Triplex escrita por liviahel


Capítulo 36
Tamanho não é documento? Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Vai ter parte 3 ok? tava ficando grande demais(com o perdão do trocadilho) huahuahuahuahuahua



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Suzy ligou para Nana e Krystal na mesma hora e as duas negaram terem feito qualquer comentário com a colunista aliada muito menos com a colunista que publicou a matéria na revista de fofoca. Elas também pediram para ela não comentar nada com nenhum outro repórter enquanto decidiam o que podiam fazer para descobrir quem estava por trás da matéria e consultassem Lee Minwoo sobre o assunto. Suzy desligou o telefone desanimada, sentando-se de volta ao sofá.

 — Elas me pediram para esperar...

 — Então elas não sabem de nada. — Fei concluiu e Suzy assentiu. — Precisamos sair, viu se alguém te seguiu até aqui?

 — Ninguém me seguiu, mas eu também já não quero sair.

 — Não é uma questão de querer, nós precisamos sair, é um compromisso importante.

 — Verdade, mas então é melhor irmos separadas.

 — Fala sério!

 — Estou falando sério...

 — Você está com vergonha de aparecer comigo?

 — Você sabe que não é isso, eu gostaria muito de poder te exibir por aí, mas você sabe que isso não seria nada inteligente.

 — Você acha que se as pessoas nos virem chegando juntas vão pensar que temos alguma coisa?

 — Talvez já estejam pensando, não sabemos a que mulher a colunista estava se referindo na matéria.

 — Aí é que está, se ela soubesse já teria dito. Além do mais, é mais fácil ela estar se referindo a outras mulheres, Nichkhun sempre foi mulherengo.

 — Você acha que ele trai uma das duas?

 — Ele trai as duas, uma com a outra. — Fei disse rindo. — Mas elas já sabem e isso não conta.

 — De qualquer forma então, se formos juntas então é melhor irmos logo, porque estamos quase atrasadas.

******

  Nana estava no quarto quando recebeu a ligação de Suzy, tinha chegado tarde de uma sessão de fotos e dormiu mais que de costume, e ela supôs que Victoria devia estar na aula de teatro, porque era o dia dela dormir com Nichkhun e ele tinha outra sessão de fisioterapia pela manhã. Pegou o celular e chamou Victoria, que atendeu com a voz baixa.

 — Oi Nana...

 — Está podendo falar? Não né? Você está na aula...

 — Eu não estou na aula, estou presa no meu quarto.

 — Matando aula hein? — Nana disse rindo. — Espera, você disse presa no quarto? Como assim? Você não dormiu no quarto do Nichkhun?

 — Dormi, acontece que eu não levei roupa pra lá, desci pro meu quarto pra me vestir pra sair e a tal fisioterapeuta chegou nesse meio tempo, agora eu não posso sair sem que ela me veja porque eles estão na sala.

  Nana riu alto.

 — Já viu a tal fisioterapeuta?

 — Como? Se eu não posso sair do quarto! Mas já ouvi a voz dela e não gostei.

 — Você é louca. Só ouviu a voz da garota e já não foi com a cara dela?

 — Não fui com a voz dela, imagina com a cara?!

 — O que você está fazendo afinal?

 — Nada, só esperando pra poder sair.

 — Vai ficar aí por horas então, e conta outra, você está ouvindo atrás da porta. — Nana disse rindo.

 — Não há nada pra ouvir. — Victoria disse com desdém.

 — Sério mesmo? Porque antes de eu e Suzy pegarmos os dois no meio da sessão eu ouvi uns gemidos sinistros.

 — Já sei o que você está fazendo Nana, não vou cair nessa de ficar ouvindo gemidos atrás da porta, eu disse que ia me controlar e estou indo muito bem, obrigada.

 — Então você nem ralhou com ele por causa do short sem cueca.

 — Só argumentei.

 — E?

 — Daí que deve ter entrado por um ouvido e saído pelo outro, agora ele tá lá se exibindo pra fisioterapeuta biscate.

 — Você não muda mesmo né? — Nana disse rindo.

 — Ao invés de ficar falando bobagem você podia me ajudar a sair daqui.

 — E como eu faria isso? No meu andar tem elevador, posso sair do prédio a hora que eu quiser... Ninguém mandou você não querer usar qualquer um dos quartos daqui de cima. Não, você queria um andar só pra você, não é?

 — Foi uma péssima estratégia, eu sei. Esses dois não podiam fazer isso em outro lugar? Tipo uma clínica, com gente olhando...

 — Mas tem gente olhando, você pela fresta da porta do seu quarto... Me engana que você não fez isso nem uma vez?

 — Nana, você vai me ajudar, sim ou não?

 — Quer mesmo sair do apartamento?

 — Você não está entendendo, eu preciso sair...

 — Ou...?

 — Eu vou matar três pessoas hoje.

 — Três?  — Nana soou confusa ao telefone.

 — Sim, você está incluída.

 — Isso tudo pra poder ficar com o G.O sem remorsos ou medo da gente te zuar? — Nana disse rindo.

 — Cala a boca Nana. Vai me ajudar ou não?

 — Ainda não sei como. Os dois tem que sair da sala... Não posso simplesmente aparecer do nada e desviar a atenção com a minha beleza, acho que não funcionaria com a moça né?

 — Sem comentários Nana. Você sempre tem boas ideias, pense em alguma coisa!

 — Você pode sair pela janela...

 — Estamos no décimo andar...

 — Por isso mesmo, é uma ótima ideia, pra mim...  — a modelo disse rindo.

 — Se não vai me ajudar, por que ligou pra mim?

 — Porque não tenho bola de cristal e o motivo da ligação era outro. Temos um assunto importante pra resolver.

 — Que foi agora?

 — Saiu uma matéria no jornal, falando que o romance entre o Khun e a Suzy estava nas ultimas por causa de uma mulher misteriosa.

 — Quem foi que escreveu isso?!

