lá de onde e a alcançou. 
— Espera. — disse segurando seu braço.
— Mas que droga esses fotógrafos!
— O que tem eles? — disse sobressaltado.
— Você não viu? Tiraram várias fotos de mim e da Nana na festa. 
— Não vi, não estava lá na hora. Mas não vejo o problema, provavelmente nem vão achar algo para associar sua imagem à dela, eles não te conhecem, você está se preocupando à toa. Por sorte eu não estava por perto.
— Verdade. — disse ela mais tranqüila. — Onde é que você estava? — o humor virando de novo.
— Preparando uma surpresa sua ciumenta!
— Tenho medo das suas surpresas... — disse ela brincando.

Ele a puxou pelo braço e a levou até as pedras no fim da praia. Havia um trecho de areia branquinha cercado por pedras altas, e um laguinho de água do mar brilhando à luz da lua cheia.

— Olha que lindo! — disse Victoria.
— Gostou? — ela fez que sim, e NichKhun a carregou nos braços. — Vou te levar até lá.
Quando terminaram de descer, Victoria pode ver uma esteira, um cobertor e umas velas. NichKhun a sentou no chão, em cima da esteira.
— Então, era essa a tal surpresa?
NichKhun fez que sim e sorriu.
— Gostou?
— Claro... Mas, por que... eu?
— Você faz perguntas demais. — disse sentando-se ao seu lado e beijando seu pescoço. — Não pode simplesmente se deixar levar?
— Pra onde? — disse ela sorrindo.

NichKhun riu.

— Se você quiser me guiar, eu deixo...

Victoria fez que não. NichKhun levantou a perna que ele estava segurando fazendo com que ela tivesse que se deitar no cobertor e se deitou por cima dela. Selou os lábios nos dela com mais intensidade que nunca, de novo Victoria sentiu como se não restasse nenhuma parte de seu corpo que ainda não tivesse sido tocada segurou seus cabelos e correspondeu ao beijo. NichKhun arrancou a camisa e puxou a perna de Victoria para trazê-la mais pra perto do quadril, deslizou a alça do vestido para beijar-lhe da linha do ombro até o colo. NichKhun procurou botões ou zipers no vestido de Victoria, mas não encontrou nenhum, então a puxou pelos quadris, colocando-a sentada em seu colo, deslizou as duas alças do vestido de seda leve até a cintura e beijou-lhe a curva dos seios, enquanto ela brincava com seus cabelos da nuca. Ele a deitou novamente e terminou de deslizar o vestido, depositando beijos na linha da barriga até o umbigo. Desabotoou a calça, e a tirou tão rápido que Victoria mal notou a ausência do peso corpo dele sobre o dela. Quando ele voltou para os braços de Victoria, ela o abraçou com todo seu ser, e ele a cobriu com todo o corpo, com todo o desejo que tinha.

Amanheceu, e o sol estava ainda fraquinho. Victoria dormia enrolada ao cobertor, na areia. O celular tocou e ela despertou para atender.

— Alô? — disse meio sonolenta.
— Victoria, você está bem? — era Nana. — Você não apareceu ontem depois de...
— Estou ótima.
Victoria notou e NichKhun já não estava ao lado dela, levantou a cabeça para procurá-lo, e o viu andando nu pelo laguinho de água do mar entre as pedras, e riu.
— Victoria onde você está? — disse Nana desconfiada do outro lado da linha.
— Second, third, forth... Pode me mandar parar de contar quando quiser... — disse Victoria, rindo.
— Você está louca, parar de contar o que?
— Seu troco.


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Notas finais do capítulo

haha Vic troll



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