 — Não sabemos, não autorizei nada pela colunista do Minwoo, assinaram a coluna como PHM.

 — Não conheço ninguém com essas iniciais, mas sempre pode ser o G.O.

 — Eu descarto a possibilidade, primeiro porque as iniciais dele não são essas, e tenho muito mais coisas contra ele do que um simples rumor. Acho que foi uma dessas colunistas estagiárias, porque a matéria não tem embasamento algum, parece um chute no escuro. Vou falar com o Minwoo sobre o assunto daqui a pouco.

 — Vai sair e me deixar aqui?

 — Sim, esse é seu castigo por não ter feito a sua parte sobre o short do Khun. — Nana disse rindo e desligou.

 — Vaca! — Victoria disse quase alto demais, quase jogando o celular na parede, parou na ultima hora. — Claro, estúpida, vou mandar uma mensagem pro Khun mandando-o distrair a fisioterapeuta pra outro cômodo.

  Nichkhun, do outro lado da porta recebeu a mensagem, porque Victoria ouviu o celular tocar e ele logo agiu.

 — Sabe, estou morrendo de sede, me esqueci de pegar a garrafa d’agua na geladeira.

 — Continue o exercício, pode deixar que eu mesma pego. — Hyomin disse codialmente.

  Ouviram-se passos em direção ao corredor e Victoria saiu imediatamente do quarto, antes que a garota tivesse tempo de voltar, deu de cara com um Nichkhun super sorridente no tapete da sala.

 — Pode deixar que eu mesma pego. — Victoria disse numa imitação da voz da fisioterapeuta, ela foi até ele puxou-o pela nuca e beijou-o.

 — Você ficou louca, ela pode aparecer a qualquer momento, está querendo dar um show?

 — O show é só pra você querido, pra não esquecer que é comigo que você está.

 — Nem tem como esquecer, agora vá antes que ela volte.

 — Ok. — E ela correu para o elevador.

******

 — Oi Vic. — disse uma voz no elevador.

 — Ai que susto sua idiota! — Victoria disse dando tapas em Nana. — Oi.

 — Como foi que saiu do quarto?!

 — Usei a gentileza alheia à meu favor.

 — Do que está falando?

 — Se a tal fisioterapeura foi buscar um short pro Khun no quarto dele, buscar água na cozinha seria moleza. Enfim, ela saiu da sala e eu saí de casa. Pra onde está indo?

 — Indo falar com Minwoo oppa, quer ir?

 — Encontro com o ex? Dispenso.

 — Tenho que te lembrar que o G.O vai estar na sua aula hoje?

 — Verdade... Mas com ele eu fiz um acordo, fiquei de arrumar uma namorada pra ele e ele ficou de parar de me encher o saco.

 — Vai operar milagres agora? Quem vai querer aquele traste?

 — Tem fé amiga, eu consigo... Eu acho... — Victoria disse rindo.

 — Vou resolver a questão da matéria no jornal, pedir uns conselhos...

 — Você parece preocupada, aconteceu algo mais?

 — Minwoo não é burro, ele está de olho em mim.

 — De olho em você, em que sentido? — Victoria disse maliciosamente.

  Nana riu.

 — Eu sei que é difícil acreditar que um homem não se interesse por mim, mas acontece às vezes. — ela disse ironicamente. — Minwoo é uma dessas exceções... G.O também.

 — Eu não teria essa certeza. — Victoria disse rindo.

 — Sobre qual dos dois?

 — Sobre os dois.

 — Não força Vic, Minwoo praticamente me viu crescer...

 — Sim, ele te viu crescer em idade, em tamanho, em peitos... Minwoo não é seu pai Nana e eu duvido que ele consiga se enxergar da mesma maneira...

 — Credo, não quero nem pensar nessa possibilidade, muito estranho. Por outro lado, G.O me odeia com quase tanta intensidade quanto gosta de te perseguir.

 — Cuidado hein? G.O anda numa fase em que até você serve.

 — Que quer dizer com esse “até você serve”?

 — Sei lá Nana. — Victoria disse rindo. — Isso soou a despeito hein?

 — Eu, despeitada? — Nana disse incrédula.

 — Não estou falando do tamanho do seu sutiã.

  As duas riram.

 — Ok, você venceu. Não devia ter te ensinado a rir das pessoas dessa forma. Então, vou falar com o Minwoo oppa, ver o que posso fazer pra reverter a história da coluna de fofoca.

 — Se precisar de qualquer coisa me liga.

  As duas se despediram e foram cada uma para o seu destino.

******

 — Oppa! — Nana gritou assim que viu Minwoo aparecer no estacionamento do prédio de uma das agências para o qual trabalhavam. Ele se espantou por vê-la.

 — Nana? Não me lembro de termos compromisso a essa hora.

 — Tive sorte de te encontrar... Na verdade eu estava mesmo te procurando.

 — Você parece preocupada.

 — E eu estou, saiu uma matéria numa revista.

 — Sobre você?! O que você fez?

 — Eu não fiz nada, não é sobre mim, é sobre aqueles amigos que eu te falei.

 — Mas você nem falou com a minha amiga colunista!

 — Pois é eu não falei com ela ainda, mas não foi ela quem escreveu, foi alguém que assinou como PHM.

 — PHM? São iniciais tão comuns, deixe-me ver a matéria. …— Minwoo estendeu as mãos para a revista que Nana segurava, e ela por reflexo recuou.

 — Melhor não.

 — Eu nunca vou saber quem foi que escreveu se você não me deixar ver isso.

 — Mas já foi escrita, te procurei pra saber como contornar a situação. — Nana respondeu anormalmente insegura.

 — Por que está tão preocupada com isso? Se você não está envolvida... Me dá isso aqui!

  Minwoo tentou tomar a revista das mãos de Nana novamente e ela colocou as mãos para o alto para dificultar, porque com salto alto ela ficava mais alta que ele. Entretanto ele só saltou como um jogador de basquete e puxou a revista.

 — Eu sou baixinho, mas não é pra tanto, além do mais tenho pernas fortes. — ele disse com um sorriso maroto, abriu a revista e depois fechou a cara enquanto lia.

 — Que foi?

 — Já entendi porque você está preocupada com isso.

 — Já?! — Nana disse em tom completamente culpado julgando que Minwoo tivesse descoberto o quão envolvida ela estava na historia.

 — É a Victoria a mulher misteriosa do Nichkhun, não é?

 — O quê? Não sei do que está falando.

 — Eu não sou idiota Nana.

 — Eu nunca disse isso, embora eu tenha pensado a respeito algumas vezes... — Nana disse rindo, ainda nervosa.

 — Há algum tempo Victoria disse que estava namorando, e eu nunca a vi com esse tal namorado, e no dia em que você estava internada com intoxicação ele também estava no mesmo hospital... Além do mais, vocês são amigas, é mais do que normal você querer ajudá-la, não é?

 — Eu nunca te disse isso ok? — Nana disse, desistindo de esconder essa parte da historia, aliviada por ele não ter deduzido a outra parte. — Só estou sendo uma boa amiga.

 — Está se arriscando demais para alguém que é amiga da Victoria há tão pouco tempo. Boa tentativa, mas ainda não me convenceu de como está envolvida nesse rolo todo. Além disso, Bae Suzy me parece uma garota legal, não deviam estar fazendo isso com ela, vocês se conhecem não é? Eu a vi no hospital também, visitando o namorado.

 — Acredite, não estamos fazendo maldade alguma com a garota, não existe verdade alguma nessa matéria da revista.

 — Não entendo...

 — O namoro dela e do Khun é uma farsa! Um golpe de marketing.

  Minwoo levantou as sobrancelhas, surpreso.

 — A coisa é mais complicada do que eu imaginava... Espere, desde quando você trata o Nichkhun com tanta intimidade?

 — Já me enchi com essas perguntas todas, você pode ajudar ou não? — Nana disse irritada.

 — Você sabe que pode confiar em mim não é? Cuido de você há bastante tempo... — Minwoo disse complacente e Nana assentiu com a cabeça. — Se quer minha opinião franca, acho que essa matéria foi um tiro no escuro, uma intriga de algum jornalista em busca de ascensão. Não existem fatos, nem ao menos uma anedota sobre alguma briga entre Nichkhun e Bae Suzy, e obviamente também não há fotos da tal mulher misteriosa, que nos sabemos que é a Vic.

 — Então não precisamos fazer nada?

 — Não foi isso que eu disse, o que eu quero dizer é que precisam tomar cuidados porque esse colunista vai querer provar sua teoria com fatos quaisquer. Precisam descobrir quem foi que escreveu e checar se estão sendo observados.

 — Pode ligar pra editora da revista e descobrir isso por mim?

 — Sim, vou fazer isso agora.

  Minwoo passou uma meia hora no celular, sendo transferido para diferentes setores da redação da revista, quando finalmente desligou com um sembrante pouco satisfeito no rosto.

 — Infelizmente só fiquei sabendo que é uma estagiária nova, não quiseram me dizer o nome porque ela está em fase de aprovação e também querem evitar processos.

 — Então é uma mulher?

 — Sim, isso ajuda?

 — Não muito, mas já é alguma coisa. Tenho que resolver esse assunto.

 — Diga à Victoria, Nichkhun e Suzy para evitarem exposição, ninguém vai dar credibilidade àquela matéria sem fatos. Em alguns dias as pessoas esquecem, mas se querem ter o controle da situação é melhor mandarem logo a nota para a minha colunista.

 — Você é o máximo oppa! — Nana deu um abraço em Minwoo e bangunçou seu cabelo.

 — Quase sempre, não puxe meu saco, eu ainda sim vou ficar de olho em você.

*****

  Victoria foi à aula de teatro esperando animar o ânimo e espantar os maus pensamentos sobre a fisioterapeuta em casa com Nichkhun, mas claro, a primeira pessoa que viu foi G.O e ele não deixou passar a expressão irritada dela.

 — Os chifres passaram pela porta Vic? — ele disse por cima de seu ombro, perto do ouvido.

 — Bom dia pra você também Byunghee.

 — Ah é, você já sabia não é?

 — Não estou de humor hoje, sério.

 — Sabe o que melhora o humor pela manhã? — G.O disse maliciosamente.

 — Se está falando de sexo, acho que você devia estar de péssimo humor agora não é? Que eu saiba você não esta podendo gastar com as suas amigas...

 — Você anda muito amarga sabia?

 — Na verdade eu sou um doce de pessoa, mas só com quem pode provar.

 — Ainda bem que eu não sou diabético.

  Victoria riu do comentário.

 — Viu só? Ainda consigo tirar uma risada sua.

 — E é só isso que você vai conseguir de mim... Não foi você o responsável por aquela nota na revista não é?

 — Não fui eu, até porque eu sei muito mais dessa historia do que foi contado, não é? E não fiz em consideração à Suzy, que é uma garota legal.

 — Você não me engana, não diz nada porque Nana tem fotos suas que te manteriam calado pra sempre.

 — Isso também. Precisa de ajuda?

 — Não estou muito preocupada com isso, e eu não pediria a sua ajuda pra resolver uma coisa dessas, você tem mais interesse em ver o circo pegar fogo.

 — Já existem outras coisas pegando fogo...

  Victoria revirou os olhos, desaprovando o comentário.

 — Vamos fazer algo realmente produtivo?

 — O que eu quero fazer produz filhos...

 — Não dá pra te levar a sério nem um minuto. — ela disse pegando um script em cima da cadeira do professor e se isolando num canto do teatro.

  Para a felicidade de Victoria a aula correu tranquila, não teve que contracenar com G.O em momento algum, pois na sala havia bastantes alunos, foram quatro horas bastante produtivas didaticamente. O professor Mun liberou todos pontualmente, e quase tão pontualmente o celular de Victoria tocou.

 — Oi Nana, alguma novidade?

 — A novidade é que o Minwoo sabe que a outra é você. Alías, uma das outras nessa história toda. — Nana disse rindo.

 — Como assim ele sabe? Soube por causa da matéria, falaram mais alguma coisa? Você disse?

 — Ele deduziu sozinho...

 — E de você, ele sabe?

 — Não, claro que não. Quem ia imaginar? Ele te conhece, nunca ia pensar que nós estamos nessa situação com Nichkhun.

 — Não se fie muito nisso, Minwoo é malicioso, já disse que acha que você está namorando.

 — Não vai demorar até ele descobrir, mas pelo menos não está fuxicando minha vida. Escuta, eu falei com ele e ele não conseguiu descobrir quem era a colunista, mas é uma estágiária recém contratada.

 — Isso ajuda muito pouco, o que vão fazer?

 — Falei com a Suzy, ela está uma pilha, mas disse a ela que Minwoo nos aconselhou a esperar mais uns dias, e manter a discrição, depois poderão mandar as notas para a colunista amiga dele.

******

  Dois dias depois, a turma marcou de se encontrar no triplex para escrever as notas juntamente com a colunista indicada por Minwoo, que a levou até lá. Estavam lá na sala esperando Suzy, Krystal, Fei, Nichkhun, Nana e Victoria. O manager e a colunista, Lee ChaeYeon, uma mulher de pouco mais de 30 anos, mas que não aparentava, pois era bonita e tinha um corpo lindo, e também porque aproveitava dos atributos físicos para usar roupas mais joviais. Usava um short jeans quase curto demais, uma camiseta larga e uma ankle boot preta com rebites, o que não lhe dava o ar superior do cargo importante que ocupava numa edição de revista.  Os dois entraram de braços dados, para surpresa de Nana e Victoria, que se entrolharam rindo. Minwoo ignorou o gesto e tratou de apresenta-la.

 — Pessoal, essa é Lee ChaeYeon, a colunista de quem eu lhes falei.

  Victoria foi a primeira a se levantar para cumprimentá-la, depois as outras meninas, Nichkhun e por ultimo Nana.

 — Ah você eu já conheço, publico tanta coisa sobre você. — ChaeYeon disse à Nana, simpaticamente.

 — Conhece só o que pode sair em revistas não é? — Nana respondeu rindo.

 — Então, em que posso ajudar?

 — Você leu o artigo que saiu há alguns dias não é? — Nichkhun disse estranhamente quieto e pouco jovial.

 — Aquilo lá não é um artigo não é? É uma fofoca de lavadeira. Com isso acho que não deviam se preocupar, ninguém deu muita importância a isso a não ser os paparazzis, e vocês estão com sorte porque eu não vi nenhum lá fora. — ela disse calmamente, sentando-se ao lado de Minwoo num dos sofás.

 — Quer dizer que não vão escrever mais nada sobre nós?

 — É provável que não, mas não sabemos a intenção da estagiária que escreveu isso, então teremos que agir antes do próximo passo dela.

  Suzy, Fei, Krystal, Victoria e Nana permaneceram anormalmente quietas escutando a conversa, enquanto Nichkhun tomava as rédeas da situação.

 — Então o que vamos fazer?

 — Eu vou escrever a matéria com o que vocês tem a falar...

 — Mas? — Nichkhun perguntou, já deduzindo que haviam condições para isso.

 — Mas eu vou precisar saber a verdade... — ChaeYeon disse bem segura.

 — Isso é mesmo necessário?

 — Por que eu tenho a sensação de que o caso é bem mais complicado do que parece?

 — Porque é. — Nana disse de repente. — Sem querer ofender, mas como vamos garantir que o que disserem aqui sobre a verdade toda não vai sair na sua matéria também?

 — Ela é de confiança Nana. — Minwoo disse sério.

 — De confiança sua, eu não a conheço tão bem quanto você.

 — O que me leva a pensar que você tem mais a perder com isso do que devia.

  Nana recuou.

 — Mas pra fazer a matéria ela vai ter que gravar entrevista. E se isso vaza?

 — Não preciso gravar nada pra darem credibilidade ao que eu publico eu tenho um nome que pretendo manter no auge, depois dessa matéria eu vou me aposentar com esse tipo de publico.

 — Como vamos saber que você não tem um gravador escondido em algum lugar? — Victoria finalmente falou.

 — Porque eu já chequei... — Minwoo disse com um leve sorriso no rosto.

  Victoria riu e ChaeYeon deu uma acotovelada em Minwoo. Suzy ficou vermelha e desviou o olhar, Fei, Nana e Krystal ficaram sem saber o que dizer ou fazer.

 — Então, o que vocês tem pra me contar? — a colunista disse para quebrar o clima estranho.

 — Nichkhun e eu não... — Suzy se pronunciou.

 — Namoram de verdade. — ChaeYeon completou. — Isso eu já tinha notado, só de você não ter sentado ao lado dele no sofá...

 — O que mais você consegue notar? — Suzy disse surpresa e asustada. — Tipo, só olhando pra gente?

 — Eu só deduzi, joguei verde e você me confirmou. É assim que descobrimos as coisas, os detalhes íntimos das pessoas.

 — Chocante, vou ficar calada de agora em diante, porque se descobrem algo de mim desse jeito eu nem debuto mais. — Krystal disse rindo.

 — Se querem um conselho, jamais chamem tanta gente para uma entrevista tão importante, é assim vocês criam notícia. Sem querer ofender, mas a Krystal não tem nada a ver com a historia, agora vocês quatro... — ChaeYeon disse apontando para Nana, Victoria, Fei e Suzy, que se entreolharam preocupadas. — Mas não se preocupem, só vou escrever sobre o que vocês contarem e o que quiserem que eu escreva. O que querem que eu escreva?

 — Não podemos dizer que Nichkhun e eu nunca namoramos, mas precisamos terminar esse namoro de fachada antes que alguém descubra a farsa.

 — Isso mesmo, pra isso vou precisar saber da situação, pra escrever algo que não deixe brechas para os curiosos.

  Ela disse e todo mundo ficou calado, inseguro do que dizer.

 — Ok, então eu vou deduzir... Começando por quem nem devia estar aqui... Victoria...

 — Ok! Eu falo tudo. – Nichkhun interrompeu. — Suzy e eu não namoramos, somos só amigos e parceiros de trabalho, o namoro era uma farsa criada pelos produtores do drama.

 — A matéria da tal colunista falava de uma mulher misteriosa... Sua namorada?

 — Eu não uma namorada. 

 — Está mentindo pra mim... — Chaeyeon concluiu muito segura do que estava dizendo.

 — Não, não estou. — Nichkhun disse sério.

 — Relaxa, não estou perguntando o nome da garota, só estou perguntando se você tem namorada.

 — Eu não tenho uma namorada. — Nihckhun repetiu em tanto impaciente.

 — Ele não tem uma namorada, tem duas. — Krystal disse baixinho, rindo.

 — Krys cala a boca. — Victoria disse baixinho.

  ChaeYeon fingiu não ouvir os cochichos, embora parecesse ter entendido.

 — Ok, e você Bae Suzy, tem namorado?

  Ela olhou brevemente para Fei, muito brevemente porque sabia que a colunista podia deduzir quelquer coisa.

 — Não, não tenho namorado. — disse timidamente.

  Krystal se segurava para não rir, e levou vários empurrões de Victoria.

 — Então os dois estão solteiros. — ela disse anotando num bloquinho. — Vocês tem noção de que se o que estiverem me dizendo é mentira, se sair qualquer foto suspeita essa matéria toda vai abaixo não é?

  Os dois assentiram com a cabeça, como duas crianças sentindo-se culpadas com a bronca da mãe.

 — Então essa parte é com vocês, responsabilidade totalmente suas. — ela continuou. — Qual é o motivo do rompimento?

 — Nós já dissemos que o namoro não existe, nunca existiu. — Nichkhun disse.

 — Quero saber qual é a desculpa que vão dar para o termino do falso namoro.

 — Por que tudo isso? Não podem simplesmente dizer que acabou? — Nana disse impacientemente.

 — E qual seria a graça? — Krystal disse.

 — Isso mesmo, qual seria a graça? Vocês acham que as pessoas leem fofocas sem nenhum detalhe?

 — Ok, deixe-me pensar... — Suzy disse, ficou quieta pensando, olhando para tods as pessoas na sala, até olhar para Fei, por ultimo. — Pode dizer que com a rotina eu perdi o interesse em Nichkhun.

 — Breve e convincente, ok. E você Nichkhun?

 — Pode dizer que eu e Suzy não somos compatíveis, não temos muito em comum, não gostamos das mesmas coisas.

 — Existe uma excessão aí. — Fei disse rindo e Krystal riu junto, as duas receberam um olhar feio por parte de Suzy.

 — Isso vai parecer um divórcio, mas vão achar poucas brechas na história, então ficarão seguros. — ChaeYeon fechou o bloquinho de notas e colocou no bolso de trás do short.

 — Só isso? Mas tipo, nós não dissemos nada, praticamente nada!

 — Disseram o suficiente Bae Suzy, afinal, é tudo uma grande mentira, não é? Mas fiquem tranquilos, a matéria vai ser o suficiente pra saciar a curiosidade alheia. Devo publicar na edição de segunda-feira.  Até lá, discrição, por favor, e seria bom também que vocês dois não aparecessem juntos.  — ela acrescentou apontando para Nichkhun e Suzy.  Se levantou e puxou Minwoo pela mão. — Precisamos ir agora.

 — Podem ficar para o almoço, é um convite.

 — Realmente precisamos ir... Mas obrigado pelo convite Nichkhun. — Minwoo comentou.

 — Ok, muito obrigado pela ajuda. — Nichkhun não quis insistir, e Victoria achou estranho da parte dele, mas não se manifestou.

  Minwoo e ChaeYeon saíram pela porta do elevador logo que terminaram de se despedir de todo mundo.

 — Não vou muito com a cara desse cara. — Nichkhun comentou.

 — Que isso Khun? Minwoo oppa está até te ajudando. — Nana disse.

 — Isso porque ele não sabe a quem ele está pegando não é? — Victoria disse rindo. — Não gostei foi dessa colunista.

 — Porque obviamente ela e o Minwoo tem treta... né? — Nana disse ironicamente.   

 — Claro que não...

 — Claro que não estão juntos ou claro que não é porque eles estão juntos?

 — Claro que não é porque eles estão juntos. Achei muito convencida, acha que sabe de tudo e de todos, ela nem nos conhece sabe de quê afinal?

******

  Enquanto isso no elevador...

 —Faz de novo? Fiquei curioso... — Minwoo disse abraçando ChaeYeon pela cintura. — Adoro quando você faz isso.

 — Não é nada ético...

 — Mas eu não vou contar pra ninguém!

 — E se contasse eu te mataria!

 — Me conta vai? — ele disse beijando-lhe o pescoço. — Eu te compenso depois...

  ChaeYeon riu.

 — Não preciso dizer nada pra ser compensada, eu estalo os dedos e você me procura Minwoo. Estou mentindo?

 — Não. — Minwoo respondeu, fazendo bico. — Por isso mesmo, pela minha dedicação a você, você me deve ao menos essa satisfação.

 — Ok, eu digo. Mas você não pode ficar com raiva se escutar algo que não te agrada.

 — Eu aguento.

 — Então, acho que, por causa das piadas sobre namorados e namoradas, e pela forma como se comportaram naquela sala, eu diria que Nichkhun não tem uma namorada, mas sim, duas. Suzy não tem namorado, mas tem um relacionamento que está escondendo. — ela tentou ser o menos reveladora possível, para que ele tomasse as próprias conclusões.

 — Em outras palavras...? — Minwoo disse confuso.

  Chaeyeon suspirou e fechou os olhos.

 — Suzy e Fei são namoradas, Krystal estava lá só porque foi ela quem sugeriu o lance do termino, e Nichkhun namora Victoria e Nana ao mesmo tempo. — ela disse atropelando as palavras.

  Minwoo a segurou pelo rosto e a olhou surpreso, Chaeyeon ficou esperando ele esbravejar, mas ele começou a rir.

 — Fala sério Chae! Ridiculo isso, nada a ver. Imagina uma maluquice dessas? Não faz o menor sentido.

 — Ok, se você se sente melhor pensando assim...

 — É só um palpite!

 — E vo inferno é só uma sauna... — ela respondeu ironicamente.

*****

  Passaram-se cerca de cinco ou seis dias desde então. NichKhun continuou fazendo as sessões de fisioterapia e teve uma grande melhora, mesmo assim insistia pra que Hyomin, a fisioterapeuta viesse todos os dias. Essa insistência aguçava as desconfianças de Nana e Victoria, que resolveram fingir uma visita logo no final da sessão.

 — Bom dia! — gritaram as duas, entrando repentinamente na sala.

  Nichkhun deu um grito e empalideceu visivelmente, Hyomin se sobressaltou e parou o exercício.

 — Que é que vocês estão fazendo aqui? — ele disse fazendo caretas, instigando outras perguntas por trás daquela.

 — Viemos fazer uma visita surpresa. — Nana disse sorrindo.

 — É... E eu estou surpreso, parabéns.

 — Interrompemos alguma coisa? — Victoria se dirigiu à Hyomin.

 — Essa fala sempre foi minha. — Nana protestou, rindo.

 — Não, já estávamos terminando... — ela disse com a voz baixa e de cabeça baixa.

 — Na verdade, nós até excedemos o tempo um pouco. — Nichkhun comentou.

 — Sério? É que eu... Eu nem reparei nas horas...

 — Não é? A gente esquece as horas quando ama o que faz... — Nana disse irônicamente, mas com um sorriso divertido no rosto. — E eu tenho certeza de que está adorando o trabalho.

  Hyomin se levantou do tapete e sorriu.

 — Verdade, eu amo o meu trabalho. E Nichkhun é um ótimo paciente.

 — Pois eu sou uma ótima impaciente, não vai me apresentar sua fisioterapeuta Nichkhun? — Victoria disse simpaticamente.

 — Ah, sim... é... Srta. Park, essa é Victoria, minha... amiga. — ele disse levemente inseguro. As duas se cumprimentaram e houve um minuto de silêncio. — Bom, o que trás vocês duas aqui hoje, a essa hora?

 — Viemos saber como você está... — Nana disse.

 — Estou ótimo, já estou até andando normal, olha só. — Nichkhun andou de um lado ao outro do tapete. — Mas ainda dói.

 — Olha só, já está andando, será que consegue fazer outras coisas também? — Nana disse rindo e levou uma acotovelada de Victoria. — Sério, você não imagina a minha felicidade vendo você bem assim.

 — Vai ficar novinho em folha. — Hyomin disse.

 — Assim espero, mas não foi só por isso que viemos, viemos ver como você está depois disso. — Victoria estendeu uma revista à Nichkhun. — Ficamos sabendo do seu término com a Suzy...

 — Ah, sim, isso... Bom, como vocês podem ver, eu mesmo dei a entrevista, terminamos em comum acordo.

 — Posso ler? — Hyomin disse, juntando o material que usava no tratamento de Nichkhun na bolsa branca de couro que levava consigo. Nichkhun entregou a revista e ela começou a ler. — Me parece uma matéria muito bem escrita, o que diz a aqui é verdade?

 — Sim, por que a pergunta?

 — Nada é só que achei estranho abrirem detalhes para o público, e também é difícil imaginar como a rotina poderia acabar com o interesse por você...

 — Nós não tínhamos tanto em comum como imaginávamos. — Nichkhun disse secamente.

 — Mas enfim, não é da minha conta, não é? Vejo você amanhã de manhã.

 — Espere, amanhã de manhã não dá, tenho uma gravação, pode ser depois do almoço?

 — Tudo bem. — Hyomin se despediu e saiu.

  Nichkhun, Nana e Victoria desmoronaram no sofá, rindo.

 — Coitada da menina, levou um baita susto. Vocês são fogo... — ele comentou.

 — Eu não sou fogo, sou um vulcão. Falando nisso, como vai esse quadril? — Nana disse puxando de leve o elástico da calça de moleton que ele usava.

 — Melhor que dizer, eu posso mostrar... — Nichkhun disse maliciosamente, puxando Nana pela cintura.

 — Acontece que hoje é quarta-feira e o dia é meu. — Victoria disse, puxando Nichkhun pelo moleton.

 — Tecnicamente, a regra sempre foi que Nichkhun dormiria com você na quarta, não que de dia ele não possa ficar comigo.

 — Você sempre distorce as regras!

 — E você é a única que as cumpre. — Nana disse rindo.

 — Eu tenho uma solução pra esse problema... Vamos nós três pro quarto e acabou. —ele disse, rindo.

 — Ai não, credo, já passo tempo demais com ela. — Nana e Victoria disseram juntas.

 — Viu só! Parecemos gêmeas siamesas. — Victoria disse.

 — Só que eu sou a gêmea boa. — Nana disse.

 — Só se for boa de trapaça, né?

 — Ou boa de cama... — Nichkhun acrescentou.

 — Oh, obrigada.

 — Ok, eu não mereço escutar isso. — Victoria disse, revirando os olhos.

 — Inveja é feio Vic, você tinha que me parabenizar, afinal você é minha mentora.

 — Não é inveja, eu me garanto nesse aspecto e tenho outras formas de provar.

 — Tipo a orla de ex-namorados que estão sempre no seu pé...

 — Ai não meninas, vocês não vão brigar, não é? Eu estou super feliz de estar bem e vocês me esquecem pra poder discutir?

 — Quando é que você vai aprender que essas nossas discussões são apenas brincadeiras? — Nana disse.

 — Eu já disse que vocês duas são bizarras? Ah sim, pelo menos uma centena de vezes... Então, a quantas estamos? Já que eu não posso ter tudo... Quem vai comigo?

  Victoria e Nana se entreolharam.

 — Tiramos na moeda — Nana disse, tirando uma moeda de dentro do bolso do short jeans. — Cara pra mim e coroa pra você.

 — Sério mesmo que vocês vão me disputar jogando cara e coroa?

 — Cala a boca Khun.

 — Espera, eu não entendi esse negócio de cara-coroa, por que eu não posso escolher?

 — Porque fui eu que sugeri então eu escolho... E também porque cara combina comigo, eu sou a cara bonita e você é a coroa porque é mais velha.

  Victoria deu uma tapa no ombro de Nana.

 — Você está muito engraçadinha hoje, vai ter troco, ok? Lança logo essa moeda!

  Nana jogou a moeda para o alto, pegou-a no ar e a escondeu no dorso da outra mão, depois descobriu.

 — Cara!!! Háhá eu sabia! Beijo Vic, tchau! — Nana puxou Nichkhun pelo pulso.

 — Você sabe o que dizem sobre sorte no jogo, não é? — Victoria disse como ultimo recuso para provocá-la, tamanha irritação que sentia.

 — Sei sim, dizem algo parecido sobre potes de ouro no final do arco-íris, mas olha que triste, não tem nenhum! Vamos Khun.

 — Foi mal Vic, te vejo mais tarde. — ele disse, deixando-se levar pela modelo.

  Victoria se trancou no quarto, ligou a TV e pos no ultimo volume, como para abafar os próprios pensamentos. Nichkhun e Nana subiam para o quarto entre beijos e conversas.

 — Que golpe de sorte hein?

 — Sorte nada, eu mesma faço minha sorte.

 — O que quer dizer?

 — Isto. — Nana mostrou a moeda e Nichkhun ficou parado, sem entender. — É uma moeda falsa só tem uma face, cara.

 — Você trapaceou!

 — Claro! Eu disse que fazia minha própria sorte, além do mais, vocês dois são muito fáceis de enganar, desde quando eu ando com moedas se eu só uso cartão de crédito?

 — É, faz sentido... Por outro lado, ninguém anda com moedas falsas no bolso, só você mesma.

 — Tem muita coisa que só eu mesma faço. — Nana disse maliciosamente. — Vamos.

*****

    Na manhã seguinte...

  Nichkhun entrou na cozinha vestido para sair, usava uma calça cinza larga e uma camisa verde, entretanto ele andava de forma esquisita, não exatamente mancando, mas economizando em esforço.

 — Bom dia Nana... Oi Vic, por que desceu tão cedo? Tem algo pra fazer hoje?

 — Na verdade, não, o professor de teatro não vai poder comparecer hoje, e eu estou bem disposta demais pra ficar deitada na cama.

 — Mas você dormiu tão pouco... — Nichkhun disse comendo uma fatia de melão.

 — Você também... — Victoria disse rindo.

 — Ok, agora quem não quer saber detalhes sou eu. — Nana comentou. — Aliás, tem um detalhe que eu quero saber sim, por que você está andando desse jeito?

 — Desse jeito como?

 — Assim como se suas pernas estivessem derretendo...

 — Ah, dores musculares... Excesso de exercício... A culpa é de vocês duas! — ele disse rindo.

 — E da fisioterapeuta, nunca vi sessão de fisioterapia durar mais que o programado. — Victoria disse, incitando com um tom de suspeita.

 — Um esforço válido, porque se não fosse por ela vocês não estariam bem dispostas hoje.

 — Em compensação você está um caco, talvez devêssemos maneirar enquanto você não estiver cem por cento bem.

 — Não dê ideia errada Vic! — Nana disse.

 — E você, vai sair agora cedo?

 — Felizmente não tenho trabalho hoje! Vou ficar quietinha em casa.

 — Contanto que vocês duas não se matem enquanto eu estiver fora. Estou morrendo de inveja de vocês, eu realmente não quero sair, mas o dever me chama e alguém tem que manter essa casa.

 — Falou o homem da casa.

 — Até porque ele é o único. — Nana disse rindo.

 — O programa que eu vou é ao vivo, vocês vão poder me ver!

 — Não vão ficar te fazendo perguntas sobre a Suzy? — Victoria quis saber.

 — Não, é uma programa de variedades com script, que eu já recebi, não vou ter nenhuma surpresa.

 — Assim espero. — Nana disse e Nichkhun se despediu delas.

  Uma hora e meia depois o programa começou e as duas foram assistir na sala. Era um show bem leve em que apareciam artistas de todo o tipo e vez ou outra interagiam com os convidados. Nichkhun foi chamado para competir contra um rapaz para ver quem fazia mais flexões de braço nas barras paralelas, ele aceitou porque o exercício não exigia nada dos quadris.

 — Se ele vencer o rapaz vai ficar impossível, como gosta de se exibir... — Victoria comentou com Nana, enquanto os dois se preparavam pra começar.

 Nana não respondeu, riu e observou os dois corpos balançarem entre as duas barras, eram tão competitivos que ela perdeu a conta de quantas vezes eles repetiram o exercício.

 — Falando em exibir... Você está vendo o que eu estou vendo?

 — Do que está falando?

 — Nichkhun... está sem cueca de novo!

 — Verdade! — Victoria disse se aproximando da tela da TV para ver melhor.

 — Gente, mas será que eu vou ter que costurar uma na pele dele pra ver se ele aprende?

 — Ai Nana, não é pra tanto, afinal, só alguém realmente pervertida como você ia reparar numa coisa dessas.

 — Você é que pensa, tem cada coisa na internet. Além do mais pode acontecer qualquer coisa, tipo o elástico da calça arrebentar e Nichkhun acabar dando um show pra todo mundo.

 — Que imaginação fértil a sua... E ver não é o mesmo que ter. Você mesma, já mostrou para o mundo esse corpo todo...

 — Ei! Também não é assim, eu nunca fiz foto nua, só de lingerie.

 — E você acha que pra homem isso não é praticamente a mesma coisa, a imaginação deles faz o resto.

 — Exatamente, a minha imaginação também faz o resto, assim como a de milhares de garotas!

 — Isto é verdade, mas não é o mesmo que ver tudo realmente.

 — Ainda sim, não gosto disso, imagina agora que ele está publicamente solteiro novamente, vai ter um tanto de mulher no pé dele.

 — É, dessa parte eu não gosto mesmo. Mas é só o mantermos ocupado.

 — Espero que seja simples assim. Qualquer coisa a gente tranca ele em casa, não precisamos trabalhar! — Nana disse brincando.

 — Você não precisa não é? Você é rica, se esqueceu que eu fui dispensada do trabalho com a condição de terminar o curso de teatro pra depois voltar às atividades?

 — Eu pagaria pra você vigiar o Nichkhun enquanto eu não estivesse.

 — Eu ia me sentir uma prostituta de luxo. E você ia ser a cafetina. — Victoria disse rindo.

 — Hein? — Nana ficou sem compreender.

 — Só com uma chave de perna pra eu manter um homem daquele tamanho preso dentro de casa sem usar força.

 — Aish! Que horror, nossas imaginações estão me assustando agora.

 — Voltemos à realidade então.

******

  No dia seguinte surge uma nova matéria na revista da colunista misteriosa, entitulada “O segredo de Nichkhun:

O que Bae Suzy e umas poucas mulheres já viram”.

******

 — Mas que mer... — Suzy disse com a voz extremamente estridente.

 — Epa! Segura essa boca menina! Que foi que aconteceu?! — Fei disse correndo da cozinha de seu apartamento para a sala de estar, onde tinha deixado Suzy esperando.

 — O que aconteceu? Isso! Isso aqui aconteceu!

 — O que tem essa matéria?

 — Leia!

  Fei abriu a revista e começou a ler a matéria em voz alta.

 — “Uma fonte confiável foi à caça das curiosidades mais íntimas de Nichkhun para saber o que pode ter levado ao termino com a atriz Bae Suzy...”. Nossa que introdução mais manjada... — ela disse com tranquilidade.

 — Espera até ler o restante. — Suzy disse esperando Fei reagir com nervosismo.

 — “Pessoas do ramo dizem que Nichkhun é um rapaz simpático e galanteador, mas também muito discreto...” Blá blá blá. “Uma fan diz: “Não sei como é que ela pode dispensar um homem desses, não tem como perder o interesse por causa de rotina, ele nem tem rotina! Ele não é mesmo homem pra ela.” Se é puro recalque, nunca saberemos.” — Fei lia a matéria em voz alta, imitando voz de narradora e segurando o riso. — É isso que te preocupa?

 — Não, e você não leu coluna toda, continue lendo e quero ver se vai achar tão engraçado assim depois.

 — Ok. “Trouxemos pra vocês detalhes que não estão no profile da agencia, algo que só alguém muito próximo é capaz de descobrir, coisas a que umas poucas privilegiadas tiveram acesso. Apresentamos a vocês o profile picante!” Profile picante?! — Fei explodiu em risadas. — Isso parece menu de restaurante mexicano! Que mau gosto!

 — Vai piorar...

 — “Nichkhun, 23 anos, conhecido como um dos mulherengos mais incorrigíveis do meio artístico,...” Novidade cadê? “Gosta de tocar piano e boates de strip´...” Blá blá blá. “Um e oitenta, sessenta e cinco quilos, sangue tipo O, veste 40, calça 43... E vocês sabem o que dizem sobre pés grandes não é? Pois é, até nisso nossa fonte foi eficiente, o tamanho condiz com o ditado...

 — Para! Não termina eia isso em voz alta, vou ficar ainda mais horrorizada! — Suzy disse.

 — Wow! Isso não é possível, ou é? Só pode ser brincadeira...

 — Brincadeira de muito mau gosto, porque tinham que colocar meu nome nessa matéria?

 — Não era a isso que eu me referia. — Fei disse rindo. — Cá entre nós, a matéria diz que você viu tudo, é verdade?

  Suzy pegou uma almofada do sofá e jogou com força na cabeça da designer.

 — Eu não vi nada! — ela gritou, o rosto quase roxo de vergonha.

  Fei explodiu mais uma vez em risadas.

 — Eu sei que não, mas você tem que admitir que isso é no mínimo ridículo... ou seria no máximo ridículo?

 — Não achei graça alguma.

 — Nunca li tanta bobagem na vida, é mentira...

 — Como é que eu vou saber isso? Eu nunca vi nada.

 — Nossa, que fixação, eu já nem estava falando do “atributo” do Nichkhun. — Fei continuava a rir.

 — Você leu a matéria toda? Por estar tão engraçadinha assim você não pode ter lido a ultima frase ainda.

 — Tem mais?! — Fei correu os olhos pela página e congelou a expressão na ultima linha. — “E então leitoras? Depois de toda essa revelação nos resta pensar que quem tem problemas é Bae Suzy. Texto por: PHM.” A que tipo de problema essa colunista está se referindo?

 — Era disse que eu falava o tempo todo. Será que ela sabe de mais alguma coisa? Colocou tanto detalhe aí, que eu não quero nem imaginar o que mais ela tem na manga.

 — Boa parte disso aqui continua sem nenhum embasamento, não tem nomes... Só uns números que não sabemos se são reais, são impressionantes sim, — ela acrescentou, rindo. — mas podem não ser reais.

 — Não gosto de ser exposta dessa forma.

 — Mais exposta que o Nichkhun você não está, praticamente o colocaram peladão numa vitrine.

 — É verdade, fui meio egoísta agora, como será que vão reagir a isso?

 — Com certeza não tão divertidamente como eu.


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